Fanfic: Doce Descoberta - Adaptação Vondy | Tema: Vondy

CAPÍTULO DEZ

A segunda-feira foi um daqueles dias em que tudo deu errado. Um retrocesso do planeta Mercúrio? Um demônio irlandês, o Murphy, causando prejuízo e desordem?

Talvez os dois, Dulce admitiu com raiva quando o secador de cabelos recusou-se a aquecer. Ela não tomou o café-da-manhã, apenas pegou uma banana e um iogurte para comer no escritório e encarou o engarrafamento até a cidade.

Vários compromissos marcados na parte da manhã, com alguns atrasos que obrigavam seu assistente a desculpar-se várias vezes. Dulce reiterava as desculpas pessoalmente depois.

O almoço foi pedido pelo assistente, e Dulce fez a refeição entre ligações telefônicas e reuniões com clientes. No meio da tarde, conseguiu trabalhar no computador, inserindo alguns dados no laptop. Se Deus quisesse, terminaria às cinco horas.

Christopher enviou uma mensagem de texto — Encontro de negócios. Não espere para jantar — assim que ela saiu do escritório. Quando estava parada no sinal da rua Toorak, o celular tocou.

— Não espere acordada, querida — uma voz feminina familiar informou com uma leve risada. — Pretendo mantê-lo fora até bem tarde. Belinda.

Não era preciso fazer as contas... mas seria a resposta certa ou simplesmente outro ataque da atriz para causar problemas?

A primeira reação de Dulce foi ligar para Christopher e falar a verdade, mas o trânsito começou a andar e ela teve que esperar até chegar em casa.

Quando realmente fez a ligação, caiu direto na caixa postal. Ela hesitou... deixar uma mensagem ou desligar?

Decidiu desligar e esforçou-se para ignorar a dor que sentia no peito.

A possibilidade de Christopher estar jantando com Belinda quase a destruiu. Imaginar os dois saboreando um vinho, a refeição... olhares íntimos por sobre a mesa, a expectativa, a promessa. Isso a deixava partida ao meio.

No entanto, havia coisas práticas com as quais precisava lidar. Entrou na cozinha, cumprimentou Maite e informou-a que Christopher estava jantando com um colega.

Era um misto de verdade e omissão.

— Por favor, tire o jantar e chame o Christian para acompanhar você.

— Mas, e a senhora? — a governanta perguntou preocupada. — Precisa comer.

Só de pensar em comer sentia-se mal.

— Fiz um lanche substancial. — Outra inverdade, mas ela não queria dar explicações. — Eu como alguma coisa leve mais tarde — disse com um sorriso nos lábios. — Pode ir.

Maite olhou duvidosa:

— Tem certeza?

— Positivo.