Fanfic: True Love. — Portiñón. AyD. — FINALIZADA. | Tema: Dulce e Anahí.

POV DULCE

Os meus gemidos de prazer eram altos.

— Estou no céu. — Murmurei com a boca cheia, na quarta fatia de bolo.

Anahí me olhou enviesado. O seu olhar era bem claro: Dá um tempo no bolo, mas eu não conseguia me controlar. Era bom demais. E como sou amante de doces, não conseguia controlar a gula, principalmente quando se tratava de bolo de casamento, um dos meus preferidos.

— Anahí... — Claudia chamou a minha esposa que a olhou. — Dulce estava amarrada?

— Acredito que sim. Tenho até medo de tocar no prato dela e ficar sem mão. — Anahí retrucou, recebendo uma carranca minha.

— Melhor maneirar no chocolate, Dulce. Se você for feito a Claudia... Deus proteja o nariz de Anahí. — Paola disse com o seu cigarro na mão.

Anahí e Paola riram, divertidas. Enquanto, eu e Claudia olhávamos irritadas para elas. Larguei até o bolo de tão grande que a minha birra foi. Percebendo a minha cara emburrada, minha esposa parou de rir e ficou um pouco desconfiada.

— Hum... — Anahí disse se levantando. — Eu acho que alguém precisa trocar a fralda.

— Eu vou com você... — Paola se adiantou, recebendo um olhar esquisito de Anahí.

Mas depois, a Anahí deu de ombros e se retirou, empurrando o carrinho dos bebês para o casarão, com a Paola em seu tiracolo. Covardes. Não ficaram por medo das nossas reações. Voltei a comer o bolo.

— Você acha que algum dia a Paola vai me pedir em casamento? — Claudia perguntou de repente.

Parei o meu garfo no meio do caminho. Não sabia que a minha irmã queria se casar com a Paola, mas dando-se conta do amor que eu enxergava sempre que Claudia olhava para a Paola, não sei por que me surpreendo.

— Acho que está perguntando a pessoa errada. — Respondi, mas ao ver o olhar amuado de Claudia, coloquei o garfo em cima do prato e suspirei. — Veja bem, não sei. Não faço a mínima ideia, mas só você que sabe a resposta. O que o seu coração diz?

— Que ela me ama na mesma intensidade que eu a amo. — Claudia respondeu com sinceridade.

— Pois bem. Se ela não pedi, você a pede. Simples assim. Sabe minha irmã, depois das coisas que aconteceram comigo e Anahí, percebi que a vida é muito curta para ficarmos nos privando das coisas. De ficar perdendo tempo esperando uma iniciativa de alguém, quando nós podemos ter essa iniciativa. — Voltei a pegar no garfo. — Pense nisso.

Minha irmã balançou a cabeça em positivo, e olhou para a pista de dança. Alguns idosos estavam dançando num ritmo engraçado. Karine e Blake já tinham indo embora e restaram apenas os convidados.

— Escuta... Está a fim de fumar um baseado? — Claudia perguntou de repente.

Olhei para o bolo, depois para a pista de dança e dei de ombros. Levantamos e formos para o casarão. Eu não tinha feito ainda a inseminação, estava apenas na reposição hormonal. Então... Não via nenhum problema. O casarão era grande e bem cuidado. Era da família de Karine.

Abrimos e fechamos portas até encontrar uma sala. Entramos e fechamos. Sentamos no sofá e ligamos a televisão. Claudia retirou o cigarro de maconha do decote e depois um isqueiro. Fiz uma careta ao ver isso.

— Quê?

— O que mais você esconde nesse decote?

— Você não tem nem noção, maninha. — Claudia piscou e acendeu o baseado.

Fazia um tempo que não fumávamos. Lembro-me muito bem o show que dei no natal. Não faria a mesma coisa. Ficamos fumando, lentamente, estava passando Malévola. Gostava desses filmes adaptados da Disney e minha irmã também.

Fumamos o nosso baseado, enquanto, assistíamos.

— Essas fadinhas são umas estúpidas. — Claudia disse depois de um tempo, revirando os olhos. O baseado tinha acabado, mas o filme não.

— Por que os príncipes sempre tem esse jeitinho engomadinho? Parecem que querem dizer: “Mamãe. Eu quero dá a bun*dinha”. — Comentei com uma careta.

Claudia gargalhou.

Estávamos bem relaxadas. Curtindo apenas a vibe que a maconha deixou em nossos corpos. Bem tranquilas. Como se nada no mundo importasse mais.

— Que horror, Dulce... Mas eu concordo. — Claudia relaxou no sofá e colocou as pernas em cima da mesinha de centro. — Essa pele de porcelana me irrita.

— Tadinha de Malévola. — Suspirei ao vê-la chorando no leito de Aurora.

— Tadinha de Aurora também. Só está assim por causa da Malévola.

— Mas a Malévola foi uma vítima das circunstâncias. Se o pai de Aurora não tivesse traído covardemente a Malévola, isso não aconteceria...

— Verdade. — Claudia concordou, depois gritou. — Aurora acordou!

Festejamos, e rimos com a fala de Malévola: “olá praga”. Que amável. As duas se amam de verdade. Um amor fraternal, sem nenhuma maldade. Acho tão lindo isso. Quando os nossos corações que escolhem quem amar, e não nós... Um exemplo vivo disso era o meu eterno amor pelos meus filhos. E minha Anahí.

De repente, estávamos chorando. Eu e Claudia, chorando copiosamente e amargamente ao ver que Malévola tinha sido encurralada, e também o corvo que agora era dragão. Não queríamos que eles morressem.

Á porta da sala se abriu.

— Aí estão vocês! — Anahí disse, entrando com o carrinho e com Paola atrás. — Estávamos procurando vocês... O que foi?

Apontamos para a televisão, aos prantos. Nem eu e Claudia conseguíamos parar de chorar. Era muito triste, ver a Malévola por um triz de sua vida.

— Claudia? — Paola chamou com uma careta. — O que aconteceu com elas?

— Maconha. — Anahí revirou os olhos. — Parem de chorar, a Malévola vai se salvar e todo mundo vai viver feliz para sempre.

— Mas... Mas... — Funguei, olhando da televisão para a minha esposa. De fato a Malévola estava se saindo muito bem.

— Poxa, amor. — Paola retruca. — Você nem me chamou para fumar umazinha com você.

— Desculpa. — Claudia fungou, parando de chorar. — Fica pra próxima.

Paola sentou-se atrás de Claudia e a abraçou, dando um beijo no ombro dela.

— Vou cobrar. — Paola disse.

Enxuguei as minhas lágrimas e olhei para a minha esposa. Então, Anahí deu uma risadinha. Empurrou os carrinhos até que ficassem juntos de nós. Os meninos estavam dormindo... Como bebês dormem. Então, jogou-se nos meus braços e repousou a cabeça em meu peito, e ficamos assistindo o filme em plena paz...  

**