Fanfic: Sombras do Passado - Adaptação Vondy | Tema: Vondy

— Amanhã está ótimo.

Só um pequeno passeio, então diria que precisava levar Nicki para casa.

— Quem sabe um piquenique para o almoço? Nicki bateu palmas de alegria.

Se um olhar matasse, pensou Christopher, eu estaria morto.

Embora tivesse que admitir que Dulce disfarçara bem. Quanto a sua filha... sua, sem dúvida nenhuma... tinha dificuldade em não tomá-la nos braços. Esperava sentir uma ligação, até mesmo alguma afeição, mas um laço tão forte e abrangente o surpreendeu por completo.

Christopher imitou Dulce e se levantou. Seu olhar passou pelo rosto dela, voltado para o outro lado, e se fixou nos inocentes olhos castanhos.

— Temos um encontro.

— Um encontro —- repetiu Nick enquanto estendia a mão para a da mãe, inconsciente da tensão entre os dois adultos.

Certo, então você está em minoria aqui, aceitou Dulce silenciosamente, e teve vontade de gritar. Não era justo Christopher manipular uma criança, mas era impiedoso quando queria alguma coisa... e queria Nicki.

Deixaram o restaurante e foram para o estacionamento adjacente.

— Obrigada pelo almoço.

Era capaz de ser polida, um exemplo essencial de boas maneiras. Percebeu um leve brilho nos olhos dele e decidiu ignorá-lo.

Ele tirou do bolso um envelope e entregou-o a ela.

— O formulário para a permissão. Assine e me devolva amanhã.

O teste de DNA de paternidade. Ela poderia ganhar algum tempo. Quanto? Alguns dias? Uma semana?

Se recusasse e ele decidisse adotar medidas legais...

— Não — disse Christopher calmamente.

Como era possível que uma palavra tão pequena tivesse tanto significado?

Consciente da interessada atenção de Nicki, ela guardou o envelope na bolsa, deu-lhe um sorriso superficial e levou a filha para o carro, sentindo a presença dele enquanto instalava a criança no banco de trás.

— Vejo você amanhã — disse Nicki enquanto Christopher abria a porta para Dulce.

Ele lhe deu um sorriso caloroso e depois, ainda sorrindo, olhou para a boca de Dulce.

Por alguns segundos intermináveis ela se viu presa à química lembrada. Abalada pela sensualidade que fluiu por suas veias, elétrica, intensa... e definitivamente indesejada.

Estava lá o tempo todo, pulsando sob a superfície desde o momento em que ouvira sua voz. Vê-lo, ficar ao lado dele, apenas a tornara mais forte. E a forçava a se lembrar, a reviver os momentos mágicos em toda a sua intensidade.

Mesmo agora, seu corpo parecia reconhecer o dele e ela tentou controlar a espiral de emoção sensual que a dominava.

Não queria se lembrar da paixão que a consumira, do toque de suas mãos, de sua boca... de como se perdera tão completamente nele.

Vá, disse-lhe uma voz interna. Ligue o motor e saia. Agora.

De alguma forma conseguiu passar o resto do dia ouvindo a conversa excitada de Nicki sobre o "amigo da mamãe" e o piquenique do dia seguinte, enquanto lhe dava banho e alimentava e se aprontava para trabalhar.

— Tenho muita coisa para contar a Anna. Dulce se abaixou e beijou a face da filha quando a campainha da porta tocou.

— Seja boazinha, está bem?

— Sempre — respondeu Nicki solenemente. Deu uma pequena risada.

— Molequinha.

— Uma boa molequinha.

Dulce a tomou nos braços e passou a mão sobre um cacho escuro.

— Bem mais que boa — concordou e abriu a porta para deixar Anna entrar.