Fanfic: Doce Descoberta - Adaptação Vondy | Tema: Vondy

— Esbarrei nela ao sair de um café.

— Verdade?

— Vamos considerar uma coincidência. — Dulce ajeitou o cabelo. — Eu realmente não quero pensar que seja um plano.

Ela foi até a pia, pegou a salada verde que já estava lavada, começou a cortá-la e colocou em uma tigela. Ele segurou o queixo dela e levantou-o.

— Nós já fizemos isso na noite passada. — A voz dele estava sedosa.

E, eles tinham feito. Só que parecia não ter resolvido nada.

— Ela tem uma missão. Não é verdade? E está determinada a se dar bem.

— Não deixe que ela a aborreça.

— Eu posso cuidar dela. — Certamente ela poderia... verbalmente. Emocionalmente, não agüentaria nem uma pluma.

Os olhos dele estavam impenetráveis quando colocou o polegar nos lábios dela. Por alguns segundos ela achou que não poderia respirar.

Então, ele deixou-a terminando a salada e foi ver a massa no fogo.

Quando tudo estava pronto, ela arrumou a mesa, verificou o pão de alho no forno, ralou o queijo parmesão e observou Christopher escorrer a massa.

— Isso está realmente bom. — Dulce ergueu o copo para brindar à massa enquanto experimentava. Uma refeição simples, saboreada na atmosfera do lar, era uma prazerosa mudança na vida social tão agitada que levavam.

— Grazie.

A voz macia de Christopher fez com que ela respondesse mexendo os lábios.

— Prego.

— Conversa em italiano para acompanhar a refeição?

— É a prática — ela respondeu suavemente. — Ou você se esqueceu de que vamos receber Ruth e Augusto amanhã à noite?

— Os avós — Christopher refletiu. — O que pretende pedir a Maite para servir?

Ela tomou um gole de vinho e enrolou a massa no garfo.

— Pretendo cozinhar.

Ele percebeu a expectativa no olhar dela e respondeu de forma divertida.

— Você está planejando algo grandioso?

— Sim.

— Com ou sem a ajuda de Maite? Dulce deu um sorriso radiante.

— Sozinha. Pretendo reservar o dia só para isso.

— O que tornará a noite muito interessante. Os olhos dela assumiram um ar travesso.

— Ah, você entendeu o espírito da coisa. Dulce havia feito um curso em Roma durante uma temporada e aprendeu o que tinha de melhor. Em outra vida, ela deve ter sido chefe de cozinha. Só que a única Saviñón sobrevivente não teria futuro na cozinha de um restaurante.

Ruth Saviñón orgulhava-se das suas habilidades culinárias e treinou pessoalmente a governanta para preparar seus pratos favoritos. Tinha um conhecimento apurado de sabor e aromas, gostava de se vangloriar, provar um prato e não só dizer todos os ingredientes contidos nele, mas também precisar as medidas da receita.

Augusto Uckermann, por outro lado, adorava comer. Se fosse gostoso e não atrapalhasse a sua digestão, ele não tinha a menor necessidade de examinar e desvendar os ingredientes.