Fanfic: O Mago Das Espadas | Tema: Final Fantasy/Frozen/A Origem dos Guardões/Como Treinar o Seu Dragão/Valente/Enrolados
O tempo para os humanos e efêmero, curto e cheio de realizações. É incrível o quanto eles podem fazer em um curto espaço de existência, diferente dos Gigas que podem viver por vários e vários séculos e que as vezes não fazem absolutamente nada de sua existência.
Esse foi um dos vários motivos que levaram o Giga do vento a se aproximar dos humanos e a conviver com eles. Eles sabiam que seu tempo naquele mundo seria curto, mas mesmo assim o viviam com toda a sua intensidade!
Infelizmente ele não poderia fazer nada quando o tempo da pessoa chegava ao fim, apenas assistir e dizer adeus... mais uma vez...
Após vencer Fortinbras e dar o último adeus a sua menina, Kasedori deixou a Montanha do Rei Celestial, sua terra e voou além-mar, conheceu outras terras, culturas e novos irmãos Gigas e descobriu algo terrível... Fortibrans não estava sozinho. Haviam outros Lordes como ele, sete no total e que também já haviam tentado escapar de suas prisões, trazendo consigo sua prole de criaturas horrendas.
Sua batalha ainda não havia acabado como sua menina havia lhe profetizado, ele precisava continuar lutando e escolhendo outros para se juntar. Mas desta vez seria diferente, pois ele não se uniria mais como um simples Giga, mais sim como um Espirito Guardião! Ele assim como outros três Gigas fizeram o pacto com Gaia, abandonando suas vidas mundanas e tornando-se seres de mais pura luz. Adormeceriam em quatro anéis que seriam suas Relíquias e somente eles poderiam escolher seus Regentes! Uma dadiva especial dada pela própria Gaia e assim foi feito.
Kasedori e seus companheiros Sif, Liones e Taurus escolhiam minuciosamente quem seriam seus Regentes, ou melhor, seus Cavaleiros. Percebeu de imediato que a força que ele tinha agora era infinitamente maior de quanto era um simples Giga e seus escolhidos partilhava dessa força... como ele desejou que Sakura tivesse tido essa chance...
Infelizmente ele não podia reclamar, a guerra contra o Abismo não iria esperar por seu eterno luto, teria que continuar lutando... infinitamente se fosse o caso. Enfrentou Fortinbras diversas e diversas vezes, mas nunca conseguia matar o maldito, somente o trancando em seu portal. Faltava algo para matar definitivamente o Lorde, mais ele não sabia o que! Séculos passaram-se e cada vez mais ele se sentia frustrado, não com seus Regentes, mesmo eles não sendo sua criança os respeitava, era o mundo que começava a deixá-lo frustrado!
Principalmente sua terra natal...
Em Yamato, os humanos e os Gigas agora viviam em paz, porém sempre existia alguém que parecia querer acabar com esse equilibrou ou se beneficiar dele. Presenciou várias coisas que fizeram seus interior crepitar em ódio puro, como injustiças, traições, covardia e o pior de tudo... omissões por parte dos Xoguns que causavam dor e sofrimento a seu próprio povo e tudo piorou quando assistiu um homem que um dia havia lhe ajudado se rebelar contra sua própria terra. Sua vingança foi terrível... pessoas de inúmeras classes sociais enlouqueciam pelas ruas, matando pela posse da tal Máscara da Felicidade.
Ele e seu atual Regente foram investigar e descobriam que o forasteiro que havia tentado libertar Fortinbras havia deixado anotações sobre uma substancia que causava uma terrível dependência e que afetava tanto o físico, psicológico e sua Aura. Kasedori rapidamente entendeu o que era aquilo... era a Erva do Abismo! Uma erva comum, porém embebecida pelo sangue do Lorde da Calamidade que fazia os demônios ficarem ainda mais violentos! Algumas delas devem ter sobrado depois das lutas contra o Lorde!
“Ele havia deixado suas sementes de ódio e loucura aqui!”
Exclama o Espirito Guardião enfurecido, logo ele e seu atual Regente Ruyken correram até a capital para avisar sobre a descoberta... só que já era tarde demais... o traidor já havia feito seu movimento.
O palácio estava um caos! Pessoas com os olhos esbranquiçados se digladiavam pela posse das riquezas do lugar, alguns chegavam a se matar e riam, riam como seres sem luz, mesmo vertendo lágrimas. Não aguentando mais aquele espetáculo nefasto Ryuken cravou sua Yamato no chão liberando sua Aura, fazendo todos apagarem e por fim seguindo até a sala do trono onde viram o causador de tudo aquilo.
Sentado no trono com sua espada sobre seu colo, o corpo do Xogum sobre seus pés servindo de banco e sua cabeça cravada numa lança a sua direita. Ali estava seu antigo amigo e companheiro de luta...Hagamoto Kagemitsu.
E mais afastado de cabeça baixa estava...
“Daigoro!”
O leal Giga lupino que tanto os ajudou no passado estava prostrado ao chão com sua cabeça baixa, nem ao menos ousou encara o Espirito Guardião e seu Regente.
– Nem adianta falar com ele... ele mordeu a própria língua!
A voz de Hagamoto se fez presente no salão.
– Não entendo sua atitude, afinal ele me ajudou a cumprir meu grande objetivo...
Se levantou do trono caminhando até o Regente.
– ...o de livra esta terra da influência de um líder fraco!!!
Chuta o corpo decapitado do Xogum para perto do lupino, sujando sua face de sangue.
– Deveria estra feliz!
Os olhos de Ryuken tornam-se verdes.
– Hagamoto... o que fez?!
Exclama o Regente com a mão direita sobre Yamato!
– Douma podia ser um canalha, mas ele ainda era o Xogum! Você jurou servi-lo, protegê-lo e a seu povo e agora faz totalmente ao contrário! Que insanidade é essa?!!!
Bradou o Regente em fúria.
– Insanidade?
O samurai decaído ri.
– Isso não é insanidade... só estou removendo as máscaras deste reino e expondo a verdade.
– Verdade?
Questiona Ryuken.
– A verdade que... Yamato já está condenada!
– O QUÊ?!
O Espirito Guardião e o Regente bradarão juntos fazendo o samurai decaído ri ainda mais alto.
– É isso mesmo meus antigos camaradas! Yamato já se condenou a muito tempo... no momento em que permitiu que os demônios do Abismo adentrassem em nossas terras.
“Como assim?”
Kasedori não entendeu aquela frase. Fortinbras e seus vassalos invadiram este mundo e causaram o caos em Yamato, não ouve ajuda para eles invadirem.
Foi o que ele sempre pensou...
– E seu eu te revelasse meu caro amigo penudo... que os demônios do Abismo e seu Lorde não podem entrar em nosso mundo... sem ajuda!
O mundo do Espirito Guardião parou ao som daquela resposta.
“Isso não é...”
– É claro que é! Você mesmo já deve ter cogitado essa ideia!
Era verdade, a mente de Kasedori equivalia a de mil sábios. Logico que ele já havia cogitado que Fortinbras teve ajuda de outros para vir a este mundo, mas para tal ato ele precisava enviar um Vassalo que escolhesse um humano e juntos abrissem o portal. Um humano comum não seria louco de abrir o portal por livre e espontânea vontade?
Ou seria?
“Hagamoto... o que está insinuando?!”
– Não estou insinuando nada... é um fato!
Exclama o samurai decaído.
– Os demônios do Abismo só conseguiram vir para este mundo, por causa da ganância do homem em querer poder! Puro e simples! A primeira abertura do portal foi feita pelo Xogum que desejava ter a vida eterna! Como seus sábios e curandeiros não conseguiram, ele recorreu ao poder das trevas! Quebrou o selo e libertou o Lorde da Calamidade de sua prisão!!!
“NÃO!”
Brada o lendário pássaro.
“Os vassalos forçavam os humanos a tal ato, eles não fariam...”
– Mais para que o vassalo habite um corpo ele tem que ter a permissão do humano para tal.
“O quê...?”
Kasedori não conseguia acreditar no que ouvia, sempre acreditou que a culpa dos demônios de sempre invadirem sua terra fosse exclusivas deles... mais não... não eram eles que saiam por livre e espontânea vontade... eram os humanos que os libertavam!
Permitiram a matança, a destruição e...
“Sakura...”
– Agora você entende pássaro de merda!
O samurai decaído se aproxima mais da dupla.
– Não importa quanto tempo você estude, treine e escolha outros Regentes. Você nunca irá derrotar Fortinbras por completo! Por que enquanto existir ganância, ódio e sede por poder ele sempre se levantara!
E aponta sua espada para os dois e finaliza:
– Em suma... a sua menina morreu em vão!
Os olhos do espirito desfocaram, sua Aura se extinguiu, sua mente ficou vazia. Tudo que ele acreditou, lutou e defendeu... não valeram de nada?
As constantes vitorias contra seu arqui-inimigo não significaram nada?
Os ensinamentos, o tempo gasto, o elo com seus Regentes, não serviram para nada?
O tempo que conviveu com Sakura, sua vida, seus esforços e seus sacrifícios foram jogados no lixo por... esses vermes que não se contentavam com o poder que tinham?!
A voz de Ryuken o chamando lhe despertou, Hagamoto já estava os atacando com tudo o que tinha. Olhou para o samurai e viu em seus olhos um familiar brilho carmesim e a sombra deu seu maldito inimigo a suas costas, ao mesmo tempo que ouviu o choro de sua menina.
“Já basta...”
Sua Aura emergiu para fora de seu Regente.
“JÁ BASTAAAAAA!!!”
Ventos violentos emergiram de seu corpo envolvendo a espada de cabo branco que teve a cor de sua lâmina alterada para verde! A Aura de Hagamoto tremeu de medo ao encara os olhos de Ryuken, verdes como os de um facão ao qual Mana brotava para fora. Eram as lágrimas do Espirito Guardião que havia perdido tolamente sua fé na humanidade!
A batalha... não ouve batalha... Ryuken possuído pelo ódio de Kasedori derrotou Hagamoto sem problemas. Quando Kojiro chegou, o samurai já estava derrotado, porém o Regente pediu para que não contassem a ninguém que haviam sido eles que pararam o traidor. Foi um pedido de Kasedori que estava agora fora do corpo de seu Regente, olhando o céu de uma terra que ele achou conhecer e que um dia amou.
O resto... já é conhecido.
O filho do Xogum ordenou a execução de Hagamoto que logo em seguida teve seus restos lançados ao Abismo. Por experiência própria o Espirito Guardião sabia que seu arqui-inimigo iria usar o samurai em seus planos e que um dia... ele viria a se tornar um Vassalo das Trevas e junto com algum humano tolo... tentaria libertar o Lorde... mais uma vez.
Mais ele não disse nada, não se importava mais, não com aquele povo que sacrificou sua menina e a tantos outros por nada...
A única coisa que fez foi impedir a morte de Daigoro. O pobre Giga não merecia a morte, não impediu seu mestre por devoção ou lealdade, mais sim por que ele era seu amigo! E até o fim ele manteve essa amizade, mesmo que seu amigo já estivesse perdido... ele valia mil vezes mais do que aquele Xogum, seu povo e os outros Gigas.
E assim foi feito, Daigoro foi deposto de seu cargo, posses, honra e espada, ao qual Ryuken a salvou, a guardando consigo, evitando que ela fosse usada para matar mais Gigas. A guardaram em uma caixa trazida por Roberto Salles do ocidente e assim ninguém de Yamato saberia onde ela estaria ou como acessa-la. Para os registros da história... ela foi destruída.
E quanto a ele... desfez o pacto com seu atual Regente que não discordou, também estava decepcionado com tudo o que descobriu e não lutaria por aquele governo e nem pelo seu povo, deixaria que outros o fizessem e quem sabe um dia... seu amigo encontraria um humano que o faria retornar sua fé perdida.
Kasedori negou e disse que não mais escolheria outro Regente, viveria isolado em seu próprio mundo e seria esquecido pelo tempo.
Mas Ryuken como bom amigo que é reiterou:
– Você me ensinou a nunca perder a esperança em mim Amadori. Por isso eu não perdei em você!
O Giga olhou surpreso para seu amigo que sorriu:
– Pode demorar, mas eu tenho certeza que um dia... você encontra alguém que lhe reascendera a chama da sua fé... nisso eu tenho certeza! Até lá!
Ergueu sua espada.
– Minha Yamato estará selada e só aceitara um novo mestre quando você o escolher!
Kazedori não respondeu, apenas agiu, abrindo suas grandes asas envolvendo seu amigo.
E assim o Decimo Quarto Regente do Espirito Guardião do Vento e da Sabedoria foi embora, seguindo seu caminho. Anos depois o pássaro descobriu que seu amigo viveu e morreu seus últimos anos... em paz.
Décadas se passaram e Kazedori não escolheu mais nenhum Regente, e o que Hagamoto havia previsto... aconteceu. Yamato foi invadida pelo ocidente que lhe atacou com tudo o que tinha, seu antigo povo reagiu e lutou com todas as forças, mas nem eles foram páreos para as trevas que já haviam sido impregnadas em seus corações e mentes. Seus próprios governantes causaram sua queda e assim os mais de mil anos de história do glorioso reino do oriente... chegaram ao fim.
Seis séculos se passaram e Yamato se reergueu sobre o nome de San Fransokyo. Uma nação forte, evoluída e agora parte do Mundo da Magia... mas que ainda mantinha suas trevas intactas.
Discriminação, ódio e escravidão contra as maquinas mostravam bem a face do povo, que desprezavam e maltratavam aqueles que nem podiam se defender. Sua fé em seu antigo povo ficava cada vez mais fraca ao ponto de sua bela Relíquia tornar-se um anel velho e enferrujado. Ele nem se importava, não escolheria outro Regente mesmo.
Porém... um dia ele ouviu uma voz.
– Por favor...
“Hum?”
– Se você é mesmo uma Relíquia e possuiu algum poder... me ajude!
Alguém estava em posse de sua Relíquia? E não era o antigo possuidor, era alguém diferente, com uma voz fraca e embargada em dor e estava...
“Me pedindo ajuda?”
Devido sua decisão de ser recolher em seu mundo, seu nome foi esquecido, assim como seus feitos e lendas. Por isso ninguém lembrava que um dia existiu um grande guardião na terra do oriente.
Mas essa criança...
“Ele sabe que existe algo dentro do anel que segura... mais como?!”
Se questiona o espirito que ouve outra frase:
– Sei que sempre falei mal da magia e a desprezei... mas eu não sei mais com que contar...
Deveria ser alguém que perdeu parentes ou têm um grande rancor contra o Mundo da Magia.
“Pobre alma... nem faz ideia que a magia não tem culpa de nada... e sim aqueles que ‘acham’ que a manipulam.”
– Eu só quero meu amigo de volta... quero ele aqui... junto comigo!
“Amigo?”
– Você... antigo rei que está aí no céu... pode me ouvir?
“Ele está falando com...”
O Espirito Guardião olhou para o céu de seu mundo onde a lendária estrela do antigo rei jazia. Uma cópia exata da verdadeira e única...
“Brave Vesperia...”
Na mesma hora, lembranças dos tempos de luta e aventura que viveu com seus Regentes e companheiros inundou sua mente e coração. Lembranças de um tempo em que ele ainda tinha esperança e fé na humanidade. Um tempo em que estava disposto a tudo para proteger o mundo que sua menina tanto lutou e defendeu.
Mas agora...
“Não... eu não desejo mais lutar... eu não tenho mais pelo que lutar!”
– Será mesmo?
“Ah?”
O lendário pássaro ouviu uma voz ecoar no vazio e então sentiu a presença de alguém dentro de seu “mundo”. Alguém que ele não havia convidado ou permitido sua entrada. Rapidamente se deslocou pelo mundo até encontrar o invasor que estava parado sobre um tapete de grama verde, um completo contraste comparo ao breu que era aquele mundo.
“Quem é você e como invadiu meu ‘mundo’ ?!”
Bradou o pássaro para o estranho que tinha aparência de um jovem de longos cabelos castanhos e trajando roupas humildes.
– Não temas nobre espirito, não sou seu inimigo... sou apenas um filho perdido de Yamato assim como você.
“Filho perdido de Yamato?”
Questionou o pássaro encarando o jovem.
– Exatamente. Sou alguém que guardou os ensinamentos e a honra do glorioso passado de Yamato.
O pássaro fitou o jovem mais de perto e sentiu uma ar familiar nele.
“Você... é um Monge de Yamato?”
O jovem acena em afirmação com a cabeça deixando o espirito incrédulo.
“Isso é impossível! Todos os monges morreram na defesa desta terra! Como isso é...”
O jovem ergue sua mão esquerda pedido a palavra.
– Sei que é difícil de o senhor acreditar em mim e não o culpo por isso. Afinal por estar tanto tempo recolhido neste mundo não teria como saber, mais a verdade é que nem todos os antigos filhos da terra do oriente aceitaram de bom grado o julgo do ocidente e a obrigação de abandonar suas artes seculares.
Os olhos de Kasedori se arregalaram em espanto.
– Alguns, assim como minha família deixaram está terra e foram em busca de um novo lar, onde não seriam julgados ou oprimidos por sua etnia e cultura.
“E... conseguiram?”
Questiona o pássaro.
– Sim.
Responde o jovem sorrindo.
“Incrível...”
O espirito dá as costas para o jovem.
“Achei que os ensinamentos e a arte do oriente haviam se perdido para sempre!”
– Mais não se perderam.
Reponde o jovem fazendo o antigo espirito se voltar par ele.
– O legado de Yamato ainda vive e vivera por muitos e muitos séculos, através da nova geração.
Aponta para o vazio.
– E através... dele...
“Dele?”
O Giga olha na direção de onde o jovem apontou e da escuridão no meio do mundo vazio uma imagem desfocada surge. Logo ela começa a tomar forma, era pequeno, magro e parecia carregar o peso do mundo nas costas.
“Quem é?”
– Este é Hiro Hamada.
Entoa o jovem.
– Uma criança que descobriu muito cedo o que a magia mal usada e a ganância desenfreada podem causar em sua vida.... assim como o senhor.
Kasedori olhou para a imagem do menino a sua frente. Seus olhos castanhos estavam sem brilho, seu rosto levemente inchado, suas mãos cobertas por faixas. Ferimentos incomuns para uma criança daquela idade, mas o que chamou mais atenção do Espirito não foram os ferimentos e curativos, mais sim ver um anel muito familiar nos dedos do jovem.
“Minha Relíquia!”
– Sim senhor... Hiro conseguiu recuperar sua Relíquia.
Reponde o jovem.
– Ou melhor... nós conseguimos.
Kazedori estreitou os olhos olhando novamente para o jovem monge e o questionou:
“Quem é você de verdade?!”
Se voltou aproximando-se do jovem, abaixando sua cabeça fitando assim os olhos do invasor que eram da mesma cor que os do menino.
“Você não é um simples monge.”
Conclui o espírito.
“Mesmo os mais estudiosos e dedicados a atingir a iluminação não conseguiram se tornar Espíritos Guardiões... e você que parece alguém normal conseguiu e ainda invadiu meu mundo!”
A Aura de Kazedori se expande contra o jovem que nem recuou, parecia alheio a agressividade do espirito. Era como se ele estive...
“Em paz...”
– Não... isso eu não estou, nobre irmão...
Responde o jovem.
– Estou muito longe disso... sou apenas alguém que não conseguiu aceitar a própria morte e ainda perambula por este mundo... em busca de algo.
“E... o que seria essa algo?”
Questiona o grande espirito para o jovem monge que sorri.
– Eu... não me lembro.
“Não se lembra!”
Aquilo realmente deixou o espirito surpreso. Era de seu conhecimento que um Espirito Guardião ao ficar muito tempo trancado em sua própria Relíquia pôde perde parte de sua memória de quando ainda estava vivo, necessitando assim de um Regente para se unir a ele e com o tempo de convivência ir se recordando e no fim relembrar o motivo de sua permanecia no mundo.
Mas aquele jovem...
“Você claramente é um espirito evoluído que não necessita de um Regente para lhe ajudar a recordar do passado.”
Declara o lendário pássaro.
“Como pode admitir com tamanha certeza que não sabe o motivo de ainda estar aqui neste mundo?”
O jovem apena dá de ombros.
– Apenas não sei.
Volta seu olhar para o menino.
– Só sei que... quando estou perto dele... as dúvidas desaparecem e a incerteza se torna certeza.
Sem perceber ele sorria, um sorriso puro e feliz de alguém que se recordou de algo muito bom. Algo que lhe dava vontade de viver e lutar.
– Quando olho para ele me sinto... em casa...
Confessa o jovem que era observada atentamente pelo espirito que não piscava. Sua mente elevada tentava entender o que se passava ali naquele momento, porém a resposta não veio... não pela mente pelo menos, mais sim pelo...
“Coração...”
Um órgão do corpo que bombeia sangue para todo o nosso corpo segundo estudiosos, mas para os magos é o local onde canalizamos nossa Aura, e através dos circuitos mágicos a espalhamos para todo o nosso corpo, nos dando forças para realizamos... o impossível.
“Intrigante...”
Murmura o grande pássaro.
– Não é?
Devolve o jovem sorrindo para o pássaro que serra os olhos.
“Ok, você conseguiu. Tem minha atenção!”
Entoa o pássaro pousando ao chão, abaixando suas defesas enfim permitindo que o jovem se aproximasse mais.
“O que, quer de mim?
– Só a uma coisa que eu quero.
Responde o jovem com serenidade, mas também com firmeza.
– Preciso de vossa ajuda... para salvar meu amigo!
O espirito arregalou os olhos incrédulo.
“Como é?!”
– É o que o senhor ouviu.
Reforça o jovem que junta as mãos diante do rosto, abaixando a cabeça em sinal de respeito para com o pássaro.
– Peço humildemente... que salve meu amigo!
Pede o jovem.
– Salve-o de um destino cruel imposto por uma pessoa que deveria lhe proteger!
Implora.
– Salve-o de ser perder na escuridão do esquecimento e da solidão!
Para que o mesmo não acontece com ele.
– Salve-o... por favor!
Por que...
– Eu já não posso mais.
Esse foi o pedido feito pelo jovem monge para o grande pássaro que nada disse, apenas ouviu seu clamor e não o interrompeu. Havia ficado curioso com o misterioso e qual seria seu pedido, mas se decepcionou ao ver que ele era igual a todos os outros. Mais um que queria que ele usasse seus poderes para algo, mesmo que não fosse para ele próprio, não mudava o resultado.
Ele estava pedido para que ele tornasse o menino um...
“Eu me recuso!”
Entoou o Espirito Guardião.
“Achei que por ser um monge pediria algo diferente, como sabedoria ou ensinamentos para seguir sua jornada para o Grande Espirito. Mais não... você invade meu mundo, se põe diante de mim, aguça minha curiosidade para no fim pedir o que todos pedem... PODER!”
A Aura do lendário pássaro se eleva, fazendo com que os espaço em que eles estão tremesse.
“Eu devia destruí sua miséria existência ao ponto de você nunca mais poder reencarna! Para que nunca mais tenha a petulância de se pôr diante de mim ou qualquer outro Espírito Guardião!!!
Declara o pássaro em toda a sua fúria. Ele tinha razão, os humanos não haviam mudado em nada!
– Se esse for meu destino... eu aceitarei de bom grado!
Responde o jovem sem medo.
“O quê?!”
O Espírito Guardião pergunta atônito.
“Acaso não temes a ‘morte’?”
O jovem suspira.
– Já morri... então não tenho medo de sofrer a “Morte da Alma”. Creio que isso para mim seria até lucro!
Kazedori ouviu aquilo incrédulo.
“Não diga tolices! Você não faz ideia do que é a ‘Morte da Alma’.”
– Faço sim.
Responde o jovem.
– É o estado onde sua existência se resume a nada! Você não se vê e não se sente. Dizem ser um sofrimento pior do que no Abismo, porque você simplesmente se torna... o nada.
“E todos que um dia lhe conheceram ou ouviram menção de você... se esquecem... para sempre.”
Completa o Grande pássaro.
– Exatamente.
“E mesmo assim não teme este castigo?”
Inquere o Espirito.
“Iria tão longe assim para salvar este menino?”
Sem medo o jovem responde olhando o grande pássaro bem no fundo dos olhos.
– Sim! Eu iria!
Kasedori não teve resposta para aquilo. Não era algo racional! Na verdade era algo totalmente IRRACIONAL! Ele estava arriscando sua própria existência por aquele menino... por que?
“O que em nome de Gaia esse menino é para você?!”
– Ele é... minha salvação!
Um lágrima escorre pela face do jovem monge.
– Ele foi aquele que conseguiu transformar meu coração de aço em algo totalmente novo... algo que tem vida!
Abre os braços diante do espirito.
– Ele me ajudou a dar um nome a mim mesmo e me ensinou o que é lutar pelo meu próprio destino!
Serra os punhos com força.
– Ele é a última esperança de Yamato não ser engolida pelas trevas!
Se ajoelha perante o espirito.
– Ele que vê a todos como irmãos, não importando se são feitos de carne, aço, ou plástico.
Sua Aura emana para fora do corpo reagindo a suas emoções, dando assim ênfase a suas palavras.
– Alguém que pôde realizar o meu desejo... e o seu...
Nesse momento Kasedori sentiu seu peito se comprimir e seus olhos a desfocarem-se. Abaixou sua cabeça novamente ficando assim próximo do rosto do jovem ao qual sussurra:
“Que desejo?”
E o monge respondeu:
– Ele pôde matar o demônio... definitivamente.
Se levantou.
– Mais não sozinho... ele precisara de ajuda... de sua ajuda.
O espirito ergue a cabeça.
“Está blefando!”
Mas o jovem é enfático.
– Acha mesmo que eu arriscaria minha existência para vir lhe contra uma mentira?
Novamente o jovem lhe havia deixado sem ação.
“Isso é impossível! Enfrentei aquele maldito quatorze vezes e nunca consegui matá-lo por definitivo! Como você e um mero ‘menino’ saberiam como?!”
E o monge sorri:
– Por que... temos algo que ele não tem.
“Hum?!”
– O senhor provavelmente não irá acredite em minhas palavras então deixe me provar!
Apontou para o menino ao longe.
– Deixe que nos lhe mostremos... um novo caminho!
Fecha as mãos diante do peito.
– Uma nova chance de vivermos. Uma chance para enfim escaparmos deste destino nefasto e sombrio. Uma chance de... Seguirmos em Frente!
“Seguir em Frente...?”
De imediato ele lembrou de sua menina quando estava para deixar este mundo. Que ele deveria encontrar outro e continuar sua jornada, ele fez isso diversas vezes, então porque agora seria diferente?
Ele olhou para o homem com frieza pensou.
“Eu não tenho nada a perder, já ele... tudo!”
Olhou para o menino e teve uma ideia.
“Muito bem... eu aceito ajudar.”
O jovem monge sorri em jubilo.
Porém...
“No entanto, eu só ajudarei se ambos passarem por um teste!”
O jovem serrou os olhos e fechou os punhos com força, já deveria imaginar que não seria fácil.
– E qual é o teste?
O pássaro sorriu.
“Um teste longo que durara anos, talvez até décadas, no qual vocês terão que me convencer de que EU estou errado! De que a humanidade, ou melhor, o povo de Yamato merece uma segunda chance! Mostrem para mim o guardião do Vento e da Sabedoria... este tal novo caminho!”
Ergue sua assas esquerda diante do jovem.
“Se passarem... aceitarei o menino como Regente, se falharem... mando as almas de ambos para o esquecimento! O que me diz?”
Com aquilo, Kasedori esperava que o monge desistisse, afinal não iria colocar seu querido amigo em risco, mas para sua surpresa ele apertou sua asa e aceitou o acordo com a promessa que eles não só iria cumprir a provação... como iriam faze-lo recobrar sua fé na humanidade.
E para a imensa surpresa dele... eles conseguiram. Mostraram um caminho que ele havia esquecido a seculos. Um caminho onde havia esperança e vida, um caminho que sua menina lhe ensinou e ele havia esquecido.
A chama de sua alma reacendeu... assim como seu nome!
– AMADORI NO HA!!!
Bradou o jovem Cavaleiro disparando sua técnica, assim como sua menina um dia fez contra os servos do demônio!
Sua esperança havia sido resgatada e sua determinação renascida!
“Fortinbras... hoje terminaremos nossa história... para sempre!!!”
Bradou o pássaro sagrado para seu arqui-inimigo que confirmou... aquele seria seu último confronto, ao qual somente um deles continuaria a existir!
Autor(a): Ash Dragon Heart
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 3
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Magda Postado em 29/08/2019 - 12:08:48
continua!!
-
Magda Postado em 07/04/2019 - 20:26:24
oii! continua, vou ler!
Ash Dragon Heart Postado em 07/04/2019 - 20:54:55
Pode deixar! Essa historia não ira acabar tão cedo e bem vinda a Draconia!