Fanfic: Doce Descoberta - Adaptação Vondy | Tema: Vondy

— Compre outros.

O conselho de Christopher tinha um tom de cinismo e ela virou-se para olhá-lo.

— Se for preciso comprar outros, mandarei a conta para você.

— Naturalmente.

Ele vestiu uma calça jeans e uma camiseta pólo e, mesmo vestido, ainda oferecia perigo. Havia algo de especulativo e vago naqueles olhos negros que era praticamente impossível avaliar o humor dele.

— Queria falar sobre alguma coisa?

— Você quer dizer, antes de você dar uma de machão e me puxar para dentro do chuveiro?

O elemento surpresa desarmou a situação temporariamente e passou a ser o assunto em pauta.

— Você quer falar antes ou depois do jantar?

— Antes.

— Belinda — ele adivinhou logo. A voz dela assumiu um tom cínico.

— Como é que adivinhou?

— Ela tem o dom de perturbar.

— Conte uma novidade.

— Não é algo que eu possa controlar, a não ser que ela cometa alguma infração grave.

E você acha que ela não vacilará? Era melhor ir direto ao assunto.

— Ela tem o número do seu celular? Ele apertou os olhos.

— Eu não dei a ela.

Ela sentiu o estômago arder.

— Isso não responde minha pergunta.

— Sim.

A dor se intensificou.

— Ela entrou em contato com você?

— Pessoalmente e por mensagem de texto — ele esperou alguns segundos. — Eu não respondi.

— Você pretende responder?

— Não.

Será que ela poderia acreditar naquelas palavras? Ela tinha escolha?

— Algo mais que queira me contar? Suspeita não era prova.

— Não neste momento.

Ele envolveu o rosto dela com as mãos.

— É isso?

Ela desejava dizer: "Não faça isso comigo." Mas desistiu.

— Por enquanto.

— Então, vamos comer, certo?

E conversar tranqüilamente, fingindo que Belinda não surgira entre eles como um fantasma?

Aquela tinha sido a sua melhor cartada.

A massa estava excelente, assim como o vinho tinto que tomaram durante a refeição.

Dulce retirou a mesa, ligou a cafeteira e cuidou da louça enquanto o café ficava pronto.

— Vou tomar o meu café no escritório — disse Christopher, quando ela se aproximou. Ela faria o mesmo.

Precisava ver os e-mails pessoais, a agenda de negócios... coisas de que precisava cuidar, além de verificar a agenda social.

A primeira coisa que viu, quando abriu a porta do escritório, foi o embrulho em cima da mesa. Pousou a xícara de café na mesa, examinando a embalagem. O destino e a data de postagem estavam parcialmente rasurados e, olhando o verso do embrulho, descobriu que não havia nenhum remetente.

Intrigada, retirou a fita, desfez o embrulho... e descobriu uma outra caixa menor dentro.

Ela franziu a testa. Seria uma brincadeira?

Encontrou mais dois embrulhos, cada um revelava uma caixa menor. Tão pequena, que só caberia uma jóia... brincos? Um anel?

Não de Christopher. Este não era o seu modo de agir.