Fanfic: O Mago Das Espadas | Tema: Final Fantasy/Frozen/A Origem dos Guardões/Como Treinar o Seu Dragão/Valente/Enrolados
Estava deitado sobre algo macio, mas não era sua cama, era algo molhado e com cheiro de orvalho da manhã. Abriu os olhos e se viu fora de sua casa, ele se levanta e sente o vento passar por ele balançando seus cabelos, suas roupas e a grama onde ele estava de pé. Não havia prédios, nem ruas, nem poluição, para onde quer que o menino olhasse somente a natureza se fazia presente.
– Que lugar é esse?
Se pergunta.
– Esse tipo de paisagem não existe em San Fransokyo...
O menino olha ao redor e não vê uma viva alma, foi então que ouviu o barulho de sinos.
– Hum?
Era longo e fraco, mais era sinos badalando, sem ter opção o menino decide seguir o som, talvez pudesse achar ajuda. Caminhou por bastante tempo, o Sol que estava no topo do céu começava a ser por, mais o engraçado é que ele não se sentia caçado devido a longa caminhada. Em fim chegou a fonte do barulho, uma antiga construção, rustica, mais com um ar paz a sua volta.
– Um templo?
Se pergunta o menino, andou para perto da entrada da construção que estava aberta, algumas pessoas saiam da construção. Vestiam negro e as mulheres panos negros como véus. Ninguém olhava para ele, era como se ele não existisse. Então olhou lá para dentro e resolveu entrar, era como se uma força o chamasse, entrou na construção e se surpreendeu pela sua beleza interna. Afrescos feitos a mão, que deviam ter séculos de vida, imagens de pessoas com asas nas costas, com cajados nas mãos enfileiravam as laterais, bancos largos estavam devidamente enfileirados para que varia pessoas pudessem se sentar, davam um ar antigo e nobre ao lugar. Mais à frente o menino viu duas imagens bem diferentes, um parecia ser a de um homem que tinha apenas uma asa a da direita, e ao seu lado esquerdo a imagem de uma mulher que tinha somente a asa esquerda, ambos estavam bem alto e dando as mãos, no topo um vitral por onde a luz do sol podia entrar iluminava as duas imagens que logo abaixo delas estava um caixão.
– Mais o que?!
Ele ficou tão abismado observando as imagens que nem percebeu o caixão a sua frente que por sinal estava aberto, o menino subiu os pequenos degraus que separavam ele do caixão e olhou lá pra dentro onde jazia um corpo de uma jovem. Seus cabelos alaranjados estavam solto e arrumados, coberto por flores brancas, um véu branco cobria seu belo rosto, suas roupas eram brancas como se fosse um vestido de casamento, suas mãos estavam juntas sobre o vente e seus pés descalços. Em seu peito jazia um belo crucifixo de prata com uma gema vermelha no centro e no dedo esquerdo um anel com o símbolo de uma águia. O menino encarava aquela jovem com fascino, não parecia estar morta, mais em um sono profundo e que logo despertaria.
– Quem é você? – Pergunta o menino.
– Sophia... o nome dela era Sophia. – Responde uma voz que vinha de trás do menino. Ele se vira rápido e percebe alguém sentado em um dos bancos das laterais.
– Que?
– O nome dela era Sophia... uma pessoa muito amada, com um coração e um alma tão grandes que qualquer um que estivesse perdido encontraria o caminho de volta... assim como eu encontrei... – Responde a pessoa que era um homem.
Sua cabeça estava baixa, mas o menino pode ver os longos cabelos da cor negra que estavam presos em um logo rabo de cavalo que cobriam suas costas, trajava uma camisa branca com detalhes em azul, faixas da mesma cor envolviam seus pulsos e cintura, calças verde musgo e sandálias batidas completavam o visual daquele misterioso homem que por algum motivo lhe parecia familiar.
– Quem é você? – Pergunta o menino.
– Um ninguém. – Responde o homem sem ânimo.
– Ah?
– É o que você ouviu criança... sou apenas um ninguém, uma memória perdida no tempo, uma sombra do passado, mas e você, quem é você?
O menino olha serio para ele:
– Me chamo Hiro Hamada... não sei o que faço aqui, apenas segui os som dos sinos e encontrei este lugar.
O homem ergue um pouco a cabeça.
– Entendo... você também estava perdido...
– Ah?
O homem se levanta, passa pelos bancos e caminha até o menino, a luz do vitral superior o iluminou por completo e ele pode ver o rosto e olhos do homem, que na verdade nem era tão velho assim, devia ser um pouco mais velho que seu irmão, mas seus olhos castanhos transmitiam bem mais idade do que aparentava. Eram olhos de alguém que já havia passado por muita coisa, várias provações, sofrimento e agora estava ali diante dele o encarando fixamente.
– Você não é desta terras, não é?
O menino apenas meneia a cabeça em negação.
– Bem... eu também não.
– Como?
– Eu fui trazido para estas terras bem novo, devia ter quatro pra cinco anos... minha família teve que fugir para este reino para não sermos mortos... foi isso que meu pai disse antes de partir.
Hiro ouviu aquilo e se espantou, olhou com mais atenção para o homem e percebeu certos traços familiares. Foi então que ele percebeu...
– Você... é de Yamato...
O homem sorri triste.
– Sou... se bem que... nunca vi minha terra pessoalmente.
A mente do menino começava a trabalhar, pelo que o homem dizia ele devia ser um dos refugiados que fugiram de sua pátria durante o Genchú shìsú wushù.
– Você deve ter sofrido muito. – Diz o menino com ódio na voz.
O homem dá de ombros.
– Nem tanto. – E caminha mais para perto do caixão.
– Mas... não sente ódio pelo que eles fizeram com sua terra... digo... nossa terra, nosso povo?!
O homem passa por ele e olha para dentro do caixão, estica sua mão esquerda e acaricia a fronte do rosto da jovem que repousava lá dentro.
– Se eu me agarra ao ódio e ao desespero... estaria traindo o que ela me ensinou.
– O quê?
– Não vou mentir... passei muitas dificuldades sim, preconceito e até exclusão, mas graças a ela... consegui superar tudo isso.
Ao ouvir aquilo Hiro pode ver uma lágrima escorrer pelo rosto do homem, suas mãos segurarem a borda do caixão com força, com certeza aquela moça fora alguém muito especial para ele, alguém em que ele pudesse confiar e acreditar... assim como ele e Weltall eram.
– Você a amava, não é?
O homem meneia a cabeça em afirmação e responde:
– Muito... mesmo sendo de classes diferentes, mesmo ela tendo uma vida melhor, ela sempre estava dispostas a ajudar os outros, sabe... ela conseguia enxerga muito além das aparências, ela conseguia enxergar sua alma e extrair o melhor de você... mesmo você não acreditando em si mesmo, ela conseguia do jeitinho dela... fazer você acreditar.
– Nossa... – Foi a única coisa que e pequeno gênio conseguiu dizer. Se o que aquele homem dizia era verdade, aquela jovem era extraordinária! – Quem dera pudesse haver mais pessoas assim.
– Ela falava isso sempre. – Responde o homem, que volta seu rosto para a direita e vê um grupo de pessoas se aproximando, eram cinco no total.
O mais velho se aproxima e diz com educação.
– Fei... chegou a hora.
O homem de nome Fei abaixa a cabeça e responde como um sussurro.
– Eu sei...
Os outros quatro homens que acompanhavam o velho se dirigem para as laterais do caixão onde Sophia repousava, levanta a tampa e a fecha e Fei e Hiro tem a última visão da jovem antes do caixão ser fechado e levado pelos quatro homens que seguem em procissão com o velho para dentro do templo.
– Pra onde levaram o corpo dela?
– Para o sepulcro das grandes mães.
– Sepulcro das grandes mães?
– E o local de descanso daquelas que abraçaram a fé e dedicaram sua vida em prol dos outros, as verdadeiras filhas de Althena como dizem os sábios.
– Nossa... – Hiro olha para o homem. – E ninguém pode visita-la... digo... prestar homenagens?
Um semblante de tristeza surge na face do homem.
– Só quem faz parte do sacerdócio ou do clero pode adentrar as camarás mortuárias, era para Sophia ter sido levada mais cedo, mas como o velho sacerdote me conhece desde criança... fez uma exceção e me deixou ficar o máximo de tempo possível perto dela.
– Entendo...
Os dois ficam em silencio por algum tempo até que Fei se manifesta.
– Se não tiver para onde ir... tenho uma casa aqui perto, não é muito, mais enquanto estiver aqui... bom você decide.
O menino pensou um pouco, realmente não sabia onde estava e nem como chegou lá e Fei era de Yamato, um membro de seu povo, seria difícil encontrar outra pessoa para lhe ajudar, então...
– Obrigado... eu aceito.
O homem sorri fraco, estende sua mão direita para o menino e diz:
– Sou Fei Fong Wong... é um prazer conhece-lo.
E o menino estende sua mão e aperta a do homem que curiosamente parecia o de uma máquina.
– Hum?
– Hiro, Hiro, Hiro!
Levantou a cabeça e não era mais Fei que estava ali e sim...
– WELTALLl!!!
– Acorde Hiro, por favor!
E ouvindo a voz de seu amigo ele abre os olhos, não mais no templo em que se encontrava, não mais perto de Fei ou de Sophia, mas sim em sua cama, dentro de seu quarto e ao seu lado estava...
– Amigão?
– Que bom, estava começando a ficar preocupado. – Responde o robô que estava ajoelhado ao lado da cama do menino que se senta na cama.
– Eu... estava dormindo?
– Sim... por um bom tempo devo dizer.
O menino encarou confuso o gigante.
– Peraí... como assim “por um bom tempo”?
– Bem... – O robô coça a cabeça. – Como posso dizer isso sem você surtar?
Agora Weltall havia deixado o menino preocupado.
– Amigão me fala sem rodeios... há quanto tempo eu estou nessa cama?
E o gigante ergue dois dedos.
– Uns dois dias... indo pra três...
Silencio, os olhos do meninos e arregalam, sua boca se abre e lá embaixo sua tia preparava algo gosto quando houve seu grito.
– UUUUUUUAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!
– Ele acordou, que bom!!! – Exclama tia Cass toda feliz, já seu sobrinho...
– COMO ASSIM TRÊS DIAS!!! – Berrava ficando de pé na cama.
– Correção Hiro, dois dias indo pra três. – Explica o robô tranquilamente.
– TANTO FAZ!!! – E bota as mãos na cabeça. – O comissário vai me matar, três dias sem notícias, sem nenhuma pista, ele vai tirar a gente do caso amigão!!! – Exclama o menino desesperado.
Foi então que Weltall ergue sua mão esquerda como se pedisse permissão pra falar.
– Quanto a isso não se preocupe, já resolvi.
O menino se cala e olha sem entender para o amigo mecânico.
– Enquanto você estava dormindo liguei para o comissário e disse que estávamos seguindo uma pista importante do caso e que ficaríamos alguns dias foras.
Hiro arregala ainda mais os olhos.
– E ele acreditou?!
– Sim, afinal fui e que disse não havia por que dele duvidar, não é?
Hiro ficou pasmo ao ouvir aquilo, ele sabe muito bem que robôs podem omitir informações sobre seus mestres, mais mentir e na cara dura!
– Amigão... você mentiu pro comissário de polícia!
– De maneira nenhuma, eu só distorci um pouco os fatos e fiz o comissário acreditar nas minhas palavras, duvido que ele vá desconfiar de um robô policial, certo?
Se Weltall tivesse pálpebras, e olhos de humano ele certamente estaria piscando e mexendo as sobrancelhas. O menino cai sentado na cama perplexo.
– Amigão é sério... a cada dia eu me surpreendo mais com você!
O gigante dá de ombros.
– Você é meu mestre, minha função é ajuda-lo e protege-lo, além do que... somos amigos e amigos protegem uns aos outros, não é?
Um sorriso bobo cresce no rosto do pequeno gênio ao ouvir aquilo. Cada vez mais aquele robô o surpreendia e se enxia de orgulho ao saber que seu pai lhe havia confiado sua guarda.
– Valeu amigão, valeu mesmo!
– Disponha! – Agradece o gigante. – Deve estar com fome vou pedir para sua tia trazer algo para...
– Espera!
– Hum?
– Amigão... porque eu vim para nessa cama?
O gigante parecia surpreso.
– Você... não se lembra?
O menino meneia a cabeça.
– Não... só que...
– Só que?
– Olha não ache estranho o que vou te falar, mais eu tive um sonho, muito, muito esquisito!
– Sonho? – Questiona o robô visivelmente curioso.
– É... sabe foi muito real... tipo, eu estava num lugar diferente, não era San Fransokyo, era verde, calmo e transmitia muita paz.
Weltall ouvia as palavras de seu pequeno mestre atentamente.
– Eu andei por horas, até que cheguei a uma espécie de templo.
– Templo?!
– É, sabe parecido como aqueles dedicados a Althena, só que bem simples, sem todo o luxo e riqueza que nós vemos por ai, era bonito, mais de uma beleza natural e graciosa.
As juntas de Weltall tremiam a cada palavra.
– E o que mais?
– Eu entrei e estava tendo um funeral de uma moça... ela era...
– Bonita?
– Muito e a feição dela... ela estava tão em paz, como se estivesse dormindo, foi algo...
– Impressionante?
– Bastante, sem falar no... amigão, tudo bem? – O gigante não respondeu, Hiro teve a impressão que seu amigo mecânico estava... tremendo. – Amigão?
Ele não responde.
– Amigão... ei... WELTALL!!!
– Ah? – O gigante encara seu pequeno mestre. – Perdão... estava pensando em algo.
– Pensando em algo?
– Na verdade... é algo que me acomete já há algum tempo Hiro... algo que não consigo explicar.
O menino se assusta.
– Vocês tá com mal funcionamento amigão?
– Não... na verdade estou muito bem... só que...
– Só que?
– É melhor eu mostra do que dizer. – O gigante se levanta. – Preciso que veja algo, estarei na garagem, seu irmão e os amigos deles não estão, espero você lá.
Então ele se levanta deixando o pequeno gênio sem entender.
– O que deu nele? – E pula da cama já trocando de roupa, levou dois minutos e já estava descendo a escada correndo, viu que a sala estava meio bagunçada. – Esse malucos não apreendem.... AFF!!! – E entra na cozinha dando de cara com sua tia.
– Lindinho!!! – Exclama a tia do menino toda suja de farinha.
– UOU! O que aconteceu com a senhora?!
– Estou experimentando uma receita nova e bom... he, he... acabei me sujando toda.
O menino olha para ela sem reação, então desvia o olhar para cima e vê uma tigela grudada no teto.
Abaixa ao rosto e responde:
– Eu não vou nem perguntar o que a senhora tava tentando criar...
– Ótima decisão fofinho, quer comer alguma coisa, preparo num...
– Espera tia. – O menino a interrompe, – O Weltall quer mostrar algo pra mim, vou ver o que é e depois volto.
– Oh! Entendo, nesse caso vou junto. – Responde tia Cass pegando um pano e se limpando fazendo seu sobrinho menear a cabeça rindo.
Logo depois os dois saem pela porta de trás da cozinha que dava acesso a garagem, lá era o local de pesquisas e teste da dupla de policias, como prometido Weltall estava lá colocando algumas coisas sobre o antigo sofá, mesa e estante, todos cobertos por panos.
– Amigão.
O robô se vira para encara-los.
– Oh, Hiro você chegou... e a senho Cass veio junto.
– O Hiro disse que você tinha algo pra mostra então fiquei curiosa e vim ver também... fiz mal? – Pergunta a moça sorrindo.
– Não senhora, não fez. Eu iria mostrar para a senhora depois, mas já que veio é até melhor.
O menino e sua tia se entreolham.
– Amigão... tá me deixando preocupado, o que ouve?
O gigante parecia apreensivo, mexia os dedos mecânicos sem parar, olhava dos panos para eles e vice-e-versa.
– Então... você melhor do que ninguém sabe que quando me desligo para me recarregar todos os meus aplicativos e programas são deligados, assim como partes do meu corpo, certo?
– Sim, é como se você estivesse dormindo. – Responde Hiro.
– Exato, até minha interface neural é desligada para que eu não consuma nenhuma energia, eu praticamente viro um boneco sem vida, no entanto... – Ele se cala e dá as costas para ambos, aquilo deixou Hiro apreensivo.
– No entanto o que amigão?
O gigante se volta para eles novamente e responde:
– Mesmo estando desligado... eu... continuou vejo coisas.
– Ah?
– Como assim senhor Weltall?
O gigante olha para suas mãos mecânicas.
– Eu não sei explicar, mais são como imagens... imagens de lugares que... eu tenho certeza que nunca estive.
O menino arregala os olhos.
– O QUÊ?!
– Eu sei parece estranho, pois minha interface neural estava desligada, assim com meus receptores óticos, mas eu vi, com clareza, assim como vejo vocês agora. – Ele estende as mãos diante do menino e de sua tia. – Essas mesmas mãos tocando a grama, as árvores, a água, eu sentia tudo isso como se... eu fosse...
– Humano... – Comenta Hiro absorto com o que ouvia.
– Sim... como um humano Hiro.
– Incrível... – O menino recua pra trás quase caindo, sua tia logo o acudiu.
– Querido, tudo bem?
O menino não conseguia dizer nada, sua mente tentava entender o que Weltall havia dito. Vasculhou em sua memória alguma anomalia ou defeito que pudesse acusar alucinações em maquinas, talvez algum vírus... não ele sempre atualizava Weltall justamente para evitar ser contaminado por algum vírus ou malwares.
“Mais o que isso quer dizer afinal de contas?!”
– Será que o senhor Weltall não teve um sonho?
As palavras de sua tia o despertaram.
– Sonho?
– É, o que ele descreveu foi pra mim... um sonho! – Comenta sua tia sorrindo como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.
– Tia... – Ele segura o rosto de sua tia que acaba fazendo bico. – Robôs... não... sonham!!!
A tia do menino franze o cenho ainda com o bico e responde com voz fanhosa:
– Ah, é?!
– É!!! – Exclama o menino soltando o rosto de sua tia depois se voltando para seu amigo robô. – Amigão tem certeza de que não foi uma falha na sua interface neura que não causou essas imagens e sensações? – Pergunta o pequeno gênio na esperança de obter uma resposta concreta, mas para sua decepção...
– Não Hiro... por via das dúvidas chequei minha interface neural várias vezes até obter um resultado concreto, mas tudo deu em negativo... minha interface está em pleno funcionamento.
A cada frase que Weltall proferia mais a mente de Hiro não compreendia. Como um robô... uma máquina poderia ter sonhando?! Por sua própria experiência sabe que uma máquina ao ser desligada fica inerte, não ouve e não faz nada, mesmo seu amigo sendo especial, ele não fugia a regra das maquinas e isso o deixava sem respostas e frustrado.
– Isso não pode ser possível, tem que ter uma explicação lógica... se pelo menos pudéssemos gravar essas imagens!
– Mas querido... com o senhor Weltall desligado é impossível usar qualquer aparelho nele. – Diz tia Cass que estava certa, não tem como uma máquina ser usada ao ser desligada, estava completamente sem...
– Ideias... – Diz o menino cabisbaixo. – Estou completamente sem ideias do que isso possa ser, ou como proceder, sem um dado ou imagem fica impossível eu chegar a uma teoria! Mas que...
– Mais há dados.
O menino estava prestes a xingar quando ouve a voz de seu amigo robô.
– Q-Quê... – O menino encara seu amigo sem entender.
– Hiro... lembre-se que você me ensinou que dados não estão apenas em telas de computadores ou em arquivos de imagem, mais sim onde nossos olhos e percepções podem captar... lembra?
Os olhos do menino brilham ao ouvir seu amigo.
– Sim...
– Eu sabia que não poderia gravar nada enquanto estava desligado, mas quando despertei, as imagens estavam fixas em minha mente, tentei passa-las para o computador, mas elas saiam sempre borradas, como se minha interface estivesse protegendo as imagens de objetos eletrônicos, sem opção, fiz várias tentativas até que descobri uma maneira de passar as imagens sem que minha mente as bloqueasse. – O gigante pega um dos panos que cobria algo retangular. – E o resultado... foi esse!
O gigante remove o pano, o que os olhos do menino e de sua tia vem e algo belo, singelo e muito, muito detalhista. Diante dos dois estava uma pintura detalhada de uma paisagem verde, rica em natureza, com água corrente, pássaros e luz.
Os olhos de Hiro se iluminaram ao ver tamanha obra prima.
– Amigão... você pintou isso?
– Sim. – Responde o gigante. – E não foi o único.
– Como?!
O gigante entrega a tela nas mãos de seu pequeno mestre e rapidamente remove os outros panos revelando outras pinturas, tão bem detalhadas e belas como a primeira.
– Weltall!!! – O menino só conseguiu dizer o nome do amigo ao ver aquelas pinturas.
– E essa foi a maneira que encontrei... para registar... “meus sonhos”.
Os olhos de Hiro e de sua tia passeavam pelas pinturas, lindas e cheias de vida, novamente, novamente Weltall os surpreendia. O menino sorri, não um sorriso qualquer, mas de satisfação e orgulho, pois seu amigo podia agir por conta própria, podia demostra afeto, preocupação e acima de tudo...
– Você pode sonha amigo...
E com a voz eletrônica ele responde:
– Sim Hiro... eu posso!
– São lindas!!! – Exclama tia Cass sorrindo de orelha a orelha. – Querido, não sabia que tinha instalado um programa de pintura no senhor Weltall?
E para a surpresa de sua tia o pequeno gênio responde:
– Tia... eu não instalei programa de pintura nenhum nele. – Responde o menino deixando sua tia perplexa.
– M-Mas... se você não instalou um programa nele, então... – Aponta para as pinturas. – Como ele foi capaz de pintar esses quadros e tão bem?
A resposta veio do próprio Weltall:
– Também não sei senhora Cass, eu apenas quis registar o que veio em minha interface neural. – Explica o gigante. – Como disse, tentei várias maneiras de passar o que vi para algo, foi então que encontrei esse velho material de pintura que estava guardado aqui na garagem. – O gigante mostra uma maleta para o seu pequeno mestre e sua tia. – Não sei explicar, mais assim que vi esse material comecei a me sentir estranho, uma sensação de paz percorreu meu ser eletrônico, tentei lutar contra isso, mas foi mais forte do que eu. Então sai e comprei essas telas e comecei a pintar e não parei até dar formas a elas!
Hiro ouvia tudo aquilo fascinado, mais também intrigado.
– Isso parece quando você lutou com o GRAD... uma habilidade escondida dentro de você, mais não para a luta, mas sim...
– Para a arte!
– Sim! – Responde o menino sorrindo, foi então que uma das pinturas chamou sua atenção. Se aproximou e olhou bem para ela. – Amigão... o que é isso aqui?
O gigante se volta para ele.
– Esse Hiro... é o principal motivo que me fez lhe mostra minhas pinturas.
Os olhos de Hiro estavam fixos na imagem a sua frente, seu amigo robô havia pintado uma construção muito familiar, era um templo, com uma torre e sinos. O céu estava alaranjado como o que ele viu, a grama balançando com o vento e a porta do antigo templo o convidava a entrar. Não havia dúvidas aquele era o mesmo templo que ele viu velarem o corpo de Sophia e conheceu Fei.
– Mas esse lugar...
– Foi o mesmo que você sonhou, não foi?
O menino só conseguiu mexer a cabeça em afirmação, aquilo não fazia o menor sentido! Ele teve um sonho... muito real e de alguma forma seu grande amigo compartilhou do mesmo.
O que aquilo poderia significar?
– Pela primeira vez... eu não tenho resposta para isso.
No entanto...
– Você pode não ter Hiro... mas eu tenho.
– Ah? – O menino encara seu amigo de aço que o fitava com seus olhos cor de âmbar, olhos esses que apreciam enxergar muito além de seu corpo.
– Isso é a prova de nossa ligação... nosso elo e nosso destino!
O menino encara confuso o amigo.
– O que quer dizer com isso amigão?
– Hiro... quando venci o GRAD, senti uma força que eu jamais sonhei em ter, foi como um despertar... e duas noites atrás você fez o mesmo!
O menino serra os olhos sem entender.
– Eu despertei... o quê?
E então o gigante se agacha e coloca as mãos sobre seus ombros e diz olhando bem pra ele:
– Nós despertamos nossas Auras meu pequeno amigo!
O mundo de Hiro parou ao ouvir aquela palavra, sabia bem o que aquilo significava e uma sensação de medo começou a tomar seu ser.
– Aura... eu despertei minha Aura?!
– Tudo indica que sim e de alguma forma... eu também... deve ser por isso que consegui lançar aquele raio das minhas mãos. – Se lembra o gigante. – Quando ouvi sua voz me chamando eu despertei para o mundo e comecei a sentir e ver coisas que antes não podia e isso foi...
– Não...
– Hum?
A voz assustada do menino faz o gigante se calar.
– Não pode ser. – O pequeno gênio encara suas próprias mãos que tremiam. – Isso não pode estar acontecendo!
– Hiro?
O menino se afasta em pânico, ele sabia bem o que significava ter despertado sua Aura, significava que ele havia se tornado aquilo que ele mais odiava e temia, havia se tornado...
– Um mago...
E assim o pequeno gênio caminhava rumo a um mundo desconhecido, que ele odiava e temia, com todas as suas forças.
Autor(a): Ash Dragon Heart
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 3
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Magda Postado em 29/08/2019 - 12:08:48
continua!!
-
Magda Postado em 07/04/2019 - 20:26:24
oii! continua, vou ler!
Ash Dragon Heart Postado em 07/04/2019 - 20:54:55
Pode deixar! Essa historia não ira acabar tão cedo e bem vinda a Draconia!