Fanfic: Pai Por Um Tempo - Adaptação Vondy | Tema: Vondy

— Pensei que fosse querer uma pausa, mas estou mais do que disposto a fazer de novo.

— Podemos conversar se quiser... Conte-me mais sobre esta casa. — Provocando-o, Dulce continuou a manipulá-lo até vê-lo quase erguer os quadris.

Chris fechou os olhos, gemeu e pendeu a cabeça para um lado.

— O que quer saber?

— O que chamou sua atenção nela?

— Ela me parecia... tranquila. — A mão de Dulce o deixou, e Chris soltou um grunhido em protesto. — Não precisa parar!

— Desse modo não vai conseguir sustentar a conversa.

— Alguns dizem que conversa é perda de tempo.

Dulce virou-se mais em sua direção e descansou o queixo na mão.

— Quer dizer que teve uma sensação de paz quando veio para cá.

— A região toda me faz sentir dessa forma — resmungou Chris, por fim — No Natal, os moradores organizam uma festa com muita música e brincadeiras para as crianças e, no final da noite, uma árvore enorme, bem no meio da rua principal, é acesa. A estrela no topo é gigante.

— Parece um ótimo lugar para se criar uma família.

Ele colocou a mão atrás da cabeça e, enquanto fitava um ponto qualquer além do teto, Dulce se deleitou com a magnífica visão do bíceps saliente.

— A paisagem por aqui é maravilhosa — prosseguiu Chris. — E, lá fora, o ar é o mais puro que vai respirar na vida. 

— Não me parece com pressa de voltar a Nova York.

— Nova York é minha casa.

— Não tem que ser. Nunca ouviu o ditado: “Para onde o coração se inclina, o pé caminha”?

Chris mudou de posição, e Dulce fez o mesmo, deitando-se de lado para ele. Com as sombras dançando sobre o braço, ele afastou o cabelo de seu rosto.

— Para onde está se inclinando seu coração?

A questão a tomou de surpresa, porém ela pensou por um momento e decidiu:

— Eu ainda não sei.

— Então não é escrever para revistas sensacionalistas...

— Isso é o que eu faço, Chris, não quem eu sou.

— Por que consigo imaginá-la trabalhando com crianças?

— Já cheguei a pensar nisso. Acredite ou não, já tive vontade de trabalhar com Assistência Social... Mas não tive certeza se seria forte o bastante para tanto. — Dulce teve um flashback dos tempos difíceis pelos quais passara e fez uma careta. — Acho que seria doloroso demais para mim.

— Pois creio que a proximidade com esse tipo de coisa é exatamente do que precisa. Qualquer departamento ou organização que lide com crianças carentes adoraria ter você trabalhando com elas.

— Acho que eu nunca conseguiria fazer o bastante.

O sorriso de Chris foi suave, encorajador.

— Não acredito que uma pessoa que tem tanto amor para dar esteja dizendo isso.

Olhos escuros baixaram até os lábios cheios, e sua boca encontrou a dela mais uma vez. Dulce viu-se dominada por uma onda de novas emoções, sentimentos que a deixaram energizada e, ao mesmo tempo, estranhamente serena. Chris Uckermann mal a conhecia e, no entanto, era como se ele a conhecesse melhor do que qualquer pessoa.