Fanfic: Herois do Olimpo - Portiñon | Tema: Ayd, Portiñon, Mitologia

POV Anahi

Estava indo até Poncho, precisaria da ajuda do filho de Ares quando fui parada por Maite que me procurava com uma cara nada boa.

- O sr. D quer vê-la.

- Por quê? - Arqueei a sobrancelha.

- É melhor deixar que ele conte.

Ótimo, agora que eu estava com pressa e o querido Deus Dionisio resolveu que queria me ver, havia dias que eu estava esperando uma convocação para a Casa Grande, mas a hora não era agora, eu precisava ajudar a Dulce, mas o chamado de um Deus não se nega.

Maite e eu caminhamos até a varanda da frente da Casa Grande. Dionísio estava sentado à mesa de pinoche com sua Coca Cola, usando uma camisa havaiana com listras de tigre, ridículo,  Quíron estava do outro lado da mesa em sua falsa cadeira de rodas.  Jogavam contra oponentes invisíveis - duas mãos de cartas flutuavam no ar.

- Bem, bem - disse o sr. D sem erguer os olhos. - Nossa pequena celebridade.

Eu aguardei.

- Cheguem mais perto - disse o sr. D. - E não espere que eu me prostre diante de você, semideusa, só porque o velho Barbas de Craca é seu pai.

Uma rede de raios brilhou através das nuvens. Um trovão fez tremerem as janelas da casa.

- Blablablá - disse Dionisio.

Quíron fingiu interesse em suas cartas de pinoche, Maite se encolheu para perto de mim.

- Vocês encontraram a filha de Poseidon- disse Dionisio. - Aquele descerebrado que sabia da proibição.

- Sr. D... - advertiu Quíron.

- Ora, está bem - cedeu Dionisio. - Vim até aqui apenas para dizer filha de Zeus, que você dê ouvidos a Quíron, ou tudo isso aqui pode virar pó nas nossas mãos, assim como a terra inteira.

Dionísio levantou-se, e as cartas dos jogadores invisíveis caíram sobre a mesa.

- Estou indo ao Olimpo para uma reunião de emergência.

Dionísio pegou uma carta, torceu-a e ela se transformou em um retângulo de plástico. Ele estalou os dedos. O ar pareceu se dobrar e se curvar em volta dele. Ele transformou-se em um holograma, depois em um vento e depois desapareceu, deixando para trás apenas o cheiro de uvas recém-prensadas. Ótimo, um Deus bêbado achando que tem alguma moral aqui. Quíron sorriu para mim, mas parecia cansado e tenso.

- Sente-se, Portilla, por favor, Maite também.

Nós obedecemos, Quíron pôs suas cartas na mesa. A mão vencedora que ele não chegara a usar.

- Diga-me, Portilla - disse ele. - O que você estaria disposta a fazer além de treinar Saviñon?

Só de ouvir o nome, eu estremeci. Quíron provavelmente queria que eu dissesse algo.

- Vá direto ao assunto, Quíron -Minha paciência era pouca.

- Você sabe por que os três grandes foram proibidos de ter filhos, Anahi?

- Mas é claro - Rolei os olhos para cima - Nós nascemos muito poderosos e incomodamos os demais Deuses, ah, e muito raramente nossos pais preferiam cumprir seus papéis de pais e a terra ficava abandonada - Ri desgostosa.

- Isso é uma verdade, mas a maior delas foi a previsão do Oráculo.

- Que? - Maite falou sem entender.

Dei uma olhada para Maite e depois voltei a olhar Quíron, que estava tenso.

- Uma profecia? - Perguntei.

- Bem, essa é a parte difícil, os detalhes.

Um trovão irrompeu pelo vale. As nuvens de tempestade haviam agora chegado ao acampamento, era o meu estado de tensão.

- Acalme-se, Anahi- Quíron falou. - Existe uma profecia datada de séculos atrás que fala de uma meio-sangue filha de um dos três grandes que nascera para destruir ou salvar o Olimpo.

Eu quase não podia acreditar no que escutava.

- Como você sabe disso? -Senti o rosto quente.

- Você já completou 18 anos Anahi e a profecia não se realizou, Dulce tem 17 e logo fará seus 18 anos, eu tenho olhos por todo esse acampamento e sei que você e Dulce planejam algo, não faça nada sem pensar, vá até Lucy e peça que ela invoque o Oráculo, ela é filha de Hecate e que a profecia volte a ser pronunciada. 

- Eu sabia - disse.

- Só o Oráculo pode determinar. - Quíron alisou a barba eriçada- Quais os passos certos a seguir. Poseidon quer invadir Roma em busca do seu Tritão que foi roubado.

Mer/da, Quíron sabia de tudo, sempre soube.

- O Tritão - disse Quíron, agora ficando emocionado. - é símbolo de seu poder, uma das primeiras armas feitas pelos Ciclopes para a guerra contra os Titãs, o Tritão acumula força suficiente para destruir a terra, assim como o Raio de Zeus e o Elmo de Hades.

- Quem roubou? – Pedi.

- Plutão - Me estremeci inteira, o demônio romano.

- Existe algo por trás disso, nós não sabemos o que é, mas Dulce está envolvida nisso da cabeça aos pés - Quíron ergueu uma das mãos - Durante o solstício de inverno, na última assembleia dos deuses, Zeus e Poseidon tiveram uma discussão. As tolices de sempre:  ―A Mãe Rhea  sempre  gostou  mais  de  você, os  desastres  aéreos  são  mais espetaculares que os marítimos, etc.

- Mais tarde, Poseidon se deu conta de que o seu Tritão havia desaparecido levado da sala do trono bem debaixo do seu nariz. No mesmo instante culpou Zeus.  Um deus não pode usurpar diretamente o símbolo de poder de outro Deus, isso é proibido pela mais antiga das leis divinas. Mas de algum jeito Plutão consegui por as mãos nesse símbolo e deixou bem claro que foi ele. Se os Deuses Gregos forem até lá busca-lo a guerra se inicia, uns não podem invadir o espaço do outro, por isso, Anahi, vocês precisarão fazer isso, e a única que pode tocar o Tritão é a Dulce, ela tem a marca de Poseidon – Uma gota de suor escorria da testa do Centauro.

- Mas Plutão já invadiu nosso espaço!

- Paciência, e escute, criança - disse Quíron. - Zeus tem boas razões para suspeitar de que algum olimpiano tenha ajudado Plutão já que a presença romana não foi sentida. Vocês precisaram ir até o mar de monstros, lá existe uma ilha guarnecida por Ciclopes, eles detém a rede dourada. A única rede capaz de prender um dos três grandes, sejam eles romanos ou gregos.

Quíron e Maite olharam nervosamente para o céu. As nuvens não pareciam estar se separando

à nossa volta, estavam vindo para cima do nosso vale, fechando-nos dentro dele como uma tampa de caixão. Eu estava nervosa, eu podia ir até o inferno por Dulce, mas precisaríamos dos outros e será que eles se arriscariam por nós?!

 - Zeus e Poseidon vem discutindo a semanas. E agora que você apareceu com a Dulce às coisas pioraram, os Deuses acharam uma traição Poseidon ter desrespeitado as regras e deliberaram que ela e você, por também ter nascido na época da proibição, tem até o solstício de verão para trazer o Tritão e descobrir por que Plutão fez isso, já que Poseidon se recusa a falar.

- Mas Dulce é apenas uma novata!

- Anahi - interveio Maite -, se você fosse Zeus, e já achasse que o seu irmão estava planejando

derrubá-lo, e então subitamente também descobrisse que ele havia quebrado o juramento sagrado que fizera depois da Segunda Guerra Mundial e que era pai de um novo herói mortal que poderia ser usado como uma arma contra você e todo o Olimpo... Isso não o deixaria com a pulga atrás da orelha?

- Mas Dulce mal sabe caminhar, quem dirá tem algo a ver com a salvação ou destruição do Olimpo!

Quíron suspirou.

- A maioria dos observadores inteligentes concordaria que o roubo não faz o estilo de Gregos e Romanos, mas o Deus do Mar é orgulhoso demais para contar a Zeus que a algo por trás disso. O solstício de verão será em 06 de dezembro, dia em que a invasão começará se nada for resolvido. Poseidon exige a guerra sem que Dulce intervenha, mas Zeus é irredutível. Agora nenhum dos dois Deuses quer recuar. Vocês precisam fazer algo, ou você sabe o que acontecerá.

- O mundo em caos. A natureza em guerra consigo mesma. Os olimpianos forçados a lutar contra romanos. Destruição. Carnificina. Milhões de mortos. A civilização ocidental transformada em um campo de batalha tão grande que fará a Guerra de Tróia parecer uma luta de balões d’água- Falei mais para mim mesma.

- Ruim – Maite falou.

- E você, Anahi Portilla, precisa se arriscar novamente.

 Eu havia trazido a tempestade para a Colina Meio-Sangue, Zeus estava punindo o acampamento. Eu estava furiosa. Sempre precisávamos limpar a mer/da de nossos pais.

- Então eu tenho de encontrar aquele Tritão estúpido - disse. - E devolvê-lo a Poseidon.

- Que melhor oferenda de paz - disse Quíron -, do que a filha de Zeus ajudar a filha de Poseidon a devolver o que é de seu pai?

- Então vamos para o maldito mar de monstros?

- Eu creio sim - A expressão de Quíron era soturna. - Parte da profecia que recebi anos atrás... bem, algumas frases fazem sentido para mim, agora. Mas, antes que eu possa dizer mais, você precisa aceitar oficialmente a missão. Você precisa procurar o conselho do Oráculo.

- Então você concorda? – Olhei para Maite que assentiu encorajadoramente.

Fácil para ela. Filhos de Hermes amavam o perigo.

- Está bem - disse eu.

- Então é hora de você levar Dulce consultar o Oráculo - disse Quíron.