Fanfics Brasil - Um Encontro Inesperado: A Escolha! Conto I - Unforgettable Wars

Fanfic: Conto I - Unforgettable Wars | Tema: Cavaleiros do Zodíaco


Capítulo: Um Encontro Inesperado: A Escolha!

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Conto I - Unforgettable Wars/Capítulo 02 - Um Encontro Inesperado: A Escolha!



 



  A floresta era cheia de espinhos e as árvores não tinham folhas. Estavam secas e sem vida, mas elas não hesitaram em adentrá-la.



  Após passarem, foram parar em um jardim muito verde, mas que também estava morrendo aos poucos. Seguiram adiante e viram um palácio feito de obsidiana, a pedra do Submundo.



— Oh, oh... – disse Sui, arregalando os belos olhos verdes. - Isso não é nada b-...



  Antes de terminar sua frase, no centro do jardim surgiu uma figura inusitada. Alguém que embora elas só tivessem visto uma vez, se lembravam muito bem.



 — Ora essa, vejo que minhas convidadas de honra chegaram. – cumprimentou Hades, receptivo.



 — Como... Como ousa nos trazer até aqui seu... seu... – tentou dizer Andrômeda.



 — Calma Sui! Vejamos o que ele tem a dizer! - exclamou Soranin, segurando a irmã.



  Hades se virou para elas e começou:



 — Como já devem saber, eu sou Hades, o deus do Submundo. Trouxe vocês aqui por um bom motivo.



 — Um "bom" motivo? – interrompeu Sui. – Vindo de você? – ela fez uma pausa. – Hah! Duvido muito!



 — Caham... – pigarreou o deus. – Como eu ia dizendo, tenho um motivo razoável para estarem aqui, se é que esse termo lhe agrada mais, pequena Sui...



 — Não me chame de pequena! Quem é você para julgar meu tamanho quando teve a coragem de tomar de nós tudo que tínhamos de mais precioso?



 — Sui, se acalme! Deixe-o falar... - disse Soranin, calmamente afastando seus cabelos ruivos e encaracolados do rosto.



  Hades olhou para o céu. Já era noite, e na visão de Soranin seus doces olhos verde-azulados brilhavam como estrelas à luz da lua. E então, com um tom mais triste que antes, ele começou:



 — Provavelmente vocês não sabem, mas eu tenho uma irmã. Ela se chama Meanlife, e desde os tempos mitológicos esteve ao meu lado para combater Atena na Guerra Santa. Mesmo quando perdíamos, Meanlife me encorajava como ninguém mais fazia. Bolava planos que até Atena não conseguiria compreender!



 — Pff... Difícil de acreditar... – Sui interrompeu novamente.



 — Enfim... Há um tempo, percebi que Meanlife estava cada vez mais distante. Ela já não sorria como antes... Era como se sua felicidade houvesse sido roubada e em seu lugar lhe tivessem plantado outra coisa. Ela andava muito pensativa e calada. Quando perguntava se estava tudo bem, ela apenas dava um sorriso e dizia que estava apenas cansada. Eu até acreditaria, mas seu sorriso dizia ao contrário. Não era um "obrigado" ou alegria, era algo como decepção, nostalgia, tristeza, ou até mesmo conformação... E então soube que algo muito importante viria a acontecer, afinal, eu quase não a via mais... Um dia, quando ela veio me visitar, esperei passar a hora do jantar e fui até seus aposentos. Bati na porta e entrei, mas ela já dormia. Estava prestes a fechar a porta quando vi que ao lado de sua cama, na mesa de cabeceira, estava uma máscara de amazona, iguais a que vocês geralmente usam... Ou melhor, deveriam usar.



 — Uma... Máscara de amazona? O símbolo das guerreiras de Atena? – perguntou Soranin.



 — Exatamente. E foi então que entendi tudo: Atena a ofereceu mais uma chance a ela. – ele fez uma pausa. – Antes de estar ao meu lado nas batalhas, Meanlife era uma Santa de Atena, assim como vocês, até que ela percebeu que não valia a pena lutar até a morte por alguém que nem se dá conta de sua existência, e veio para o meu lado. O lado da imortalidade.



  Um silêncio tomou todo o local, fazendo com que só se ouvisse uma leve brisa.



 — Traído pela própria irmã... Hah, a ficha dela deve ter caído e finalmente tomou uma decisão sensata ao te abandonar! – Sui exclamou, com sarcasmo.



 — Mas... Onde ela está agora? – Soranin perguntou.



  Hades hesitou por um minuto, mas logo contou que um dia Meanlife desapareceu. Seu quarto estava em ordem, mas seus pertences haviam sumido. Ele disse que deduziu que ela havia partido para o Santuário.



 — Então... Você quer que voltemos para o Santuário para achar sua querida e estimada irmãzinha? – provocou Sui.



  Hades não respondeu, mas elas compreenderam que era exatamente isso.



 — Deve estar louco! Depois de tudo que passamos você ainda tem a ousadia de nos tirar de nossas vidas para fazer um trabalho sujo desses? Nem pensar!!



  Ele pigarreou e então disse:



 — Sei que não se agradam em fazer isso... Eu mesmo faria, mas como um deus não posso interferir nas decisões de outros, assim como também não posso interferir no caminho que decidem seguir... Ao menos não diretamente.



 — E por isso precisa da gente... – completou Soranin.



 — Bom, basicamente, sim.



 — Esquece! Vamos embora Soranin! – trovejou Sui.



 — Ainda não! – disse Hades.



 — Como é?



 — Está escuro. O labirinto de Dédalo era apenas uma ilusão criada por mim para que vocês chegassem até aqui, ele não existe de verdade. Humanos não podem ver o caminho real ou enlouqueceriam. Se forem agora, enfrentarão o verdadeiro inferno e não poderão sair daqui... – ele parou momentaneamente. – Sugiro que passem a noite em meu palácio, já devem estar servindo o jantar. Depois que comerem, um de meus guardas as guiará até um quarto. Terão tempo para pensar em minha proposta.



 — Proposta? – interrompeu Soranin.



 — Sim. Não gosto de ficar devendo favores aos outros. Não pensem que ficará por isso mesmo caso decidam procurar minha irmã. As recompensarei com qualquer coisa que quiserem, desde que esteja dentro dos parâmetros e regras, claro.



 — Pff... – bufou Sui.



 — Bom, melhor entrarem logo ou a comida vai esfriar. Vocês terão a noite toda para decidirem o que irão fazer. Caso escolham seguir seu próprio caminho, peguem uma folha desta árvore e coloquem na porta de entrada após saírem por ela. Caso escolham seguir viajem, saiam pela porta dos fundos, ela as levará a um caminho mais simples até o Santuário.



 — Mas... Essa árvore nem tem mais folhas! – notou Soranin.



 — Ah, desculpem-me...



  Hades balançou sua mão e uma copa novinha tomou conta da árvore.



 — Meanlife era quem cuidava deste jardim. – revelou melancolicamente. – Eu tento fazer o possível, mas sem a sua presença nada mais floresce por muito tempo.



  Sui olhou nos olhos da irmã e elas começaram a seguir Hades para dentro do palácio. Este se virou para elas e disse:



 — Não encarem isso como uma ordem. É apenas um pedido. A escolha é totalmente de vocês.



  Assim que entraram no castelo, Hades desapareceu e um servo as guiou para a sala de jantar. Uma mesa gigante com tudo o que fosse possível imaginar estava disposta ao centro da sala. Ao redor haviam alguns guardas, várias prateleiras com as mais diferentes bebidas, das mais diferentes épocas, e uma outra porta, que levava a um corredor. As duas se sentaram e começaram a comer e conversar. Sui foi a primeira a puxar assunto:



 — Não acredito que esse insolente teve a coragem de nos trazer aqui para seus ideais... – disse entre uma garfada e outra. – Quanta arrogância!



 — Eu realmente acho que Hades está sendo sincero. – disse Soranin. – Eu vi algo de diferente em seus olhos... Algo que não posso explicar...



 — Não acredito que está indo na conversa daquele idiota! Você não se lembra de tudo que ele nos fez passar?! Foi ele quem incendiou a nossa vila!!



 — Sabe Sui, naquele dia eu vi o rosto de Hades antes de desmaiar por completo. Não acredito que seja ele que tenha começado tudo aquilo...



 — Você deve estar louca! Não confio nem um pouco nele!



 — Mas está comendo de sua comida. – a irmã observou.



 — Para não morrer de fome, claro! Faz dois dias que estamos perdidas nessa maldita ilusão que acreditávamos ser o labirinto!



  Soranin ficou pensativa por um momento e a irmã percebeu que ela estava cogitando aceitar a proposta do deus.



 — Não me diga que... Não! Soranin você está realmente pensando em seguir viajem de volta ao Santuário?! Sua comida deve estar estragada, só pode!!



 — Ah, irmã... – disse Soranin, com um olhar tristonho.



 — Não acredito que está caindo na conversa daquele desgraçado... Justo você, Soranin, minha irmã, que viu os horrores que os deuses podem fazer com nossas vidas!!



  Sui levantou e bateu com força em seu prato, que caiu no chão e acabou derrubando a sua comida.



 — Nós não vamos voltar pra lá, já está decidido!!



  Ela foi em direção ao guarda mais próximo, que tinha cabelos espetados e azuis. Seu rosto estava encoberto por sombras, mas ele aparentava ter uns vinte e cinco anos.



 — Poderia me levar ao quarto oferecido pelo "grande e genial" senhor do Submundo? – perguntou, pouco antes de perceber que ele não respondia. - Ah, ótimo! Aquele canalha pode pagar um banquete que acabaria com a fome no mundo, mas não um soldado que possa falar! Deixe que eu mesma acho o caminho, não precisa me acompanhar mais!!



  Sui deixou a sala, enfurecida, e o soldado voltou a seu posto ao lado da porta, um pouco desconfortável, mas sem expressão.



 — Sui... – sussurrou Soranin, com um olhar distante.



  Um servo se aproximou da cadeira de Sui, agora vazia, para recolher tudo que havia caído no chão. Ao notar sua presença, Soranin foi até ele e o ajudou a limpar. Ele hesitou por um momento, e Soranin falou:



 — Desculpe o comportamento dela, ela não sabe como se comportar diante de deuses... Qual é o seu nome?



  O servo, ainda hesitante, apontou para a boca.



 — Ah, me desculpe. Não sabia que você era mudo... Aliás, todos vocês são, não é mesmo?



  O homem, que era baixinho, moreno e de olhos azuis – que eram um pouco mais claros que os de Soranin – deu um leve sorriso e pegou alguns grãos de arroz. Colocando um do lado do outro, ele escreveu a palavra "Bikkuri".



 — Bikkuri? Este é seu nome?



  Ele assentiu.



 — É um nome muito bonito. Foi mesmo feito para um criado de Hades... Bikkuri sinifica dizer "susto", não é? – perguntou a amazona, com um sorriso no rosto.



  Bikkuri concordou e colocou seu dedo sob a barriga da amazona, o que a fez pensar por um momento, até que compreendesse o que ele tentava dizer.



 — Ah, meu nome é Soranin. Significa "Pessoa Céu"...



  Finalmente, depois de pegar tudo o que Sui derrubou, Bikkuri recolheu os pratos e começou a andar. Soranin perguntou se ele precisava de ajuda e ele respondeu com um aceno, dizendo que não.



  Um outro militar entrou rapidamente na sala e a levou até o quarto onde sua irmã estava. Soranin tirou sua armadura, fazendo-a voltar ao formato de Fênix, e a colocou ao lado da cama. Percebeu que a irmã já dormira e se deitou.



  Sui percebeu sua presença e se virou, na esperança de vê-la. A chamou pelo nome, mas como não obteve resposta, pensou que já tivesse dormido e voltou para seu sono, cobrindo o rosto com seus longos cabelos loiros, como sempre fazia.



  Então, uma lágrima de incerteza escorreu pelo rosto de Soranin, remetendo a escolha que fizera em seus pensamentos.




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Autor(a): rc2099

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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