Fanfic: Herois do Olimpo - Portiñon | Tema: Ayd, Portiñon, Mitologia

POV ANAHI

Fiquei no ar por pouco tempo, cada vez mais soldados mortos pertencentes a Caribdis e Squila apareciam e eu não podia permitir que os outros lutassem sozinhos.

Poncho, Lauren e Dulce que há segundos haviam me salvado, agora já tentavam desesperadamente destruir nossos inimigos cheios de ossos e pouca pele quando de repente uma imagem tremeluziu no meio do convés, era um homem musculoso, com roupas de motociclista de couro preto, corte de cabelo militar, óculos escuros de lentes vermelhas e uma faca presa do lado por uma correia.

Meus punhos se fecharam. Era meu olimpiano menos favorito: Ares, o deus da guerra.

- Não quero saber de desculpas, garotinho! Você está aqui para vencer - rosnou olhando diretamente para Poncho.

- S... sim, pai - murmurou Poncho enquanto sua espada atravessava a cabeça de um dos defuntos de Caribdis.

- Você não quer me ver zangado, quer?

- Não, pai.

- Não, pai - Ares imitou-o. - Você é patético. Eu nunca deveria ter concordado em deixar um filho semi-deus vir pra essa missão, esse navio esta infestado, se vocês perderem, eu mesmo me encarrego de destruir a terra!

- Eu vou conseguir! - prometeu Poncho, com a voz trêmula. - Vou deixá-lo orgulhoso.

- É melhor mesmo - advertiu ele. - Você me pediu ajuda para essa missão, garoto. Se deixar essas desprezíveis garotas roubarem tua gloria...

Eu queria matar Ares com minhas próprias mãos, só um Deus prepotente para achar que pode vir dar ordens no meio de uma batalha!

- Mas o Oráculo disse... Dulce é a...

- NÃO ME IMPORTA O QUE O ORÁCULO DISSE. - urrou Ares, com tamanha força que sua imagem tremeu. - Você vai conseguir. Se não...

Ele ergueu o punho. Muito embora fosse apenas uma figura no vapor, Poncho se encolheu.

- Estamos entendidos? - rosnou Ares e sua imagem desapareceu.

Não deu tempo de nada. Ouvi vozes vindo em minha direção, os garotos gritando ordens para preparar os canhões e nos agruparmos. Haviam enormes cobras marinhas, suas escamas em um tom de vermelho reluzente e de suas bocas enormes presas soltando uma gosma nojenta que derretia tudo o que tocava.

- Ao ataque, elas só morrem se forem acertadas na cabeça – Poncho gritou correndo em direção a uma delas com a espada em punho - Ele era esperto, sempre batalhamos juntos, o unico a sempre estar ao meu lado.

Antes que qualquer um de nós pudéssemos reagir ou responder ao filho de Ares, um estrondo veio da sala de motores, o navio inteiro rangeu e chacoalhou.

- A sala da caldeira está superaquecendo, vai explodir!  - gritou Ashley

- Bem, desça até lá e conserte! – Gritei enquanto arrancava a cabeça de uma das serpentes com minhas mãos!

- Impossível! – Ashley gritou. - Estamos nos vaporizando com o calor.

 Dei um murro no ar.

- Só preciso de mais alguns minutos! Só o bastante para nos livrarmos desses cobras!

- Estamos indo depressa demais - disse o Maite em tom sinistro enquanto tentava estabilizar o navio. - Preparem-se para morrer.

- Não! - Lauren Jauregui urrou. - Eu posso consertar. Poncho olhou para ela, incrédula.

- Você?

- Ele é filha de Hefesto - disse Dulce - É imune ao fogo e entende de mecânica.

- Vá! – berrei.

- Lauren, não! – Dinah agarrou o braço dela. - É perigoso demais, irmã!

- É o único jeito, irmã - Sua expressão era determinada... confiante. Eu nunca a vira daquele jeito. - Vou consertar. Volto já.

Enquanto a olhava descer pela escotilha, tive uma sensação terrível. Via todos nossos amigos lutar bravamente contra aquelas serpentes, Dulce parecia uma guerreira treinada desde o dia em que nasceu, quando por fim exterminamos aquelas coisas o navio de novo foi lançado para a frente - e, então, vi Caríbdis.

Ela surgiu algumas centenas de metros adiante, em meio a um turbilhão de névoa, fumaça e água. A primeira coisa que notei foi o recife - um rochedo negro de coral com uma figueira agarrada ao topo, algo estranhamente tranqüilo no meio da confusão. Por roda a volta, a água girava como num funil, como luz ao redor de um buraco negro. Então vi a coisa horrível ancorada no recife logo abaixo do nível da água - uma enorme boca com lábios vistosos e dentes cobertos de musgo do tamanho de botes a remo.

Caríbdis era o pesadelo de um ortodontista. Nada mais que uma enorme boca negra, com dentes estragados e mal alinhados, os caninos e os incisivos exageradamente projetados sobre os dentes de baixo, e que havia séculos não fazia nada a não ser comer sem escovar os dentes depois das refeições. Enquanto eu olhava, todo o mar à sua volta foi sugado para o vazio - tubarões, cardumes de peixes, uma lula gigante. E percebi que em poucos segundos o Argos II  seria o próximo.

- Anahi! – Ouvi Poncho me chamar - Canhões de estibordo e de proa ao alcance!

- Fogo! -  Ordenei.

Três projéteis foram disparados para dentro da boca do monstro. Um arrancou um pedaço de um incisivo. Outro desapareceu em sua garganta. O terceiro atingiu o canino e ricocheteou de volta, arrancando do mastro a bandeira de Zeus, aquilo me enfureceu.

- De novo! - ordenoi.

Dakota, Lucy, Poncho, Ashley, Normani, Emma, Dinah e Christopher recarregaram os canhões, mas eu sabia que seria inútil. Teríamos de golpear o monstro cem vezes mais para causar algum dano real, e não tínhamos todo esse tempo. Estávamos sendo sugados depressa demais.

Então as vibrações no convés mudaram. O zumbido do motor ficou mais forte e mais firme. O navio estremeceu e começamos a nos afastar lentamente da boca de Caribdis.

- Lauren conseguiu! - disse Maite no timão.

- Espere! - disse Poncho. - Precisamos ficar perto se quisermos entrar  realmente no mar de monstros!

- Vamos morrer! – Dulce gritou. - Temos de nos afastar.

Agarrei-me à amurada enquanto o navio lutava para não ser sugado. A bandeira arrancada de Zeus passou voando por nós e se alojou nos dentes de Caríbdis. Não estávamos fazendo muito progresso, mas ao menos mantínhamos a posição. De algum modo, Lauren nos dera força suficiente apenas para impedir que o navio fosse tragado.

De repente, a boca se fechou. O mar ficou absolutamente calmo. A água encobriu Caríbdis. Então, com a mesma rapidez com que se fechara, a boca se abriu numa explosão, cuspindo uma muralha de água, ejetando tudo o que não era comestível, inclusive nossas balas de canhão, uma das quais atingiu o costado do Argos II.

Fomos lançados para trás em uma onda que devia medir uns doze metros.

Dulce usou todo o seu poder para impedir que o navio emborcasse e a onda nos engolisse, mas ainda estávamos rodopiando fora de controle, movendo-nos a toda na direção das falésias no lado oposto do estreito.

- O motor está a ponto de explodir! – Gritou Lauren.

Então outro estrondo vindo da casa de maquinas fez com que eu perdesse o equilíbrio e caísse, uma sombra enorme vinha em minha direção, eu sabia que era outro defunto infernal pronto para me atacar quando Dulce apareceu a minha frente, criando tão rápido uma barreira a partir da madeira do navio que eu mal tive tempo de ver como ela fez aquilo. Ela formou uma verdadeira muralha a nossa frente e logo depois a derrubou sobre o defunto. Dulce caiu sobre mim,  para ela fazer aquilo tão rápido deve ter exigido muito da minha garota! Rapidamente eu fiquei de pé, a segurei enroscada ao meu corpo, pronta para dar a minha vida em troca da dela.

-Se preparem! – Maite gritou de sua posição – estamos muito próximos!

-Anahi! – Dinah apareceu tropeçando da escada que dava acesso aos motores, ela estava ferida, o cabelo todo bagunçado – Existem mais cobras marinhas, não vamos dar conta, Argos já está com rachaduras.

Ouvimos um grito de dor vindo da proa, Maite estava sendo atacada por uma serpente, nesse momento Dulce se soltou de mim e correu em direção a nossa amiga, fazendo com que algumas madeiras se desprendessem do navio e decapitassem o monstro.

O tempo estava se esgotando e cada vez estávamos mais longe de alcançar cumprir nossa missão. Faltavam poucos metros para que a boca de Caribdis nos engolisse e tudo estaria acabado, eu só queria me desculpar com Dulce e dizer que a amava.

-Eu sei o que fazer – Poncho apareceu ao meu lado.

Ele me sorriu, também estava ferido, de repente me abraçou com firmeza  e segurou meu rosto entre suas mãos.

-Eu amo você, Anahi – ele murmurou seriamente – Se nós estamos vivos é por que você um dia deu sua vida por nós. Nunca desista minha irmã, principalmente de amar.

Os olhos cor de mel de Poncho se fixaram nos meus me deixando paralisada. Eu não queria entender aquilo como uma despedida, Poncho não podia ser louco de me deixar. Então ele me sorriu e saiu correndo gritando por Dulce e Lauren. Eu podia ver ele dar algumas explicações para as duas por seus gestos de mãos.

Tudo acontecia muito rápido. Dinah estava ajudando Maite a segurar o timão, Normani, Ashley, Dakota, Emma e os demais ainda atiravam com os canhões contra Caribdis. Lucy Hale lidava sozinha com uma cobra, lançando bolas de poder roxa em direção a ela.

De repente tudo entrou em câmera lenta, minha respiração desapareceu assim como as batidas do meu coração. Vi Lauren entregar para Poncho uma espécie de granada reluzindo em fogo, não era fogo comum, era a chama de Hefesto, Dulce estava com as duas mãos apoiadas no solo do Navio, eu podia ver seu esforço, dali começaram a brotar enormes raízes que faziam um caminho na direção da boca de Caribdis, eu vi Poncho começar a percorrer esse caminho, seus braços estavam em chamas por causa do fogo de hefesto. Eu havia entendido tudo!

-NÃO! – eu gritei com todas as minhas forças e comecei a correr em direção dos três.

Poncho saltou em direção a boca de Caribdis ao mesmo tempo em que Dulce caia quase desmaiada sobre o solo devido ao extremo esforço pelo uso de seus poderes desconhecidos, mas eu não liguei, era tarde demais, eu vi Poncho ser engolido pelo monstro e tudo explodir!

-Poncho! Não, não! – Eu tentei voar até ele, mas Lauren conseguiu pular e me segurar.

Eu tinha que salva-lo.

-Anahi, ele... ele... se foi....

-Me solta Jauregui! – gritei com ela e a empurrei com força – Eu vou tira-lo de lá!

A dor me consumia, eu precisava voar até lá e tirar meu amigo daquelas chamas.

Eu gritava furiosa, mal percebi que agora outros braços também me rodeavam– Ele vai morrer lá!

-Não tem como ele ter sobrevivido Anahi! – Ouvi a voz de Dulce.

-Maite, nos tire daqui! – escutei a voz chorosa de Lucy Hale ao longe.

-NÃO! – estava com todas as forças tentando escapar de Lauren e Dulce, nada era mais importante que meu amigo.

Meus olhos começaram a queimar e eu senti o calor tomar conta de mim, lancei uma enorme corrente elétrica contra Dulce e Lauren, as ouvi gritar quando se chocaram contra os mastros do Argos II, eu ia ir até Poncho quando Caribdis deu um ultimo urro de dor e desapareceu, levando meu melhor amigo com ele. O mar voltou a ser calmo e o silêncio encontrou o Navio.

Perdemos o primeiro guerreiro, e agora José? Aqui não tá nada bem, o que acharam do capitulo? Vida de semi-deus não é fácil. Ponchito

ThamyPortinon:  Apareci por que sou honrada! Acho que esse capitulo não vai te fazer gargalhar, mas são ocios do oficio. Amo-te.

luh_perronita: É mas como tu pode ver, a aventura as vezes mata, fazer o que? Mas vamos fazendo! Essa fic vai longe.

Kah: Obrigada pelo elogio amor. Que bom que fiz vocês rir no cap. anterior porque nesse estou achando que não, mas que nada, faz parte.