Fanfic: O Mago Das Espadas | Tema: Final Fantasy/Frozen/A Origem dos Guardões/Como Treinar o Seu Dragão/Valente/Enrolados
O automóvel conversível trafegava tranquilamente pela rodovia. Era o último modelo lançado a pouco mais de uma semana. Confortável, silencioso e com vários utensílios disponíveis, música ambiente preenchia seu interior tornando a viajem mais prazerosa e agradável. Era o carro preferido para casais ou grupo de amigos que queriam ir a um encontro ou festas.
No entanto nem mesmo esse luxo conseguia tranquilizar suas duas ocupantes.
– Falta muito Zie? – Pergunta à princesa de cabelos ruivos que trajava um belo vestido verde com detalhes em flores douradas, seu cabelo rebelde estava preso em uma longa trança amarrado por uma linha de prata com detalhes de flores, feito por Rapunzel que estava sentada ao lado da amiga trajando um vestido cor-de-rosa com detalhes de flores roxas e brancas, seu longo cabelo dourado também estava trançado como o da amiga, porém mais longo indo até suas cochas, enfeitado por pequenas pérolas e flores de diversas cores. Ambas escolheram maquiagens levem, Mérida usando uma sombra leve vermelha assim como seu batom e Rapunzel roxa com um batom rosa e para completar o visual, bolsas e sandálias nas cores dos vestidos.
Ambas lindas, dignas de princesas prontas para um baile, infelizmente a ocasião não era para festa.
– Não sei dizer Méri. – Responde Zie. – O Tadashi não revelou o lugar e o motorista parece também não querer nos dizer.
Ao ouvir isso a ruiva olha para frente e vê o vidro fumê preto que as separava do motorista. Ela se levanta, bate no vidro e diz:
– Ô motorista, falta muito? – Mas não ouve resposta e isso deixava a ruiva irritada. – Vem cá essa cara não fala? – E bate de novo e novamente sem resposta. – Ô tô falando com você, não vai responder não?!
– Mérida chega! – Pede a princesa de Corona. – Está claro que ele não vai nos dar atenção e nem sabemos se ele é humano, pode ser um robô, lembra que ao entramos só ouvimos uma mensagem para embarcarmos... o som não parecia o de uma pessoa.
A princesa ruiva pisca e encara o vidro fumê.
– Perai... será que o motorista é um robô?
– Pode ser... mais isso não me preocupa tanto, o que me preocupa é esse tal evento, eu pesquisei rapidinho nos jornais e revistas e não tem nada falando de um evento importante para esses dias. – Explica a princesa de Corona.
– Uau! Você teve tempo de ver isso antes de sairmos?!
– Sim, sou precavida miga. – Responde Rapunzel dando uma piscadela fazendo Mérida sorri, tinha sorte de ter uma amiga tão sabia e detalhista como ela. – Alias... você ficou muito bonita, sabia?
A princesa valente sorri encabulada ficando vermelha.
– Valeu Zie, só você mesma pra me deixar parecendo uma princesa de verdade e não uma boneca... como minha mãe vive tentando fazer. – Essa última a ruiva virou os olhos ao pensar na mãe, Zie por sua vez riu.
– De nada Méri, mais o que fiz mesmo foi só botar a beleza que já existia em você pra fora. – Responde a princesa de cabelos loiros que completa. – E quem sabe um certo “amigo” nosso, não nota e fica impressionado, hein?
A face da princesa ruiva que já estava vermelha ficou ainda mais depois desse sutil comentário chegando a ficar da cor de seus cabelos.
– Zie... o... que... você... quis... dizer... com... isso?! – Questiona Méri gaguejando.
– Ué, tô mentindo? – Pergunta Rapunzel arqueando as sobrancelhas e rindo. – Eu já reparei que você tem uma certa quedinha por um moreno de olhos verde que se chama Solu...
Rapunzel não conseguiu terminar a frase, pois sua boca foi rapidamente tapada pela amiga que parecia aflita.
– DE ONDE VOCÊ TIROU ESSE ABSURDO MENINA?!
Calmamente a loira retira as mãos da amiga de sua boca, suspira e responde:
– Méri, não é de hoje que ando desconfiada que você nutre algo além de amizade por nosso treinador de wyverns. – Comenta a princesa de Corona fazendo sua amiga arregalar os olhos. – Quando está perto dele você sorri mais, se atrapalha um pouco, esconde o rosto com os cabelos, se arrumar melhor e até bate menos no Jack... esse último foi o fator decisivo para eu descobrir!
O queixo de Mérida foi até o chão depois dessa, nunca em sua vida perceberia que bater menos em Jack seria uma pista para sua amiga descobrir o que ela sente.
– Eu devia descer o sarrafo mais vezes no Jack!!!
– Pois é... devia. – Responde Rapunzel sorrindo. – Mas já que estamos nos abrindo. – Ela chega mais perto da amiga, coloca a mão em seu ombro esquerdo e fala. – Ah, quanto tempo você gosta do Soluço?
Tal pergunta fez a mente de Mérida viajar no tempo, de quando ainda tinha onze anos, quando veio escondida para Draconia, desobedecendo às ordens de sua mãe que queria que ela fosse para Cristalis, já que muitos membros da realeza iam para lá e tinham a educação adequada para futuros reis e rainhas, mas acontece que ela não queria nada disso. Sempre detestou aulas de etiquetas e boas maneiras, queria estudar magia, lutas marciais, conhecer esse imenso mundo, em suma... ser livre.
– Confesso que de início eu sempre detestei a ideia de me apaixonar, já que até isso minha mãe queria mandar ou escolher pra mim, acredita?
– Nossa! Dessa eu não sabia. – Exclama Rapunzel surpresa.
– Pois é minga, mais acredite, mesmo com meus quatorze indo pra quinze anos, minha adorada mãe já começou a escolher pretendentes pra mim... e se não bastasse disse que é para fortalecer os laços de união entre os reinos.
– Fortalecer os laços... – Murmura a princesa de Corona pensativa, já tinha ouvido sua irmã falar sobre esse assunto, que para unificar ou fortalecer laços entre reinos, os lideres obrigavam seus filhos a se casarem para perpetuar o que eles chamavam de “sangue nobre”, forjando uma aliança para suportar desafios que poderiam a vir surgir contra seus reinos. Era uma boa maneira de proteger um reino, mas com o sacrifício de seus filhos e filhas que eram tratados como meras moedas de troca. Pensar que sua melhor amiga estava nessa situação a fez se compadecer ainda mais pela amiga. – Oh, Méri!
A jovem princesa de Dunbroch funga.
– Eu sempre achei que levaria anos para me apaixonar e que ele não seria da realeza, só pra eu irritar minha mãe... mas aos poucos eu comecei a ver o Soluço com outros olhos, a inteligência dele que sempre nos salvava de encrencas, a coragem para enfrentar injustiças, o carinho pelos amigos, mais acima de tudo a força de enfrentar o destino imposto a ele e escrever a própria história!
Um sorriso bobo crescia na face de Mérida ao lembrar do amigo e mal percebeu que seus olhos brilhavam enquanto falava do berkiano, aquilo para Rapunzel estava mais claro do que cristal... Mérida estava apaixonada por Soluço!
– Nossa... eu nunca pensei que viveria para ver esse dia... Mérida Dunbroch... ESTA AMANDO!!! – Berra a princesa de Corona abraçando a amiga.
– Zie cê ta me esmagando!
– Aí desculpa! – Larga a ruiva que cai no chão do carro. – Me empolguei!
– Percebesse! – Murmura Mérida se levantando do chão. – E nem tudo são flores... lembra?
– E porque não seria, não a nada que atrapalhe você e o Soluço de serem... – A loira se cala ao se lembra que o amigo. – Aí não...
– Se esqueceu né miga... que o Soluço já tem namorada. – Completa Mérida se sentando novamente no banco com um semblante triste. – E não é qualquer uma, mas sim a Astrid!
Rapunzel fica sem palavras, ficou tão empolgada com a revelação de sua amiga que esqueceu que o coração do Herdeiro de Berk já tem dona.
– Aí, caramba... esqueci da Astrid! – Exclama a loira dando cascudos na própria cabeça. – Burra, burra, burra!
– Zie menos! – Exclama Mérida segurando o punho da amiga. – Bater em si mesma não vai ajudar.
– Mas ajuda a não se esquecer das coisas... BURRA, BURRA, BURRA!!!
– Aff! – Suspira a princesa valente balançando a cabeça ao ver que não conseguiu parar a amiga e por seu coração pesar tanto. Uma parte sua se sentia bem por ter encontrado alguém de quem gostava, a outra mal por ser um amigo, ele já ser comprometido e pior de tudo... namorando sua maior rival!
Astrid Hofferson era de Berk assim como Soluço, porém diferente do jeito calmo e inteligente do amigo, a moça era tempestuosa, valente e acima de tudo boa de briga! Ela não levava desaforo para casa, batia sem dó em que a importunasse ou seus amigos, era a melhor amiga de Elsa, princesa de Arendelle, o que era surpreendente, já que Elsa era o total oposto da berkiana. Tanto ela quanto Astrid pertenciam à casa de Suzako, a casa dos valentes e guerreiros, desde que se conheceram começaram a disputar em tudo, fosse em provas de resistência, combates, magias ofensivas, ou seja tudo que envolvia parte física, ao contrário da parte educacional que eram péssimas, principalmente em runas e poções.
– Odeio essas matérias! – Exclama a ruiva.
Nunca tentaram ser amigas, mais se respeitavam e isso era o bastante para elas conviverem, mas tudo mudou quando descobriu que a berkiana nutria sentimentos por seu amigo, de início achou que era puro interesse de Astrid... mas com o passar do tempo pôde perceber que aquilo não era interesse, mais sim um amor forte e poderoso que fez Soluço desafiar o próprio pai e o conselho de Berk para aceitarem seu romance com a guerreira. O barrão Stoico aceitou... por hora, mas Soluço conheciam bem o seu pai e sabia que mais cedo ou mais tarde ele tentaria interferir em seu destino... como sua mãe tenta fazer há anos.
– Quem dera alguém fizesse isso por mim.
– Méri... – Rapunzel murmura o nome da amiga com pena, de fato qualquer garota ficaria com o coração derretido com um gesto tão nobre quanto o de Soluço, ele literalmente provou seu amor por Astrid com o risco de ser deserdado pelo pai, poucos teriam essa coragem.
“Mas será que ela farai o mesmo por ele?”
Pensa a loira que toma uma atitude.
– Méri. – A princesa de Corona estica a mão esquerda capturando o queixo da amiga. – Olha, ainda somos jovens, estamos começando nossas vidas, temos uma longa estrada pela frente, muita coisa pode acontecer ainda.
A ruiva não entende aquelas palavras.
– Como assim Zie?
A loira sorri.
– Que a avida é muito longa, uma verdadeira caixinha de surpresas, uma infinidade de coisas podem acontecer hoje, ou até mesmo amanhã, o que tô querendo dizer é que... – Segura as mãos da amiga. – Que você não pode desistir logo na primeira barreira!
Mérida arregala os olhos.
– Zie...
– O Soluço provou o amor dele e que está disposto a fazer qualquer sacrifico pela pessoa que ele ama... mas será que ela estaria disposta também?
– Como é que é? – Inquere a ruiva de olhos arregalados.
– O que você ouviu Méri, a gente não sabe se a Astrid faria o mesmo por ele, que se sacrificaria ou ariscaria tudo por alguém, ou seja... ainda há esperança!
Mérida tentava processar o que acabou de ouvir, às vezes era difícil compreender tudo o que Zie falava, a cabeça dela não raciocinava na mesma velocidade que a da amiga, mas a palavra esperança... isso ela entendeu muito bem.
– Você acha... que um dia... ele possa...?
E sorrindo Rapunzel responde:
– Sim, eu acredito!!!
Os olhos azuis da princesa Valente humedeceram, mordeu o queixo tentando conter o choro que queria vir, mas não conseguiu, lágrimas cristalinas começaram a descer por suas bochechas e a pingar em seu colo. Um calor preenchia seu peito, uma chama de um amor que ela tentava conter começou a aflorar por todo o seu corpo, amor esse que ela estava disposta a lutar, como ela sempre fez na vida!
– Zie... você é a melhor amiga que uma maluca e desmiolada poderia ter!!! – E abraça a amiga afundando o rosto em seu pescoço chorando. Rapunzel por sua vez acaricia os volumosos cabelos da amiga a consolando. Em questão dos amigos ela sempre estaria lá para ajuda-los, protegê-los, aconselhando-os, advertindo-os e até os impedindo de fazerem besteiras... sendo uma “mãe” para todos eles.
Infelizmente nem todos a achavam uma mãe, havia um que tinha planos para a bela princesa de Corona, do alto do prédio pode ver o carro que a trazia chegando, lambeu os beiços ansioso pelo momento que a teria para si.
Dentro do automóvel as duas amigas conversavam, depois de Zie refazer a maquiagem de Mérida, quando sentiram uma parada brusca.
– Eu não toquei em nada! – Exclama Méri com as mãos levantadas.
– Não Méri, não foi você... nós é que paramos. – Constata a princesa que logo em seguida ouvem uma voz ecoar pelo carro.
– Chegamos ao destino, por favor, desçam.
Na mesma hora a porta do lado de Mérida se abre a fazendo recuar.
– Nunca vou me acostumar com esses trecos futurísticos!
– Idem, mais pelo visto chegamos aonde o Tadashi queria, vamos descer! – Responde a princesa de Corona que tem um aceno de cabeça da amiga, logo as duas deixam o automóvel encarando o gigante de concreto e vidro que as aguardava.
– Minha... Deusa! – Exclama Mérida ao ver o imponente prédio que se erguia a frente delas. – Olha o tamanho dessa coisa!!!
Os olhos de Rapunzel se arregalam ao ver o enorme prédio a frente delas, assim como os outros ao redor.
– Esse lugar...
– Zie, onde estamos? – Inquere Mérida. – Não me lembro de termos vindo aqui?
– É porque não viemos Méri. – Responde Rapunzel olhando em volta. – Durante nossas idas e vinda pela cidade passamos por vários distritos a procura pelo Mago das Trevas... menos esse... o Distrito Financeiro.
– Distrito Financeiro?
Situado em um dos pontos mais importantes da cidade do amanhã, o distrito financeiro era onde toda a economia de cidade passava. Inúmeros prédios de diferentes firmas e aglomerações se expandiam por aquele grande conglomerado de prédios altos que podiam tocar o céu. Ali a economia fluía por números, dinheiro invisível que chegava a todos os cantos da cidade onde você poderia pegar em qualquer lugar. Tal evolução começou há dez anos e só veio aumentando, tanto que há cinco anos Zanarkad adotou o mesmo método e evoluiu de uma mera cidade costeira para o lar do Blitzball.
– E o que será que o Tadashi iria querer com você em um distrito financeiro? – Pergunta Mérida.
– Não sei. – Responde Rapunzel. – Mas pelo visto ele está naquele prédio gigante... o mais alto deles.
Ao ouvir isso Mérida segue com olhar o prédio, tentando contar os andares.
– Um, dois, três... vinte, trinta... quarenta... oitenta e cinco... AAHHHHHH!!! – Grita a ruiva quase caindo.
– Méri, tá tudo bem?
– Tudo sim... só que tentei contar os andares desse bicho, quando cheguei nos últimos virei tanto a cabeça pra trás que quase cai... falha minha, he, he.
– Aí, Méri não me assusta assim! – Reclama à loira.
– Desculpa, mais tem certeza que o Tadashi tá nesse prediozão?
A princesa de Corona encara o prédio a sua frente pensativa.
– Vamos ver.
– Vai usar uma magia, aqui? – Questiona Mérida preocupada, podiam estar sozinhas mais sempre havia o risco já que a cidade tinhas “olhos eletrônicos”, de acordo com Soluço.
A princesa loira sorri.
– Não se preocupe... miguem vai me ver usando. – E fecha os olhos concentrando sua Aura, ao abri-los eles estavam mais claro e com duas pequenas mandalas em cada retina. Sua visão do mundo mudou, ao invés das cores normais ela agora via tudo azul cristalino, plantas, asfalto prédios tudo era da mesma cor, exceto um brilho verde bem longe que se movia dentro do prédio e esse brilho era... – Localizei a Aura dele! – Exclama. – Está no meio do prédio e descendo, a algumas Auras pelo caminho, mas não sei identificar se são funcionários ou outros convidados para o tal evento, já que são Auras pequenas. – Explica. – Ele passou direto, deve estar descendo de elevador e indo para o térreo nos encontrar.
Após sua pequena analise a princesa pisca fazendo seus olhos voltarem ao normal assim como o mundo que voltou a ter as cores de sempre.
– Bom... acho que isso tira nossas dúvidas se ele está lá ou não, mais vamos lá? – Questiona a princesa para sua amiga que tinha os olhos e boca arregalados. – Méri... que cara é essa?
– V-Você... acabou... de usar... magia... sem uma varinha... COMO?!
A princesa de cabelos loiros sorri sem jeito.
– Bom... digamos que estou aprendendo um jeito novo de usar magia... ainda estou no início, mas já consigo usar alguns feitiços sem a varinha.
Essa última fez Mérida arregalar ainda mais a boca.
– Miga, tu é demais! – Exclama a ruiva dando pulinhos e é logico que ela não perde tempo. – Da pra ensinar?!
– He, he, você parece uma criança Méri. – Ri a loira. – Mas infelizmente não vai dar.
– Ahhhh... – Murmura a princesa Valente magoada.
– Não faz biquinho. – Diz Rapunzel mexendo nos lábios da ruiva.
– Não tô fazendo bico, sua chata! – Ralha Mérida cruzando os braços.
– Há, há, sua boba vem cá! – Diz a princesa de cabelos dourados envolvendo o braço da amiga no seu e a puxando. – Desfaz essa careta eu dou umas dicas depois, topa?
Um sorrisinho de vitória se forma nos lábios da princesa de Dunbroch.
– Fechou!
– Manhosa!
– Sou mesmo!!!
E as duas acabam rindo uma das outras enquanto caminhavam até o prédio, a porta de vidro se abre lateralmente dando passagem as duas princesas que agora se encontravam em imenso saguão. O chão era feito de granito branco sem manchas, as paredes de um metal negro polido, quatro grandes pilastras estavam dispostas a frente delas com assentos confortáveis envolta deles para recepcionar visitantes. Um imenso balcão com inúmeras memory pc para atendimento, ao fundo uma escada feita de mesmo granito que o do piso levava ao próximo andar.
– Bela decoração! – Exclama Mérida.
– De fato. – Concorda Rapunzel que observa que haviam bandeiras nas cores verde e branca com um brasão em forma de uma espada vermelha no centro que estavam penduradas a frente das grandes pilastras que tremulavam pelo efeito do ar-condicionado e no centro delas flutuando a dez metros de altura estava uma imagem holográfica de um globo azul com várias ilhas espalhadas por ele.
Mérida curiosa como sempre perguntou:
– Zie... que negócio redondo é esse?
– Parece ser... uma forma diferente de ver o mapa-múndi. – Explica a Corona. – Veja, ali está Corona, mais ao oeste Arendelle e na parte de baixo Dunbroch.
– Uau! Que estranho! – Responde a ruiva. – E essas bandeiras com brasão, são daqui?
Rapunzel olha para elas.
– Hummm, talvez seja de alguma família influente, minha irmã me contou que após a queda de Yamato, representantes de famílias de samurais que sobreviveram a guerra se uniram e formaram o novo governo... esse prédio deve pertencer a algum deles e essa bandeira deve ser para representar sua família... interessante, né?
– Muito! Obrigado pela aula professora Rapunzel! – Brinca Mérida.
– Boba! – Responde Zie dando língua. – Só disse o que eu acho, não sei se estou certa...
– Na verdade está certa sim Zie... como sempre.
As meninas param de andar quando ouvem uma voz conhecida, a frente delas descendo as escadas estava seu colega e amigo de escola Tadashi Hamada trajando um terno negro de tecido fino, uma camisa branca por baixo para contrastar junto com uma gravata da mesma cor do terno, assim sapatos bem engraçados. Tal visual impressionou as meninas que sempre viam o rapaz usar roupas simples e largadas, agora estava elegante e com uma postura impecável.
– Tadashi? – Mérida o olha da cabeça aos pés. – É você mesmo?!
O rapaz ri.
– Claro que sou Mérida... com uma mudança no visual, mais sou eu mesmo. – Responde o Hamada. – Não sabia que vinha.
– Ah, eu ia ficar sozinha em casa e resolvi vir com a Zie... algum problema?
O rapaz sorri.
– De maneira alguma, fez até bem, mais... Zie... – O rapaz para de falar ao encarar a princesa de cabelos dourados. Seus olhos castanhos admiravam a bela menina que ele conheceu ainda criança agora desabrochar como uma linda flor. Seus cabelos dourados trançados por flores e perolas lhe davam um ar todo nobre e exótico, sua beleza e seu perfume o deixava inebriado, seus olhos verdes como jades lhe enfeitiçavam, mesmo sem ela proferir uma única palavra, seu vestido cor de rosa repleto de pequenas flores lhe dava a impressão de um jardim vivo e ela era sua flor mais preciosa.
– Tadashi... tudo bem?
A voz da linda flor o despertou de seu transe e sem perder tempo capturou sua mão esquerda a beijando.
– Melhor agora que você chegou minha flor, estava ansioso por sua chegada, ainda bem que veio. – Sorri o rapaz ao erguer a cabeça.
– Bom... você meio que não me deixou escolha, né?
O Hamada ri da pergunta da loira.
– Zie eu não obrigo ninguém a nada. – Aperta com força a mão da jovem. – Você veio por que também queria me ver, não é?
– Bem... sobre isso... – Rapunzel tenta recolher sua mão discretamente, mas sentiu o rapaz fazendo força a prendendo, isso começou a deixa-la assustada. – Tadashi... minha mão... pode solta-la?
O rapaz pisca e sorri.
– Oh, mais é claro, que indelicadeza a minha! – Exclama o rapaz soltando a mão da princesa que a recolha para atrás de si. – Então como estão todos lá em casa?
– Estão bem, né Méri? – A loira dá uma piscadela para sua amiga que entende o recado.
– Pois é... estão todos bem... tirando as trapalhadas e brincadeiras sem noção do Jack que por sinal... quebrou um aparelho da sua tia, acredita?!
– Um aparelho da minha tia? – Tadashi ergue uma sobrancelha.
– Sim, ele tentou fazer um gororoba e o negócio explodiu na cara dele foi hilário!!! – Exclama a princesa ruiva descrevendo a cena com as mãos.
– E o que aconteceu depois? – Pergunta o Hamada.
– Dei umas cacetadas bem dadas nele, aí o Soluço o levou para comprar um aparelho novo pra sua tia.
– Ufa, pelo menos o Soluço tem noção das coisas. – Exclama Tadashi aliviado.
– Concordo plenamente, além de ser um pedaço de mau caminho!
– Como?
– Nada não! – Exclama a ruivinha ficando vermelha.
– Ahhh... tudo bem... e minha tia? – Pergunta o rapaz mudando e assunto.
– Saiu com o professor Kojiro no início da tarde. – Responde Rapunzel.
– Hummm, é mesmo?
– Sim. – Confirma a princesa loira. – Algum problema com isso?
O rapaz fecha os olhos, suspira e balança a cabeça.
– Para dizer a verdade sim, não acho bom minha tia e o professor ficarem zanzado por ai, ele é um dos maiores magos deste mundo e um professor de uma escola renomada, não seria bom para a imagem dele andar com pessoas de baixa classe... bom fazer o que, vamos subir, tenho muitas coisas para mostra para vocês! – E se vira subindo as escadas, deixando as duas princesas atônitas.
– Zie... – Mérida chama a amiga com voz baixa para que ninguém pudesse ouvi-las. – Ou eu tô doida... ou ele acabou de ofender a própria tia?
Rapunzel por sua vez balança a cabeça em negação.
– Não Méri... você não tá doida, ele a ofendeu... e sem pestanejar. – Responde a jovem princesa de Corona que começa a sentir um mal estar indescritível, sua mão esquerda que o “amigo” havia beijado estava dolorida, provavelmente ficaria roxa, era como se o rapaz não quisesse solta-la, como se ela fosse dele!
Os olhos verdes claros da princesa observam o rapaz se distanciar delas, percebeu que seus ombros estavam rígidos, suas mãos fechadas e seus passos pesados. Ele podia até tentar enganar, mais a loira percebeu que ele não ficou nada feliz em ver sua amiga junto dela e ainda mais lembrar de sua tia.
– Zie, tudo bem?
A voz de Mérida desperta a princesa de seus pensamentos.
– Sim... esta. – Mente a princesa. – Vamos segui-lo, estou curiosa para saber o que ele tem para nos mostra. – Finaliza sorrindo.
– Ehhh... tá bom! – Concorda a ruiva. – Mas se ele tentar te beijar de novo, seja na mão ou no rosto sem sua autorização, vou dar na cara dele!
A loira sorri após a fala da amiga, percebeu que fez muito bem em traze-la junto, não queria nem pensar como seria sozinha com Tadashi. Se ela tinha dúvidas sobre seu “amigo” elas se dissiparam como água... o Hamada estava escondendo algo, bastava saber o que era?
Bem longe do gigante de concreto em que as meninas se localizavam, no distrito oeste dois rapazes corriam pela calçada. Um era moreno e ou outro pálido como um fantasma, assim que viraram a esquina pararam diante da porta de uma residência.
O moreno tenta abrir a porta, mas sem êxito.
– Tá trancada!
– Você não tem a chave? – Inquere o albino.
– Não... – Murmura o outro frustrado.
O albino serra os dentes aflito xingando.
– Merda! E agora?!
O moreno bate na porta gritando:
– Mérida Rapunzel, abram a porta!!! – Bate novamente. – Somos nós, Jack e Soluço!!!
– Abre a porta pimenta vermelha!!! – Solta o albino esperando pelos berros da ruiva... que não vieram. – Cara agora fiquei preocupado... ela sempre reage quando eu a chamo desse apelido.
O moreno arregala os olhos, será que havia acontecido algo?
– Jack a postos! – Brada o herdeiro de Berk sacando o cabo de uma espada do bolso enquanto o albino materializa um cajado de madeira em pleno ar. Sem esperar mais o moreno chuta a porta botando abaixo e adentrando a casa, as luzes estavam apagas aumentando apreensão. O rapaz concentra sua Aura a mandando para o cabo que tinha em mãos, em segundos uma lamina de chamas irrompe do cabo iluminando o lugar. – Mérida, Rapunzel, vocês estão aí? – Inquere o rapaz.
– Vou olhar no andar de cima! – Exclama o Frost que sobe os degraus de dois em dois.
Soluço por sua vez segura o cabo de sua espada de chamas com as duas mãos enquanto ilumina o ambiente escuro. Dava passos cuidadosos, olhava tudo a sua volta com o máximo de atenção, qualquer coisa de errado ou ameaça sentira o fulgor de sua espada.
– Tia Cass, Kojiro-Sensei? – Pergunta o rapaz, mas novamente sem resposta, tentava sentir as Auras de suas amigas, da tia dos Hamada e de seu professor, mas não sentia ninguém, somente a Aura de Jack se movendo no andar de cima. Olhou a cozinha, nem sinal, encarou a porta da garagem, o único lugar da casa que ele e os amigos não haviam entrado. Com cuidado tocou na maçaneta girando-a e para sua surpresa estava aberta, empurrou a porta com o pé esquerdo enquanto matinha sua espada empunhada com as duas mãos. As chamas iluminaram o lugar que estava no completo breu, não havia sinais de vida ou de ninguém naquele pequeno espaço
– Soluço, não tem ninguém na casa, olhei tudo e nem sinal das meninas, da tia ou do pofe, parece que todo mundo vazou! – Exclama Jack se juntando a ele.
O rapaz abaixa sua espada.
– Ninguém?
– Ninguém mesmo, nem o traíra do Tadashi e muito menos o Hiro.
Ao ouvir aquele nome o herdeiro de Berk fecha os olhos em frustração.
– Justamente quem nos mais precisávamos conversar não está!
– Quê? – Questiona o albino sem entender.
Sem responder Soluço olha para a parede a sua direita vendo um pequeno interruptor, vai até ele e o pressiona, imediatamente as luzes da garagem se ascendem mostrando seu conteúdo.
– Uau! – Exclama Jack ao ver o lugar iluminado.
Assim que as luzes iluminam o ambiente a dupla de amigos contempla o lugar que seu dito “amigo” disse ser sujo, desorganizado e infestado de ratos e baratas. Na verdade o lugar era limpo, arrumado, organizado e principalmente confortável.
– Este lugar é...
– Um minilaboratório! – Exclama Jack completando as palavras do amigo.
– Sim, é. – Soluço olhava o lugar com atenção, haviam diversas ferramentas, localizados em pontos diferentes, planilhas e mapas fixados nas paredes, um quadro de evidencias com linhas vermelhas ligando a fotos e pedados de papeis, um pequeno carro vermelho estacionado próximo da porta da garagem, um imenso monitor a frente deles e a direita uma grande cadeira de aço, com diversos fios ligadas a ela. Não demorou muito para o herdeiro de Berk saber de quem era aquilo tudo. – Isso tudo só pode ser...
– Do Hiro.
Reponde uma voz vinda de trás deles.
Os meninos arregalam os olhos, lentamente se viram com sua espada e cajado em mãos esperando para abater qualquer coisa que os fosse atacar, mas para a surpresa de ambos.
– Não tem ninguém! – Exclama o albino.
– Mais você ouviu alguém falar, não ouviu? – Questiona o berkiano para o amigo que apenas meneia a cabeça. – Então...
– Ô psiu! Aqui embaixo!
Os meninos arregalam os olhos, abaixam as cabeças e se deparam com um pequeno ser que os olhava com seus olhos cor de neon branco que piscavam para eles.
– Olá, sou X55, robô de espionagem e aventura, prazer em conhece-los! – Diz o pequeno robô acenando para a dupla.
O mago do gelo e mestre da diversão pisca várias vezes tentando compreender o que era aquela coisinha que falava, foi então que finalmente entendeu.
– Cara, agora eu já vi de tudo! – Se volta para Soluço. – A antena da Tv fala!
Tal comentário fez o moreno fechar os olhos em agonia e dar um tapa na própria testa enquanto o pequeno robô cai para trás.
– É... o Hiro tinha razão... magos são uns BOCÓS!!! – Exclama o robozinho no chão.
– E ainda apor cima consegue zoar a gente, que maneiro! – Comenta o albino que se agacha e pega o robozinho do chão. – Cara você muito bem feito, hein? Onde você foi comprado tem mais?
Os olhos do pequeno robô brilham.
– Me largue neste instante, ou não me responsabilizo por sua segurança! – Ameaça o pequenino, mas pra variar Jack não leva a sério.
– Você ainda consegue ameaçar! Soluço esse robozinho é muito maneiro e olha só a mãozinha dele solta e se gruda em você, o que ela faz?
– Isso! – Responde o pequenino.
Em questão de segundos o sorriso de Jack some, e ao invés de perguntas feitas um grito de dor ecoa por sua garganta enquanto vários volts passam por seu corpo.
– AAAAAAHHHHHHHHHHHHH!!!
– E olha só... ele da choque... que legal né Jack? – Diz Soluço debochado.
– MUITOOOOO!!!! UUUUAAAAAAHHHHH!!!
– Essa é uma das minhas técnicas de espionagem extrema... ELETROCHOQUE!!! – Brada o pequenino enquanto eletrocutava o albino, isso tudo durou exatamente dois minutos, quando acabou o albino solta o robozinho que pousa em pose de herói. Jack por sua vez cai sentando não chão todo chamuscado.
– Eletrocutado duas vezes... no mesmo mês... eu devo ter aprontado muito... ei... o que você vai fazer com o meu cajado?
– Isso! – Responde o baixinho segurando o cajado do Frost e dando na cabeça dele.
– AÍ, ISSO DOI!!!
– Mesmo? Que bom!!! – Exclama X55 descendo bengaladas no albino que tentava se defender.
– Soluço faz alguma coisa ele vai me matar!!!
– Toma essa, mais essa e essa, ei... que me levantou?! – Questiona o robozinho balançando as perninhas no ar.
– Fui eu!
– Ah?
– Olha, apesar de eu gostar muito de ver você bater no Jack, acho que temos coisas mais importantes para discutir, não concorda?
O robozinho encara o moreno, seus olhos de neon branco piscam, pensa um pouco e responde.
– Não!
Se balança e se lança dando cambalhotas em pleno no ar parando na bancada onde está o monitor.
– Belas cambalhotas. – Diz o berkiano jogando o cajado de madeira para o albino que massageava a cuca. – Porque não quer conversar conosco?
O pequenino cruza os bracinhos.
– Simples... vocês são amigos daquele covarde, que se não basta-se tentaram matar meu aniki e meu mestre!
– Quê?!
– Isso que você ouviu! – Exclama X55. – O Tadashi pode contar a história que quiser, mais eu sei bem o motivo de ele ter voltado pra San Fransyko, foi para impedir nossa libertação!
Os olhos verde de Soluço se arregalam, sua mente tentava processar o que aquele robozinho estava dizendo.
– Espera... verdadeiro motivo, libertação?
– Não se faça de bobo! – Brada o pequenino. – Eu duvidei no início, mais depois que Hiro e o aniki voltaram, um dia antes deles se separarem, eu pude ver claramente que eles eram nossos libertadores!
– Libertadores?!
– SIM! – Responde o robozinho com força. – Eu vi o grande espirito do Vento e da Sabedoria Kazedori envolta deles! É um sinal de que nossa libertação está próxima! – E olha para o teto com as mãozinhas sobre o peito. – Meu aniki é o escolhido... O Rei Dos Robôs!!!
E Soluço viu algo que ele não conseguiu crer... o pequeno robô estava brilhando e esse brilho lembrava muito...
– AURA?!
Longe dali no monumento em memória ao monges de Yamato o pequeno gênio continuava deitado, não mais sozinho, um imenso pássaro de penas verdes, garras douradas e bico branco o vigiava. Seus olhos amarelos como ouro observavam o menino desacordado, em sua misericórdia estende uma de suas grandes asas acariciando o rosto do menino, para depois voltar seu olhar para a estátua do monge que meditava e dentro dela, guardada a séculos repousava o maior tesouro daquela terra... uma espada de cabo branco, embainhada, amarrada por selos de papel que aos poucos iam se rompendo, sua Aura adormecida a tempos imemoráveis começava a acordar, a vontade do povo de Yamato ecoava como uma canção que ninguém podia ouvir... exceto ele...
Autor(a): Ash Dragon Heart
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 3
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Magda Postado em 29/08/2019 - 12:08:48
continua!!
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Magda Postado em 07/04/2019 - 20:26:24
oii! continua, vou ler!
Ash Dragon Heart Postado em 07/04/2019 - 20:54:55
Pode deixar! Essa historia não ira acabar tão cedo e bem vinda a Draconia!