Fanfics Brasil - Capítulo 33 - Recomeçando O Trono Sem Rei

Fanfic: O Trono Sem Rei | Tema: Vondy - Adaptada


Capítulo: Capítulo 33 - Recomeçando

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Eles passaram a noite ali. O fogo consumiu a casa até que as paredes

desmoronassem. Quando o céu cinza da madrugada anunciou um novo dia,

apenas brasas ardiam. Marcel e Marcos permaneceram ali, em silêncio,

abraçando a amiga de joelhos no chão de terra.

 

 As lágrimas não pararam de

cair por nem um segundo e ninguém falava nada. Foi uma noite de silêncio

e lágrimas, ao som do crepitar do fogo, implacável e insensível a sua dor.

 

Então, Blanca se levantou. Os outros se ergueram também e a

acompanharam. Era hora de procurar pelos corpos. Ela parou no exato

ponto onde beijara o marido pela última vez. Limpou as lágrimas do rosto

cansado e continuou.

 

Passos pesados entraram no que já foi uma casa, onde já moraram

pessoas, onde lemPonchoças foram reduzidas a cinzas e pó. Com medo de

encontrar uma prova de sua perda, eles olharam. Marcel achou a espada

que Fernando carregava, o que era uma triste constatação. Ele não sairia da

casa sem a espada.

 

O Sol começava a raiar, jogando luz sobre sua dor. Blanca sentiu que

aquele fogo consumira sua vida e que nada mais ia ser como antes. Seu

coração estava desmoronando.

 

– Blanca! – chamou Marcel, não acreditando no que via.

 

Blanca e Marcos olharam e viram Eileen saindo de uma moita e

correndo na direção deles. Blanca se abaixou e recebeu a criança nos

braços, chorando de alegria e enchendo o coração de esperança.

Eileen chorava muito, foi difícil entender o que ela dizia.

 

– Homens maus entraram! Os mesmos de antes. Ban mandou eu me

esconder! Eles queriam ouro. Ban não tinha, brigou com eles. Mas eles

eram muitos, bateram muito nele e levaram ele embora! Eu saí pela janela!

 

E ela recomeçou a chorar. Blanca a abraçou novamente, olhando

para os amigos com um sorriso no meio das lágrimas.

 

– Ele está vivo!

 

O alívio de não ter perdido alguém que se ama é uma sensação rara

e poderosa. O coração deles ganhara asas de novo.

 

Sem mais nada para fazer ali, eles se levantaram para ir embora.

Estavam sujos de cinzas e muito cansados, mas a esperança havia voltado.

 

Quando estava saindo, Marcos esbarrou com o pé em uma coisa dura entre

as cinzas. Abaixou-se para ver melhor e encontrou um pequeno tijolo. O

que lhe chamou a atenção é que o tijolo envolvia um saquinho que saíra

quase ileso do incêndio. Ele pegou o saco, sentindo o peso na mão.

 

– Nós vamos achá-lo, Lore... – disse Marcel, envolvendo a prima num

abraço fraterno.

 

– Gente! – chamou Marcos. – Olha o que eu achei!

 

Eles se viraram e Marcos lhes mostrou, derramando nas mãos, as

pepitas douradas que enchiam o saco que encontrara.

 

– Hum... – disse Marcel, sem mudar sua expressão. – Isso pode

ajudar...

 

Dulce estava na prisão. Não fora levada para o calabouço ainda,

mas sabia que era só uma questão de tempo. Provavelmente aguardavam

ordens de Manuel, que estava ocupado sendo remendado em algum lugar

daquele castelo. A queda lhe quebrara alguns ossos, com certeza. “Pena que

não lhe quebrou o pescoço...”, pensou Dulce, com amargor.

 

Estava encolhida num canto escuro e não tocara na comida que lhe

fora levada. Sentia-se aniquilada. Tudo havia sido tirado dela e ela não via

como recuperar. Era isso. Manuel finalmente a derrotara. Ele conseguira

com a dor o que ela não conseguira com amor. Fazer Chris se lembrar de

quem era.

 

Um guarda abriu a porta da prisão e Anahí entrou. Estava abatida e

triste. O guarda fechou a porta atrás dela e se manteve de costas. Anahí se

aproximou da amiga e se sentou ao lado dela em silêncio por alguns

segundos.

 

– Eu sinto muito... – disse, finalmente, a voz embargada de quem vai

chorar a qualquer momento.

 

– Eu também... – respondeu Dulce, olhando para ela.

 

– Bem, agora você sabe como é amar um monstro...

 

Dulce não desviou o olhar. Parecia amortecida, embora estivesse

sentido tanta dor quanto era humanamente possível.

 

– Eu nunca deveria ter dito aquilo... – disse Dulce, sabendo que

magoara a amiga de uma maneira que ela não merecia. – Me perdoe.

 

– Eu nunca traí você! – disse Anahí, as lágrimas começando a

correr. – Ou Chris! Eu nunca...

 

– Eu sei.

 

Anahí começou a chorar convulsivamente e as duas se abraçaram,

chorando uma nos braços da outra as perdas irremediáveis daquele dia.

 

Então o guarda caiu. Elas ergueram as cabeças e viram o guarda

caído diante da porta da cela. Levantaram-se curiosas e, assim que o

fizeram, viram Poncho com um molho de chaves, abrindo a cela.

 

– Vamos! – disse ele, já com a porta aberta. – Não temos muito

tempo!

 

O soldado caído tinha um dardo no pescoço. As moças se

aproximaram, mas não saíram.

 

– Ficou louco?! – disse Anahí.

 

– Acha que vamos confiar em você de novo? – completou Dulce.

 

Ele deixou os ombros caírem e seu rosto de contorceu.

 

– Me perdoem! Eu errei, eu achei que Manuel jamais torturaria

inocentes. Eu sinto muito, mas eu quero remediar isso. Por favor, me deem

essa chance!

 

Anahí e Dulce se entreolharam, sentindo pela primeira vez em

muito tempo a velha cumplicidade de quando eram melhores amigas.

 

Anahí saiu primeiro e deu uma bofetada bem forte em Poncho. Dulce saiu

em seguida e lhe deu um soco no estômago. Ele se curvou, imaginando

quanta raiva tinha naquelas duas para elas estarem com a mão tão pesada.

 

Ele as guiou pelos corredores. Dessa vez, Manuel tinha reforçado a

segurança. Havia mais guardas e no meio da escada que dava para a saída,

três elfos armados estavam descendo, fazendo algum tipo de patrulha.

 

– Há cavalos e provisões depois do armazém de armas, numa saída

secreta perto de uma pedra em forma de bruxa! Vão, eu vou segurá-los por

aqui!

 

As espadas se cruzaram e Poncho abriu caminho para que elas

passassem. Assim que o fizeram, impediu a passagem dos guardas como

pôde. Poncho era jovem e ágil. O rosto tímido escondia, no final, um excelente

espadachim. Mas ainda eram três contra um e não demorou muito até que

fosse perdendo terreno.

 

– Poncho! Sai da frente!

 

Ele obedeceu e bem a tempo. Um barril vazio rolou escada abaixo

assim que ele se colou contra a parede. O barril atropelou os elfos, que

caíram escada abaixo. Poncho olhou espantado para as meninas que voltaram

por ele.–

Vamos!

 

Eles seguiram correndo e chegaram aos cavalos com rapidez. O

alarme já tinha sido dado, eles sabiam que em poucos minutos, a guarda

inteira estaria atrás deles. Porém, Poncho já tinha pensado nisso.

 

Dispararam com os cavalos e entraram na floresta. Poucos segundos

depois, cavalos com guardas armados dispararam atrás deles.

 

– O que vamos fazer? – gritou Dulce, já vendo os guardas atrás

deles.

 

– Estamos quase chegando! – respondeu Poncho.

 

– Aonde?!

 

– É aqui!!!

 

Ele parou o cavalo bruscamente, retirando a bolsa de provisões. Elas

fizeram o mesmo, sem entender o que ele estava fazendo.

Dulce só entendeu o que ele pretendia quando reconheceu os

cogumelos em círculo.

 

– É um círculo de fadas!

 

Anahí também sabia o que significavam. Entraram os três juntos

no círculo e esperaram que a magia acontecesse. Os soldados se

aproximavam, algumas flechas já sendo lançadas e caindo no chão perto

deles. Seus pés pararam de tocar o chão.

 

– Está funcionando! – disse Dulce.

 

O guarda que vinha na frente Ponchodiu a espada. Poncho tomou a frente

das duas. A lâmina se aproximou e passou bem no meio de seu pescoço.

Foi o que o soldado pensou. Não tinha como errar. Porém, cortara

apenas vento. Eles haviam desaparecido.

 

Caíram no meio de uma colina verdejante. Levantaram-se e olharam

em volta.

 

– Onde estamos?

 

Não havia cidade à vista, apenas o céu azul e colinas verdejantes.

 

– A salvo... – suspirou Poncho.

 

– E agora? – perguntou Anahí.

 

Dulce suspirou profundamente.

 

– Agora? Preciso encontrar Chris. E minha família. Fazê-lo voltar a ser

quem ele é. E voltar pra casa.

 

Eles ficaram em silêncio.

 

– Só isso? – perguntou Poncho.

 

– Pra começar... – respondeu Dulce, dando um sorriso que tornou

tudo um pouco mais leve. Alguns sorrisos fazem isso.

 

Eles começaram a caminhar. Parecia um longo caminho para

qualquer lugar ali de onde eles estavam. A situação não estava muito boa

para eles. Mas já esteve pior. Agora, ao menos, estavam livres. Quando se é

livre, sempre se pode escolher pra onde ir e o que fazer com o que a vida

nos dá. E era o que estavam fazendo.

 

 


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Autor(a): vondynatica

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 8



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  • vondy_170 Postado em 25/01/2017 - 05:22:26

    Livro 3 - https://fanfics.com.br/fanfic/55691/a-cancao-dos-quatro-ventos-finalizada-vondy- adaptada

  • vondy_170 Postado em 25/01/2017 - 05:20:31

    Livro 1 - https://fanfics.com.br/fanfic/48242/lua-das-fadas-vondy-adaptada

  • kaillany Postado em 21/12/2016 - 16:58:13

    Continua!!!!

  • kes_vondy Postado em 06/12/2016 - 02:26:44

    CONTINUA

  • candy1896 Postado em 04/12/2016 - 22:58:47

    CONTINUA

  • candy1896 Postado em 04/12/2016 - 19:50:14

    CONTINUA


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