Fanfic: Doce Descoberta - Adaptação Vondy | Tema: Vondy

Um ano depois, ainda eram considerados o casal de ouro e a presença deles nos eventos era sempre noticiada pela mídia.

Em público, ela desempenhava o papel de esposa perfeita. Apesar disso, estava consciente sobre uma barreira invisível.

Que loucura, ela castigava-se em silêncio. Colocava a aliança no dedo, dividia a cama com ele e desempenhava o papel de anfitriã social com muita desen-voltura. Tudo para ele. Só não possuía seu coração. Nem sua alma.

Disse para si mesma que era o bastante. Mas sabia que estava mentindo.

Droga, qual era o problema com ela? Introspecção não leva a lugar nenhum, e agora precisava pentear o cabelo e se vestir.

Vinte minutos depois, voltou ao quarto e encontrou Christopher esperando tranqüilamente. Ele examinava cada centímetro do seu sofisticado terno preto e ajeitava o nó da gravata para que ficasse perfeitamente alinhado.

O coração dela disparou, fazendo-a sentir um forte calor correr por suas veias. Respire, disse para si mesma, praguejando em silêncio pelo modo como seu corpo reagia à presença dele.

Será que ele sabia? Na cama, sem dúvida. Mas fora dela?

Ela não desejava fazer papel de vítima diante de tanta vulnerabilidade. Não era justo.

— Que linda — Christopher elogiou-a superficialmente ao observar suas curvas envolvidas pelo vestido de crepe de seda vermelho. Sem dúvida, o vestido era de uma conceituada estilista e combinava perfeitamente com o espartilho e com a faixa. Dulce fez questão de pagar pelo vestido.

Uma leve intransigência que o irritava. Independência era bom, mas até certo ponto. Sua irritação foi apaziguada ao ver que ela estava usando os brincos com gotas de diamantes que ele lhe presenteara no aniversário de casamento. Um cardigã combinando completava o traje. Os cabelos estavam presos com uma tiara que era uma verdadeira jóia. Um pingente de diamante repousava no curvilíneo vale entre seus seios.

O sapato de salto alto aumentava em quase dez centímetros a altura de Dulce. Christopher atravessou a sala e sentiu o penetrante perfume Hermes que ela usava, sorrindo calorosamente.

— Grazie.

— Por estar representando bem meu papel? Ele deu um leve sorriso.

— Isso também.

Ele entregou-lhe meio copo de água e dois comprimidos.

— Vai bancar a enfermeira?

— Diga-me que você já faz isso sozinha que paro de desempenhar esta função.

Dulce simplesmente sacudiu a cabeça e engoliu os comprimidos.

— Estamos prontos para sair?

O entardecer significava que eles pegariam todo o engarrafamento na saída da cidade até o sol se pôr.

— Quer conversar? — Ele ainda sentia uma ponta de tensão e notava sua aparência taciturna.

Dulce lançou um olhar esquisito.

— Por onde quer que eu comece?

— Foi grave assim?

Seu assistente telefonou avisando que estava doente, o substituto não foi eficiente, a papelada despachada pelo mensageiro ficou retida e almoçara apenas meio sanduíche que não conseguiu comer todo para poder atender ao fluxo de chamadas telefônicas.

— Nada que eu não pudesse resolver. — Não foi para isso que havia sido criada, educada e preparada?

Uma meta... para obter seu lugar de direito no conglomerado Uckermann - Saviñón. Assim como Christopher, ela começou pelo degrau mais baixo na estrutura do conglomerado. Aprendeu, por experiência própria, como os negócios funcionavam de baixo para cima e conseguiu cada promoção por seu próprio mérito.