Fanfic: A flor e o beija-flor | Tema: vondy

Detalhes

Dulce abriu os olhos lentamente enquanto se acostumava com a claridade que vinha da janela, os pássaros cantavam uma melodia que até parecia ensaiada, a moça puxou uma grande quantidade de ar aos pulmões finalizando o ato com um bocejo, preguiçosamente coçou os olhos e por fim sentou-se na cama, tudo estava quieto e tranquilo como todas as manhãs e não demorou muito para Dulce sentir o maravilhoso cheiro de café fresco e bolo de milho que possivelmente Nana acabara de tirar do forno.

Com a barriga já roncando, Dulce levantou-se da cama fez suas higienes e tirou o pijama, pegou o primeiro vestido que viu no armário e já pronta saiu do quarto tomando o rumo da cozinha.

-bom dia Nana! - disse a moça ao entrar no recinto

-bom dia menina, dormiu bem? - perguntou Nana logo providenciando prato e copo para que Dulce pudesse tomar o café da manhã

-Muito bem Nana, onde está meu papai?

-oh querida ele saiu bem cedo, disse que tinha algo importante para fazer na cidade

Dulce apenas assentiu já imaginando que fosse algo referente á fazenda e sem dar muita importância, cortou uma tira grossa de bolo levando á boca com ganas

-Dulce tenha modos - exclamou Nana indignada - isso não é uma fatia, é uma tora menina, cuidado ou vai se engasgar

-Nana esse bolo esta maravilhoso, um dos melhores que a senhora já fez - disse Dulce ignorando a bronca

-ao menos sirva no prato

-só para sujar mais um prato? - disse Dulce com a boca cheia - desnecessário!

Nana negou com a cabeça, era impossível negociar com Dulce quando se tratava de comida e principalmente etiqueta, a menina comia como um dos peões da fazenda mas essa gulosice toda Nana sabia que a acompanhava desde muito cedo.

Dulce perdeu a mãe muito cedo, na verdade ela não suportou a dor do parto e se foi, Nana que naquela noite fazia o parto de Dulce comoveu-se ao ver a pequena em seus braços e em compaixão ofereceu ajuda a Fernando para cuidar de Dulce, e ele em forma de agradecimento a deu um lugar para morar, Nana é uma mãe para Dulce e a conhecia em mínimos detalhes.

Enquanto mastigava, Dulce correu até o armário pegou um recipiente e voltando á mesa cortou algumas fatias do bolo e colocou no mesmo tampando em seguida.

-Posso? - Perguntou a moça com os olhos de súplica

-pode, mas vá correndo antes que seu pai volte - disse Nana sem pensar duas vezes.

Dulce abriu um largo sorriso e antes de sair deixou um beijo estralado na bochecha de Nana e correndo pelo grande campo foi em busca de seu amado, já imaginando que ele estaria no meio da plantação de trigo correu até la e no meio de algumas pessoas que trabalhavam ali ela o avistou concentrado em seu trabalho e de forma travessa se aproximou dele por trás sem que a visse e com dificuldade colocou uma das mãos nos olhos do rapaz, Christopher parou o serviço ao notar a pequena mão com dificuldade se manter sobre seus olhos e já sabendo de quem se tratava discretamente dobrou os joelhos para ficar em uma altura mais favorável á dona das delicadas mãos.

-adivinha quem é? - perguntou Dulce com tom de empolgação na voz

-uma nanica, briguenta e mimada que eu amo muito

-quase acertou - disse Dulce tirando as mãos dos olhos dele e ficando de frente ao amado - mas eu não sou nanica, briguenta e mimada, na verdade só acertou a parte que me ama muito.

-você é sim,tudo isso que eu disse e um pouco mais

-tipo o que? - ela perguntou curiosa

-chata, purgante, moleca, linda, doce, meiga quando quer - ele riu ao receber o soco no braço - você é boa demais pra mim - ele conclui observando o doce sorriso dos lábios de Dulce

-pois então se acostume - disse a moça jogando os braços ao redor do pescoço de Christopher - porque eu sou toda sua, então é bom se acostumar com coisa boa

Dulce não esperou resposta e tendo a iniciativa tomou os lábios de Christopher com um beijo que lhe foi correspondido á altura mesmo com o susto que Christopher lavara com a atitude da moça.

-você é maluca - disse ele - seu pai pode nos ver

-ele não esta aqui bobinho - disse a menina rindo, seus braços deslizaram pelo pescoço de Christopher se soltando dele quando Dulce foi surpreendida pelo mesmo que a agarrou pela cintura fazendo ela manter seu corpo colado ao dele

-então fica aqui mais um pouco - Christopher viu Dulce balançar a cabeça em confirmação e então voltou a beijar a amada com calma e vontade, o tempo que tinham sempre era pouco e durante o dia Christopher não conseguia para de pensar nela e quando se viam para ele deveria ser motivo de festa e seu coração estava em festa no momento, ele a tinha ali agora e era tão bom estar com ela, a abraçar, beijá-la sempre era um prazer e um desejo.

Com a falta de fôlego o beijo foi cessando com pausados selinhos até por fim seus olhares se encontrar, Dulce lembrou-se então do pote em suas mãos e depressa ergueu a mão mostrando o recipiente ao amado.

-Nana mandou lembranças

-o que é? - ele perguntou tomando o pote da mão de Dulce e abrindo, sua boca salivou ao sentir o cheiro de bolo de milho - nossa, eu amo bolo de milho!

Christopher não pensou duas vezes e abocanhou uma fatia enquanto resmungava "humm" com os olhos fechados.

-direi á Nana que você ficou muito grato - disse Dulce observando a alegria dele

-diga mesmo Dul - disse ele com a boca cheia - está uma delícia, quer um pedaço?

-não, é tudo seu - disse a moça rindo da alegria dele por um simples bolo.

O sorriso sumiu dos lábios de Dulce ao ouvir o ronco da caminhonete antiga do pai se aproximar do casarão e assustada olhou para Christopher

-vá - ele exclamou - antes que ele te veja aqui

-a gente se encontra no lago hoje? - ela perguntou antes de sair

-estarei la, princesa - disse Christopher, e antes dela sair a deu mais um selinho em despedida, Dulce correu pela grande plantação de trigo voltando para casa mas tendo no coração o desejo de permanecer ali com ele.

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