Fanfic: Herois do Olimpo - Portiñon | Tema: Ayd, Portiñon, Mitologia

POV ANAHI

Passei batida, o melhor mesmo era ir atrás de Quíron para buscar algumas respostas, depois iria com os garotos, mas antes que eu pudesse alcançar o meu destino vi Dulce correndo em desespero e adivinhem? Ela se chocou contra mim e eu mais uma vez a segurei com firmeza, mantendo-a perto, seus olhos cor âmbar estavam negros como a noite, um arrepiu passou por minha coluna. Ela estava suando, sua pele alva estava quase translucida, a respiração estava irregular. Segurei seu rosto entre minhas mãos e a fiz me encarar.

- Ei, calma, o que aconteceu?

- Guerra, Anahi, se nós...Tritão vai, va-i, vai - Dulce mal podia falar, então ela começou a chorar desesperadamente - Os sonhos..aviso, agora eu sei, eles pegaram...Poseidon precisa de mim...guerra Anahi!

- Se acalma tá? Eu não consigo te entender, você precisar falar corretamente!

- Eu tenho certeza! Lucy disse que a respostas estavam nos sonhos e dessa vez eu não fugi deles, e da mesma forma que eu sei que o mar toma o maior espaço da terra e que você é uma encrenca ambulante, eu tenho certeza que Poseidon precisa de mim ou uma guerra vai acontecer, também tinha uma mulher, eu a via triste, ela tentava falar comigo e não podia, Anahi, eu preciso fazer algo, ou vai acontecer uma segunda guerra entre gregos e romanos.

- Obrigada por me chamar de encrenca - Obviamente não podia deixar ela falar uma ousadia dessas de mim.

Lucy Hale estava certa, geralmente nossos sonhos nunca eram apenas sonhos e eu já havia sacado que todo esse mistério envolvendo o Olimpo tinha algo a ver com Dulce também e que todos esses ataques vividos até agora eram a antecipação de algo grande. Antes eu não me importava, só queria treinar Dulce para que ela pudesse estar ao lado da mãe, mas e agora? Agora eu precisava que ela vivesse para estar ao meu lado. Segurei seu queixo com minha mão e a fiz me olhar.

- Preste atenção Saviñon, eu preciso que você me conte exatamente tudo o que você sonhou, assim quem sabe eu possa te ajudar.

- Eu tinha uma marca Anahi, era um Tritão marcado em meu colo, do lado esquerdo, mas embaixo do tritão aparecia outra marca, eu não posso lembrar, a mulher estava em uma ilha, havia uma placa enorme escrita: Benvenuti in (Bem-vindos a) Sicília.

- Oh merda!

- Que lugar é esse Anahi?

- Sicília é  uma ilha italiana que fica perto do acampamento meio sangue romano, lá é o reino do Deus do submundo romano, que merda Plutão pode querer com você, Dulce? E que merda Poseidon fez para arrumar encrenca com o lado romano?! – Perguntei mais para mim do que para ela.

- Então é pra lá que eu vou, é lá que está o Tritão e ela Anahi!

Eu via Dulce decidida, ela iria atrás desse maldito tritão do meu tio e evitar essa guerra, ela iria até o inimigo, nós iriamos até o inimigo.

- Calma, eu sei o que fazer, conheço alguém que pode nos ajudar a invadir aquele lugar. Merda Saviñon, você vai me dever a vida! –Eu odiava tanto os romanos, mais até do que odiava qualquer coisa no mundo.

-Eu tenho de ir Anny, eu tenho  que encontrar o tritão e eu  preciso conhecer essa mulher, ela sofre, ela está sofrendo! Você só precisa me dizer o que fazer e eu faço, eu vou...

- Você não vai sozinha, Saviñon! – Falei em tom de ordem- Agora você vai até o teu chalé, vai pegar  todas as coisas importantes que você tem lá e me esperar, eu vou atrás dos outros.

Eu não precisei repetir as palavras, Dulce me olhou com seus olhos ambar quase negros, segurou meu rosto e roçou nossos labios em um longo selinho que me fez extremecer, depois driblou seu desequilíbrio e saiu em disparada para o chalé, eu fiquei me xingando mentalmente, primeiro por não a ter segurado e a beijado descentemente e segundo por saber que se meter com romanos era morte na certa e eu realmente esperava que fosse a deles!

POV Dulce

Eu estava tensa, nervosa, eu precisava correr, o tempo era pouco, mas no meio de todo esse turbilhão, uma coisa me acalmaria, os lábios de Anahi, roubei aquele beijo e corri. Naquela noite, tive meu pior pesadelo até então, eu corria pela praia no meio de uma tempestade, dessa vez, havia uma ilha atrás de mim , Sicília. O panorama era diferente: os edifícios eram antigos e colados uns nos outros, havia palmeiras e colinas baixas a distância.

 Cem metros adiante, na arrebentação, dois homens estavam brigando. Pareciam lutadores de tevê, musculosos, com barbas e cabelos compridos. Ambos usavam túnicas esvoaçantes, uma guarnecida de azul, a outra, de negro. Atracavam-se, lutavam, chutavam e davam cabeçadas, e a cada vez que tocavam, ondas enormes se formavam e a terra se movia. Enquanto isso eu podia ver uma linda mulher sentada em um trono todo enfeitado de rosas negras, entristecida, chamando meu nome.

 Eu  precisava  detê-los.  Não  sabia  por  quê.  Mas,  quanto  mais  eu  corria,  mais  o  vento  me empurrava de volta, até eu correr sem sair do lugar, os calcanhares se enterrando inultimente na areia.

 Por cima do rugido do mar, pude ouvir o de túnica azul gritando para o de túnica negra:

 - Ele é meu! Devolva!

 Era como se uma criança do jardim-de-infância estivesse brigando por causa de um brinquedo.

 As ondas ficaram maiores, arrebentando na praia e me borrifando com sal.

 -Parem com isso! Parem de brigar!

 O chão estremeceu. Risadas vieram daquele de túnica negra, e uma voz profunda e maligna me gelou o sangue.

 -Venha até aqui pequena heroina -a voz sussurrou- Será você pelo Tritão!