Fanfic: Pai Por Um Tempo - Adaptação Vondy | Tema: Vondy

— Eu me esqueci de dizer... — ele explicou, com um sorriso de lado. — Sou Christopher Uckermann.

Dulce arregalou os olhos, sentindo os músculos do estômago se apertar. Claro! Em pé sob a forte iluminação, quem poderia duvidar daquele corpo sólido, daquela aparência hollywoodiana, daquele ar autoritário? Pessoalmente, o sr. Uckermann era um pecado de tão sexy. E, pelo que ela havia lido, também um idiota, ganancioso e egoísta.

Mas não iria acusá-lo disso tudo ali, naquele momento. Não era nem o lugar nem a hora de ela dizer ao ilustre sr. Uckermann o que pensava dele.

Tratou de respirar fundo, suavizar a expressão e se apresentar.

— Meu nome é Dulce Saviñón.

— Srta. Saviñón — ele murmurou, parecendo tão arrogante quanto em suas várias aparições como celebridade, fosse de peito nu em seu iate ou todo sofisticado e invencível em terno e gravata. — Pensei melhor na situação e decidi ajudar.

Dulce observou sua expressão solidária e perguntou o óbvio:

— Por quê?

Uma ponta de cautela cintilou nos olhos escuros antes que ele voltasse a sorrir.

— Porque tenho algum tempo livre, e você precisa voltar para Nova York.

Dulce absorveu o sorriso inebriante, branco e convidativo. O mesmo sorriso que a intrigara dentro do táxi. Aquela mesma expressão devia ter seduzido algumas das mulheres mais bonitas do país... e convencido muitas autoridades a trocar casas populares por lucro.

Só de pensar em empresários egoístas e gananciosos como Chris Uckermann, quando tantas pessoas passavam por privações, ela sentia o sangue ferver!

E isso a levava de volta àquela pessoinha que tanto precisava de sua ajuda no momento. De quem era aquele bebê? Qual seria sua história?

 Dulce suspirou. Não conseguia imaginar que alguém houvesse tentado se livrar daquela criança. Ela era tão perfeita, tão linda!...

— Preciso pegar um vôo mais tarde — explicou Uckermann. — Posso não ser um especialista em se tratando de cuidar de bebês, mas é possível que eu saiba mais sobre o assunto do que você.

Como assim? Não era da natureza das mulheres ser instintivas acerca de questões maternais como alimentar e acalmar um bebê? Claro que devia haver exceções, mas...

Christopher Uckermann cruzou os braços, numa indicação sutil de que ela deveria capitular e se pôr a caminho de Nova York. Dulce pousou a cadeirinha e fez o mesmo.

— Eu não vou embora enquanto não tiver certeza de que ela está bem.

— Tenho uma casa não muito longe daqui e...

— Eu já disse que não.

Bebês precisavam de cuidados e atenção constantes. Precisavam de amor. E ela não estava muito certa de que Harrison possuísse um coração.

— Meus vizinhos costumam cuidar da cabana quando estou fora — ele insistiu. — A sra. Dale é avó de dez crianças. E já foi mãe adotiva.

Dulce disfarçou um estremecimento.

A despeito de sua experiência pessoal, devia haver uma porção de mães adotivas maravilhosas.

Ainda assim, não pôde evitar a própria reação. Durante anos as palavras “mãe adotiva” tinham sido o equivalente a “mãe-monstro” graças à desagradável Nora Earnshaw.