Fanfic: Doce Descoberta - Adaptação Vondy | Tema: Vondy

CAPÍTULO SEIS

A terça-feira chegou e passou sem contratempos... se considerarmos como contratempo o puro e simples contato, de uma forma ou outra, da atriz atordoante.

Esperando que o próximo golpe caísse em um dia tenso, no final da noite, Dulce achou que o alívio era prematuro.

Isso era um jogo, com Belinda como jogadora principal.

Na quarta-feira a tensão elevou-se, e apesar de Dulce ter redirecionado todas as chamadas do celular para a caixa postal, nenhuma delas era da atriz.

— Relaxe.

Dulce evitou olhar diretamente para Christopher enquanto ele tirava o Mercedes da vaga no pátio da elegante mansão de Eddy e Zoraida Gomez-Vilard.

— Estou totalmente relaxada.

Uma contradição, mas Christopher preferiu não prosseguir com o assunto, já que seus anfitriões os aguardavam na porta para conduzi-los à sala de espera.

— Você está linda — Zoraida elogiou. — Adorei o colar. Presente recente?

Certo, você sabe como fazer isso, Dulce decidiu. Você é boa na hora de fazer o papel social. Educada, cuidadosa e preparada para isso.

— Obrigada — e sorriu com sinceridade.

Ela vestiu-se com cuidado, escolheu um vestido preto clássico, um belo colar, sapatos pretos de salto alto, estava habilmente maquiada e preferiu trancas para o penteado. A aparência era de uma jovem mulher sofisticada. Confiante, segura...

Como as aparências enganam.

Como de costume, juntou-se a Christopher, cumprimentou os outros convidados, conversou, bebeu o excelente chardonay servido pela equipe contratada pela anfitriã e, quando conduzida, dirigiu-se ao seu lugar. A mesa estava magnífica, louça de porcelana, cristais e talheres dourados.

Zoraida era muito versada em costumes sociais para pensar em sentar seus convidados enquanto esperava por alguém atrasado.

Dulce começou a relaxar.

— Eu percebi que você tem sido alvo... — houve uma delicada pausa— ...da imprensa.

Sempre tem alguém que coloca o bom senso de lado para provocar uma conversa empolgante. Como Christopher teria reagido? Ela nem precisava perguntar.

— Interessante. — A voz mansa dele carregava uma decepção dissimulada. — Como a imprensa valorizou um acontecimento passado, pegou uma insinuação e trouxe para os dias de hoje.

— Penoso, eu imagino.

— Para minha mulher, sim.

Dulce colocou a mão no ombro dele e deu um sorriso carinhoso.

— Querido, nada disso tem maiores conseqüências.

Ela manteve o sorriso quando ele pegou sua mão e beijou-a.

O simples gesto fez o sangue dela ferver, aquecendo seu corpo nas partes mais íntimas. Por alguns segundos, que pareciam uma eternidade, os convidados, a sala, tudo desapareceu como se ela tivesse sido dominada por algo que não conseguia controlar ou identificar.

Logo depois, o momento foi quebrado pelo som das conversas e pelas risadas.

Será que aquela reação foi uma maneira de fugir da situação? Ou uma forma de aliviar a tensão?

Seria bom que a segunda hipótese fosse a verdadeira.