Fanfics Brasil - Capítulo 21 - Manhã Azul O Trono Sem Rei

Fanfic: O Trono Sem Rei | Tema: Vondy - Adaptada


Capítulo: Capítulo 21 - Manhã Azul

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Era uma manhã lindíssima em Tir Nan Og. Marcel lhes disse que,

pelo que soube, todos os dias começavam com uma manhã linda e

terminavam com um entardecer espetacular.

 

– Tudo aqui é perfeito! – disse Marcel, enquanto ajeitava os arreios

do imponente cavalo creme de crina longa da mesma cor, mas de um tom

mais claro. – O céu, a comida, as pessoas, mal vemos as horas passarem!

 

– Seu cavalo é meio gay... – comentou Marcos, que observava há um

bom tempo os enfeites no cavalo de Marcel.

 

– Não enche! É o cavalo de um príncipe!

 

– Pode ser, mas ele ia fazer o maior sucesso na Parada Gay de São

Paulo!

 

Antes que os dois começassem a brigar, como faziam há quase vinte

anos, Blanca interferiu.

 

– Muito bem, Moe e Curly, vamos nos concentrar. Marcel, está tudo

bem mesmo você deixar sua... noiva... e vir conosco?

 

– Blanca, só porque você é mulher e é minha prima não significa que

eu não possa te mandar para lugares pouco confortáveis...

 

Marcel puxou seu cavalo para a balsa que os aguardava. Oisin e uma

pequena comitiva se aproximava. As vestes dela eram de brocado vermelho

e dourado, provocando reflexos da cor do sol. Eles tinham que admitir.

Marcel tinha um excelente gosto.

 

– Você tem mesmo que ir? – perguntou ela, segurando as mãos do

amado.

 

Marcel se sentiu observado por Blanca e Marcos e se afastou um

pouco. Então a olhou nos olhos e respondeu com sinceridade.

 

– Sim, meu amor, eu tenho que ir. Eles são minha família. Quando

estiverem seguros, voltarei pra você.

 

Ela sorriu e ele a beijou. Seu beijo tinha gosto de uvas muito doces e,

por um momento, um breve momento, ele lamentou ter que se afastar dela.

 

Eles seguiram na balsa com o cavalo de Marcel, Dinni Mara, em

direção à margem. A água cristalina refletia o Sol tão perfeitamente que

pareciam navegar sobre um espelho. 

 

O clima era levemente frio e Marcos e

Blanca se agasalhavam com seus mantos. Marcel manteve silêncio, olhando

para frente. Um elfo que não tinha dito uma única palavra até o momento

guiava a balsa para a direção certa.

 

Assim que chegaram na margem oposta, saltaram na água,

molhando os pés, protegidos por botas. Dinni Mara relinchou e trotou

graciosamente, ao comando de Marcel que o puxava pelas rédeas. Blanca e

Marcos correram para seus próprios cavalos, que aguardavam

pacientemente.

 

 Acariciaram os animais, felizes por encontrá-los bem. Na

verdade, felizes por encontrá-los ainda com todos os seus pertences.

A balsa com o elfo se afastou e quando se viraram, ela já ia longe. Foi

quando Marcel soltou os ombros aliviado.

 

– Graças a Deus, eu estava louco pra sair de lá!

 

Blanca e Marcos se entreolharam confusos.

 

– Ué! – estranhou Marcos. – Não era o lugar perfeito?

 

– Era! – concordou Marcel. – Mas ainda não estou pronto para

casar!...– Acho que você tem problema com compromisso!

 

– Não enche, Marcos! – respondeu Marcel, subindo em seu cavalo,

enquanto os outros subiam nos seus.

 

Eles tomaram a direção em que estavam indo antes de Marcos cair

no canto da sereia. Colocaram Marcel a par de tudo e aproveitaram que os

cavalos estavam descansados para correr. Precisavam chegar ao fauno e

descobrir como encontrar os outros.

 

Naquela mesma manhã, Fernando acordou sentindo uma coisa quente

e macia junto dele. Olhou para a pequena que se enfiara em baixo de seu

braço enquanto ele dormia e ainda sonhava aninhada em seus braços. Ele

piscou várias vezes, tentando focar os olhos e tentando se lembrar de onde

estava. 

 

Assim que a realidade alcançou sua consciência, moveu-se bem

devagar para que Eileen não acordasse. No banheiro, vestiu sua roupa

preta que já estava seca e deixou a menina dormindo no quarto, enquanto

descia para a taberna. Encontrou Dana e um aroma maravilhoso de pão

quente. A grande mulher sorriu para ele e deu um alegre bom dia.

 

– Desculpe, eu não queria dormir tanto! – disse ele.

 

Ela deu um tapinha no ar e o puxou para uma mesa.

 

– Acordou na hora certa, meu anjo! Bem a tempo de me acompanhar

no meu café da manhã!

 

Ele se sentou, quase constrangido em ser tratado tão bem sem ter

feito nada por merecer.

 

Na mesa, havia pães quentes, uma jarra de leite, chocolate, um bolo

de canela, uma torta de maçãs, queijo, manteiga, ovos, batatas e frutas. Era

um banquete.

 

– E então? Dormiram bem? – perguntou ela.

 

– Divinamente! – respondeu ele, servindo-se de um pouco de leite

quente. – Eileen ainda está dormindo. Ela está exausta.

 

– Você também – observou ela. – Por que não fica e descansa um

pouco mais?

 

Ele meneou a cabeça, pegando um pedaço de pão que fumegou

assim que ele o partiu.

 

– Eu adoraria... mas não posso.

 

Dana pousou o rosto rechonchudo sobre as mãos e os cotovelos

sobre a mesa, esperando que ele lhe contasse sua história.

 

– Preciso encontrar minha família – explicou ele, sem saber o quanto

poderia contar a ela. – Minha filha, eu e Eileen fomos sequestrados por

trolls na Vila das Fadas D’Água. E eu não acredito que disse essa frase!...

Minha esposa e meu amigo ficaram lá.

 

– Meu querido, você está mesmo longe de casa! A Vila das Fadas

D’Água fica bem longe daqui!

 

– Pois é... Nós fugimos dos trolls, mas nos separamos quando caímos

no rio. Dulce ficou com o namorado, Chris, numa margem. Eileen e eu

ficamos na outra margem. Preciso encontrá-los. Isso foi ontem à noite e não

sei se eles estão bem.

 

Dana meneou a cabeça lentamente, parecendo compreender sua

situação.

 

– Você teria um mapa? – perguntou ele, que precisava se localizar

antes de tomar uma direção.

 

Chris acordou com um gosto de ferro na boca. As pálpebras pesavam

terrivelmente e uma pontada no ombro o fez contorcer o rosto. Uma coisa

quente e macia estava ao seu lado e ele virou levemente a cabeça para ver o

que era. 

 

Por algum motivo, se surpreendeu por ver Dulce, dormindo

pesadamente ao seu lado, uma surpresa repleta de alívio que encheu seu

peito. Por que se surpreendeu? E aí ele se lembrou. Estava surpreso porque

achou que ela tinha morrido. Ou ele. Ou ambos. 

 

As memórias do monstro

terrível que os atacou, um cavalo deformado que parecia ter vindo no

expresso do inferno e que lhe desferiu uma mordida bem dada no ombro,

vieram à mente e ele não pôde evitar que o coração se acelerasse.

Tentou se mover, mas não queria acordar Dulce. 

 

Por outro lado,

precisava acordar Dulce. Olhou em volta e percebeu que não sabia onde

estava, nem exatamente como saíram das garras do kelpie. Kelpie? Como

sabia o nome da criatura? Alguém lhe dissera? Fechou os olhos de novo e

apertou-os com os dedos, tentando focar-se um pouco mais.

 

A porta se abriu de repente lhe dando um tremendo susto. Dulce

acordou imediatamente, os olhos pequenininhos de sono, o cabelo

emaranhado. Mesmo assim, ela lhe pareceu adorável.

 

– Bom dia, meus queridos hóspedes! – dizia a voz animada do

homem que entrava.

 

Ele trazia uma bandeja com um café da manhã bem servido.

Colocou-a sobre a cama diante dos dois e foi até as cortinas, que abriu

completamente, deixando entrar a luz do sol. Então, ele se sentou num sofá

de lugar único que ficava bem próximo.

 

– Dormiram bem? E você, rapazinho, se sente melhor?

 

– Não lembro como cheguei aqui... – disse Dulce, genuinamente

confusa.

 

Frabato riu sonoramente.

 

– Você ficou meio tonta depois que usou o espelho mágico! Acontece

com quem não está acostumado. Começou a falar coisas malucas e eu a

trouxe para a cama.

 

O brilho do raciocínio voltou a habitar os olhos de Dulce e ela se

lembrou do que tinha visto.

 

– Meu pai está bem! E Eileen também! Não é ótimo?

 

Ela abraçou Chris, mas largou-o assim que ele gemeu.

 

– Desculpe! Desculpe! – pediu ela, vendo se ele estava bem.

 

– Eu estou bem! Tudo bem!

 

Frabato afastou a bandeja e verificou o curativo por alto.

 

– Humm... O kelpie fez um estrago mesmo em você, garoto... Mas

creio que ficará bom. Já está bem melhor!

 

Frabato voltou a se sentar na poltrona.

 

– Pelo menos até a próxima Lua Cheia, quando você se transformará

em um deles. Até lá, não tem com o que se preocupar!

 

– O quê?! – eles perguntaram em uníssono.

 

Frabato explodiu numa gargalhada.

 

– É brincadeira! Nossa, como vocês são bobinhos! Eu poderia ficar

aqui o dia inteiro pregando peças em vocês...

 

E com a companhia animada do mago, eles tomaram seu café da

manhã. Assim que terminaram, tiveram que encarar a pergunta que

flutuava sobre eles durante todo o tempo.

 

– E agora? – perguntou Frabato. – O que vão fazer?

 

– Temos que achar meu pai e Eileen... – respondeu Dulce.

 

– Mas precisamos saber onde eles estão – concordou Chris. – Você

disse que os viu...

 

– Vi, mas só dava pra ver que eles estavam numa floresta...

Dulce se levantou e andou pelo quarto. Pensava melhor quando

andava.– Bom, meu pai tem duas opções e vou considerar que Eileen não

tem direito a voto: ou ele volta para a Vila das Fadas D’Água, ou ele segue

em frente para o lugar que planejávamos ir antes de nos pegarem.

 

– Para onde? – perguntou Chris.

 

– Para a Floresta Perdida, onde tínhamos que encontrar o Fauno

Ancião.

 

– Pra quê? – perguntou Frabato.

 

– Pra acharmos Chris – respondeu Dulce.

 

– Mas vocês já me acharam! – retrucou Chris.

 

– Eu sei, mas ele não sabe onde você e eu estamos agora! Então acho

que ele seguiria para o destino original, já que o fauno pode nos indicar

onde está uma pessoa perdida.

 

– Vocês vão ter um longo caminho até lá... – disse Frabato,

levantando-se e indo até uma estante cheia de livros.

 

Ele voltou com um livro de capa de couro marrom já bem puído.

Procurou uma coisa e mostrou para os dois jovens assim que encontrou.

 

– Este é um mapa dos Quatro Reinos. Aqui é onde estamos agora.

Você disse que saíram num rio que, depois de uma cachoeira, aumentava e

foi aí que vocês se separaram, certo?

 

Ele apontou com o dedo a cachoeira e o filete de rio que engrossava

até bifurcar-se, levando a lugares completamente diferentes.

 

– Se seu pai andou bastante, ele pode estar bem longe de vocês, mas

bem mais perto da floresta do fauno.

Eles ficaram pensativos por um longo momento, até que Dulce

falou:

 

– Seria mais rápido se voássemos em grifos!...

 

O café da manhã na companhia de Dana tinha sido maravilhoso.

Aquela senhora tinha o poder de acalentar, ouvir, aninhar, confortar, um

poder que Fernando só tinha visto apenas em sua própria mãe, alguém que ele

não via há muito, muito tempo. Mas quando terminou, ele sabia que estava

na hora de ir. Pelo mapa que Dana lhe mostrou, ele calculou que, se

atravessasse uma floresta marcada com uma mancha negra no mapa – o

que ele viu que não podia ser bom sinal, mas preferiu ignorar – ele chegaria

em um dia e meio na floresta do fauno.

 

 Lá, ele saberia onde estão todos.

Pensou em voltar para a Vila, mas não podia conceber chegar lá sem a filha.

Além do mais, conhecendo sua esposa do jeito que conhecia, não acreditava

que ela teria ficado lá sentada esperando. Muito menos Marcos. Não,

aqueles dois já deviam estar fazendo alguma coisa bem estúpida para

encontrá-los. Decidiu então que iria até o fauno.

 

Seu rosto fez linhas de preocupação facilmente lidas por Dana.

 

– O que o preocupa, querido?

 

– Eileen – respondeu ele. – Não é uma viagem para uma menininha.

 

Podemos encontrar muitos perigos, eu me preocupo com ela.

 

– Se quiser, pode deixá-la comigo. Eu cuidarei bem dela.

 

Fernando ergueu os olhos negros para a mulher que oferecia uma

ajuda salvadora. Mas então, seu coração se apertou um pouco. Percebeu

que não queria se afastar da menininha. Preocupou-se um pouco mais.

 

Teria coragem de deixá-la para trás?

Alguns minutos depois, deixou a taberna. O coração estava apertado.

Dana lhe deu um abraço apertado e uma bolsa com mantimentos que ele

agradeceu mais uma vez.

 

– Não sei se um dia poderei lhe agradecer por tudo que fez por nós –

disse ele.

 

– Basta uma bênção, querido!

 

Ele não entendeu direito, franzindo o cenho e inclinando a cabeça.

 

– Você é um Feiticeiro da Lua Negra, não é? – explicou ela. – Então,

abençoe a minha casa e considero a dívida paga!

 

Fernando foi pego de surpresa. Pensou consigo que não tinha a menor

ideia de como fazer uma bênção como Feiticeiro da Lua Negra. Mas sabia

fazer uma bênção como padre. Disso, nunca se esquecera. Virou-se, o

semblante sereno e concentrado, ergueu a mão direita e fez em todas as

paredes o sinal da cruz, enquanto deixava que as palavras fluíssem,

acreditando plenamente nelas:

 

Precibus et meritis beatæ Mariae semper Virginis, beati Michaelis

Archangeli, beati Ioannis Baptistæ, et sanctorum Apostolorum Petri et Pauli

et omnium Sanctorum misereatur vestri omnipotens Deus; et dimissis

omnibus peccatis vestris, perducat vos Iesus Christus ad vitam æternam.

Indulgentiam, absolutionem et remissionem omnium peccatorum vestrorum,

spatium verae et fructuosae poenitentiæ, cor semper penitens, et

emendationem vitae, gratiam et consolationem Sancti Spiritus; et finalem

perseverantiam in bonis operibus tribuat vobis omnipotens et misericors

Dominus. Et benedictio Dei omnipotentis, Patris et Filii et Spiritus Sancti

descendat super vos et maneat semper. Amen.

 

Quando terminou, fechou os olhos por alguns segundos, sentindo-se

pleno. Quando os abriu novamente, percebeu que o lugar estava iluminado

e, por uma fração de segundos, viu, no lugar da senhora negra acima do

peso, uma belíssima mulher tão alta e tão iluminada que ele só conseguiria

comparar com uma aparição da Virgem Maria. Tudo isso durou apenas

alguns segundos, talvez menos. Logo, tudo voltou ao que era e Dana o

abraçou novamente, agradecendo com a voz embargada pela bênção em

seu lar.

 

E assim ele partiu. A cada passo que dava para longe daquele lugar

parecia que uma estaca se enfiava mais alguns centímetros em seu coração.

Ficava repetindo para si mesmo que Eileen estaria melhor ali, longe dos

perigos. E ele voltaria para buscá-la. Ela ficaria bem...

 

Tinha dado pouco mais que vinte passos quando um gritinho agudo

lhe chamou a atenção e ele se virou abruptamente. Viu, correndo em sua

direção, a fadinha chorando. Dana tentou ir atrás dela, mas logo desistiu. A

menina correu com suas perninhas curtas e as asinhas débeis batendo

rapidamente como se isso acelerasse sua corrida. Ele se ajoelhou e ela se

jogou em seu pescoço, abraçando-o como se nunca mais fosse largá-lo.

 

– Ban! Não me deixe, Ban!

 

Ela soluçava abraçada, chamando seu nome. Fernando se pronunciava

“Fernan”. Eileen resumiu em Ban. Ele a afastou e olhou para o rostinho

banhado de lágrimas.

 

– Minha querida, você vai ficar com Dana só um pouco! – tentou

explicar ele. – Ela vai cuidar de você e eu voltarei para pegá-la!

 

– Não vai, não! – protestou a menina entre soluços. – Papai e mamãe

foram embora. Chris e Dulce foram embora. Agora você vai embora! Todo

mundo abandona Eileen!

 

– Não, meu anjo, não é verdade!

 

– É, sim! – gritou ela, voltando a chorar.

 

Fernando percebeu que nenhuma argumentação lógica ia mudar a

cabecinha dela. Então ele a abraçou e olhou para Dana, que assistia a cena

de longe, sorrindo.

 

 A mulher fez um gesto com as mãos que diziam

basicamente: “Que jeito que tem?” Então ele acenou para ela, avisando que

estava tudo bem. Ajudou Eileen a secar as lágrimas e pegou em sua

mãozinha. E assim, seguiram o caminho. Apesar de não acreditar que

aquilo era uma boa ideia, seu coração parou de doer e os passos seguintes

foram bem mais leves.

 

 


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Autor(a): vondynatica

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 8



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  • vondy_170 Postado em 25/01/2017 - 05:22:26

    Livro 3 - https://fanfics.com.br/fanfic/55691/a-cancao-dos-quatro-ventos-finalizada-vondy- adaptada

  • vondy_170 Postado em 25/01/2017 - 05:20:31

    Livro 1 - https://fanfics.com.br/fanfic/48242/lua-das-fadas-vondy-adaptada

  • kaillany Postado em 21/12/2016 - 16:58:13

    Continua!!!!

  • kes_vondy Postado em 06/12/2016 - 02:26:44

    CONTINUA

  • candy1896 Postado em 04/12/2016 - 22:58:47

    CONTINUA

  • candy1896 Postado em 04/12/2016 - 19:50:14

    CONTINUA


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