Fanfic: Ucker (ADAPTADA) | Tema: Vondy

A campainha soou pouco depois das duas da tarde. No térreo, a
banda e a equipe estavam fazendo música após um almoço constituído
por tudo o que tinha na geladeira. Eu já tinha alertado os nossos
fornecedores para a necessidade de mais. Com os caras trabalhando
aqui o tempo todo, o nosso pedido de costume poderia facilmente ser
triplicado e mais um pouco. Dorian sozinho parecia comer o seu peso em
alimentos em cada refeição. Como então ele conseguia pular e bater os
tambores, eu não tinha ideia. Eu passei o dia me fazendo útil. Quando
eles estavam gravando, fazia sentido apenas contribuir e ajudar onde
eu pudesse. Se isso significava fazer café e pegar refrigerantes então
que assim seja. Dean tinha vindo trabalhar com eles hoje, um bônus
feliz.
Corri até as escadas, cada parte de mim balançando. Nota
amável: eu não perdi o fôlego, a corrida estava começando a dar
frutos. Bom para mim.
Apenas no caso de haver algum paparazzi aleatório, eu afrouxei
meu rabo de cavalo para esconder o rosto. A tela da câmera de
segurança mostrava uma mulher escultural solitária do outro lado da
porta. Grandes óculos escuros escondiam seu rosto. Hmm,
interessante.
— Olá? — Eu estava de volta, abrindo a porta apenas o suficiente
para obter uma boa olhada nela. Em seguida, todo o meu mundo
parou.
Liv. Fodida. Anders.
A estrela de cinema.
Essa que era a velha amiga de Christopher e tinha, obviamente, não
perdido tempo e vindo para Portland para se recuperar. Meu coração
gradualmente reiniciou, lento e doloroso era o caminho. 1,83m de mau
caminho bronzeado com cabelos loiros platinados olhou para mim por
cima dos seus óculos de marca. Eu seria a morena atarracada em jeans
e uma camiseta de manga longa então. Adorável, por favor, apenas
ignore minha pele pálida e pastosa. Ela usava sandálias de tiras bonita,
apesar do clima frio e úmido e até mesmo sua pedicure estava
impecável. Por causa do meu orgulho, não poderia a mulher, pelo
menos, ter uma unha lascada ou algo assim? Certamente, não era
demais para pedir.
Minha própria culpa na verdade, eu acho que é o que você tem
por se apaixonar por um Adônis do rock 'n' roll. Suas ex-namoradas ou
amigas de foda ou qualquer coisa que Liv seja, eram obrigadas a ser
impecáveis. O cuidado que ele tinha com seu cabelo eram provas
suficientes. Como se ele só aceitasse um corpo nada menos que o
melhor.
— Oi. — Eu disse. Com uma voz “pequena”.
— Dulce? — Com uma mão ela baixou os óculos. — Você é Dulce
não é? Christopher me falou de você, disse que você estaria aqui.
Eu pisquei.
Ela estendeu a mão.
— Oi.
Minha mão tremia muito antes dela começar a sacudila.
Felizmente, ela pensou que eu estava fascinada. Deixe a dama achar
o que ela quisesse.
— Entre, por favor.
— Obrigada. — O sorriso dela vacilou um pouco diante do
meu comportamento estranho. Dane-se ela, eu estava fazendo o melhor
que podia diante das circunstâncias. Visões de Christopher e Liv juntos
encheram minha mente. Ele com seu cabelo escuro e ela com a
ensolarada boa aparência da Califórnia, um contraste tão dramático, a
câmera iria simplesmente comê-los.
E eu não conseguiria. Eu não podia descer as escadas e ver a
expressão em seu rosto quando ele a visse. Isso me mataria. Ele sorria
para mim tão raramente, mesmo um lampejo de sua covinha fazia o
meu dia. Se Liv Anders recebesse um sorriso perfeito eu derreteria em
uma poça de miséria ali mesmo.
Então, ao invés disso, eu meio que apontei o meu polegar na
direção do porão.
— Eles estão lá em baixo. Trabalhando. Eles, hum... Sim. Você
deveria descer.
— Tudo bem. — Seu sorriso se transformou em plástico, fixado
no lugar. Acho que suas habilidades de atuação não são tão boas,
afinal. — Prazer em conhecê-la.
— Sim.
— Eu te vejo mais tarde.
Eu não tinha nada.
Com passos delicados, ela desceu. Eu queria odiá-la, teria
tornado a vida mais fácil, mas Liv realmente parecia meio decente,
amigável mesmo. Se ao menos ela tivesse sido uma cadela
furiosa. Minha antipatia teria sido muito mais simples e razoável.
— Hey. — Dean vagou para fora da cozinha. Ele apareceu
naquela manhã com Taylor e estava ocupado no estúdio o dia todo, por
isso mal tinha conseguido um olá. — Eu estava pensando, talvez
pudéssemos fazer alguma coisa hoje à noite?
— Parece bom. — Eu lhe dei o melhor sorriso que eu tinha em
mim. Bom, Dean era normal. A visão dele não conseguiu acalmar meu
coração, porém, em consideração a ele ser o órgão mais sem noção que
existe. Eu deveria exigir um transplante. — Eu gostaria disso.
— Ótimo. Tentei ter um momento a sós com você o dia todo.
— Você tentou?
— Sim, mas tem sido ocupado lá em baixo. — Ele se
aproximou. — Eu gosto do seu cabelo assim.
— Obrigada. — Gratidão filtrava em meus poros por suas
palavras amáveis, era patético realmente. Seu aperto deslizou pelo meu
braço, seus dedos deslizaram sobre os meus, até que estávamos de
mãos dadas. Meus músculos desenrolaram e relaxaram. Eu não estava
sozinha. Minha vida não tinha acabado porque Liv Anders tinha
chegado, eu continuaria.
Isso era bom.
Para tanto, a pequena intimidade de dar as mãos embalou um
soco. Sexo era ótimo, mas sexo não era tudo e quando se tratava de
Dean, eu simplesmente não estava pronta ainda. Mas mãos dadas
funcionava. E isso levaria a mais beijos, um pouco de carícias talvez,
alguns toques, seguidos, eventualmente, por um pouco de fricção nos
lugares certos. Os degraus que levam até o sexo devem ser desfrutado
em um ritmo calmo, as preliminares de namoro e conhecer alguém só
poderia ser feito uma vez, por isso deve ser feito certo.
E Dean era agradável.
Christopher poderia pensar o que quisesse sobre a palavra. Agradável
era agradável. Ele parecia certo, e eu queria sentir algo por Dean. O
sentimento por ele era agradável, indolor e plausível. Três coisas que
eu tinha começado a apreciar mais e mais. Os dias de jogar o meu
coração e alma aos pés de Christopher Uckermann estavam acabados.
Um pedaço de culpa existia sobre namorar Dean quando eu
tinha sentimentos por Christopher. Mas se eu não quisesse esses
sentimentos, se eu estava disposta a trabalhar no sentido de conseguir
passar por eles...
— O que você está pensando? — Ele perguntou.
— Trabalhando o lixo. — Não era totalmente uma mentira. — Eu
deveria voltar lá para baixo.
— Eu também. — Ele disse, dando-me o seu sorriso torto.
E foi assim que acabamos andando de mãos dadas descendo os
degraus em direção ao estúdio de gravação. Bem quando os rapazes e
companhia estavam saindo do lugar.
Os olhos de Christopher trancaram em nossas mãos unidas e seu
rosto endureceu. Poderia ter sido apenas eu, mas eu tenho certeza que
a temperatura na sala disparou para níveis de lava.