Fanfic: Doce Descoberta - Adaptação Vondy | Tema: Vondy

Café, Dulce decidiu, assim que recolocou os óculos escuros e acomodou-se no seu carro. Quente, forte, preto e doce em um dos cafés da redondeza. Aí, sim, procuraria os sapatos antes de ir para o cabeleireiro.

Já passava de uma hora quando ela guardou os vários pacotes embrulhados para presente no porta-malas do carro. Ainda tinha algumas coisas para fazer, mas seria mais sensato se parasse para almoçar.

A rua Toorak abrigava vários cafés sofisticados. Ela escolheu um, pediu uma bebida gelada e um sanduíche aberto com salada, folheou um dos comple-mentos do jornal enquanto comia... e tentou não ficar chocada quando viu uma foto de Belinda saltar da página.

Correção. Belinda e Christopher, no palco, fotografados em um abraço momentâneo.

Dulce esforçou-se para ler a legenda da foto... e empurrou o prato.

Como se não bastasse os quase mil convidados terem presenciado a atitude deliberada de Belinda, agora o incidente podia ser visto pelo estado inteiro. Ou em toda a Austrália, se outros jornais também publicassem a foto.

Ela murmurou umas palavras impróprias para senhoras. As dúvidas, no fundo sempre presentes, começaram a aparecer e invadir seus pensamentos.

Droga. O amor não deveria doer dessa maneira.

Gastar dinheiro, bastante dinheiro, era uma prerrogativa das mulheres em momentos de estresse. Lá estavam aqueles sapatos de salto alto que desejou e não comprou.

Tinha condições de comprá-lo. Vários pares. A loja inteira, se sentisse vontade.

Com aquela idéia na cabeça, pegou a bolsa, pendurou-a nos ombros, pagou a conta, saiu para a rua... e deu de cara com Belinda.

O dia, que já não estava bom, conseguiu ficar pior ainda.

— Dulce! — a atriz demonstrou surpresa. — Que inesperado.

Sério? Na sofisticada rua Toorak, sábado, fazer compras e cuidar da aparência, era a intenção de quase toda mulher... não era preciso pensar muito.

O que significava que Belinda tinha um objetivo.

Dulce censurou-se por ter sido cínica.

— Belinda. — Ela deveria ser civilizada e educada... por ora.

— Vamos tomar um café?

Você realmente acha que vou cair nessa?

— Obrigada, mas não temos nada para conversar.

— Nem uma desculpa esfarrapada de estar atrasada para um compromisso? — ela arqueou as sobrancelhas. — Com medo do que eu possa falar, querida?

Confronto, ou uma saída silenciosa? Seria verbal, com certeza.

— Aproveite a caça, Belinda.

— Vai direto ao ponto? — Houve uma pausa intencional. — Não se incomode traçando táticas de batalha.

— Perda de tempo.

O sorriso de Belinda foi sem graça.

— Fico satisfeita que concorde, querida.

Saia, agora. Ela deu um passo e logo em seguida foi detida abruptamente quando a triz segurou o seu braço.