Fanfic: True Love. — Portiñón. AyD. — FINALIZADA. | Tema: Dulce e Anahí.

POV ANAHÍ

Retirei a lasanha do forno e coloquei em cima da mesa. Estiquei o meu pescoço pelo batente em direção da sala. Os trigêmeos estavam no cercadinho e pareciam bem entretidos com os seus brinquedos e também com a televisão ligada no musical infantil. Desde que a Emily tinha ido embora ainda não tínhamos contratado nenhuma babá. Decidimos por não fazê-lo. Por enquanto...

Os trigêmeos não davam muito trabalho. Ás vezes que tinha os seus momentos complicados, mas era algo que conseguia muito bem contornar. O difícil era quando os três choravam de uma vez só querendo a mesma coisa. Eu tinha que me virar em trinta, mas eu estava feliz... Dulce também estava feliz.

Tínhamos uma família perfeita. O amor era a nossa base. Os nossos filhos as nossas eternas alegrias...

O tratamento de Dulce ainda não tinha surtido efeito. Mas não estávamos preocupadas com isso. Estávamos vivendo um dia após o outro. Para que se estressar? Se a felicidade morava conosco. Estávamos dando tempo ao tempo... Eu, particularmente, sentia-me realizada, como mulher, como mãe, como pessoa... Devo admitir que a terapia com a Dra. Sky me ajudou muito a compreender as fatalidades que tinha acontecido em minha vida. Quando a tristeza pela perda dos gêmeos me vinha ao coração, eu entregava nas mãos de Deus... Ele era o único que podia me confortar. Bem dizendo, nos confortar.

Abrir a geladeira e retirei as verduras para a salada e fechei á porta, coloquei-as em cima da pia e quando ia pegar uma faca fui invadida por uma dor alucinante em minha cabeça que me fez gemer e cair sentada. Fechei os olhos, agoniada com a dor que parecia que ia explodir o meu cérebro, pressionei as mãos em minha cabeça e soltei um grito, o meu fôlego escapou. Sentir algo quente e gosmento escorrer pelo meu nariz e soube que estava sangrando. A dor era tanta que eu não conseguia abrir os olhos e nem respirar direito. Agoniei-me, como eu iria pedir ajuda?

De repente, uma enxurrada de memórias vem às margens de minha mente, enquanto, eu agonizava.

— Eu te amo... Muito... — Dulce sorriu, e me prendeu pela cintura.

— Não mais do que eu. Você sabe que eu adoro lançar frases piegas, não é? — Perguntei a ela que confirmou com um sorriso. — Então, vou lhe lançar essa...  “Como é bom morrer de amor e continuar vivendo”. Eu te amo, Candy.

— Minha Narrí... — Dulce suspirou alto.

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— Você que fez isso? — Perguntei em soluços.

Dulce sorriu, e as lágrimas caíram. Ela também estava emocionada.

— Tudo pra você, Anahí. — Ela disse ao acariciar o meu rosto. — Eu te amo.

— Oh meu Deus. — Abracei-a. O meu coração estava disparado. Eu não conseguia me controlar, esse misto de felicidade com sublimidade. — Eu te amo, Dulce. Obrigada por isso... Eu nunca irei esquecer.

Dulce se afastou, segurou o meu rosto e beijou as minhas lágrimas.

— Só de ver a sua carinha de felicidade, eu que nunca vou esquecer esse momento. O primeiro natal compartilhado contigo, como minha mulher. O natal mais feliz de todos.

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— Já almoçou? — Perguntei baixinho, me aproximando mais...

— Sim... — Ela respondeu, entrando no joguinho.

— Que bom. Por que eu vi trazer a sobremesa. — Parei a centímetros de distância do seu rosto.

Dulce olhou dos meus olhos para os meus lábios, em segundos, puxou-me pela nuca, dando-me um beijo que fez a minha alma estremecer. Selvagem e intenso. Os nossos lábios se conectaram e nossas línguas se encontraram com fúria, explodindo toda a vontade que tínhamos dentro de nós. Foram dois dias de jejum por conta do Natal. Parecia pouco, mas para nós que tínhamos uma vitalidade e fome nata por sexo, era uma eternidade.

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— O que está pensando? — Dulce perguntou baixinho com os seus lábios colados em minha testa.

— Em como a vida é surpreendente e como eu me sinto tão plena em está aqui nesse momento ao seu lado... — Comecei, minha voz era baixinha. Eu também estava em paz. — Olhando para esse mar tão imenso, profundo e único, me faz perceber que o meu amor por ti é imensamente igual. — Me virei, mas me mantive abraçada á Dulce, os meus olhos encontraram com os dela, brilhavam também emocionados. As lágrimas nas bordas. — Eu sempre procurei aquilo que estava na minha frente. Procurei a felicidade, procurei a plenitude... Quis muito a cumplicidade, o companheirismo, a entrega, a paixão que lia tantos nos livros: Que arrebata as almas e as tornam unidas para toda eternidade. Desejei muito a doçura do amor, a reciprocidade, desejei muito o “para sempre”. Procurei em tantos lugares, em tantas pessoas, procurei tanto que não me dei conta. — Dulce acariciou o meu rosto, uma lágrima solitária escorreu pela minha face. — Eu estive procurando você por toda a minha vida, e agora que finalmente dei-me conta, não posso deixar de expressar esse sentimento que existe dentro do meu peito, que envolve não apenas o meu coração, mas como também a minha alma... Por que é você, só você, Dulce Espinosa, a dona do meu coração. O amor da minha vida... Eu te amo com todas as minhas forças. Sou completamente, literalmente, loucamente apaixonada por você.

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Resfoleguei com tudo vindo em minha mente... Todos os pedaços perdidos de minha memória voltaram com força total. Lembrei-me das pessoas que eu tinha esquecido, e a cima de tudo... De Dulce. Lembrei-me de tudo, quando nos conhecemos em Cancun, de como a nossa amizade foi florescendo até nos tornamos inseparáveis. Do nosso noivado relâmpago, do descobrimento de sentimento, do nosso casamento, da nossa lua-de-mel... Simplesmente tudo.

A dor passou, restando apenas as memórias. Repousei as minhas mãos em meu colo e solucei em um choro de alívio. Por tanto tempo eu tinha me lastimado e sofrido tanto por não recordar e agora eu me lembrava de simplesmente tudo. A amnésia não fazia mais parte de minha vida. Eu não pude deixar de me sentir abençoada.

— Anahí! — A voz de Dulce soou alta e assustada. Sentir as suas mãos em meus braços. — O que aconteceu? Você se feriu? Machucou-se? Deus meu! Você está sagrando. — Exclamou em pânico. — Vou ligar para emergência.

Antes que ela pudesse se afastar de mim, segurei firmemente em seu pulso e abrir os meus olhos encontrando os seus... Suspirei apaixonadamente ao olhá-la, a mulher que a minha alma escolheu amar e que em meu coração fez morada.

Dulce me olhava tão preocupada... Como era linda. Sempre a vir como uma mulher fantástica mesmo depois da amnésia, mas vê-la agora, novamente, depois de me recordar de tudo, parecia que brilhava em meus olhos. Era como se fosse a primeira vez que de fato eu estiver a vendo. O meu coração descompassou e o meu estômago esfriou com as borboletas voando nele... A mesma sensação de se descobrir loucamente apaixonada.

— Você está bem? — Ela perguntou ofegante.

Balancei a cabeça em positivo sem tirar os meus olhos dela... Simplesmente não conseguia, precisava cultuá-la um pouco mais. Dulce se inclinou e pegou uma toalhinha de papel e limpou o sangue do meu nariz.

— Eu acho melhor irmos para o hospital... Você sangrou pelo nariz. Faz muito tempo que isso não acontece. — Externou a sua preocupação sem parar de limpar o meu sangue, balancei a cabeça em negativo com os olhos fixos nela. — Tem certeza? — Perguntou em dúvida, balancei a cabeça em positivo. Não conseguia falar, só queria olhá-la. — O que aconteceu, finalmente? — Ela terminou de limpar meu sangue e descartou a toalha no lixo, acompanhei os seus passos com o olhar. Ela voltou até mim e se ajoelhou em minha frente, olhando-me nos olhos. — Por que está me olhando assim?

É isso aí, como a gente achou que ia ser... A vida tão simples é boa, quase sempre. É isso aí, os passos vão pelas ruas, ninguém reparou na lua... A vida sempre continua... Eu não sei parar de te olhar, eu não sei parar de te olhar. Não vou parar de te olhar. Eu não me canso de olhar... Não sei parar... De te olhar.

Eu realmente não cansava e nunca iria cansar...

— Anahí? — Dulce chamou, achando graça à maneira que eu a olhava fixamente.

— Eu me lembro Candy.... — Murmurei, sorrir e as lágrimas caíram. — Lembro-me de tudo.

Dulce ficou um segundo calada, parada, apenas refletindo e degustando as minhas palavras. Os seus olhos encheram-se de lágrimas e ela sorriu lindamente e eu me prendi em seu sorriso como se a minha vida se iluminasse ao vê-lo.

— Tudo? — Ela perguntou a voz emocionada.

— Tudo... — Acariciei o seu rosto, retirando um fio que estava solto e o prendi atrás de sua orelha, a olhei com tanto amor... O amor que exalava de minha alma. — Da primeira vez que os meus olhos a enxergaram como a mulher da minha vida... Lembro-me que me sentir maravilhosa e abençoada porque eu sabia que o meu coração estava entregue a mulher mais incrível do mundo e que para sempre esse sentimento seria cultivado em meu peito, tatuado em minha alma. — Voltei a chorar, muito emocionada, o meu peito parecia que iria explodir de tanto amor. — Sempre soube que a minha escolha tinha sido á certa, e a cada dia que passou você me provou que era mais do que incrível... Você me ensinou a conhecer o significado de amor verdadeiro. Ensinou-me o que é companheirismo, esteve ao meu lado nos momentos bons e ruins. Nunca desistiu de mim... E eu te amo tanto, Candy... — Peguei a sua mão e levei ao meu peito. — E eu sei que esse amor que eu tenho cravado dentro do meu coração nunca vai morrer... Nunca. Mesmo com amnésia, foi só olhar para você que me re-apaixonei... Eu posso te olhar mil vezes, e nessas mil vezes, eu te amarei um pouco mais, você é o meu sonho de amor... Obrigada por não desistir de mim, nem da nossa família e ter esperado pacientemente por mim.

Dulce chorava com as minhas palavras. Nossas emoções estavam á flor da pele. O nosso amor estava no ar, exalando... Á cada segundo, sentia-me mais ligada á ela. Nascemos para ficarmos juntas. O nosso amor seria imortal. Ela me puxou para os seus braços e me abraçou fortemente, dando vários beijos em meus cabelos. Apertei-a em meus braços, nossos corações batiam tão fortes que era possível sentirmos. Funguei fortemente, apreciando o seu cheirinho tão bom e único... Sua boca procurou a minha e me deu um selinho prolongado, afastou-se de mim e os seus olhos estavam iluminados.

— Você é o amor da minha vida. — Dulce disse entre sorriso e lágrimas. — Como eu poderia ter desistido de você? Essa não era opção. Eu te esperaria por toda a eternidade porque o meu coração e a minha alma gritam por você. Não é um amor de ontem nem de hoje, é um amor de sempre... Estávamos predestinadas para ficarmos juntas. A prova disso que mesmo passando por muitas coisas, permanecemos juntas e apaixonadas. O que aconteceu no passado não é mais importante. O que importa é o hoje, o agora... Nesse instante, você está comigo e Deus! Eu te amo tanto que cada pedacinho de mim clama por você. — Voltou a me dá um selinho. — Só você, Anahí... Somente pra você e por você que eu guardei o meu amor. Amo-te!

Sorrimos. Felizes. Completas... Coloquei as mãos em seu rosto e aproximei o meu rosto, Dulce fechou os olhos e esperou que os meus lábios tocassem nos seus... Um beijo carinhoso, repleto de amor. Não podíamos estar mais felizes, a vida estava nos recompensando por tudo que tinha feito...

Quando achamos que algumas coisas não vão acontecer e até perdemos as esperanças... É que acontecem. Tudo no seu tempo. Aliás...

Como dizem... “A vida começa todos os dias”.

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