Fanfic: True Love. — Portiñón. AyD. — FINALIZADA. | Tema: Dulce e Anahí.

POV ANAHÍ

Acho que a Dulce está me escondendo alguma coisa. Fazia uma semana desde o casamento de Claudia e Paola e ela estava agindo de um jeito estranho. Sempre tentava descobrir o que era, mas ela era ótima em escorregar de assuntos que queria evitar.

Banquei a detetive, no trabalho, em casa... Mas sem sucesso. Mas eu sabia que tinha alguma coisa acontecendo com ela. Ninguém sabia de nada. Ela não comentou nada com a sua mãe, nem com a sua irmã e muito menos com Karine e Blake.

O pior é que quanto mais eu cismava que existia alguma coisa por trás, a minha curiosidade ia ás alturas. Nessa noite em particular, sentia que ela queria me dizer alguma coisa, mas sempre ficava em reticência. O jantar foi um clima estranho... Só com as crianças falando, e Dulce me olhando como se tivesse me desvendando. Gravando os meus movimentos.

Fiquei ansiosa.

— Amor... Por que você não coloca as crianças para dormir? — Dulce propôs com um sorriso de lado, meio presunçoso.

— Hum, tudo bem... — Levantei-me do sofá. — Meninos, hora de dormir. Vão escovar os dentes e depois cama. 

Como sempre, teve as reclamações. Dependesse deles, ficariam até altas horas assistindo televisão. Mas era apenas charminho porque sempre que se deitavam na cama, em menos de dez minutos caiam num sono profundo.

Eles fizeram o que eu mandei, depois trocaram de roupa, colocaram os seus pijamas e se deitaram. Sentei-me na cama do Pietro, e eles pediram para contar uma estória... Pensei um pouco. Era péssima para contar estórias infantis, então... Contei a minha história com a Dulce numa versão light, sem sexo ou qualquer coisa que gerasse uma segunda interpretação.

— Essa é a estória da princesa e a plebeia que eram muito amigas até que se descobriram apaixonadas... — Comecei a narrar, e eles ficaram empolgados.

As estórias que contamos aos nossos filhos não tinha restrição de gêneros. Gostávamos de educar os trigêmeos com as mentes abertas para o mundo. Fiquei contando a estoirinha, mas sempre eles perguntavam alguma coisa e quando dei por mim... A estória tinha dragões, vampiros, pôneis e Shrek. Demorou mais do que o previsto e a segunda parte ficaria pra ser contada amanhã.

— Eu amo vocês. — Dei um beijo na testa de cada um.

— Também amo você, mamãe. — Cada um respondeu, se aconchegando em seus travesseiros e fechando os olhos.

Apaguei a luz, deixando apenas a luz do abajur acessa. Sair do quarto e fechei á porta quando vir o corredor apagado, mas iluminada por velas perfumadas e pétalas de rosa numa trilha indicando para onde seguir... Uau! Acho que demorei muito tempo com os trigêmeos para que Dulce fizesse isso...

Seguir a trilha que dava para o quintal. Sair e escutei uma música suave de violão... Curiosa, apressei os passos e o que vir me deixou surpreendida e com o coração saindo pela boca!

A piscina também estava com pétalas de rosas e algumas velas flutuantes. Dulce estava parada no meio do quintal, envolta de pétalas. Tinha trocado de roupa, usava um macacão longo de frente único. Os cabelos estavam presos, mas alguns fios escapavam, e ela segurava uma bola de festa. O meu coração ainda batia descompassado ao vê-la e por que também, atrás dela, sentado confortavelmente em um banquinho com um violão apoiado no braço e na perna, estava Lulu Santos! Ao lado dele, tinha uma pequena mesa com um balde de prata com variedades de bebidas, mas ele tinha optado por água.

Pisquei várias vezes para ver se eu estava sonhando ou se era um cover, mas não... Era Lulu Santos mesmo. Ele sorriu e piscou para mim. O meu sorriso foi enorme. Desviei o meu olhar para a minha mulher que estava lindamente me esperando, caminhei até ela e lhe dei um selinho.

— O que isso? — Perguntei com a voz rouca, sem aguentar a emoção dentro do meu peito.

— Uma surpresa. — Dulce sorriu e acariciou o meu rosto. — Você sempre gostou muito de Lulu Santos e eu pensei que seria um bom presente para comemoramos com antecedência o nosso aniversário de quatro anos de casamento.

— Dulce, isso é incrível! — Gritei com alegria e a abracei. Depois a enchi de beijos, ela ria com a minha animação e me abraçou firmemente. — Nossa... Eu estou sem palavras!

— Espero que fique com palavras logo mais que ele começar a cantar... — Dulce brincou e deu um beijo no meu pescoço, deixando-me arrepiada.

— Claro que sim. — Olhei-a com um sorriso. — Você é uma danada mesmo, não é? Preparou tudo isso em silêncio sem que eu descobrisse nada.

— É... Foi um pouco difícil manter escondido de você, e eu sei que você estava bisbilhotando para descobrir. — Dulce fez uma carinha séria, e depois sorriu. — Você gostou?

— Está brincando? Eu amei! — Disse com euforia e apontei pra Lulu Santos que estava quieto, esperando o seu momento. — É Lulu Santos!

— Ah meu amor... — Dulce pegou a minha mão e beijou suavemente. — Você sabe que eu faço tudo para que esse sorriso se mantenha sempre em seu rosto, não é? Nesse tempo em que estamos juntas, você sabe muito bem, que és minha vida, és o motivo do meu sorriso. Sinto-me tão agraciada por Deus por tê-la ao meu lado. Você me presenteou com uma família linda. Eu amo você. Eu amo a nossa vida... Cansei em dizer, mas vou repetir: Meu coração é seu. O meu sorriso é teu... Tudo que há em mim, há muito de você. — Seus olhos lacrimejaram.

Sorrir abobalhada com as suas palavras. Os meus olhos também lacrimejavam. Eu amava as nossas declarações, por que mesmo que ás vezes, algumas palavras tenha sido repetitiva, o sentimento que era expresso às tornava mais especiais.

— Minha vida... — Apertei a sua mão e entrelacei. — Eu sei de tudo. Por que tudo que você me diz, é a mesma coisa que eu sinto. Eu sou sua, da cabeça aos pés. O meu coração está grudado ao seu... Nesses anos em que descobrimos a doçura do amor... A doçura de estarmos juntas compartilhando tantos momentos, sinto-me sublime. Uma vez, disse que você me fazia transbordar, e mesmo passando os anos... Você ainda tem esse poder sobre mim. Faz-me uma pessoa melhor. Não existe um dia que eu não aprenda com você... Não existe um dia que eu não erguer as minhas mãos para o céu e agradeça por tê-la em minha vida. Eu te amo... Com todas as minhas forças. Eu te amo com todas as letras e palavras. Amo o jeitinho que você me olha... O jeitinho que me beija... O jeitinho que me toca... Eu amo tudo em você. E eu que agradeço por ter me dado á chance de construir uma família com você. — Nossas lágrimas cairiam e limpamos uma as lágrimas da outra. — Eu te amo para sempre...

— Eu te amo para toda eternidade... 

Beijamo-nos com amor... Deixando que o beijo transmitisse aquilo que os nossos corações e nossas almas expressassem aquilo que as palavras se tornaram leigas para ser pronunciadas. Sentia-me leve. Quase flutuando... Sei que Dulce sentia a mesma coisa.

Estávamos felizes e em paz.

Encerramos um beijo com um selinho. Então, Dulce me entregou o balão.

— Essa é a segunda surpresa. — Dulce me disse, mas já estava chorando. Levou a mão até a boca, tentando se conter. — Vai ter que estourar... — Informou com voz abafada.

Não faço a mínima ideia do que se tratava. Então, apertei o balão com as minhas unhas e ele se estourou, me assustando. Eu sempre me assustava quando ia estourar, mesmo sabendo! Um pequeno papel enrolado caiu no chão. Abaixei-me e peguei para saber o que se tratava. Sentir o meu coração descompassar e todo o meu sangue fugir do corpo do tamanho que foi o meu choque. Era uma ultrassonografia. Nela só tinha um pequeno ponto quase imperceptível se não tivesse uma setinha com o nome “embrião”, eu não teria percebido. Pela descrição tinha quinze dias...

— Você tá... — Comecei a perguntar, mas o choro rompeu a minha fala.

— Sim! — Dulce chorou. — Eu estou grávida, o nosso pequeno milagre aconteceu!

— Oh meu Deus! — Gritei de tanta felicidade e abracei á Dulce. Era realmente um milagre! Depois de quase três anos tentando... Quando faltava muito pouco para o nosso tempo estipulado acabasse... Ela tinha conseguido! Olhei para o céu repleto de estrelas e agradeci silenciosamente aos céus, enquanto, apertava a Dulce nos braços. — Você conseguiu! — Exclamei emocionada. — Parabéns, meu amor!

Beijei-a em todo o rosto com euforia, os nossos choros foram transformados em risadas. Abaixei-me e beijei a barriga de Dulce com muito amor. Depois me levantei e voltei a beijá-la.

— Vamos ter um bebê. — Dulce anunciou feliz.

A felicidade era tanta que parecia que não aguentaria em nossos corações. Parecíamos histéricas, mas era o excesso da boa felicidade que nos invadia. Não existia ninguém nesse mundo alguém mais felizes do que nós. Um milagre. Um grande e belo milagre. Antes mesmo de eu ter perdido os gêmeos, Dulce nunca tinha se importado em procurar um tratamento para a sua síndrome de Turner. A minha perda que a impulsionou buscar um tratamento. E hoje, formos agraciadas pelo dom da vida. Sofremos no passado, sim... Porém, estamos felizes hoje. Tudo acontece por um motivo e um porque, éramos leigos para sabermos o querer de Deus. Hoje, minha Dulce iria realizar o seu sonho: De gerar um filho. De senti-lo dentro de si e eu não podia estar mais feliz por ela. Sua alegria. Sua realização. Tudo. Simplesmente tudo. Também eram as minhas.

Olhamo-nos com amor e voltamos nos beijar, então... Dulce interrompeu com um selinho, e gritou:

— Solta o som, Lulu!

Rimos com pura felicidade. E Lulu Santos fez o que a Dulce pediu, a música começou a preencher os nossos ouvidos.

— Nossa música! — Gritei pra Dulce.

— Sim, meu amor... Nossa música.

Fiz uma reverência, então, ofereci a minha mão para a Dulce que aceitou de pronto. Então, começamos a dançar suavemente ao som de Lulu Santos. O vento soprava em nossos cabelos, os alvoroçando. Isso aumentava ainda mais os nossos risos. Afastei-a um pouco de mim, e Dulce rodopiou, parecendo uma fadinha que prenderam os meus olhos com tamanha admiração... Depois, ela voltou-se para mim e suas costas bateram suavemente no meu peito... Abracei-a e dançamos lentamente ao som da música. Meu rosto ficou enterrado em seu pescoço, e Dulce roçava-se em mim, lentamente.

Quis evitar teus olhos, mas não pude reagir. Fico á vontade, então. Acho que é bobagem a mania de fingir, negando a intenção...

Então, Dulce rodopiou novamente, e parou em minha frente, um pouco distante de mim. Segurando em minha mão, fez com que eu rodopia-se também, mas ao invés de eu parar em seu corpo, me inclinou para o lado, segurando por um braço, e me roubou o selinho, então, me ergueu de volta entre risos.

E quando um certo alguém cruzou o teu caminho e te mudou a direção. Chego a ficar sem jeito, mas não deixo de seguir a tua aparição...

Fiquei de frente para a Dulce e passei os meus braços ao redor do seu corpo. Os nossos corpos se uniram, e os seus braços enlaçaram a minha cintura. O nosso ritmo se manteve o mesmo. Nossos corpos dançavam em repleta sintonia.

Quando um certo alguém desperta o sentimento é melhor não resistir e se entregar...

Sorrimos bobas e apaixonadas. Olhamo-nos olhos e nossas testas se encostaram. Enquanto, absorvíamos a letra da música que parece que tinha sido escrita para nós!

Complicação tão fácil de entender. Vamos dançar... Luzir a madrugada. Inspiração para tudo que eu viver... Quando um certo alguém cruzou o teu caminho é melhor não resistir e se entregar...

Nesse momento, fogos coloridos pipocaram no céu... Ao ver a minha surpresa, Dulce concordou com a cabeça em positivo. Era obra dela. Do meu amor, da minha vida, da minha Candy. Enquanto, os fogos explodiam no céu e Lulu Santos cantava, os nossos corpos mantinham o embalo, enquanto, os nossos lábios foram se encontrando em mais um beijo de amor...

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