Fanfic: Escolha Outra | Tema: Vondy

"Só sobrevive quem é forte, quem é resistente, quem tem coragem para enfrentar a natureza e transformá-la num local apropriado para a vida humana. "

- Valentina! Pelo amor de Deus, saia daqui e pare de me perturbar! - Gritei de saco cheio, posso ser chata e tudo mais, mas nunca meus conflitos com as modelos resultaram em gritos. Mas a Valentina sempre vai conseguir me estressar.

- O que Pablo iria achar de você com esse temperamento Dulce? - Colocou a mao na cintura enquanto pisava em algumas peças de roupas no chão. - Oh, é claro! Ele não ia gostar nada.

Balançou a cabeça enquanto jogava os cabelos pretos para o lado.

- Eu não estou nem ai pro Pablo, ele que se exploda! - disse agarrando seu braço a tirando do meu camarim. - E ver se fica longe de mim, pois você não vai querer saber o que eu posso fazer com você. Sou uma pessoa chata, mas quando alguém mexe comigo, eu consigo me tornar sua maior inimiga.

A vi da meia volta e sai rebolando, como se nada tivesse acontecido. Garota insuportável!

Eu sempre soube que caminho seguir, talvez eu tenha me perdido nesse caminho. Sou Dulce, tenho dezoito anos, cabelos e olhos castanhos, sou modelo de uma famosa marca de lingerie. Perdi meus pais quando tinha quinze anos, até hoje dói, mas a dor a gente suporta. Saiu do camarim andando pelos corredores da agencia com os olhares focados em mim, e sempre assim, não de dou bem com ninguém aqui, na verdade todos são bastantes simpáticos e legais, menos Valentina, mas na verdade eu também sou muito chata. Isso não é novidade. Eu já fui uma garota com colegas, aquelas do tipo sorridente e amigável. Mas como toda pessoa com feridas vi o mundo de outra forma e as pessoas também, me tornei fria e tento sair como "chata e antipática" para todos, teve uma época que tentei voltar a ser o que era, mas não funcionou, ou melhor, ninguém acreditou. Daqui a um mês vou sair em uma turnê de desfiles por alguns países, iremos fazer a abertura da turnê aqui mesmo em NY, logo depois iremos para Inglaterra, México, Alemanha, Brasil, e outros países, algumas bandas e cantores foram contratados para cantar nos desfiles ainda não dei uma olhada na lista. Irei abrir o desfile de abertura da turnê e o desfile no Brasil, estou tão animada, minha vontade e de sair gritando. Entrei no corredor que dá na diretoria da agencia, eu ainda vestia um vestido High Model tubinho de mangas longa preto de renda que havia usado para tirar umas fotos para a nova revista.

Christiane passou por mim me olhando de cima baixo, ela tem um metro e sessenta de altura, um busto bonito, cabelos loiros e olhos azuis claros, e uma informação adicional: Pegete do Pablo.

Bati na porta escrito "Diretoria", pouco tempo depois escutei um "entre" e abri a porta, do outro lado da mesa bem arrumada estava Pablo, filho do dono da agencia, foi ele que me trouxe para cá, por mais incrível que pareça ele nunca fez nada que denunciasse suas intenções, nossa relação e restritamente profissional, por mais que ele seja a pessoa que eu mais confio aqui.

- Queria falar comigo? - Perguntei sentando na cadeira de couro preto em sua frente, ele tinha uma boa aparência, os cabelos castanhos penteados para cima, as maças do rosto bem desenhadas, o maquicilar marcado e os olhos cor da avelã.

- Sim, sim. Você ficou bem nesse High Model. - Elogiou-me, apenas meneei a cabeça como agradecimento. - Quero lhe avisar que a turnê foi adiantada, acontecerá daqui uma semana, os músicos e cantores disponíveis chegaram amanhã para podemos escolher a playlist dos desfiles, quero que tudo fique perfeito, você vai ajuda com a escolha da música e também ajudara Maria no ensaio essa tarde, quero sua opinião como uma apreciadora da moda.

- O que? - Perguntei desesperada, o que era difícil de acontecer, sou uma pessoa que tem as coisas sobre controle. - Como assim? Não pode fazer isso! A maioria das modelos não estão ensaiadas, o lugar do desfile não estar finalizado. Como iremos fazer isso?

Eu havia levantado enquanto falava, olhei para Pablo e a vi muito tranquilo, isso me irritava.

- Não se preocupe Dulce, a equipe foi redobrada e avisei que não quero nenhuma falha. - Respondeu calmamente. - Só lhe peço duas coisas.

- Pode falar, chefinho - ironizei para deixar evidente a raiva que sentia por ele.

- Só quero que você arrase na abertura do desfile, e que se de bem com os cantores, somente isso.

- Arrasar é comigo mesma, agora me dar bem com as pessoas? Isso já não posso garantir. - Dito isso sair batendo a porta. Quem ele pensa que é? Ah claro deixa eu refrescar minha memória, o filho do dono.