Fanfic: True Love. — Portiñón. AyD. — FINALIZADA. | Tema: Dulce e Anahí.

POV AUTORA

Claudia saiu da empresa diretamente para o estacionamento, o dossiê estava em suas mãos e não dava para acreditar na sorte que tivera ao ler isso. Bendita seja a Anahí por pensar no detetive.

Abriu a porta traseira do carro e jogou o envelope no banco de trás juntamente com a sua bolsa. Fechou á porta e antes que pudesse alcançar a porta dianteira, seu corpo foi virado e imprensado contra a lataria do carro. O susto foi imediato, achou que seria algum bandido, mas... Aquele cheiro invadiu as suas narinas. Inconfundível.

Um bolo de saliva desceu em sua garganta de repente tão seca quando os seus olhos encontraram os dela...

Os olhos de Paola estavam mais verdes do que o habitual. Parecia uma águia pronta para atacar. O corpo de Claudia reagiu, instantaneamente, era coisa física. Não era da sua vontade.

Depois que conversara com Anahí, refletiu bastante o que sentia pela Paola e descobriu que não era nada relacionado á sentimento, era apenas carnal. Coisa de pele. E isso poderia ser evitado.

Por inúmeros motivos:

A)   Não queria trair o seu marido. Não mais. Na hora do ato não se importou porque em sua mente seria uma daquelas noites raras e loucas em que tudo era permitido. Amargou profundamente quando os vestígios da noite foram esfregados em sua cara pela Lydia.

B)   Sabia que se continuasse com essa brincadeira não daria certo. Não conseguia visualizar um futuro para isso. Era como por um explosivo em uma represa e deixar a tragédia acontecer. Não estava disposta á uma aventura autodestrutiva.

C)   Amava o seu marido, tanto que os seus ossos doíam. Ele definitivamente não merecia isso.

D)   Paola era Paola. Gostava de manusear as pessoas como marionete em prol do seu bem prazer e depois descartava como se fossem lixos. A personalidade e o ego inflamado de Claudia não permita ser usada desta maneira.

Evitou respirar fundo para não dá ênfase á questão em aberto. Sentia o corpo delgado e macio de Paola no seu, cada polegada. Também sentia a situação entre as suas pernas. Era arrasador. Á respiração de Paola tocava o seu queixo, indicando o quão os lábios estão próximos.

— Paola. O que devo o motivo da sua abordagem? — Claudia perguntou, surpreendeu-se por sua voz sair tranquila, comparado a agitação que estava dentro do seu ser.

— Você sabe muito bem o que eu quero... — Paola falou sedutora. As suas unhas passearam no braço da outra, bem sugestiva.

Claudia balançou a cabeça em negativo, lutando contra o arrepio do seu corpo. Não iria se submeter á isso, já tinha chegado a essa conclusão. Delicadamente pôs as mãos nos ombros nus de Paola e a afastou, para incredulidade da outra que achava abominável ser rejeitada.

— Não estou disponível. — Claudia disse com voz firme, era mais fácil em pensar quando o corpo de Paola estava longe do seu. — O que aconteceu entre nós na boate foi muito bom, não posso negar... Mas foi apenas aquilo. Não tenho interesse em continuar algo á mais. Achei que tinha entendido o recado com o meu silêncio.

Pela primeira vez na vida, Paola ficou sem palavras e sentiu um gosto estranho na boca. Foi um choque receber um fora tão abertamente e também um golpe para o seu ego. Olhou para Claudia a mediu dos pés á cabeça e sentiu muita raiva pela rejeição. Mulheres mais charmosas e interessantes tinham lhe dado bola, não deixaria que uma mulher como Claudia Espinosa arrasasse o seu egocentrismo.

Empinou o queixo com arrogância e lançou um sorriso sarcástico para a Claudia.

— Não sou mulher de ficar se arrastando por ninguém. Se você não quer o que eu posso oferecer existem outros e outras que querem. — Paola parou de sorrir e fez uma carinha de deboche. — Esqueci-me completamente que é uma mulher de família que prefere ficar reclusa á um marido sem graça do que viver. Lembre-se de uma coisa, Claudinha: Mulheres que andam na linha, o trem atropela. — Dito isso, deu ás costas para outra e se afastou graciosamente.

Claudia ainda ficou sem reação vendo a Paola se afastar. Não era uma mulher reclusa! Apenas a Paola que tinha um estilo de vida completamente diferenciado. Era feliz com Oliver e sentia-se bem satisfeita com a sua vida. Resolveu não dá ênfase para as palavras envenenadas de Paola.

Ignorando o acontecimento da garagem, entrou em seu carro e foi ao encontro de sua cunhada...

Anahí chegou ao restaurante na hora marcada, parecia bastante afobada quase derrubou o garçom que trafegava com uma bandeja de bebidas. Desculpou-se aparentemente envergonhada, o que rendeu uma boa diversão para Claudia...

— Não se rir de uma mulher grávida. — Anahí reclamou assim que se sentou.

— Desculpe-me, mas não tenho culpa se você é desastrada. — Claudia disse rindo. — Falando em gravidez, como estão os meus sobrinhos?

Claudia tinha orgulho em pronunciar essa palavra “sobrinhos”. Sua boca até se enchia de satisfação. Desde que soube que Anahí estava grávida que praticamente não pensava em outra coisa, secretamente, vinha comprando uns presentes para os seus sobrinhos, mesmo sem saber o sexo. Imaginava os três com a mesma carinha, vestindo também roupas idênticas. Iria estragá-los muito de tanto carinho e amor que os daria.

Estava ansiosa também para ver a barriga de Anahí crescer! Por hora, apesar dos quadris terem ficado largos, nenhuma protuberância avantajada era vista na sua cunhada.

— Ótimos. — Anahí sorriu, então, olhou para a mesa ao lado.

Claudia assistiu os olhos de Anahí brilharam, até jurou que as pupilas tinham crescido. Olhou para o lado em busca do interesse de sua cunhada e a viu babando literalmente por um prato de lasanha.

— Eu acho que você já decidiu o que vai comer, não? — Claudia perguntou com meio sorriso.

Um tempo depois, Anahí afastou o prato vazio para o lado, sentindo-se imensamente satisfeita. Claudia tinha ficado apenas com a salada, estava querendo emagrecer os quilos que ganhara no final do ano.

O garçom surgiu e limpou á mesa, ainda ofereceu sobremesa. Claudia declinou, mas Anahí aceitou e um merengue de morangos surgiu em sua frente. Ela quase engolia a colher junto com a sobremesa.

— Se andar nesse ritmo, acho que no quinto mês, você não anda mais. — Claudia implicou, apenas por fazê-la.

Anahí fez uma careta.

— Então. O que descobriu da cobrinha loira? — Anahí perguntou com a boca cheia.

Claudia relatou para Anahí tudo que o detetive tinha descoberto. A boca de Anahí quase foi parar no colo de tão aberta que ficou, rapidamente soltou a colher dentro da taça e ergueu-se, atraindo á atenção não apenas da cunhada, mas das pessoas ao redor pelo movimento rápido.

— O que estamos esperando? Vamos agora para empresa confrontar essa safada! — Anahí buscou a sua bolsa, e dirigiu-se para o fora do restaurante.

Apressada, Claudia retirou umas cédulas altas que daria para pagar muito bem o garçom e ainda ficava uma boa gorjeta. Foi atrás de sua cunhada. Tudo foi feito muito rápido, desde entrar no carro, como dirigir até a empresa. Pareciam que estavam em uma fórmula um.

Entraram no setor de criação, afobadas, e antes de entrar em sua sala, Claudia pediu para a sua secretária ligar para presidência e solicitar a presença de Lydia Camargo. Hoje, a cobra iria experimentar do seu próprio veneno...  

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