Fanfic: Avatar, a Lenda de Jon Snow | Tema: As Crônicas de Gelo e Fogo, Game of Thrones, Avatar a Lenda de Aang
- Snow? – questionou ao ouvir o nome – O que é isso, é alguma casa que eu não conheço?
- Negativo, Vossa Graça – respondeu Sor Jorah – Snow é o sobrenome dado aos bastardos que nascem no Norte, assim como Waters é dado aos de Porto Real.
Viserys saca sua espada e fica diante de Jon.
- Agradeço por terem salvado a minha vida, senhores – disse o homem em frente à lareira – Eu não quero nenhum problema, posso me retirar agora, se vocês quiserem – foi interrompido.
- Pois bem, Jon Snow, Illyrio era o único burguês que nos aceitava em sua casa e que iria nos ajudar a recuperar o tro...
- Na verdade – interrompeu Daenerys – Ele tinha dito que...
- Calada! – gritou para a irmã, e então continuou sua oratória – Enfim, nós precisávamos dele e você o matou. Vou te dizer uma coisa, você acordou o Dragão, meu filho. Iremos pagar por isso, bastardo, mas você também irá.
- Não! – gritou Dany – Viserys, não foi ele que matou Illyrio, fui eu! Eu que sem querer derrubei o iceberg em cima dele, se tiver que matar alguém, mate a mim!
- Quê? – o irmão riu – Eu não vou matar você, Dany, você ainda me tem utilidade – encostou a espada no pescoço de Jon Snow, que continuava sentado, com uma expressão cansada e abatida – Vou matar esse bastardo para que sirva de exemplo para todos vocês.
Lançou o golpe. O encontro entre a lâmina e o pescoço, porém, foi impedido pela mão de Jon, apertando a espada e tentando a afastar de si. Do outro lado, Viserys continuava a fazer força. A espada conseguiu cortar a luva de Jon, mas em vez da espada ser tingida de sangue, o aço começou a escurecer. Foi quando Viserys percebeu que ela estava sendo queimada, e a afastou. Jon se levantou. Viserys notou seu rosto ter deixado de ser pálido, morto e inexpressivo para assumir um semblante de fúria, como se o sangue tivesse subido à cabeça, dando cor à face. Das mãos saía fogo. Então foi isso, pensou, recuando para o meio da sala. Sor Jorah estava acuado. Dany, apreensiva. Com a espada na mão, pôs-se inutilmente em posição de defesa, enquanto o adversário estava com as mãos em chamas, estas cada vez maiores, tendo tirado boa parte da lareira para aumentar o volume. Preparava-se para o ataque. Aquilo não podia acabar bem, porém não iria perder sem dignidade. Subitamente, porém, Jon cessou o fogo.
- Eu já disse que não quero problemas. Sinto muito por sua perda, e irei fazer o que for possível para compensá-la. Estou em dívida com vocês, afinal, salvaram minha vida – Jon Snow lhe estendeu a mão enluvada – Temos um acordo?
Sem qualquer reação, Viserys não teve escolha a não ser apertar a mão do dominador de fogo. Olhou para a porta e viu Doreah esperando ser respondida. Quanto ela deve ter visto?, pensou, mas não disse nada. Sor Jorah Mormont que foi atendê-la.
- Pois não? – disse.
- Na porta tem uma mulher que quer falar com vocês – começou a escrava sem dono – Diz ela que é filha do Illyrio.
Viserys engoliu em seco. Será que já descobriram? Assim, tão rápido? Olhou para o cavaleiro exilado. Deviam ter fugido, largando o bastardo na lareira enquanto ainda estava desacordado. Disse à Doreah para deixar a moça entrar, dando instruções aos presentes enquanto ela subia as escadas.
Arenylla Mopatis entrou na sala, no centro da qual havia uma grande mesa de madeira, onde Daenerys, Sor Jorah e Viserys estavam sentados. Veio sozinha, no fim da tarde, sem qualquer tipo de guarda ou cavaleiro para lhe proteger. Embora fosse esbelta, lembrava o pai, com seus longos cabelos castanhos e olhos escuros. Não era alta como ele, tendo um pouco mais que o tamanho de Daenerys, normal para uma mulher crescida das cidades livres. Embora fosse filha de Illyrio, Doreah nunca a havia visto, deixando-a entrar somente por ter sido reconhecida por Meistre Nakaphos, que servia ali há muitos anos.
- Vossa Graça – cumprimentou Viserys – É bom conhecê-lo – foi a vez dos outros na mesa – E esses devem ser a princesa e o cavaleiro exilado, estou certa?
- O prazer é todo nosso – respondeu Sor Jorah – Veio tratar algum assunto conosco?
- Na verdade, sim – Arenylla havia se sentado na outra ponta da mesa, arrancando um pedaço da unha do dedo médio esquerdo com o polegar – Estava em meus aposentos, quando um empregado meu disse que estavam a me chamar. Fui à praia, acompanhada por alguns pescadores e empregados, a fim de que confirmasse suas suspeitas: Era o corpo de meu pai que foi encontrado morto, boiando na baía.
Os três tentaram parecer surpresos.
- Como ele nunca sai de casa, suspeito que tenha sido assassinato – a filha fez uma pausa e serviu a si mesma um copo d’água do jarro que estava na mesa – Vocês foram os últimos a vê-lo. Sabem de alguém que possa ter feito isso?
- Ora, senhorita Mopatis – disse Sor Jorah, em tom de nervosismo – Sinto muito pelo seu pai, mas somos meros hóspedes, não conhecemos as intrigas dele.
- Uma pena, queria ter uma palavra com esse assassino – disse, de cabeça baixa – Mas tudo bem, se eu não o encontrar, a guarda da cidade irá. Ao que me parece, eles têm um suspeito. Disseram que tinham o visto saindo pra pescar com uma mulher loira.
Daenerys tremeu.
- Enfim – concluiu Arenylla – Estarei no meu quarto. Faz tempo que não venho aqui. Devo voltar para casa ao amanhecer. Se quiserem falar alguma coisa comigo, podem me chamar.
A porta se fechou. Os três foram para a cozinha, onde Jon estava escondido.
- E agora? – perguntou Viserys – Ela sabe! Logo a guarda vai ser chamada, e iremos voltar para Porto Real. Quer dizer, nossas cabeças vão – ele saca a espada para Dany – Isso é tudo culpa sua!
- Acalme-se, Vossa Graça! – Sor Jorah se pôs entre os dois. Dany estava assustada, quase chorando – Já tivemos brigas o suficiente por hoje. Devemos dar um fim nisso.
- E o que você pretende? – perguntou Viserys.
- A garota sabia dos assuntos de Illyrio, sabe quem somos e o que queremos – disse o cavaleiro, olhando-o nos olhos – Ela tem dinheiro suficiente para vingar a morte do pai se quiser. Não podemos deixá-la viva.
- E depois? – perguntou Viserys – Vamos ficar aqui na casa do burguês morto?
- Não. Não há nenhuma aliança para nós agora, e estaremos sendo perseguidos na cidade. A única chance que temos é com um Senhor no Vale de Arryn. Ao amanhecer partiremos para Vila Gaivota.
- Então, o que devemos fazer? – perguntou Daenerys.
- Sor Jorah, você vem? – a voz de Arenylla vinha da mesa da sala.
- Estou a caminho – respondeu.
Sor Jorah Mormont chegou na sala para o jantar. Haviam combinado de discutir alguns assuntos à mesa.
- Viserys e Daenerys não vêm? – Arenylla cortava um pedaço de guisado.
- O dia lhes foi exaustivo, senhorita, e eles preferem ficar em seus aposentos. Garanto que nosso servo os servirá uma porção mais tarde.
- Como tem andado a busca por novas alianças? – parecia estranhamente tranquila com a morte do pai.
- Um pouco difícil. Os comerciantes de Essos são mesquinhos, em sua maior parte, e se recusam a querer algo além do lucro próprio. Até agora o senhor seu pai foi o único que nos atendeu bem.
- Ah, sim – levou um pedaço à boca, tentando mastigar – Meu pai trocou a cozinheira? A Marthya era muito boa. Quer dizer, muito melhor.
- Não estou ciente disso, senhorita.
Jon Snow apareceu na sala, segurando uma bandeja com um jarro e dois copos, onde serviu vinho e entregou para Arenylla e Jorah. A herdeira olhou com curiosidade.
- Por que seu servo usa roupas de patrulheiro da noite?
- Porque... ele é um desertor. Ele saiu da muralha e veio para Pentos – olhou para Jon, parado – Porque a pena para desertores em Westeros é a morte. Mas quando retomarmos Porto Real lhe daremos liberdade. Não é isso, Gyles?
- Sim – concordou Jon Snow, com a bandeja em mãos – Isso mesmo.
O patrulheiro se retirou. Os dois sentados à mesa beberam o vinho. Arenylla Mopatis voltou ao assunto:
- Você não tem nenhuma ideia de quem possa ter matado meu pai, Sor Jorah?
A taça estava servida. Não havia nenhum perigo.
- Eu. Eu o matei.
Arenylla ficou um pouco surpresa.
- Você o matou?
- Sim.
- E por quê?
- Ele estava abusando da princesa Daenerys, e só e... quer dizer, ninguém tem o direito de fazer isso. Quando eu a vi violentada e espancada, percebi que era a hora de acabar com isso.
- Bem, não esperava isso de meu pai, afinal ele tem várias amantes – voltou a mexer em suas unhas – Mas as pessoas mudam com o tempo. Enfim, quero te agradecer.
Sor Jorah se assustou.
- M-Me agradecer? Por quê?
- Ora, o senhor me livrou dele. Meu pai e seu protecionismo estavam arruinando os negócios da família. Eu tinha desejos de expandir nossos mercados para Braavos, Myr, até Qarth, quem sabe, mas ele recusava. Ele também me disse que não aceitou o acordo do casamento da Daenerys com Khal Drogo. Sabe como seria bom ter um rei como aliado? Mas ele não me ouvia, só pensava no lucro e no comodismo. Então eu já queria acabar com ele. Agradeço ao senhor por ter feito isso.
- Por nada – Sor Jorah sentiu que ia ter um ataque de pânico à qualquer momento. Era uma psicopata que estava em sua frente. E ao mesmo tempo a aliança que precisava.
- Vai ser bom trabalhar com você – estendeu a mão, sorrindo.
- Igualmente – respondeu, cumprimentando-a.
Meia hora depois, arrastaram o corpo de Arenylla Mopatis para o meio da sala. Sor Jorah enfiou uma faca em seu pescoço, fazendo algum sangue que já não circulava sair. Logo em seguida a faca foi posta na mão do cadáver.
Na manhã seguinte zarparam para Vila Gaivota.
Autor(a): shadowreaper
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Nove meses antes - Meistre – cumprimentou ao entrar. - Jon Snow – virou-se em sua direção – Enfim você veio. Meistre Aemon Targaryen era o homem mais velho da muralha, aos seus cem ciclos solares contados. Passava a maior parte do tempo cuidando dos corvos, servindo como conselheiro para o Velho Urso e os patrulheiros da noite. Era ca ...
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