Fanfic: Ucker (ADAPTADA) | Tema: Vondy

Nós estávamos do outro lado do quarteirão, na manhã seguinte,
quando Christopher parou, sua respiração estava arfante. Não, tudo bem,
essa era eu. Christopher não estava nem mesmo respirando pesado, apesar
da corrida ter me dividido por dentro de alguma forma. Não poderia ser
saudável. Embora eu tivesse feito isso mais antes de cair aos pedaços,
depois de ontem. O progresso era uma coisa lenta, gradual e
agonizante.
— Você chegou tarde na noite passada. — Ele inclinou à cintura,
se alongando.
— Sim, nós fomos dançar. — Não é de admirar que as minhas
panturrilhas estavam implacáveis nessa manhã.
Christopher fez algum barulho. Eu não sabia o que isto significou.
Quando eu tinha ligado no meio do meu encontro para checa-lo,
ele disse algo sobre estar brincando com um violão. A conversa tinha
sido curta. Basicamente ele relatou que estava bem, disse-me para
voltar ao meu encontro, e depois desligou na minha cara. Um tipo
normal da conversa telefônica onde lhe dizia respeito.
Ele se endireitou.
— Pensei sobre o que você disse, sobre eu namorar.
Eu tentei manter minha surpresa fora do meu rosto.
— E?
Aparentemente as árvores da rua eram fascinantes porque seu
olhar ficou colado nelas.
— Liguei para uma velha amiga. Ela, ah... Ela ficou sóbria
recentemente também, passou por uma reabilitação. Nós conversamos
por um tempo. Ela está pensando em vir para LA, para que possamos
recuperar o atraso.
— Christopher, isso é ótimo. — Eu tentei sorrir. Juro por Deus, eu dei
tudo de mim, mas meu rosto estava duro, falso. Recuperar o atraso
pode significar muitas coisas. Para minha mente distorcida, recuperar
o atraso estilo astro do rock tinha tudo a ver com sexo e nada a ver com
bolo e café com os amigos. Afinal, era de Christopher Uckermann que estávamos
falando. Sua abstinência sempre me surpreendeu. Ele era um grande
animal tão mal-humorado rondando a casa, mordendo e
rosnando. Com muita facilidade, minha mente fornecia imagens
sinistras dele afundando seus dentes em alguém, língua lambendo,
unhas arranhando. Oh, Deus, agora eu estava ofegante por uma razão
completamente diferente. Minha mente imunda estava fora de controle.
Ele disse que só tocava quando ele fodia. Eu aposto que essa sua
velha amiga teria dedos marcados sobre ela dentro de um dia, garota
de sorte. E pensar que tinha sido minha idiota ideia brilhante. Deus,
eu me odiava.
— Ótimo. — Eu disse, tentando evocar imagens mentais de
Dean. Tão bonito e doce e outras coisas, muito mais ao meu
alcance. Ele não tinha desgosto escrito sobre ele do jeito que Christopher
tinha. Não havia necessidade de um sinal de alerta em sua testa bonita.
— Sim. — Finalmente ele olhou na minha direção e eu escondi a
minha miséria o melhor que pude. — Olha, Dulce. Lamento que eu fui
um idiota quando você sugeriu, acho que você me pegou de surpresa.
— Você está me pedindo desculpas? — Ele fez a coisa idiota com
o queixo. — Uau.
— Não faça um grande negócio com isso. — Ele murmurou.
— Não. Não, tudo bem. Você pode apenas dizer isso mais uma
vez para mim?
Ele revirou os olhos.
— Sinto muito.
— Você está perdoado. Não faça isso de novo ou eu vou chutar a
sua bunda até a próxima semana.
— Você é quase a metade do meu tamanho.
— Ah, mas eu sou altamente motivada e possuo uma excelente
seleção de botas de bico fino. Considere-se avisado.
— Certo. — Ele disse com a voz em algum lugar entre cauteloso
e divertido. Mal sabia ele exatamente quão séria eu estava. Algumas
dessas botas poderiam fazer um dano real nos pés de uma mulher com
rancor.
Então ele se aproximou, inspecionando a área geral da minha
boca.
— O quê? — Eu perguntei, meio tentada a cobrir o rosto com a
mão.
— Você tem a pele um pouco arranhada por barba.
— Oh. — Esfreguei meus lábios, não que isso faria qualquer coisa
além de torná-lo pior. O sentimento de culpa se esgueirou dentro de
mim por algum motivo, como se beijar no primeiro encontro fosse um
crime. Tudo tinha acontecido tão rápido. Dean deu um passo perto de
mim e seus lábios estavam nos meus e eu deixei. Essa era a verdade,
todos os sentimentos por Christopher à parte, eu deixei Dean me beijar. Ele
não chegou à segunda base.
— Como foi? — Ele perguntou, ainda de pé muito mais perto do
que o necessário, ainda olhando fixamente para os meus lábios. O
medo do olhar estranho em seus olhos me manteve imóvel. Exatamente
o que ele estava perguntado, eu não queria saber. E se eu não
perguntasse, eu poderia fingir que ele quis dizer da comida da noite
passada ou algo igualmente inofensivo como o tempo.
— Foi... Bom. — Eu disse.
— Bom. — Ele disse, em voz baixa e hipnotizante. — Você gostou.
— Dei de ombros, me comprometer de qualquer outra forma parecia
perigoso de alguma maneira.
— Até que ponto você o deixou ir? — O olhar dele percorreu meu
pescoço, meu peito, e onde quer que ele olhasse, acendia. Eu estava
suada, descabelada, e fedendo. Quando ele me olhava desse jeito, isso
não importava. Levou toda a minha contenção não cruzar os braços
sobre o peito. Eu só podia esperar que o meu moletom com capuz fosse
grosso e largo o suficiente para esconder qualquer evidência de
excitação. Meus mamilos estavam em contínuo entusiasmo pelo
homem, era uma coisa terrivelmente equivocada.
— O-o quê? — Eu perguntei.
— Debaixo de suas roupas ou por cima?
— Eu não vou contar isso.
— Estou pensando sobre isso. — Ele meditou. — Você não me
parece o tipo de dar cedo demais.
Empurrei os meus ombros, ficando em linha reta.
— Você está certo, Christopher, eu sou uma virgem pura e
brilhante. Minha capacidade de manter meus joelhos fechados
apertados é uma inspiração para todos. Agora podemos parar de falar
sobre isso?
— Você está desconfortável?
— Oh, como se isso não fosse o seu objetivo aqui.
O canto de sua boca se contorceu.
— O que posso dizer? Você me interessa, muitos não interessam.
— Isso é ótimo e me sinto quente e formigando sobre isso. Mas
eu ainda não vou contar o que se passa entre eu e outro homem. — Eu
coloquei meus pés em movimento novamente, andando aos tropeços
quando ele passou por mim correndo. Tal estilo. Tal graça.
Um momento depois, ele diminuiu os passos ao meu lado. Como
sempre, suas pernas longas e níveis de aptidão fizeram uma paródia
da minha falta de fôlego.
— Vamos, Dulce. Você não pode me deixar viver um pouco
indiretamente através de você?
— Não.
— Você não está impressionada que eu até mesmo sei a palavra,
um grande desistente escolar como eu? — Ele riu, mas ele não parecia
exatamente feliz com isso.
— Não.
Ele me deu um sorriso cínico.
— Certo.
— Com tudo o que você realizou em sua vida, você acha que eu
ia duvidar de sua determinação ou inteligência?
— Todas as drogas e merdas, você quer dizer? Sim, eu realizei
uma carga fodida disso.
— Você é um empresário bem sucedido e um músico experiente
e multipremiado aclamado pela crítica. — Eu reagi. — Chocante! Você
cometeu alguns erros. Quem diabos não comete? Você pagou por eles
e seguiu em frente.
Seus olhos se estreitaram.
— É isso o que você realmente pensa de mim?
— Sim. Você também tem uma triste tendência a ser um idiota
ocasional, mas estamos trabalhando nisso. Tenho grandes esperanças
para a sua recuperação completa. — A rigidez de sua mandíbula me
avisou que ele não estava convencido. A insegurança sobre a sua
educação, obviamente, era profunda. — Não é como se eu tivesse ido
para a faculdade. — Eu disse. — Eu não fiz bem o suficiente para
conseguir uma bolsa de estudos. O pai de um amigo possuía uma
empresa e ele me deu uma chance me testando como uma
recepcionista, sorte para mim. Caso contrário, eu provavelmente
estaria virando hambúrgueres pelos próximos 50 anos.
Ele acenou com a cabeça.
— Obrigado.
— Sem problemas.
Corremos por um tempo em silêncio. Mas, claro, ele não podia
deixar isso em paz, podia?
— Então, me diga o que constitui um bom primeiro encontro,
Dulce? Você sabe sobre esse tipo de merda. Me ensine, como se faz para
conquistar uma garota, hmm?
— Não posso falar. Correndo.
Ele bufou.