Fanfic: O Mago Das Espadas | Tema: Final Fantasy/Frozen/A Origem dos Guardões/Como Treinar o Seu Dragão/Valente/Enrolados
Dizem que o trabalho de um homem da lei nunca acaba, mesmo que ele prendesse vários criminosos, haveria sempre outros surgindo, o forçando a continuar sua longa e penosa jornada. Hiro era novo mais começava a sentir isso na pele e Weltall... nas juntas.
– Mais dez crimes usando robôs e isso em dois dias!!! – Diz o pequeno polícia se jogando em sua cadeira de trabalho. – Parece que quanto mais a gente prende, mais aparece, que merda!
– Concordo Hiro, os casos de crimes tecnológicos estão aumentando exponencialmente, só para você saber ouve um aumento de 80% dos casos em um ano! – Diz Weltall se sentando a frente de seu pequeno mestre.
– Sim... e devido a isso não conseguimos achar nenhuma pista sobre as lutas clandestinas ou um agente que possamos interrogar e nos colocar lá dentro, essa organização é mais esperta do que parece.
– Paciência Hiro, até o melhor criminoso deixa suas brechas... só temos que acha-las e atacar! – Diz o gigante batendo seu dedo indicador direito na mesa com tanta força que abriu um pequeno buraco. – Oh, não...
– Amigão eu sei que essa situação é frustrante, mais não desconta na pobre mesa, por favor. – Diz o pequeno gênio segurando o riso.
– Desculpe, isto não vai se repetir, mas... aquele é o ministro da alfândega?!
– Hum?
Ao ouvir as palavras do amigo, o pequeno policial se vira na mesma hora a tempo de ver um homem muito bem vestido, de tamanho avantajado em todos os sentidos, andando imponente pela delegacia acompanhando de vários seguranças. O homem e seus seguranças se dirigem até o elevador que se abre, entram e a luz do andar indicam que estavam indo para os andares superiores, até que parou no último... que era o do comissário. Após aquilo tudo Hiro se vira para seu amigo robô e diz:
– Aquele cara era o Yama Hashiro?
– Corretíssimo Hiro! – Responde o gigante prontamente. – Um dos ministro de nosso governo, mais especificamente o do setor alfandegário.
– Setor alfandegário... – Murmura o menino que pensa. – Se formos pensar... quem controla esse setor também controla a entrada de estrangeiros em San Fransyko, né?
– Sim, se formos colocar nesse ponto... mas por que a pergunta? – Pergunta o gigante.
– Só pensando, mas eu acho que acabamos de achar nosso “Big Boss”!
– “Big Boss”? – Questiona o gigante que fez a luz de seus olhos cor de âmbar piscarem o que não escapou de seu pequeno mestre.
– Ei, desde de quando você faz isso com os olhos?
– Desde de ontem, mas não mude de assunto o que seria esse... “Big Boss”? – Weltall ainda faz aspas com as mãos frisando o nome e seu pequeno mestre decide explicar, não sem antes rir do jeito que seu amigo perguntou.
– He, he, é só um termo amigão, simbolizando o chefe de uma organização seja ela pros negócios ou criminosa, se é que você me entende?
Os olhos do gigante se ascendem por completo, seu dedo esquerdo treme apontando para o elevador e a resposta do menino foi um menear de cabeça em confirmação.
– Oh, minha nossa!!! – Exclama o gigante em puro espanto. – Mas Hiro, ele é um ministro de San Fransyko... de Yamato... que juraram proteger nossa terra dos estrangeiros e de quem quisesse fazer mal a ela, como um homem...
O gigante para ao ver o menino ergue a mão.
– Meu amigo... isso é só uma suposição minha, mas o fato é... o poder cega as pessoas! A história mesmo já provou que um líder pode prometer ao povo uma coisa e fazer totalmente ao contrário segundo seus próprios interesses e ideias.
O gigante fica pasmo ao ouvir aquilo.
– Mais isso... é uma quebra de palavras, um até de desonra e vergonha, como alguém pode...
– Amigão. – Hiro o interrompe novamente. – Essas pessoas... não tem palavra, caráter e muito menos honra... por isso não se sente mal ou culpados ao ferirem outras pessoas... assim como os magos que fazem o que querem sabendo que não existe ninguém que os enfrente.
– Hiro...
Mais uma vez o ódio pelos magos aflorava por parte do pequeno gênio, o gigante achou que após despertar sua Aura os pensamentos de ódio pelos magos se abrandariam, mas pelo visto.
– Você ainda odeia a magia?
O menino se reclina em sua cadeira enquanto rodava um lápis em seus dedos.
– É difícil mudar algo que você acreditou por tanto tempo.
– Hiro...
– Eu sei que você acredita que haja magos bons amigão, e que a magia não é a culpada... mas eu não vejo isso, afinal... eu não tive bons exemplos de seu uso.
Pior que ele estava certo, todos os magos que o menino encontrou não eram bons exemplos.
– O pior é que nem posso retrucar.
– Viu! – O menino dá de ombros. – Como posso mudar meu jeito de vê-la se tudo o que eu vi e aprendi dela foi ruim... eu precisaria ver ela sendo usada para algo bom para...
– Mudar de ideia!
– Por que você ficou feliz?! – Pergunta o menino ao ver que seu amigo ficou animado.
– Por nada... mais convenhamos... eu adoraria ver a sua cara de pasmo ao ver que estava errado... seria como... – Weltall pega o lápis da mão de Hiro e começa a desenhar super-rápido em uma folha, que ao terminar mostra para seu pequeno mestre que arregala ao olhos ao ver que era uma caricatura sua de boca e olhos arregalados.
– Esse sou?!
– Estou demostrando artisticamente sua reação ao ver que a magia não é ruim. – Responde o gigante com simplicidade. – Mas também pode ser assim!
Weltall faz outro desenho de Hiro, de bocão e olhos arregalados e também pulando, apontando para o que aprecia ser uma versão em miniatura de seu amigo robô que levantava uma plaquinha dizendo: “eu te disse”.
– Ou assim!
Weltall faz outro desenho só que dessa vez Hiro dava com a cara na mesa e ele tinha duas plaquinhas dizendo: “mais eu te disse, eu te disse”.
– Ou minha favorita!
O gigante faz outro desenho que mostrava ele mesmo com uma varinha em mãos, usando uma cartola e manto de magico e invocando um mini dragão na frente de Hiro que caia para trás se estabacando todo.
– Sabe é difícil dizer qual das reações seria a melhor, o que você acha?
O menino estava mudo, olhavam para os desenhos e imaginando se realmente faria aquelas caras.
– Amigão... você não tá exagerando não?
Dois segundos depois:
– Nem um pouco!
Na mesma hora Hiro abaixa a cabeça e da dois tapas duplos na própria testa.
– Você não vai desistir não é?
– De fazer você acreditar que a magia tenha uma lado bom, nem pensar!
O pequeno gênio bufa, tinha que admitir, seu amigo era persistente e MUITO paciente!
Foi então que uma ideia passou pela sua cabeça.
– Amigão... quer tal isso?
– Isso o quê?
– Vamos fazer uma aposta... se você me provar... que exista um mago que use a magia para o bem, não para si mesmo, mais em prol dos outros e que esteja disposto a ariscar sua vida... se você me fizer conhecer um mago que tenha essas três qualidades... eu desminto tudo o que eu já disse e pensei sobre a magia até hoje, o que acha?
O os olhos do gigante brilharam como o menino nunca tinha visto antes.
– Isso é sério?!
– Seríssimo! – Exclama o menino erguendo sua mão direita. – Se você me apresentar a alguém tão extraordinário assim eu mudo meu jeito de pensar da magia.
Uma emoção de extrema satisfação crescia no coração de aço do gigante, sabia que Hiro não voltava atrás em suas palavras, uma vez que ele dizia e prometia... ele cumpria.
–Pois muito bem senhor Hamada... preparasse seu discurso de desculpas, pois vou encontra essa pessoa! – E estende sua mão direita para seu pequeno mestre que a aperta sorrindo.
– Boa sorte... vai precisar!
– Eu sei que vou encontrar alguém... mas... VEJA!
– Hum?!
O menino se vira na direção que o robô apontou e o que ele vê é o ministro Yama saindo do elevador vermelho de raiva e berrando:
– Aquele velho senil não tem mais o que fazer? Ele vai me pagar por atrapalhar um homem tão ocupado e importante como eu, AH, SE VAI!!!
Logo depois o ministro e seus seguranças já estavam fora da DP, mas ainda podiam ouvir seus xingamentos e pragas. O pequeno gênio olha para seu amigo robô que meneia a cabeça em confirmação e na mesma hora ambos se levantam e correm para o elevador os levando até o último andar onde fica o escritório do comissário Callaghan e lá o clima não parecia os dos melhores.
– Mas que...
Parecia que um furacão havia passado por ali, mesas e cadeiras, estavam viradas, algumas até quebradas, papeis espalhados pelo chão, evidencias jogadas no chão. Realmente um desare natural havia passado por ali e esse fenômeno se chamava:
– Yama! – Rosna o menino que segue com cuidado até a sala do comissário que por sinal estava berrando.
– Verme maldito!!! – O menino parou, nunca havia ouvido o comissário usando palavras de baixo calão como aquela e ainda ouviu mais. – Ele pode ser achar o tal, mais ainda vou pegar ele, pode esperar sua baleia branca, SUA HORA VAI CHEGAR!!! – E ouve algo se quebrando lá dentro e essa foi a deixa para ele e Weltall entrarem.
– Comissário!!!
Ao pôr os pés na sala Hiro se assustou com o que viu, a sala que já era bagunçada com vários papeis, mapas e evidencias espalhados pela sala estava toda revirada!
– Mas o que?
– O que faz aqui Hiro?
Quando o jovem policial olhou para seu superior quase não o reconheceu, estava descomposto, seus olhos estavam sem brilho, sua gravata enrolada na mão direita ao qual ele notou um pequeno filete de sangue, cacos de vidro estavam espalhados pela sala e um porta retrato estava a seus pés. Ele se agacha e vê a foto de duas mulheres, uma mais velha e a outra mais nova, ambas com cabelos ruivos, exceto pela cor dos olhos, a mais nova tinha os olhos da mesma cor da do comissário enquanto a mais velha verdes. Deveria ser a foto de sua esposa e filha, mas ele nunca ouviu o comissário falar delas, porém não pode olhar por muito mais tempo, pois o porta retrato foi arrancado de sua mão pelo comissário que o encarou mortalmente.
– Perguntei o que faz aqui Hiro?
O menino engoliu seco, não imaginava que seu superior estivesse naquele estado, mas não iria sair dali sem dizer o que precisava.
– S-Senhor... perdão pela invasão, mas a algo que eu preciso dizer!
O velho comissário o encara com frieza.
– E o que seria? Mais justificativas como os outros detetives e oficiais?! – Se senta em sua cadeira. – Eu estou cercado de covardes e incompetentes que se quer ousam enfrentar um maldito porco e ganancioso!!! – E soca sua mesa. Aquilo confirmou a teoria de Hiro.
– Então é verdade.
O comissário ergue uma sobrancelha.
– Que verdade?
O menino então ergue o olhar e o velho policial pode ver o mesmo brilho que viu antes nos olhos do menino quando tiveram sua primeira conversa, só que mais forte.
– Eu pude perceber assim que pus os olhos nele, e depois de ver o estrago aqui. – Olha ao redor e se aproxima da mesa de seu chefe. – E depois de sua reação que é atípica tudo ficou claro para mim... O Yama... é o nosso Big Boss... não é?
Um misto de espanto e surpresa tomaram a face do comissário, olhou para Weltall que confirmou com a cabeça as palavras de seu pequeno mestre.
– Como?
– Percepção, junção de fatos, a conversa que tivemos sobre as rotas clandestina que o Archibald pode ter usado com ajuda de alguém de dentro e com alto poder aquisitivo, quem sabe até um membro do governo. E por fim o pedido que o senhor fez para que eu e Weltall entrássemos nas lutas clandestinas. Provavelmente para conseguir provas concretas contra seu alvo! Um alvo que o senhor já tinha em mente, estou certo comissário?
Ele não sabia o que dizer, era mesmo um menino de onze anos falando com ele?
– Você deduziu tudo isso só com um olhar?
– E da destruição que ele causou! Só alguém que esconde algo reagiria assim, né Weltall?
– Com toda a certeza!
O comissário se afunda em sua cadeira, fecha os olhos e massageia as têmporas.
– Realmente a Calhoun não exagerou quando recomendou vocês.
– AH?! – O pequeno policial se espanta. – A sargento Calhoun?
– Foi ela quem nos recomendou ao senhor?
Perguntam ambos que foram respondido por um menear de cabeça do velho comissário. Aquilo realmente foi uma surpresa, então foi graças a indicação dela que eles forma chamados para esta missão, teriam que agradecer a ela depois, alias...
– E como ela está, não a vimos desde do incidente no shopping?
– Está bem, já recuperada e berrando com seus soldados... ela dá medo as vezes! – Comenta o comissário que sente um calafrio só de pensar nela.
– He, he, é, e dá mesmo! – O menino esboça um sorriso amarelo, não havia esquecido que ela o havia jogado longe como se fosse um boneco. – Se bem que apesar do pavio curto ela é uma boa oficial.
– A melhor! – Completa o comissário. – Então vocês perceberam que nosso alvo é o Yama.
– Sim! – Responde o menino. – Até entendo de o senhor não ter nos contado de imediato, afinal... é o Ministro da Alfandega!
– Um homem importante e com bastante poder aquisitivo. – Completa Weltall.
– Um homem que não pode ser preso sem provas concretas, legitimas, catalogadas e com testemunhas, ou ele sendo pego no flagra e mesmo assim ele poderia arranjar testemunhas e provas falsas para se safar. – Responde o pequeno gênio.
– Como ele já fez dezenas de vezes!!! – Rosna o comissário socando a mesa deixando o menino e seu amigo robô surpresos.
– Comissário... que mal me pergunte... como o senhor chegou à conclusão de que ele era o criminoso?
Ao ouvir as palavras de Hiro o velho policial suspira, olha para a dupla a sua frente, não havia mais porque esconder os fatos deles.
– Está bem... acho justo lhes contar... entendam isso como um pedido de desculpas por não ter lhes informar todos os detalhes em nossa última conversa.
O menino meneia a cabeça.
– Eu entendo... o senhor deve ter pensado em não nos envolver totalmente para que não ficássemos na mira daquele crápula, estou certo?
E mais uma vez a inteligência do menino o surpreendia, era incrível seu poder de dedução.
– Sim... mas também por que achei que você não acreditaria em mim, como muitos não acreditam.
– Ah?!
– Acontece que... minhas suspeitas sobre Yama Hashiro começaram há exatamente três anos atrás.
Os olhos de Hiro se arregalam ao ouvir aquilo.
– Três anos!!!
– Comissário... não nos diga que a investigação já dura todo esse tempo? – Pergunta Weltall surpreso, afinal em San Fransokyo investigações duravam meses, até um ano, mas três... isso era uma novidade.
– Sim Weltall... três longos anos. – O comissários vira sua cadeira e se levanta, dá as costas para a dupla e fita a cidade lá em baixo. – Três anos de minha vida perdidos que me custaram muito caro.
– Comissário Callaghan... – Hiro ouve as palavras de seu chefe como se fosse um lamento, um peso que ele carrega nas costas a muito tempo e que finalmente ele estaria compartilhando e ao se virar ele começa a contar sua história...
– Tudo começou em um evento, mais precisamente em um leilão.
– Leilão? – Pergunta o menino.
– Sim... você não deve estar familiarizado Hiro, mais quando uma empresa, corporação ou investidores, declaram falência seja qual for o motivo um leilão para quitar suas dívidas é realizado.
– Disso eu não sabia. – Responde o menino com sinceridade. – Mas esse leilão ocorreu por qual motivo?
– Nessa caso o leilão ocorreu por investimento fracassado. – Explica o comissário. – Um empresário investiu em um negócio que não deu certo, toda sua fortuna pra você ter ideia, o prejuízo foi tão grande que ele teve que se forçado a declarar falência, então sua casa e bens seria arrematados em um leilão para quitação das divididas, mas ele era um homem muito apegado a seus bens matérias, os amava mais que sua própria família, no desespero de perder tudo o que havia conquistado ele pegou uma arma e deu um tiro na própria boca.
O os olhos de Hiro se arregalam em pânico.
– Ele se matou!
– Que horrível! – Comenta Weltall pasmo.
– Vocês são jovens e não estão acostumados com o mundo dos negócios, quando alguém é corrompido pelo poder do dinheiro, sempre quer mais e mais, ao ponto de só isso importar, obras de arte, carros, itens raros, viram sua carne e sangue... tenham isso em mente... um homem com poder sempre vai querer mais poder!
O pequeno policial e o robô afirmam com a cabeça, era uma informação importante que o próprio comissário os estava ensinando.
– E depois?
– A família do empresário em questão contratou uma casa de leilão para a divulgação e realização do evento. Alguns dias depois vários membros da alta sociedade estavam presentes para comprar as obras e objetos do falecido. Acredite se quiser Hiro, só a venda dos três primeiros itens já pagou toda a dívida que a família tinha.
– QUÊ?! – Exclama o menino perplexo. – Quer dizer que ele tinha como pagar as dívidas e preferiu se matar do que vende-las... isso é um absurdo!!!
– Pelo visto o comissário tinha razão, ele amava mais seus pertences do que sua família e até a própria vida.
– Exatamente. – Responde o comissário que se senta novamente em sua cadeira.
– Repugnante... – Resmunga o pequeno gênio, não conseguia compreender o pensamento de um homem daqueles, ou melhor, nem queria mais, não valeria a pena, só ficou com pena da família do suicida que pelo visto sofreu muito com as escolhas erradas de seu patriarca tanto em vida quanto na morte. Ele fecha os olhos e respira fundo para acalmar sua mente e fazer a próxima pergunta; – E onde o Yama entra nisso?
– Agora! – Responde o comissário. – O último item do leilão foi apresentado, um modelo Worker n°6.
Hiro quase caiu pra trás ao ouvir aquele nome.
– UM MODELO WORKER N°6!!!!
– Um dos primeiros robôs a serem fabricados e utilizados há mais de cem anos atrás?!
– Precisamente meu caros... um relíquia dos tempos antigos bem ali.
– Uau...
Hiro estava tonto, os modelos Workes foram de extrema importância para a robótica, foram eles os responsáveis a ajudar o povo de Yamato a se reerguer depois dos anos de guerra com o ocidente. Eram grandes, redondos, fortes e suas mãos e pés podiam se modificar em ferramentas para trabalho pesado, como britadeiras, marretas, escavadeiras, furadeiras e além de poderem planar no ar por alguns segundos. Eles foram os primeiro robôs, através deles surgiram outros modelos, e mais outros e mais outros, até que os Workes ficaram obsoletos, a cidade já estava edificada e seus serviços já não eram mais necessários, muitos deles foram parar em ferros-velhos, outros tiveram suas peças recicladas e alguns foram comprados por colecionadores e guardados como relíquias dos tempos antigos. Seus núcleos não eram feitos de cristal e nem moonstone, mais sim por esferas negras e grandes chamadas de “esferas de vapor”. Essas antigas maquinas não funcionavam através de eletricidade, mais sim de vapor! Todo o dia antes de começar o trabalho os Workes eram abastecido com vapor que era redirecionado pela “esfera de vapor” que funcionava como um coração, bombeando assim todo o vapor para seus corpos de aço os dando vida. Máquinas antigas, misteriosas e magnificas que foram esquecidas pelo tempo graças a ação do progresso.
– Esse cara tinha um modelo Worker... eu nem posso imaginar o quanto ele valia... – Murmura o pequeno gênio que cai sentado na cadeira de frente a mesa de seu chefe.
– O lance mínimo era de nove milhões e ele foi arrematado a duzentos e quarenta e cinco milhões de gils.
Os olhos do menino quase saem pra fora, sua boca treme tentando dizer algo, já os olhos de Weltall piscavam sem parar calculando a quantia.
– Calculo concluído... com essa continha seria possível construir três parques, seis prédios, duas mil casas populares, uma arena de blitzball que poderia abrigar mais de cinquenta mil pessoas e ainda pagaria salários atrasados por três anos!
O pequeno gênio nem diz nada, apenas aponta para Weltall que respondeu por ele e que depois fez um sinal de vitória com os dois dedos da mão esquerda arrancado assim uma gota atrás da cabeça do comissário.
– Belos cálculos.
– É uma das minhas funções básicas, graças a isso nem Hiro e sua tia precisam de calculadoras por perto, mas por favor não ligue para isso continue, sim. – Responde o gigante com simplicidade.
– C-Certo... então o modelo foi arrematado, no entanto o comprador era alguém desconhecido.
– Desconhecido? – Pergunta Hiro já recuperado do baque.
– Isso é muito comum em leiloes, empresários e investidores usam pessoas de confiança para que seus nomes não apareçam como compradores, mantendo assim seus nomes em segredo.
– Entendo... puxa esse pessoa que comprou devia ter muito, mais muito dinheiro sobrando, para arrematar o modelo Worker.
– Modelo que nem chegou a ser entregue. – Responde o comissário surpreendendo o menino.
– Quê?!
– Logo depois do leilão o robô misteriosamente sumiu sem deixar vestígios.
Hiro se levanta da cadeira e pergunta incrédulo:
– ELE FOI ROUBADO?
– Bem diante dos narizes deles! – Ironiza Callaghan. – A casa de leilões não conseguiu explicar como aquele fato teria acontecido, haviam acabado de perder um item valiosíssimo de teor cultural e histórico em um único dia!
– Caramba!
– E o dinheiro arrecadado na compra do modelo?
– Foi devolvido, normas da casa. – Explica o comissário. – Como manda a lei uma investigação foi aberta, mas a própria casa não quis dar muitos detalhes.
Aquilo deixou Hiro curioso.
– Estranho... para uma casa que acaba de perder mais de duzentos milhões de gils eles estavam muito calmos.
– De fato... eu mesmo não pude acompanhar a investigação de perto, pois uma semana depois tive que comparecer a posse do novo presidente e ministros e advinha quem estava entre eles? – Pergunta o velho policial arqueado as sobrancelhas fazendo o menino entender de imediato.
– Yama?!
– O próprio! – Exclama o Callaghan batendo na mesa. – Despois da posse aquela baleia branca convidou a todos os presentes para uma festa em sua mansão. Caso não saiba Hiro, Yama antes de se tornar ministro é dono de uma das maiores exportadoras que há em San Fransoyko, muitos de nossos produtos são levados pela empresa dele de nossa terra para países em crescimento tecnológico como Zanarkad.
– E isso deu a ele capital suficiente para bancar sua campanha política, não é? – Questiona Hiro.
– Evidente, além de contatos e alianças, o nome dele ficou entre os favoritos para assumir um lugar em nossa política. Afinal... quem não iria querer ficar amigo de um homem que conseguia comercializar com outros países e vender nossos produtos, a empresa de Yama foi uma das pioneiras na exportação de material tecnológico para fora, isso incluído robôs e persocons.
– Nossa... – Murmura o pequeno policial vendo que a situação se complicava. O homem poderia ser um estupido à primeira vista, mas olhando os fatos apresentados pelo comissário, ele era muito mais esperto do que aparentava. – E o senhor foi até a mansão dele?
O rosto do comissário se torna uma careta de nojo.
– Infelizmente... sim. – Responde o velho policial com asco. – Sou o comissário de polícia e as vezes sou obrigado a participar desses eventos. Mas por uma ironia do destino foi nessa festa que descobri quem era o Yama de verdade.
– Ah?
– A festa estava realmente entediante, então comecei a caminhar pela enorme mansão, foi então que vi um porta dupla entre aberta. Iria passar direito, mas minha curiosidade falou mais alto e entrei na sala que para minha surpresa era um tipo de escritório, só que não um escritório qualquer... e sim do próprio Yama!
– GULP! – O menino engole seco, seu chefe era audacioso, entrar na sala de um político assim, só tendo muita coragem ou muita burrice na cabeça... logico que não iria dizer isso de seu chefe. – E então...
– Tudo parecia normal, menos por uma coisa...
– Uma coisa? – Hiro se põe de pé.
– Sim, sobre a mesa de Yama, ao lado de seu memory pc estava um tipo de esfera negra muito bem feita servindo de enfeite... ou foi o que eu pensei de início.
– Uma... esfera negra?
– Seria possível?
– Não seria... era possível, quando olhei a esfera mais de perto pude ver um número “6” lapidado em uma das bordas da esfera, eu demorei para assimilar o que acabara de ver, sobre a mesa pessoal de Yama estava o núcleo do modelo Worker 6!
Os olhos de Hiro quase saíram fora de orbita ao ouvir aquilo!
– Não acredito!?
– Então foi ele mesmo quem roubou o modelo!
– Sim. – Responde o comissário com seriedade. – O que aquele idiota não sabia era que essas esferas eram marcadas com o número do modelo Worker correspondente para facilitar sua manutenção, afinal a esfera precisava ser tirada para manutenção e haviam muitos Workers a cem anos atrás.
– De fato... eles precisavam de manutenção periódica... mas... – Hiro estava perplexo, uma máquina da antiguidade ter seu “coração” retirado para servir de enfeite para um homem como aquele, era uma desonra para tudo o robô fez pela cidade e seu povo.
– Pobre irmão... – Weltall fechou os punhos com força, não era de sentir raiva, mais Yama em menos de uma hora havia conseguido ganhar a antipatia e ódio do gigante. – Comissário... que mal me pergunte... o corpo do Worker foi...
O comissário não respondeu, apenas meneou a cabeça o que fez o amigo de Hiro abaixar a cabeça.
– Lamento amigão. – Comenta o menino segurando na mão do gigante para depois perguntar direto a seu chefe. – E depois o que os senhor fez?
– Sai sem que ninguém percebesse, voltei para a festa onde encontrei um dos membros da casa de leilões que para minha surpresa apontou para um homem que estava ao lado de Yama. Esse homem foi o comprador do modelo Worker, acho que não preciso dizer mais nada, não é?
A mente de Hiro processou a informação na mesma hora.
– Que canalha!!! – O menino bate na mesa. – Ele fez com que um de seus capangas arrematasse o Worker por garantia só pra ter certeza que iria telo! Para depois rouba-lo e não pagar nenhum tostão por ele... que safado!
– Precisamente meu jovem! – Comenta o comissário. – Com essas informações decide agir, não podia permitir que um homem como aquele ficasse no poder, mas não seria fácil, mesmo eu sendo o chefe de polícia ele era um ministro, se ele já era poderoso antes, agora então...
Um olhar de derrota e amargura tomaram a face do comissário fazendo o menino se preocupar.
– O senhor não conseguiu nenhuma prova contra ele?
E resposta foi...
– Varias... mas ele sempre conseguia se safar, pista que desapreciam, interversões de outros políticos enrabichados com ele, testemunhas que mudavam o discurso na última hora, ou sumiam. – Essa última fez o jovem policial ficar pálido.
– Sumiram... o senhor que dizer... – Ele passa seu dedo esquerdo sobre sua garganta que o comissário confirma com a cabeça. – Minha nossa...
– Ele não tem escrúpulos Hiro, usa os meios que tiver, ele tem aquele aparência mais é um monstro... e eu mesmo fui uma das vítimas dele.
A dupla encara o comissário sem entender:
– Como assim?!
– Ele fez algo contra o senhor?
O comissário Callaghan abaixa a cabeça, olha para o porta retrato que tomou das mãos de Hiro.
– Ele roubou aquilo que eu mais amava...
– Ah?!
Pega o porta retrato, acaricia e Hiro e Weltall puderam ver uma lágrima escorrer pelos olhos cansados do velho oficial.
– Devido a minha perseguição para prender Yama me afastei de minha família, chegava em casa depois de dois e até três dias fora. Meu relacionamento com minha esposa e filha não ia nada bem, chegava cansado, estressado e acabava descontando nelas. – Pois o porta retrato de volta a mesa. – Então um ano atrás para me desculpar com elas decidi que passaria um dia com cada uma delas, sei que não compensaria toda minha omissão, mas era um recomeço, primeiro foi minha esposa, Calista... foi um dia memorável, onde puder reafirmar meu amor por ela e ela por mim. Naquele dia eu fiz uma promessa que quando prendesse Yama... eu me aposentaria, por isso pedi só mais um pouco de paciência... e ela aceitou. Foi então que quando voltávamos para casa de carro, vimos alguém na estrada, diminuiu a velocidade pensando que podia ser algum morador de rua devido as roupas que usava... ledo engano. Do nada o homem correu em uma velocidade digna de uma máquina de seu manto surrado pude ver uma katana embainhada ele saltou com meu carro em pleno movimento e tudo o que vi foi um “shash” e meu carro havia sido divido ao meio...
A dupla de amigos fica muda ao ouvir as últimas palavras do comissário. Se entreolham enquanto o comissário continua:
– Ainda me lembro desse dia como se fosse ontem... o carro sendo cortado, minha esposa e eu esticando nossas mãos e depois uma explosão... e tudo ficou escuro, acordei em meio as ferragens, minha testa sangrando e meu corpo todo dolorido. Demorei até entender o que estava havendo, foi quando olhei mais a frente e vi minha esposa caída, ferragens sobre seu corpo, me arrastei até ela, meu sangue escorrendo pelos meus ferimentos e uma dor lacerante em minha perna esquerda, eu superei tudo isso por ela... para estar ao seu lado, quando me aproximei dela, seu corpo estava frio e eu só pude puxar seu corpo para fora das ferragens e abraça-la. Abraçar pela última vez a mulher que tanto amei... e a perdi... por minha culpa.
Hiro não tinha palavras, encarava o comissário com os olhos fixos, não iria chorar, não podia fazer isso, foi Weltall quem quebrou o silencio fúnebre que se instalou.
– Um assassino contratado para mata-lo e muito habilidoso no uso da katana pelo visto.
O comissário meneou a cabeça em confirmação.
– Sim... Yama percebeu que eu estava chegando perto e tentou me silenciar, mas ele falhou e o que ele conseguiu foi ascender ainda mais meu desejo de fazer justiça!
– Justiça? – Exclama Hiro.
– Sim! Pela minha esposa e por tantos outros que ele já causou o mal... ele tem que pagar por seus crimes!!! – Brada o comissário que se ergue e bate na mesa com toda a sua força. – Eu quero que aquele maldito apodreça, que ele pague em peso por toda a dor e sofrimento que ele causou, que ele seque numa cela e morra sentindo na pele a dor que causou a mim e...
– COMISSÁRIO!!! – Dessa vez foi Hiro quem bradou fazendo o comissário se calar. – Entendo seu ódio e sua magoa, são totalmente plausíveis, mas quem o ouvir falando isso vai achar que o senhor só está atrás do Yama por causa de vingança!
O comissário lança um olhar de fúria para o menino.
– E daí?
E o menino responde sem medo:
– E daí?! O senhor é o comissário de polícia de San Fransyko, um dos melhores policiais que já passaram por essa instituição! Eu entendo seu desejo de querer fazer justiça, mas se fizer isso calcado em sentimentos pessoas de ódio e rancor o senhor estará se igualando a ele!
As palavras de Hiro deram um choque no velho policial que forma completadas por Weltall.
– Hiro tem razão senhor! Somos policiais, temos que seguir as leis, se formos tomados por nossos sentimentos pessoas... estaremos sendo justiceiros... e não homens e maquinas da lei...
O comissário ouviu ambos, sempre odiou subalternos que o negavam ajuda, que tinham medo de ajuda-lo quando se referiam a enfrentar um ministro, por isso vários oficiais o abandoaram no meio das investigações o achando paranoico, mas aqueles dois não... entenderam seu ódio e ainda tentaram traze-lo a realidade que era cruel, mas verdadeira.
O comissário respira fundo e se senta e sua cadeira.
– Vocês estão certos.
Um feição de aliviou se fez no rosto de Hiro ao ouvir aquilo.
– Vingança nunca é a solução...se sucumbirmos aos nossos desejos mais sombrios, qual seria a diferença entre nós e os criminosos que prendemos?
O comissário engoliu seco ao ouvir aquilo.
– Por várias vezes eu já quase sucumbia vingança, por várias vezes já quis pegar uma armar e acabar eu mesmo com o Yama, mas você tem razão... isso não traria minha esposa de volta e eu me tornaria igual a ele.
– Exato. E é por isso que agora posso ajudá-lo de verdade!
– Ah?
– Comissário, a história agora mudou de figura, agora que sabemos quem é nosso inimigo precisamos saber tudo sobre ele!
– Costumes, vícios, o que ele fez antes e depois antes de se tornar ministro... um dossiê completo do alvo! O senhor deve ter isso, não é?
O velho oficial nem respondeu, apenas abriu sua gaveta e dela pegou uma memory box que estendeu para a dupla.
– Aqui estão todos os arquivos que tenho do Yama, sua vida antes e depois de assumir o ministério, já olhei isso mais de mil vezes e não encontrei nada mais.
O menino sorri ao pega a memory box:
– Mais nós não estávamos aqui a três anos atrás, estávamos?
Os olhos do comissário se iluminaram, seria possível que aquele menino encontraria algo?
– O que posso dizer... conto com vocês!
– Não falharemos! – E quando estavam para sair da sala. – Ah, comissário, sei que não é da minha conta, mais por que não vai ver sua filha.
– Ah?
– Ela pode ter perdido a mãe, mas ainda tem o pai... exerça essa função senhor... enquanto ainda pode. – E deixa a sala junto com Weltall deixando o comissário surpreso e ao mesmo tempo orgulhoso.
– Realmente... fiz bem em aceita-los no caso. – E obedece as ordens de seu pequeno subalterno e se retira indo para casa, para junto de sua filha onde teria um pouco de paz.
Algumas horas depois abordos do Hamada móvel...
– Ainda estou pasmo com a história do comissário.
– Quem não ficaria! – Responde Hiro olhando a memory box em sua mão. – Três anos perseguindo um indivíduo e não conseguiu captura-lo, as pessoas o jugando e ainda perder alguém que ama é difícil manter a sanidade.
– Com certeza...
A dupla fica em silencio por um tempo até que Hiro comenta:
– Amigão... sabe que essa missão vai se tornar ainda mais perigosa, não sabe?
O gigante apenas responde:
– Hiro... não importa o perigo... estarei sempre ao seu lado lhe ajudando e te dando apoio, tem a minha palavra!
Era aquilo ele queria ouvir, ter um parceiro e amigo que o ajudaria a todo momento e o jovem policial encara o horizonte com uma dúvida em sua mente que não o deixava em paz, mas ele a sacode para se ater aos fatos atuais... Yama precisava ser detido!
Autor(a): Ash Dragon Heart
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A noite chegara a San Fransoyko, após mais um dia longo de trabalho e de revelações e a dupla de policias chegava em casa. Uma parte de Hiro ficava feliz de voltar ao lar, já a outra. – Em pensar que vou ter que aturar aquelas malas assim que eu entrar em casa... ahhhhhhhhhhhhhhhhhh, MERDA!!! – Brada o pequeno gênio dando um t ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 3
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Magda Postado em 29/08/2019 - 12:08:48
continua!!
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Magda Postado em 07/04/2019 - 20:26:24
oii! continua, vou ler!
Ash Dragon Heart Postado em 07/04/2019 - 20:54:55
Pode deixar! Essa historia não ira acabar tão cedo e bem vinda a Draconia!