Fanfic: November Rain | Tema: One Direction, Anahi, Dulce Maria, Maite

"Deve ter me confundido com uma otária
Pensando que eu seria mais uma vítima sua
Diga, jogue como você quiser
Mas de jeito nenhum vou cair na sua, nunca com você, baby"
[Britney Spears - Womanizer]

Eu acordei com a Maite me chamando, falando algo que eu só entendi depois de fazer muito esforço para raciocinar. Minha mente é muito lerda de manhã.

- Um parque de diversões? Fala sério - revirei os olhos, minha primeira noite em Londres depois de anos e sou acordada à gritaria desse jeito. Cadê o amor no coração?

- É uma história longa. Mas é, um parque de diversões - ela explicou rapidamente.

- Eu não vou. - digo firme.

- Annie, não é só um parque, é O parque! - ela deu enfase no 'O' - É o ultimo dia deles na cidade, amanhã eles vão para Leeds... - ela dizia manhosa.

- É só ir para Leeds amanhã - respondo mal humorada.

- Por favor!

- Não - me enterrei no travesseiro.

- Eu fui para aquele pub idiota com vocês contrapôs esperta.

- Vai começar a jogar na cara?

- Vou sim!

A encarei, ela parecia realmente disposta a ir nesse parque.

- Por que você não vai com a Dulce e a Demi? Eu fico aqui dormindo, vocês nem vão sentir a minha falta.

- Capaz que eu vou deixar você sozinha aqui.

- Mas... - começo minha argumentação, mas Maite já saía do quarto dizendo "A gente sai em meia hora".

Bufei e levantei da cama, tentei pensar algo positivo durando todo o caminho, pelo menos eu adoro tentar ganhar ursinhos naquelas barraquinhas. Apesar de nunca conseguir. Dessa vez vou tentar subornar o dono das barraquinhas de tiros e argolas, quero ver se não saio de lá com um urso gigante.

A primeira surpresa foi encontrar Niall no estacionamento junto com seu amigo Liam.

- Oi Annie - Niall me cumprimentou, sorri de volta.

- Quem vem comigo? - se pronunciou Liam redando as chaves nos dedos.

- Eu! - Louis gritou das escadas e veio apostando corrida com Zayn - Dulce? Maite?

Elas foram para o lado do carro de Liam, uma Range Rover marrom.

- Annie? Demi? - Niall nos olhou esperançoso.

- Ir aonde? - sussurrei para Demi enquanto ela me puxava para perto de Niall.

- O parque - respondeu.

- Vou com Niall também - diz Zayn vindo para nosso lado.

- Então está tudo certo, vamos - Niall fez sinal para entrarmos no carro dele, era do mesmo de Liam, só que bordô. Pelo menos eu achava que eram deles. 

Me sentei no banco de trás ao lado de Zayn, ele insistiu para Demi sentar na frente. "Já me acomodei aqui olha" - dizia ele se jogando no banco de trás.

- Hey, espera, o Harry! - gritava Liam quando Niall já estava saindo da vaga. Ele acabou no carro de Liam.

Ficamos quase 1 hora dentro do carro, até eu descobrir que o parque ficava na região metropolitana de Londres. Onde será que eles descobriram essa desgraça de parque? No inferno? E porque elas não me contaram que decidiram chamar eles? O que estavam fazendo? Passeio amigável de vizinhos?

Niall e Demi tagarelaram o caminho inteiro, e puxavam eu e Zayn para a conversa. Antes de descermos do carro, Niall e Zayn colocaram um boné com a aba cobrindo o rosto. Mas surpresa mesmo foi encontrar com Liam e Louis com peruca e barba de mentira. Harry tinha um boné e um óculos escuro.

Antes que eu me perguntasse o que estava acontecendo acabei na primeira fila de montanha russa que Dulce encontrou. O parque estava praticamente vazio, mas devia ser porque era 9 da manhã. Não acredito que deixei minha cama para vim nisso.

- Não é melhor ir na roda gigante? Nos carrinhos talvez, olha que bonitinhos! - mostrava as crianças brincando nuns carrinhos que subiam dois metros do chão apenas. Ela riu.

- Se eu quisesse andar nessas coisas ficava em casa mesmo naquelas banquetas que sobem e desce - respondeu e voltou os olhos brilhando para a gigante montanha russa a nossa frente. Os gritos e o barulho dos ferros enquanto ela corria me dava arrepios - Relaxa Annie, é como andar de carro, só que correndo...

- AAAAHHHHHHHHHH SOCORRO!

- Annie, Annie, eles só ativaram a trava de segurança.

- Ah ta.

...

Me segurei no corrimão descendo as escadas, minhas mãos e pernas tremiam.

- Foi muito bom! Temos que ir de novo! - Dulce pulava ao meu lado eufórica.

- Eu acho que vou ficar na barraca dos ursinhos mesmo - digo com um fio de voz de tanto ter gritado naquele brinquedo do demônio.

- Não, vamos no Kamikaze antes - ela me puxava para outra fila.

Meu coração veio até a boca quando abaixaram os coletes de segurança e aquilo começou a se movimentar. Ali eu perdi o resto da voz que possuía. De quem mesmo tinha sido a ideia de vir nesse  inferno? Maite. Ainda mato ela. Aliás, onde ela estava? E Demi? 

Minha pergunta foi logo respondida ao ver as duas virem acompanhada de duas figuras estranhas, quando chegaram perto eu reconheci Liam e Louis. Ah!

- Finalmente, onde vocês estavam? - Demi pegava nossos braços nos puxando.

- Eu estava morrendo bem ali - apontei para o Kamikaze.

- Vamos para A Casa do Espanto - ela também estava animada com esses brinquedos assassinos.

Bom, se eu não morri no Kamikaze, não seria numa casa cheio de pessoas fantasiadas de terror que iriam me assustar...

- AAAAHHHHHHH - pulei para perto da pessoa mais próxima quando uma múmia apareceu de dentro da parede. Me agarrei no braço do Niall durante todo o tempo, até que um zumbi veio correndo em nossa direção e eu fui obrigada a soltá-lo, tropecei no pé de alguém que passou correndo na minha frente e bati contra uma parede, olhei para trás - AAAAAAHHHH - aquilo ainda estava atrás de mim, e eu estava sozinha, perdida, continuei correndo desesperada. Não importava se aquilo era só uma fantasia de alguém, parecia muito real e era assustador. Aquele inferno era um labirinto.

Depois de 5 minutos correndo no escuro, parei, ofegante e me apoiei na parede para respirar. Aquele negócio tinha sumido, eu tinha desistido de vir atrás de mim, eu corri pra caramba. NUNCA mais pisava nesse parque outra vez, e não há ninguém no mundo que me faça mudar de ideia.

Algo tocou meu braço.

- AAAHHHHHHH.

- Calma, sou eu, Louis - ele disse ofegante - Para onde ele foi?

- Ah, não sei - levei a mão ao coração para me certificar de que não havia morrido ainda.

Louis já não usava peruca nem barba falsa, olhava para os lados tão assustado quanto eu.

- Por onde que sai daqui? - pergunto.

- Se eu soubesse já teria saído - respondeu.

Nossa...! Estúpido. Tomara que morra do coração aqui também.

Em pensar em morrer de susto, aquela múmia demoníaca surgiu no final do correndo atrás de nós. É o meu fim, penso. Ter aquela criatura grande grunhindo correndo atrás de você no escuro não é uma sensação muito legal. Dei uma trombada com Louis quando começamos a correr que me fez gritar de volta, só que de dor no braço, ele foi para um lado, eu para o outro. Adivinha pra que lado o demônio escolheu seguir? Pois é.

Eu não aguentava mais, me apoiei na parede exausta, ele havia sumido, e se aparecesse eu deixaria ele me pegar. Meus pulmões pareciam que ia explodir, eu estava tonta.

Algo segurou meus braços, meu coração parou. Minha hora tinha chegado, eu iria morrer.

- Hey, calma.

- HARRY? 

Eu estava quase chorando em desespero. Chega! Preciso sair daqui.

- Você vai pra onde? A saída é desse lado - ele apontou para o lado oposto do corredor negro. 

- Então vai na frente! - sussurrei, estava completamente sem voz.

Fui logo atrás dele, seguindo seus passos, fazendo Harry de escudo. Se aparecesse alguma coisa pelo menos ele seria o primeiro a vez. Virando para o lado direito e para o esquerdo, caixões e teias de aranha estavam pendurados nas paredes e no teto, e caixotes velhos jogados ao chão. Não via a hora de sair desse lugar de uma vez e para sempre.

Ouvimos barulhos de correntes sendo arrastadas no chão, Harry me puxou para trás de um caixão suspenso ao lado da parede, pude perceber que assim como eu, ele também havia corrido bastante. Agarrei na manga da blusa dele e fechei os olhos, que sensação horrível, eu nunca tinha sentido tanto medo na minha vida. E de repente senti algo pressionar contra os meus lábios, demorei para entender, estava paralisada. Harry forçou um beijo, que só depois eu fui aceitar, ainda ofegante, mas que não durou muito. Virei lentamente para o lado com a sensação que tinha alguém ali, e a múmia sorria assustadoramente para nós como se dissesse "te achei".

E mais uma vez ela estava correndo atrás de mim.

- Chega! - ofeguei chegando numa porta com luz, não tinha mais voz e nem ar dentro dos pulmões. Encontrei Maite, Dulce, Louis, Demi e Niall na saída, e apesar de estarem respirando rápido, eles não estavam nem metade do meu cansaço.

Aquela múmia maldita. O que ela queria comigo? O que eu tinha feito para ela? Era pessoal? Eu não me conformava.

...

Fiquei muito feliz de ir na roda gigante e poder relaxar respirando ar fresco enquanto tomava uma garrafa de água depois daquela casa do espanto. Por Deus que eu nunca mais piso nem perto daquele lugar. Nem dei atenção para Harry que pegava a mesma cabine que eu e falava alguma coisa. Ainda não tinha me recuperado 100% daquela múmia. Provavelmente nunca me recuperaria.

- Ele pegou mesmo no seu pé, pois antes disso ele tinha passado por mim e nem fez nada - comentou ele, não usava mais os óculos escuros.

- Que raiva - era tudo o que eu podia dizer e bebi mais um gole da água - Ah olha lá, dá pra ver a Dulce daqui - bati com a garrafinha de água nele para ele olhar, o cabelo vermelho dela refletia de longe, ele gemeu de dor. Eu me virei para ele - O que foi? Eu nem bati tão forte assim...

Mas ao ver o lugar em que ele levou as mãos, gemendo, eu entendi. E comecei a rir. Eu fiquei com dó, mas não sabia o que fazer e só pedi desculpa rindo. O pedido de desculpas era sério, mas eu realmente não conseguia parar de rir.

- Ah, é? - ele disse ameaçadoramente, mas não conseguia evitar as caretas de dor. Era engraçado.

Ele parou e ficou me observando em silêncio enquanto eu me recuperava, ainda ofegante de tanto rir.

Eu nem percebi ele chegando perto de mim, só senti seus lábios tocando os meus, bem devagar. Aquilo seria um beijo se nós não ouvíssemos o barulho de alguém abrindo a porta da nossa cabine. Não sei se ficava aliviada ou com raiva dessa interrupção.

Já era a hora do almoço, depois iríamos embora. Mas antes me lembrei de ir tentar ganhar os ursos nas barraquinhas de tiros e argolas. Tentei até a de pescaria, mas não consegui nada além de chaveiros. Minha maior ambição era o urso de dois metros pendurado lá no alto, tentei subornar o homem da barraca, ele disse não estava a venda, era só acertando para ganhar. Bufei segurando a arma e atirei para todos os lados mais uma vez. E mais um chaveiro.

Zayn apareceu para tentar a sorte também, ele foi um pouco mais feliz com os tiros, acertou algumas garrafinhas e ganhou um boneco estranho, todo remendado. Estendeu a mão para mim.

- O que? 

- Estou te dando, pega, é bonitinho - ele ri, definitivamente não era bonito, mas era diferente. Exótico, eu diria. Peguei.

...

Finalmente deixamos aquele inferno disfarçado de parque de diversão. Diversão? Não mesmo. Está mais para Parque do Desespero. Não conseguia tirar a imagem daquela múmia da minha cabeça, aquele cara deveria ser demitido.

Ao contrário de mim, Dulce, Niall, Louis, Liam e Maite tiverem experiências boas lá, os comentários duraram até a porta do elevador se abrir para o apartamento deles. E ainda sim Louis segurou a porta para continuar falando.

- A hora que vocês entraram na fila do Evolution o Liam estava se escondendo no meio das crianças na fila dos carrinhos - dizia Louis e eles gargalhavam.

- Tinha um garotinho que me pediu pra ir com ele no carrinho - Liam tentou se defender.

- Três vezes seguidas? - contrapôs Louis.

- Ele gostava do brinquedo - respondeu e eles riram.

- E a outra ali que quase morreu no casa do espanto - Louis disse e todos me olharam, meu rosto ficou quente. Tomei outro gole de água.

- Ah, vocês não viram o Niall quando a gente foi no Kamikaze, ele gritava para o homem que o colete dele estava com defeito - Zayn comentou e eles voltaram a atenção para Niall.

- Mas era verdade, aquele negócio estava soltando.

- Posso falar com você? - sussurrou Harry no meu ouvido, concordei.

Porque sempre que alguém diz que precisa falar comigo me faz entrar em um pequeno desespero, tudo de errado que eu já fiz na minha vida passa na minha cabeça como um filme. Nós ficamos no elevador quando todos desceram por fim no andar deles, eles conversavam tão entretidos que provavelmente nem sentiram nossa falta. A porta do elevador se fechou. Se fosse pra chutar o assunto, eu chutaria o fato da gente ter se beijado hoje, e em Paris. Isso estava um pouco confuso.

- Posso te chamar de Annie?

Eu concordei.

- Ok então, Annie... Éh... Sobre o que aconteceu hoje... - começou Harry, eu sabia o que ele iria dizer, então suspirei já me adiantando.

- Tudo bem, eu já sei, você me beijou duas vezes, nós não temos nada um com o outro, eu sei.

- Ufa! Eu pensei que você não fosse entender... - ele disse aliviado.

- Mas entendi. - respondi brevemente.

- ...E fosse me cobrar alguma coisa - ele continuou - E eu não iria querer te magoar. A gente ficou só um fim de semana, e agora somos vizinhos, eu não queria que ficasse um clima meio estranho, mas não poderia continuar mesmo com isso, por que não leve á mal mas você não faz muito o meu tipo...

- Harry eu já entendi! - eu respondi estressada, ele estava começando a me ofender.

- Foi mal, é só que eu não gosto de me envolver. - ele respondeu sincero dando de ombros. Ele estava mesmo me dando um fora, e que fora!

- Hum... Mas olha, eu tenho que ir, tenho que acordar cedo amanhã pra gravar.. - falei me despedindo, não iria ficar mais um minuto ali.

- Ah tudo bem, boa noite então. - ele sorri aliviado.

- Boa noite - digo sem olhar na cara dele. 

Ele me beijou três vezes, TRÊS, e agora vem me dar um fora? Dizendo que não quer se envolver? Que garoto idiota! Ridículo. Aonde eu fui me meter?

(...)

O dia seguinte eu e as meninas passamos o dia inteiro gravando. E iria ser assim por quase 1 ano, ou menos, depende. Eu ainda não sei direito. Mas aproveitamos para conhecer o pessoal da equipe, entre eles, alguns já conhecidos, outros nem tanto, até gente que eu nunca vi na vida. É assim sempre que começamos um trabalho novo. Minha vida começa a ficar uma loucura... Sempre foi. 

Mas isso ajudava minha mente a ficar sempre ocupada, me fazia bem ter sempre algo para fazer e para não ficar me lembrando de algumas coisas.

- Está vendo, ele é um deus grego! - Dulce suspirou apaixonada mostrando um dos produtores, revirei os olhos. Se eu ganhasse 1 libra para cada "deus grego" que ela encontra/conhece eu doaria para os animaiszinhos e hoje não existiria mais nenhum cachorrinho ou gatinho abandonado ou passando fome no mundo.

- Meu deus, será que ele tem namorada? - Demi perguntou também encantada pelo garoto, que nem era tão garoto assim pois devia ter uns 25 anos.

Eu olhei para o garoto que elas estavam babando, nem era tão bonito assim. Não sei onde elas vêem tanta beleza. Mas se ver melhor, ela vêem beleza em qualquer um.

- Ai gente ele é feio! - Mai se pronunciou, finalmente alguém que concorda comigo nesse negócio - Mas o amigo dele que é lindo! - ela comentou, revirei os olhos... Mereço!

Acordei com muito mal humor, mas muito mal humor mesmo! Tudo estava me irritando hoje, tudo. Acabei me atrasando no banho e as meninas me deixaram para trás, para começar o dia bem, não achava nem o secador de cabelo. Olhei para o relógio, já era pra eu estar lá há 10 minutos. Maite me mandava mensagens desesperadamente.

- Bom dia.

- Bom dia.

- Caiu da cama? 

Levantei a cabeça para ver quem estava falando comigo comigo.

- Ah, é você.

- Sempre animada em me ver - apertou o botão para fechar a porta.

- Não estou nos meus melhores dias, só isso... - respondi ainda vendo meu celular, mais uma mensagem da Maite.

- TPM - murmurou rindo.

- Vai se ferrar - murmurei de volta. Idiota.

A porta do elevador abre, finalmente, e ele sai sorrindo e eu fiquei alguns segundo ali na porta sem entender o porque ele estava assim, e logo me lembro que estava atrasada, saí correndo na velocidade da luz. A Demi me ligou perguntando onde eu tinha me metido, eu disse que estava chegando. Na verdade eu já tinha dito isso quando ainda estava me arrumando, por isso ela não acreditou.

Passei o dia inteiro gravando, apesar do meu mal-humor. Chegamos em casa à noite, de novo, pelo visto ia ser assim a semana toda. Passamos a semana inteira praticamente morando naquele estúdio. E no fim de semana as meninas resolveram fazer uma festa na casa do Michael, diretor do nosso filme. Festa! É tudo o que eu preciso para me aliviar de todo o estresse sobrecarregado de todos esses dias cansativos.