Fanfic: Sempre fui sua-Série Fall Away/AyA/Adp | Tema: Ponny

Merda.

– Não posso fazer isso, Maite– Meu débil sussurro contrastava com a força com a qual

segurava meu copo. Foi um erro vir aqui esta noite.

– Anny, não. –Maite balançou a cabeça, provavelmente reconhecendo a rendição em meus

olhos. Depois de jogar meu copo na pia e sair da cozinha, avancei pela aglomeração de

pessoas enquanto Maite vinha atrás de mim.

Peguei a tigela de vidro e comecei a procurar pelas minhas chaves.

– Anny, você não vai embora – Maite pediu, cada palavra saindo com decepção. – Não deixe

ele ganhar. Estou aqui. O Levy está aqui. Você não precisa ter medo. – Ela estava me

segurando pelo braço enquanto eu continuava procurando.

– Não estou com medo dele – me defendi, sem acreditar de verdade nisso. – Só estou…

cansada. Você o viu lá. Ele já estava mexendo comigo. Ele está planejando algo. Toda festa

que vou, ou toda vez que relaxo na escola, acontece alguma brincadeira de mau gosto ou algo

constrangedor para arruinar tudo.

Ainda procurando pelo meu chaveiro colorido com forma de DNA, relaxei a sobrancelha e

ofereci um sorriso contido.

– Tudo bem. Estou bem – garanti a ela, minhas palavras escapando muito rapidamente. – Só

não quero ficar pra ver o que ele preparou dessa vez. O idiota vai passar vontade esta noite.

– Anny, ele quer que você vá embora. Se você fizer isso, ele vai ganhar. Ele ou aquele idiota

do Paul podem inventar alguma coisa, mas se você ficar e não dar o braço a torcer, aí você

ganha.

– Só estou cansada, Maite Prefiro ir embora agora furiosa do que mais tarde, chorando. –

Voltei minha atenção para a tigela. Toda vez que eu encostava em uma pilha de chaves, minhas

mãos não me traziam nada semelhante ao meu chaveiro.

– Bom – gritei por causa da música e joguei a tigela de volta na mesa –, de qualquer jeito

parece que não posso ir. Minhas chaves não estão aqui.

– Como assim? – Maite parecia confusa.

– Elas não estão aqui! – repeti, olhando pela sala. Meu dinheiro e celular estavam na bolsa.

Duas escapatórias seguras. Meu terceiro plano de fuga tinha desaparecido, e as paredes

pareciam estar cedendo. Palavrões passaram pela minha mente e o cansaço me pegou antes de

se transformar em raiva. Fechei as mãos. É claro, devia ter previsto que isso iria acontecer.

– Acho que alguém deve ter levado acidentalmente – sugeriu ela, mas as chances de isso

acontecer eram as mesmas de as pessoas irem embora desta festa tão cedo. Acidentes não

acontecem comigo.

– Não, eu sei exatamente onde elas estão. – Encarei Paul, o melhor amigo e escudeiro do Alfonso, do outro lado da sala, perto das portas que levavam ao quintal. Ele deu um sorriso

malicioso antes de voltar a atenção para uma ruiva que o jogou contra a parede.

Quando parti em sua direção, Maite juntou-se a mim, enquanto mandava desesperadamente

alguma mensagem de seu celular, provavelmente para Levy.