Fanfic: O Mago Das Espadas | Tema: Final Fantasy/Frozen/A Origem dos Guardões/Como Treinar o Seu Dragão/Valente/Enrolados

Amor, uma palavra tão pequena, mais tão forte. Deste sentimento as pessoas conseguem superar seus maiores medos, traumas ou dificuldades pelo bem de alguém querido. Muitas guerras já aconteceram devido ao amor, como também muitas cessaram por sua influência e até na salvação de um mundo, já que foi pelo amor que nutria por este mundo que a Deusa Althena desceu da lua para salva-lo. De seu amor surgiu a chama que substituiu a chama primordial, de seu amor o mundo se restaurou, recuperando sua beleza e vida, e de seu amor... seus filhos nasceram.

Infelizmente nem todos os seus filhos compartilharam de seu amor eterno, causando caos e destruição por gerações, mas aqueles que entenderam e o disseminaram apreenderam as artes e magias para mudar o mundo e salvar inúmeras vidas... principalmente daqueles que mais amam.

Há um ano atrás, em uma cabana vazia próximo de Draconia...

– Astrid... você tem certeza disso? – Questiona o jovem moreno mais uma vez. – Se você fizer isso... não tem volta!

– Soluço... – A jovem de cabelos loiros se aproxima tocando no rosto de seu amado. – Não adianta tentar me fazer mudar de ideia, eu já tomei minha decisão!

– Só que você nem pensou direito! – O rapaz remove as mãos da jovem de seu rosto as segurando com força. – Eu não posso aceitar que você compartilhe isso comigo é uma responsabilidade grande demais!

– Grande demais para você carregar sozinho! – Devolve a jovem com força. – Eu vi como você vem sofrendo... dia-após-dia, lutando para esconder essa dor que te consome, de mim e de todos! Não é justo você sofrer sozinho e calado!

– Mais é o meu dever! Como filho de Althena e como Arauto!

A jovem guerreira meneia a cabeça.

– Um dever que nem deveria ser seu, você só o obteve para proteger a mim e a seus amigos... você deveria tê-lo devolvido logo depois!

– Sim... eu deveria. – Confessa o jovem Arauto. – Mas quando eu vi os homens do ministério fazendo perguntas e investigando sobre nós, eu percebi que havia algo de errado... muito errado. – Ele se afasta dando as costas para sua amada. – Eles não estavam nos congratulando por salvarmos o Mundo da Magia, mais sim para saberem como meros magos adolescentes derrotaram alguém tão poderoso, fato que muitos adultos e magos experientes tentaram e fracassaram vergonhosamente. – Ele serra os punhos em fúria. – Principalmente como a vergonha de Stoico obteve o maior poder deste mundo abaixo apenas do Dragon Master!!! – Brada desferindo um soco contra uma mesa velha a reduzindo a pó.

– Soluço, para! – A jovem guerreira corre abraçando o rapaz por trás. – Não importa o que seu pai pense, ou os idiotas do ministério achem... você é o que é! Uma ótima pessoa que se importa com os outros, alguém que pensa no próximo e que age para defender quem realmente precisa... um verdadeiro líder!

O Arauto sente seu coração tremer ao sentir a força das palavras proferidas por sua amada, seguidas por seu abraço apertado, tão caloroso e tão confortante e de suas lágrimas molhando suas roupas. Ela nunca foi de chorar... nunca! Mas por ele...

“Quantas vezes eu já te fiz chorar Milady?”

Fecha seus olhos com força, derramando as lágrimas que ele segurava por tanto tempo.

“Era para mim suportar este fardo sozinho.”

Serra os dentes se sentindo um fraco.

“Mas ai vem você... tão forte, tão compassível que quer dividir essa responsabilidade... comigo... um rejeitado?”

Toca nas mãos de sua amada as apertando com força.

“Você que esteve sempre perto de mim, por tantas vezes me apoiando, me protegendo quando eu ainda era fraco e agora... que me ajudar a carregar este fardo?”

Remove as mãos dela de seu peito, voltando-se para ela, com delicadeza ergue seu queixo, toca em seus lábios vermelhos, lábios que ele tanto adorava sentir. Encosta sua testa com a dela fechando os olhos sentindo sua respiração, assim como ela sentia a dele acelerada. Ela sabia muito bem que ele não queria fazer aquilo, mas precisava convence-lo, se não...

“Eu não consigo imaginar um mundo sem você...”

O professor Archer já havia explicado para a jovem que o corpo de Soluço não é compatível como o poder que ele obteve. Se ele o tivesse obtido mais cedo, ainda novo, o poder teria crescido junto com ele, se moldando, o fortalecendo pouco-a-pouco, mas o jovem berkiano teve que obtê-lo as pressas para a batalha contra Breu ao qual saiu vitorioso, mas agora estava pagando um alto preço por seu ato.

“Você não pode partir... não depois de todo o bem que você me fez!”

Astrid nunca deixou ser tomada por seus sentimentos, considerados banais por seu povo. Foi criada e treinada para ser fria como uma rocha e afiada como um machado, sua arma favorita e brasão de seu clã... ou melhor ex-clã.

“Você me mudou... de uma menina fria e sem sentimentos me tornei uma pessoa que olha a vida com muito mais importância... com muito mais zelo.”

Toca o rosto de seu amado ainda de olho fechados, o acaricia, sentindo seu calor.

“Eu estava perdia nas trevas da solidão e você me tirou de lá, me ensinando um novo caminho ... meu salvador... meu herói... meu dragão...”

Ela chorava ao lembrar de tudo pelo que passaram até aquele momento, tão jovens e já com tantas histórias para contar para seus filhos e netos.

– Eu te amo...

Ela próxima seus lábios do dele sussurrando.

– E eu te quero... pra sempre...

E assim seus lábios se selam, os ligando, interna e fisicamente e naquele momento Astrid havia se tornado de Soluço... para sempre, na felicidade... e na dor...

– Asty... Asty!

Uma voz conhecida a chamava, mas ela não queria acordar, ou melhor não conseguia.

“O quê...?”

– Asty fala comigo... por favor! – Pedia a voz com mais força.

“Espera... essa voz?”

Não demorou para reconhecer a dona da voz.

“Elsa?!”

A jovem guerreia abre os olhos, porém o que ela vê não é a face alva e bela de sua amiga diante dela, mais sim abaixo.

“Mais o que?!”

Diante da guerreira estava sua amiga, ajoelhada no chão sobre algo, ela tenta se aproximar, mas suas pernas não respondem.

“O que tá acontecendo?!”

Ela chama por sua amiga.

“Elsa!”

Mas ela não responde.

“Por que você não tá me ouvindo, e por que eu não consigo me mexer?!”

A jovem se desespera, tenta se mexer, mas a única parte do seu corpo que reage são suas mãos e quando olhou para elas percebeu que estavam diferentes, transparentes.

“Por Althena...”

– Elsa! O que aconteceu?

Astrid reconheceu a voz de Heather e a mesma chega junto com Perna de Peixe, ambos já se ajoelham próximos ao lado da princesa que chorava.

– Eu não sei! Estávamos caminhando e de repetente ela sentiu uma dor forte no peito e desmaiou! – Explica a princesa ainda em lágrimas.

“Desmaiei? Como assim Elsa eu tô bem aqui!”

Chama a guerreira sem ser ouvida, foi então que ela percebeu que havia alguém caído próximo de seus amigos, olhou com mais atenção vendo que era uma jovem... muito familiar.

“...”

Ela não consegue falar ao olhar com mais atenção para a jovem, sentindo um calafrio. O formato do rosto, cor dos cabelos, o machado inseparável e os olhos azuis safiras herdados de sua falecida mãe. Aquela ali embaixo era ninguém menos do que...

“Eu!”

Astrid olhava para seu próprio corpo estirado ao chão sem entender ou compreender nada, num minuto estava caminhando por Burg a sós com Elsa, após Nall finalmente desgrudar dela. Estavam conversando sobre seu próximo passo para encontrem a caverna do Dragão Branco, quando sentiu uma fisgada no peito, seguido por uma forte queimação e tonteira, sua visão ficou embasada e depois nada... tudo apagou e quando abriu os olhos estava ali... praticamente flutuando no ar vendo seus amigos e seu corpo bem diante de si.

“Por Althena, o que tá acontecendo?!”

Questiona a jovem sem saber o que fazer.

– É melhor levá-la até o senhor Ramsus, ele pode ajudar já que é um Arauto. – Opina o menino gordinho e as duas meninas apoiam. Logo Perna de Peixe recolhe o corpo de Astrid nos braços a levando até a casa do Arauto sendo seguido por Heather e Elsa que carregava seu machado, deixando a jovem ali... sozinha e perdida.

“Gente... esperem...”

Ela não conseguia se mexer.

“Não me deixem aqui!”

Eles não a ouviam.

“Por favor!”

Ela gritava, implorava, mas era em vão... estava sozinha naquela situação e sem saber o que fazer.

“Deusa Althena... por favor me ajuda!”

Encolhe as mãos para perto do seu peito, segurando um pequeno cordão com uma pedrinha negra.

“Soluço... socorro...”

Pede em lagrimas ajuda de seu amado, que não responde... ele não pelo mesmo.

“Não adianta rezar menina... seu namorado não vai responder.”

“Ah?!”

A jovem se vira, mais não havia ninguém perto dela.

“Será que tô enlouquecendo... tô ouvindo coisas...”

“Não... não está!”

“Ahhh!!”

Ela grita ao sentir uma mão pesada sobre seus ombros, tenta tirá-la, mas já não havia nada ali.

“Quem tá fazendo isso?! Aparece logo!!!”

Brada a jovem guerreira com toda a força que tinha, estava com medo era obvio, mais não poderia demonstra, não ali!

“Você é corajosa, não me admira que aquele garoto a tenha escolhido como sua outra metade... há, há.”

“Outra metade...”

 Astrid sente um mal-estar ao ouvir aquilo, só havia uma pessoa que poderia dizer aquilo e esse alguém era...

“Soluço!”

“Sim, sim, o poderoso Arauto do Dragão Negro, eu o conheço muito bem, afinal... estou dentro do corpo dele agora!!!”

“O QUÊ!?”

A jovem guerreira grita em pânico ao ouvir aquilo.

“Não... não é possível! Ele está em San Fransokyo com o Tadashi, com o Jack, com a Zie e com aquela idiota da Mérida caçando um mago das trevas... ele nunca seria...”

“E se eu te disse que o mago das trevas é o Tadashi e ele planejou tudo para atrair seu namorado e os amigos para cá, para transformá-los em suas marionetes?”

“Eu diria que você está mentindo!”

A jovem tenta parecer o mais serena e confiante possível, mas seu coração dizia ao contrário, estava morrendo de preocupação.

“Pode tentar mentir com palavras menina, mas seu coração e sua Aura não mente! Você está apavorada, pensando em diversas coisas que podem estar acontecendo com seu grupinho de amigos!”

“Não é verdade!”

“Não precisa mentir, já que estou tão próximo de seu amado consigo sentir seus sentimentos em conflito e lhe devo admitir... você realmente o ama a ponto de dar metade do seu coração para ele... que lindo...”

Astrid não conseguiu responder, seus olhos se arregalam em pavor, pôs as mãos sobre o peito sentindo toda a sua coragem se esvair.

Como ele poderia saber de tal coisas?

Algo que pouquíssimos sabiam.

Um segredo que somente eles partilhavam, no momento em que se entregaram um ao outro e ela dividiu seu coração com seu amado... o impedindo de se tornar...

“O QUE VOCÊ FEZ COM ELE?!!!”

A voz ri e ri cada vez mais alto.

“Por que dizer... se posso te mostrar!!!”

“Ah?!”

Astrid mal teve tempo de pensar e um círculo negro surgiu sobre seus pés e dele correntes negras emergiram enrolando seu corpo a apertando.

“Uaarggg!!”

“Venha querida... vou te levar até seu amado!”

E ao final de sua frase o demônio puxou a jovem pelo portal que caiu gritando, sendo envolvida pelas trevas que a feriam, mesmo ela não sendo um corpo físico e sim de Aura. Isso mostrava o quanto as trevas daquele ser eram poderosas e como ele sabia as manusear.

Após cair não se sabe pro quanto tempo, Astrid se chocou contra o chão exausta, tentou se levantar, mas foi ao chão novamente, ergueu um pouco o rosto tentando enxergar qualquer coisa a sua frente, porém tudo estava no mais absoluto breu.

“Soluço...”

Ela chama por seu amado, ao qual foi respondida pelo tintilar de algo.

“Ah?”

“Asty...”

Ela o ouve.

“Soluço... é você?!”

A jovem guerreira o chamava usando todas as suas forças para se levantar, mas parecia que existia uma forte pressão sobre seu corpo a impedindo, o máximo que conseguiu foi ficar sentada.

“Cadê você... onde você tá?”

Um novo tintilar ecoa no ar causando calafrios na jovem, porém dessa vez ela ouve mais algo, junto com um tenebroso som.

“Foge...”

Era a voz dele com toda a certeza.

“Não! Eu não vou fugir... não sem você!”

 Brada a jovem tentando ficar de pé.

“Só me diz onde você está que eu vou te ajudar e juntos nós vamos sair daqui!”

Grita a guerreira se pondo finalmente de pé, mostrando toda sua garra, coragem e amor por aquele que ela mais amava e ela estava disposta a enfrentar tudo e a todos para protegê-lo.

No entanto...

“Isso seria extremamente ruim... não posso deixar você leva-lo!”

A voz do demônio ecoa por todo o ambiente e dessa vez Astrid pode sentir sua Aura... fria, nefasta, carregada de diversos sentimentos negativos que ela duvidava que algum ser vivo pudesse sentir, só que ele não era um ser vivo e sim...

“QUEM É VOCÊ?!”

Atendendo ao apelo da jovem, o demônio riu, estalou os dedos e o lugar se modificou, assumindo a forma de um antigo templo que ela vira nas aulas do professor Kojiro, só que totalmente destruído e fedendo a morte. Mais a frente seus olhos se focaram em uma figura morena, acorrentado a parede mais afastada com adagas prateadas fincadas em seu corpo, sangue escorria pelas feridas das lâminas e pelos aros das correntes que o apertavam. Um humano comum já teria padecido a muito tempo após tamanho suplicio, mas ele a muito já havia deixado de ser humano, tornando-se algo que causa medo e pavor nos inimigos dos filhos de Althena... um Arauto... uma dadiva e uma benção... que haviam se tornando uma maldição para o jovem de nome...

“SOLUÇOOOOOO!!!”

Astrid grita o nome de seu amado com todo o seu ardor e desespero e correu! O peso que havia sobre seu corpo persistia, mas ela não se importava mais, seu amado estava ali bem diante dela preso, sofrendo, ela não iria permitir isso!

“Eu vou te salvar, amor, eu vou te...”

“Isso seria ruim.”

Ecoa a mesma voz profana de agora a pouco, só que dessa vez em seu ouvido esquerdo. Sua cabeça foi segurada por uma enorme mão que a puxou a jogando na direção oposta a fazendo rolar pelo chão.

Ela gritou sentindo seu corpo doer, ergueu os olhos com dificuldade e finalmente podendo vê-lo... o monstro que havia aprisionando seu amado naquele tormento.

“O que... é você?!”

Uma risada escapa por debaixo da máscara kabuki.

“Heh... eu sou aquele não sucumbiu as ordens do destino, alguém com força suficiente para escapar das entranhas do Abismo para alcançar meus objetivos... sou Hagamoto Kagemitsu! E você menina e seu namorado me ajudaram conquistar minha vingança!”

“NUNCA!!!”

Brada a guerreira em fúria.

“O Soluço, eu e nem ninguém ajudaríamos um canalha como você, seja lá qual for seu plano!”

“Há! Belas palavras minha jovem, não é à toa que é a esposa de um Arauto!”

O demônio se aproxima da jovem que tenta se reerguer.

“É inútil tentar se levantar, eu transformei este lugar no meu domínio, aqui somente minha Aura impera! E você sem um corpo físico não pode fazer nada!!!”

A jovem arregala os olhos em pânico, então era por isso que sentia seu corpo tão pesado desde que caiu naquele lugar.

“Você puxou minha alma par fora do meu corpo...”

“Demorou para perceber querida.”

Hagamoto debocha.

“Mais sim, graças a ligação que você tem com esse garoto eu pude fazer tal coisa.”

Astrid tenta recuar.

“E o que você quer comigo? Me usar para controlar o Soluço, eu não vou dei...”

“Eu já o controlo minha cara!”

“O quê?!”

“Estava usando ele agorinha mesmo contra um dos Cavaleiro do Mago das Espadas... que por sinal se provou ser mais forte do que podia imaginar...”

“Ca...Cavaleiro?!”

Astrid não podia acreditar no que acabou de ouvir. Soluço estava enfrentando um dos demônios que seguia o temível Demônio da Espadas?!

“Isso não é possível... é mentira... só pode ser!”

“Mais não é.”

Afirma Hagamoto com tranquilidade.

“E para vencê-lo, terei que força seu amado a entrar no Modo Assalto, usando a benção do Dragão Negro... legal né?”

Aquilo atingiu Astrid com ainda mais força do que a revelação sobre o cavaleiro.

“NÃO!!! Ele não tá pronto pra isso, você vai mata-lo!!!”

“Vai estar... eu darei um jeito nisso.”

Devolve o demônio a poucos passos da jovem que rangia os dentes em agonia. Estava lá em Burg conversando tranquilamente com Elsa enquanto seu amado sofria horrores do outro lado do mundo! Ela devia te insistindo para ele ter indo com ela e com os outros, mais não... ele disse que tinha que cuidar do pessoal caso eles fizessem besteira.

“Seu bobo de coração mole...”

Profere a jovem em lágrimas.

“Por favor... faz qualquer coisa comigo... mas deixa ele em paz... por favor!”

Pede a jovem se humilhando perante ao demônio que sorri, adorava quando via seus adversário implorarem.

“Infelizmente minha cara não posso atender seu pedido... no entanto”

Astrid ergue o rosto.

“Não quer dizer que eu não vá fazer na nada contra você, afinal... eu não te trouxe par cá atoa!”

Ao dizer isso o samurai decaído estala os dedos novamente e novas correntes brotam das paredes do teto e do chão, amarando os pulsos, tornozelos e pescoço da jovem a erguendo do chão.

“AAAAAHHHHHHH!!!!”

Ela grita sentindo a correntes queimarem sua pele.

“Essa correntes são feitas de Mana corrompida, se em um ser vivo elas já causa dor... imagine em um feito de Aura?”

A resposta de Astrid foi outro grito quando as correntes a apertaram ainda mais.

“KKKYYYAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!”

“Isso é música para os meus ouvidos.”

Desdenha o demônio.

“Mas enfim, vamos pegar aquilo pelo qual te trouxe aqui... Astrid!”

O samurai estende sua mão em direção a jovem aprisionada que tenta se soltar, mas não conseguia e a cada novo esforço sentia as correntes a castigarem com mais força.

“Eu preciso ser forte... o Soluço tá sofrendo muito mais do que eu... eu preciso... eu preciso...”

“Não lute querida...”

Sibila o demônio.

“É inútil!”

E com sua mão direita atravessa o ventre da jovem que grita, um grito que ela nunca pensou em soltar ou existir dentro de si, sentia todo o terror da Aura daquele monstro dentro dela, a violando, torturando e lhe roubando algo extremante precioso.

“Não...”

Quando Hagamoto encontrou o que queria removeu a mão de dentro da jovem, onde jazia um buraco de luz por onde escoria uma Aura pálida... sua energia vilta que ia se esvaindo e na mão do demônio seu prêmio, uma esfera luminosa que emita pequenos raios da mesma cor da Aura que escorria da jovem. Em triunfo ele ergue a esfera para o alto a esmagando, em segundos um relâmpago branco corta a sala a iluminando, depois outro e mais outro, até somarem nove que se convergiram para o céu, criando um único e poderoso relâmpago que caiu no meio da sala espalhando energia estática por todo aquele mórbido lar, diante de Hagamoto e Astrid no lugar onde o maior dos raios caiu estava uma longa espada de lamina branca flamejante de cabo negro. Aquela fora a arma que o próprio Dragão Negro concedeu a seu Arauto, após o mesmo concluir sua morada, a espada forjada da junção dos trovões dos nove céus, a tenebrosa e destruída...

“A Espada das Nove Tormentas!!!”

Brada o demônio pegando a poderosa arma a rodando entre os dedos.

“Duvido que Yamato, ou Muramasa tenham chance contra esta espada! Irei pulverizar aquele moleque e também Kojiro ao mesmo tempo! HÁ, HÁ, HÁ!!!”

O demônio ria em jubilo por sua nova aquisição, fez bem em ter guardado está informação quando invadiu a mente do dragão.

“Agora, só falta a benção do dragão que já está chegando e finalmente...”

Olha seu próprio reflexo na lâmina flamejante sentindo todo o seu poder.

“... minha vingança enfim estará completa!’

Voltou sua face para a jovem suspensa.

“E tudo graças ao amor de uma menina por um dragão... que poético...”

Toca no queixo da jovem a forçando a olhar para ele.

“Obrigado Astrid, como recompensa vou deixar você assistir de camarote seu amado destruir todos os seus amigos... apreciei o show!”

Sussurra a última frase no ouvido da jovem sumindo logo em seguida, deixando-a sozinha no breu ao qual nem sequer conseguia reagir, estava ferida, derrotada e provavelmente sucumbiria ao ferimento espiritual que recebeu.

Era seu deveu cuidar da espada e nem isso ela conseguiu.

“Perdão... perdão So... por favor... quem quer que seja que estiver lá fora... eu não me importo com minha segurança ou com o meu destino... mais por favor...salvem o Soluço... salvem o meu amado... eu lhes rogo!”

Pede a jovem em oração enquanto seu corpo perdia a cor e suas lágrimas molhavam o chão de ébano... no mesmo instante em que uma pena verde esmeralda se juntava a elas...