Fanfic: Sedução: A mulher da casa ao lado - VONDY | Tema: VONDY

A cozinha era tão grande quanto qualquer cômodo daquela casa devia ser. Em tons de preto e branco. Um balcão de granito escuro ficava no centro da cozinha, com algumas banquetas de um lado. Do outro lado da cozinha tinha uma mesa quadrada para seis lugares.

─ Aqui, ele está nesse cantinho do balcão ─ Ela apontou de longe. Fui até onde ela apontou e logo enxerguei o bichinho, bem pequeno ainda. Peguei ele com as mãos e me virei para Dulce.

─ É um sapinho... ­─ Me aproximei para ela ver de perto, mas Dulce se afastou.

─ Ai, Christopher. Tira esse bicho daqui ─ Se afastou mais, até encostar na parede. Eu ri de leve, fui até a janela da cozinha e então joguei o pequeno sapinho no quintal.

─ Acho melhor se acostumar, esses bichinhos vivem entrando nas casas por aqui. ─ Eu disse enquanto abria a torneira da pia para lavar as mãos.

─ Talvez você precise vir aqui mais vezes então. ─ Ouvi sua voz próxima e a olhei por cima do ombro. Ela já estava atrás de mim, se apoiando no balcão. De novo falava com uma voz sensual, mas seu rosto continuava o mesmo. Parecia até não se dar conta do sentido que suas frases podiam ter. Me virei e ela me passou um pano para secar as mãos. ─ Quer uma cerveja?

─ Gostaria, mas não comi nada o dia todo. Estava indo almoçar quando você chamou. Na verdade, jantar né, pela hora. ─ Ri leve

─ Ah, tadinho. Senta aí, vou fazer alguma coisa para você. ─ Ela disse saindo do balcão e indo até a geladeira.

─ Não, não precisa, de verdade. ─ Falei sem graça, passando a mão pelo cabelo.

─ Eu faço questão. Você foi meu herói hoje ─ Ela riu e voltou com uma cerveja na mão para me entregar.

─ Dulce, o senhor Carter pode chegar e pode não gostar. Acho melh...

─ Shh... ─ Ela colocou o dedo na minha boca, ficando bem próxima a mim, nossos corpos quase colados ─ O senhor Carter foi viajar hoje de manhã e só volta daqui 5 dias. Acho que você não vai demorar tanto tempo para comer, não é?! ─ Ela disse divertida e rindo. ─ Relaxa.

Dulce disse que já tinha macarrão pronto, do seu almoço e só fez um molho na hora para acompanhar. Eu tentei ajudar mas ela só aceitou que eu cortasse a cebola, porque disse que ardia seus olhos.

Ficamos na mesa da cozinha, ela me acompanhou na cerveja e conversamos sobre a minha vida e sobre a cidade enquanto eu comia. O que por sinal, estava muito bom. Dulce era divertida e em pouco tempo eu já me sentia a vontade com ela.

Depois de cinco cervejas e algumas horas jogando conversa fora, fomos interrompidos pelo meu celular.

─ Fala Christian ─ A tendi enquanto Dulce se levantou para jogar as garrafas vazias no lixo.

─ Já estou indo pro lago, vou passar na frente da sua casa. Já está pronto?

Droga! Olhei no relógio e já eram 20:30. Eu não vi o tempo passar e tinha esquecido completamente da festa

─ Na verdade vou me atrasar. ─ Passei a mão pelo cabelo e encontrei o olhar de Dulce no meu. Acabei nem entendendo direito o que Christian falava, mas com certeza estava reclamando ─ Olha, vai na frente e eu te encontro lá. Não vou demorar.

─ Namorada? ─ Ela perguntou quando desliguei o telefone. Eu ri de leve.

─ Não. É só um amigo meu. Combinamos de ir para a festa no lago hoje, acabei esquecendo. ─ Me levantei para me aproximar de Dulce que estava encostada no balcão ─ A comida estava ótima, muito obrigado.

─ Imagina. Eu que devia te agradecer. Me sinto tão sozinha aqui...foi bom conversar com alguém. ─ Ela se aproximou mais, deixando nossos corpos bem próximos ─ Sinto muito que tenha visto aquilo ontem ─ Levou a mão ao meu rosto, acariciando minha bochecha.

Eu sabia do que ela estava falando, apesar de não saber que tinha me visto na janela. Respirei fundo, lembrando da cena.

─ Não devia deixar ele te tratar assim. ─ Falei sem pensar duas vezes.

─ É...não devia... ─ Ela abaixou os olhos e sua face tomou uma expressão mais triste.

Não sei se foi a vontade reprimida, ou talvez o álcool que estava no meu corpo. Mas aproximei meu rosto do seu, colando nossos lábios. Lhe dei um selinho, me afastando rápido assim que percebi a merda que estava fazendo.

─ Dulce...me..me desculpe. Não sei o que me deu, me perdoe. ─ Eu falei nervoso, tentando dar uma explicação. Ela ficou parada por segundos me olhando e eu sem saber mais o que dizer ou fazer, me virei para sair da casa. Quando escutei sua voz.

─ Faz de novo. ─ Eu parei e me virei para ela de novo, pela sua expressão eu não tinha certeza se tinha realmente escutado aquilo ou se era coisa da minha cabeça. Mas então ela continuou ─ Mas agora, faz melhor!