Fanfic: True Love. — Portiñón. AyD. — FINALIZADA. | Tema: Dulce e Anahí.
Por Dulce...
A avenida principal estava em manutenção, o que me obrigou e aos outros motoristas mudarem o trajeto. Hoje, não fui para a Corporation de manhã. Resolvi algumas questões pela internet mesmo, aproveitei para ficar descansado ao lado de Anahí, mas não tive como fugir essa tarde, já que teríamos duas reuniões que os clientes exigiam que eu tivesse presente. Odeio essas exigências, mas fazia parte do trabalho. A Blake presidia uma reunião muito bem, ela tinha talento para os negócios, sabia como virar o jogo, mas infelizmente, os clientes mais tradicionais não aceitavam uma reunião apenas com a vice-presidente, detestava ver os esforços de Blake não serem reconhecidos por eles, mas ela dizia que não se importava, mas eu sim, ela era tão capaz quanto eu.
Nessa mudança de trajeto, optei pelas ruas pacificas de Barcelona, o caminho seria mais longo, mas em compensação, não ficaria presa no trânsito já que a maioria dos motoristas optavam pelo mesmo trajeto. Consequentemente, tive que passar em frente ao apartamento da minha irmã quando vir uma cena muito inusitada:
Claudia desesperada batendo no portão de entrada, gritando loucamente e gesticulando para um porteiro que olhava para ela, perplexo. Ela apontava para rua e voltava a gritar, ensandecida. Ele abriu o portão e ela correu para fora, cruzou o jardim e abriu a porta da frente. Estava apenas de roupão com o rosto banhado em lágrimas e descabeladas, nessa altura do campeonato, eu já tinha estacionado o meu carro de qualquer jeito no meio-fio e corrido até ela, algumas pessoas pararam assustadas com a situação.
– Claudia! – Gritei, mas ela parecia que não me escutava.
Ela parou no meio da calçada, olhando ao redor, aos gritos com as mãos na cabeça. Senti-me esfriar por dentro de medo. O que tinha acontecido? Empurrei o aglomerado de pessoas que se formava, e corri até ela. Segurei em seus antebraços, o seu rosto estava mergulhado de lágrimas dolorosas. Claudia me olhou por uns segundos e parecia não me reconhecer, continuava com os seus gritos, assustando-me mais. Segurei o seu rosto com as mãos e a forcei me encarar.
– Claudia! Sou eu, a Dulce, sua irmã! – Digo firmemente, a olhando nos olhos. – O que está acontecendo?
– So... Soraya. – Claudia soluçou desorientada. – Ela... Caiu... Caiu! – Olhou para o alto do edifício e retornou a gritar, querendo correr, mas eu voltei a segurar nos braços.
Senti um baque dentro de mim com a sua resposta, automaticamente soltei a Claudia. Soraya tinha caído do edifício? Os meus olhos foram se esbugalhando na medida que aquela ideia pavorosa ganhava proporções em minha mente. Fiquei sem reagir por uns segundos até que um policial se aproximou perguntando o que estava acontecendo.
Eu olhei em volta sem respondê-lo, os gritos de Claudia ecoando na minha mente. Um corpo! Procurei com os olhos um corpo pequeno esmagado ou outro aglomerado de pessoa para ver o corpo, mas a única coisa que encontrei foram as pessoas nos olhando e o policial ainda falando conosco, ou tentando.
– Senhoras, o que está acontecendo aqui? – O policial exigiu saber.
Abri a boca pra responder aquilo que fazia a minha espinha se arrepiar de pavor, quando o porteiro se aproximou com uma boneca grande de pano na mão.
– Senhora Espinosa, essa boneca caiu da cobertura, como apenas a senhora que tem acesso para lá, creio que seja de suas filhas. – Ele disse um pouco desconcertado, estendendo a boneca, não sabia se para mim ou para minha irmã.
Surpreendentemente, Claudia parou de gritar e os seus olhos arregalaram ao ver a boneca. Ela tomou das mãos do porteiro e tremeu violentamente. Buscou fôlego ainda com a boneca nas mãos.
– Eu vou matá-la! – Claudia berrou, se desvencilhando de mim e do policial.
– Senhora, espere. – O policial gritou ao vê-la correndo para dentro do edifício. – Ela vai matar, quem?
– Força de expressão, Sr. Policial. Minha sobrinha pregou uma peça nela, e ela não está nem um pouco feliz. – Respondo pra o policial que parece desconfiado. – Não precisaremos mais do seu serviço, pode ir.
– Não sei se devo...
– Sou Dulce Espinosa, e eu acho que deve. – Falo seriamente.
Ele reconhece o meu nome, qualquer pessoa da Espanha reconheceria.
– Bom, se precisar dos nossos serviços, senhora Espinosa, teremos prazer em ajudá-la. – Ele disse depois de um pigarro. – Com licença e tenha uma boa tarde.
Com o policial dispensado, corri atrás da minha irmã. Cheguei uns minutos depois, e ela já estava gritando furiosamente com a Soraya que tinha uma expressão debochada, o que irritada mais ainda a Claudia. Ás vezes, eu acho que a minha sobrinha merecia ser acompanhada por aqueles especialistas em demônios, essa menina não era normal.
– Você quase me matou do coração, me fez passar ridículo no meio da rua. – Claudia gritava em plenos pulmões, mas isso não abalava a menor. Agatha surgiu com os gritos e ficou observando de longe. – Isso não se faz nem com um pior inimigo, Soraya! O que você tem na cabeça?
– Sou uma criança de sete anos apenas, a senhora quer um pouco de entendimento, logo de mim, que sou tão nova? – Soraya dramatizou com a mão no peito e os olhos arregalados.
– Menina, você não me teste! – Claudia avisou, chocalhando a boneca na direção dela. – Isso o que você fez não ficará assim.
– E vai fazer o quê? Me deixar de castigo, mais? – Soraya desafiou.
As duas se encararam, tempo suficiente para eu achar loucura que uma criança de sete anos estivesse desafiando um adulto, o pior de tudo, a sua própria mãe! Claudia não baixou a guarda, e por um rápido momento, eu vir um sorriso diabólico se formando em seus lábios. Era tudo doida, mãe, filha!
– Você irá para o acampamento evangelístico durante as férias. – Claudia disse com tanta prazer na voz que parecia estar saboreando algo delicioso.
Isso quebrou a Soraya que arregalou os olhos, surpresa, pela primeira vez.
– A senhora não pode fazer isso! – Minha sobrinha gritou irritada.
– Posso, e vou. Quem sabe um mês na presença de Deus, você consiga ter um pouco de luz dentro do seu coraçãozinho.
– Mamãe não vai deixar! – Soraya gritou com as lágrimas escorrendo furiosas do seu rosto.
– Paola vai concordar comigo porque eu tomo as decisões desta casa. Eu decido! E enquanto você não for maior de idade, eu também decido sobre a sua vida. – Claudia disse calmamente. – Agora vá para o quarto. E ah! Se tentar algum tipo de “represália”, a inscrevo em um internato católico na Suíça!
Soraya gritou tão alto que os meus ouvidos doeram, e saiu correndo para o seu quarto. Em seguida, o som alto de uma porta se fechando.
– Você teve alguma coisa a ver com isso? – Claudia olhou para a Agatha que continuava parada na sala.
– Eu não.
– Essa boneca é sua.
– E daí? – Agatha rolou os olhos, caminhou até a mãe e pegou a boneca. – Soraya foi no meu quarto e pegou, não é como se ela fosse me dá explicação do que se passa na sua cabeça.
Claudia apenas meneou a cabeça e sentou-se no sofá, esgotada. Agatha lançou um sorrisinho para mim e também sumiu para o quarto.
– Você está bem? Quer um pouco de água com açúcar? – Pergunto ao me aproximar.
– Não, eu estou bem. O que você está fazendo aqui?
– Estão reformando a avenida principal e eu cortei caminho quando vir toda confusão.
– Ah, sim... Está indo para a Corporation?
– Sim.
– Eu vou também. – Claudia se levantou. – Só preciso de um banho.
– Tem certeza? Não é melhor ficar em casa?
– Se eu ficar um minuto aqui dentro, eu sou capaz de esganar a Soraya, já volto.
Esperei uns minutos até que a minha irmã voltasse, parecia renovada depois de um banho. Estava bem vestida, e perfumada. Ás vezes, eu tenho pena da Claudia, eu não queria estar na pele dela, apesar dos trigêmeos não serem tão quietos assim, mas também não causava o terror que Soraya tinha o prazer de causar. Até a Agatha é mais tranquila. Mas, como dizem... Filho de peixe, peixinho é, seria estranho se Soraya não tivesse os genes psicopatas da minha irmã e cunhada.
– Onde está a Paola? – Perguntei assim que estávamos no carro.
– Ela saiu para encontrar com umas amigas. Iam almoçar juntas. – Claudia respondeu levemente pensativa.
Dei uma rápida olhada para a minha irmã que parecia que não estava com muita vontade de conversa. O percurso foi silencioso, liguei o som do carro, e o CD de Lulu Santos começara a tocar. Ficamos escutando as músicas até chegar na Corporation. Lá, a Claudia foi para o seu setor, e eu fui diretamente para a sala de reunião. Blake me esperava, assim como a sua secretária Adele que desde o incidente com a Anahí que não olhava para mim, e eu achava melhor assim para evitar confusão. Neide também me aguardava, em menos de um minuto, os clientes chegaram...
Estávamos a uma hora de reunião quando Neide se inclinou um pouco para o meu lado, e cochicha:
– Anahí está na linha e quer falar com você. – Estava com o telefone na mão, estendo para mim. – Disse que é importante.
Balancei a cabeça em positivo e peguei o telefone, atendi baixinho para não atrapalhar o falatório de Blake. Raramente a Anahí me ligava, não quando sabe que estou no meio de uma reunião importante, já imaginei mil e umas coisas. Depois de ter passado aquele estresse com a Claudia, parecia que só esperava coisa ruim.
– Oi amor...
– Oi baby! – Anahí cumprimentou com a voz eufórica, aliviei-me por saber que aparentemente não era nada grave. Ninguém caiu do edifício. – Sabe, eu estou aqui completamente apaixonada por um jatinho que estou. Ele é simplesmente maravilhoso, sério amor, você tem que ver essa preciosidade. É de cair o queixo!
Franzi o cenho para aquele todo discurso.
– O que você está fazendo dentro de um jatinho, Anahí?
– Então, depois que você saiu, resolvi andar um pouquinho e fiquei curiosa sobre os novos modelos de jatinho, então, voilá, estou aqui! Candy, eu estou caindo de amor, quase desmaiando de tanto amor por esse jatinho. – Anahí falou com a voz risinho.
– Ah, ele deve ser maravilhoso, imagino... Mas já temos um jatinho, o “Narrí”, lembra?
– Sim, mas o Narrí é mais pessoal. Apenas para nós, e esse aqui podemos usá-los com amigos e familiares. É tão incrível. – Explicou, parou um pouquinho para falar com alguém mais, e voltou a falar comigo. – E o preço está perfeito.
– Não. – Cortei logo aquela animação.
– O quê? – Anahí engasgou na própria saliva. – O que você disse?
– Eu disse não. – Repeti.
– Mas eu quero! – Anahí exclamou mudando o tom pra irritada.
– Nem sempre o que queremos, é aquilo que precisamos, Anahí. – Retruquei com os olhos fixos na apresentação.
– Você nem ouviu o preço!
– E nem quero, não vou gastar dinheiro com outro jatinho quando já temos um.
– É 1 bilhão. – Anahí soltou sem levar em consideração o que eu disse. – Ele é de outro mundo, Dulce.
– Ele pode até ser de outro planeta, Anahí. Não vamos comprar um jatinho! – Digo me alterando com a insistência dela.
– O que são 1 bilhão pra você? – Ela berrou do outro lado da linha. – Não é nada!
– Anahí, não! – Gritei de volta, chamando atenção das pessoas em mim, lancei um sorriso amarelo para eles que deram continuidade na reunião, abaixei a minha voz.
– Essa é a sua última palavra? – Anahí perguntou furiosa.
– Sim.
Ela desligou na minha cara! Audaciosa! Olho para o telefone com irritação, e devolvo para a Neide que me olha um pouco receosa, cruzo os meus braços e jogo meu corpo para trás. Minha cara fechada impede de qualquer pessoa falar comigo e a reunião segue com a Blake presidiando, os clientes querendo ou não, era ela que estava fazendo. Ponto! Da minha boca não sairia quase nada.
Ás vezes, sinto vontade de esganar a Anahí!
Autor(a): ThamyPortinon
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Por Anahí... – Eu vou levar! – Anuncio alegremente ao vendedor depois de desligar o telefone na cara de Dulce, contrariando tudo que ela disse. O vendedor me olha com os olhos tão brilhantes que eu vejo toda a felicidade refletida neles. Deveria estar muito feliz pela comissão que iria receber com a venda do jatinho. &ndas ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 615
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tryciarg89 Postado em 16/10/2022 - 18:23:29
Já é a terceira vez que leio essa sua fic portinõn, e já li todas que achei na internet sobre elas,mas definitivamente essa é a minha favorita,ela é emocionante. Todas as vezes que li chorei rios nos últimos capítulos e continuo chorando,pois é linda,simplesmente perfeita. Não sei se você ainda tem acesso a esse site e suas histórias, mas quero deixar registrado aqui pra você, que sua história é a mais linda e emocionante que já li em toda a minha vida,parabéns!!!
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flowersportinon Postado em 25/03/2022 - 23:06:50
Eu poderia adaptar sua estória no wattpad? Os créditos seriam dados devidamente e se quiser que eu apague, eu apago :)
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andre Postado em 24/08/2021 - 14:07:51
Olá!! Essa história tem uma primeira parte?
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vicunhawebs Postado em 13/12/2018 - 17:37:24
Ahhh acabei de terminar a web,li ela inteira em menos de duas semanas rs. Amei cada temporada,mas na última eu ri em vários capítulos e me emocionei muito no último. História perfeita!!!
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raylane06 Postado em 23/11/2018 - 00:55:46
Amei a história de início ao fim.
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raylane06 Postado em 14/11/2018 - 22:16:10
Sério o mulher fraca morreu rápido..
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raylane06 Postado em 11/11/2018 - 00:40:38
Aí meu Deus espero que o Pierre não morra.. e elas descubram logo que adele tá por traz disso
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maynl Postado em 09/11/2018 - 09:04:02
Dul surpreendendo na compra do colégio kkkkk Cadê vc? Posta maaais
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maynl Postado em 09/11/2018 - 08:35:16
A Paola sendo franca com a Lily kkkkk demais ...aquiete o rabo aí, tá sendo egoísta de novo, pirralha?...kkkkk Tinha q ser Paola Bracho
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maynl Postado em 08/11/2018 - 09:15:39
"Anahí olhou para as suas unhas pintadas de francesinha, ao menos, alguma coisa tinha que estar angelical nela, já que a mesma parecia invadida pelo capeta." A Dul tem razão, desconheço essa Anahí kkkkk Sangue mexicano fervilhando....arriba kkkkkkkkkkk