Fanfic: Pai Por Um Tempo - Adaptação Vondy | Tema: Vondy

Foi apresentada à mãe de Chris e a seu pai, em separado, assim como a uma infinidade de outras pessoas, cujos nomes ela jamais poderia se lembrar. Chris era o anfitrião perfeito, e as horas pareceram voar. Quando o volume da música diminuiu, e os convidados começaram a ir embora, ela mal pôde acreditar no que marcava seu relógio de pulso.

— Já passou da meia-noite!

As mãos dele deslizaram por seu braço nu.

— Se seu nome não é Cinderela, não vejo nenhum problema nisso.

— Mas a noite passou tão depressa!

— Essas festas de família costumam passar rápido, mesmo. A gente mal consegue conversar com todo mundo, e o pessoal da limpeza já está arrumando a casa. — Chris olhou por cima de seu ombro. — Ainda precisa conhecer algumas pessoas...

Ele acenou para um homem que passava e, mais uma vez, a semelhança entre eles se mostrou espantosa. Devia ser o irmão mais velho de Chris, Dulce concluiu.

— Alfonso... Dulce Saviñón.

Dulce estendeu a mão, e ficou meio sem graça quando o rapaz estendeu a mão esquerda. Conforme os irmãos se falavam, incluindo-a na conversa sempre que possível, ela não pôde evitar notar que a manga direita do paletó de Alfonso se encontrava vazia, e o punho, enfiado no bolso. Como ele tivera o braço amputado? Teria acontecido havia muito tempo? Ou era de nascença?

Uma mulher se juntou a eles, acenando com a mão cheia de diamantes na direção de Dulce.

— Olá! Sou Anahí, e vim para salvá-la destes dois. Quando eles começam a conversar, costumam ir até de manhã!

— E ela vive me controlando — Alfonso resmungou, por trás da mão boa.

— O que você adora! — provocou Anahí.

— Ela tem razão. E então, Dulce, vai ficar esta noite? Podemos tomar o café da manhã juntos... As crianças adoram as panquecas da Nana, nossa empregada.

Anahí cutucou as costelas do marido.

— Não mais do que você. Mas precisamos dizer “boa-noite” agora, se pretendemos

levantar ao amanhecer.

— Vocês dois correm juntos? — Dulce não conseguia imaginar outra razão para que eles fossem se levantar tão cedo depois de uma festa como aquela.

— Não... — Alfonso riu. — É que o meu caçula acorda com o nascer do sol. Anahí se arrasta para fora da cama de segunda à sexta, faça chuva ou faça sol, e eu assumo o posto nos fins de semana.

Cada um deles disse “boa-noite” e, antes que alguém mais pudesse se aproximar, Chris a segurou pela mão e se dirigiu para uma saída menos portentosa, que levava a um corredor mal iluminado.

— Aonde estamos indo? — Dulce indagou.

— Para casa.

— Como assim, “para casa”?...

Chris parou de repente, e ela estacou. Em meio às sombras, Dulce sentiu o calor de seu olhar envolvendo-a por inteiro.

— Eu disse que iria passar a noite comigo — ele murmurou, próximo a seus lábios.

Ela emudeceu. Quando abriu a boca para protestar, Chris aproveitou a oportunidade, assim como ela devia ter imaginado que ele faria. Passou o braço em torno de sua cintura, puxou-a para si e a beijou até que todos os seus pensamentos se perdessem no espaço, tal como fogos de artifício.