Fanfics Brasil - Guiando as Estrelas: A Harmonia Ascendente! Conto I - Unforgettable Wars

Fanfic: Conto I - Unforgettable Wars | Tema: Cavaleiros do Zodíaco


Capítulo: Guiando as Estrelas: A Harmonia Ascendente!

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Conto I - Unforgettable Wars/Capítulo 08 - Guiando as Estrelas: A Harmonia Ascendente!



 



  Star Hill. Um lugar que todos gostariam de visitar... Menos este homem.



  Um dos motivos de Alceu desistir de sua armadura fora uma das leituras estelares feitas pelo Grande Mestre do Santuário. Star Hill é o lugar mais próximo do céu em toda a Grécia, então sempre que algo importante está para acontecer, o Mestre deve subir até o topo e ler o que as estrelas designaram aos homens. Alceu sempre admirou a ideia quando jovem, até que um dia o Mestre previu que um evento faria com que um dos Santos de Prata desistisse de sua armadura. Convencido de que não seria ele, pois era totalmente fiel à Atena, Alceu seguiu sua vida normalmente.



  Em determinado dia, recebeu uma notícia de que sua esposa havia sido assassinada por um Santo de Bronze, que na verdade procurava por ele. Ao saber da notícia, jurou vingança e foi à procura do cavaleiro de Lince, Bianor.



  Ambos travaram uma sangrenta batalha, que resultou na morte de Lince e na renunciação de Alceu sobre sua armadura. Nunca foi notificado a ninguém o ocorrido pois o Grande Mestre já tinha conhecimento do fato antes dele acontecer. O sigilo foi mantido e todos acharam que a renunciação ocorreu pela morte da esposa. O cavaleiro de Lince foi dado como desaparecido e Melinda supostamente teria morrido de causas naturais. O corpo nunca foi analisado profundamente, mas foi enterrado no cemitério local.



  Desde este dia, Alceu passou a não mais confiar no lugar.



 — Droga, onde ela está? Esse é o pior lugar para se escolher vir... Ainda bem que tive tempo de livrar as meninas dessa parte do Santuário. Preferia visitar o necrotério do que aqui... Minha sorte é que não preciso me aproximar muito.



  Quando chegou o mais próximo do que lhe era permitido, começou a olhar ao redor e andar pelo perímetro. Aquele lugar não lhe agradava nem um pouco e dentre os três possíveis para Kibou estar, era o pior e o mais perigoso.



 — Boa tarde, Alceu! – disse uma voz familiar, vinda de trás do Santo.



 — Octavian? – respondeu, surpreso.



 — Ora essa... Passam-se alguns anos e nem reconhece mais seu companheiro de treino? Tsc, tsc, me decepciona mais a cada dia, Alceu.



  Os dois se cumprimentaram e começaram a conversar sobre a amazona de Grou. Octavian de Corvo era um homem magro, com um sorriso encantador, que combinava com seu cabelo castanho espetado em forma de moicano.



 — E então venho procurando por ela... – continuou Alceu. – Alguém com aquele cosmo sozinho e andando por aí nessas condições não é algo bom.



 — Realmente é muito perigoso... Mas como você deve saber, eu faço a ronda junto a alguns outros Santos nessa proximidade de Star Hill, e confesso que não vi ninguém por aí... Sinto muito.



 — Não sei por quê, mas tenho a impressão de que as malditas estrelas reservaram algo ruim para mim novamente. – bufou.



 — Você ainda não superou completamente o acontecido, não é?



 — Já sim, mas é uma questão pessoal. – admitiu. – Se o Grande Mestre sabia o que ia acontecer, por que não me avisou? Eu teria aproveitado melhor os últimos dias de vida dela.



 — Não é assim que funciona, você sabe... Os homens não mandam nas estrelas, assim como as estrelas também não mandam nos homens. Se ele lhe contasse, você faria o possível para tudo não acontecer como ele previu. Certas vezes saber o futuro só piora as coisas... Cá entre nós, acho que as vezes as profecias são apenas mais um modo que "eles" – Octavian apontou para o céu. – têm para torturar a nós, mortais.



  Por um instante, o ex cavaleiro de Ofiúco ficou incerto sobre seu julgamento.



 — Espero que tenha razão. Mas não irei acreditar que foi melhor assim. – teimou.



 — Pense como quiser, velho amigo, mas não saia fazendo loucuras... Ainda mais com a nova amazona de Lince andando por aí. Ouvi dizer que ela era irmã de Bianor e não está convencida de que tudo que ouviu é verdade... Se chegar até você, apenas lhe desejo sorte.



 — Ainda não tive o prazer de conhecê-la. Qual é o seu nome?



 — Linus. Ela é nova mas não se engane, o cosmo é muito poderoso... Cada um tem seus motivos para querer ser um Santo, eu admito que o meu não foi muito inspirador, mas ela fez isso somente por vingança... – seus olhos castanhos ficaram turbulentos. – Nada nobre da parte dela.



 — Se me lembro bem, o meu motivo não foi muito diferente do seu... Você virou aspirante por uma promessa à sua prima, pouco antes dela falecer, e eu por estar seguindo meu pai... Era o sonho dele me ver um Santo completo.



 — Isso mesmo. – admitiu Octavian. – Mas tenho a impressão que se ela o encontrar, você não sairá bem na história.



 — Talvez seja isso mesmo... Mas alguém que luta por um motivo desses merece ficar tão mal quanto eu ficaria, não concorda?



  Octavian assentiu, agradeceu por poder ver seu colega de treino novamente e se despediu. Como não tiveram notícias de Kibou, continuaram sua jornada, cada um para seu lado.



 — Nos veremos em breve. Escreva minhas palavras, Corvo! – provocou Alceu.



 — Cuidado com o que deseja, Ofiúco, porque pode se tornar realidade... – rebateu Octavian, desaparecendo logo em seguida.



  Alceu voltou a caminhar aos arredores de Star Hill, pensando nas palavras de seu amigo. Será que o responsável por fazer acontecer era realmente o homem e não as estrelas e os deuses?... Descartou a ideia. Ele nunca saberia de fato.



  Pensou sobre o assunto durante um tempo, mas foi interrompido por algo que passou ao seu lado numa velocidade incrível.



 — Mas o que... O que foi isso?



  Sentiu uma dor indescritível em seu braço esquerdo e gritou de dor. Olhou e viu marcas de garras. Algo o havia atacado.



 — Quem é você? O que quer de mim?



  Enquanto se virava, foi atingido novamente, desta vez no outro braço.



 — Não há necessidade de apresentações. Você sabe muito bem quem eu sou! – disse uma voz feminina.



 — Você é... Linus de Lince... A... A irmã de Bianor... – concluiu entre um suspiro e outro.



 — Não ouse pronunciar o nome dele!! – trovejou Linus, atacando-o mais uma vez, agora na barriga. – Flechas de Lince!!



  O golpe fez com que Alceu caísse no chão, mas logo o mesmo se levantou e começou a dialogar com a amazona, que ainda se movia em alta velocidade, fazendo com que fosse impossível focar em sua imagem.



 — O que... O que eu te fiz? Por que está me atacando? – perguntou com certa dificuldade, na esperança de evitar um combate.



 — Você sabe muito bem por que estou fazendo isso!! Você o matou!!



  A amazona desferiu inúmeros golpes, mas nenhum chegou até Alceu. A seus olhos ele nem havia se movido... Aquilo não era possível.



 — Como você...? É impossível! – pigarreou a garota de cabelos castanhos.



 — Sua velocidade é impressionante Santa de Bronze... Mas não se compara a de um Santo de Prata!



  Linus novamente tentou atacá-lo, desta vez diretamente, mas seu punho foi parado pela mão de Alceu.



 — Eu não vou lutar com uma criança. – disse enquanto a encarava, finalmente tendo uma imagem sólida da adversária, que aparentava ser muito mais nova do que ele inicialmente pensara. – Estou acima disso!



 — Me solte!! Você diz isso agora, mas não hesitou em matar o meu irmão!



 — Ele era um homem adulto! – tentou convencê-la. – Tinha dezenove anos e matou a minha mulher, Melinda!



 — Não, não, não... Ele não faria uma coisas dessas... Não o meu irmão!!



 — Interprete como quiser. Não me orgulho do que fiz e lhe peço desculpas. Caso não saiba, deixei minha armadura por este motivo... Agora vá embora amazona! Não deveria estar aqui!



  Ele soltou a mão de Linus e continuou sua jornada... Ou era o que ele achava que iria fazer, até ser atingido pelas costas.



 — Eu... Eu não acredito em suas palavras! Adultos mentem! É tudo o que sabem fazer!... Meu irmão era uma pessoa boa, jamais faria isso com uma mulher inocente! Você não vai escapar com vida, vai pagar por seus crimes nem que eu mesma tenha que aplicar a justiça!!



 — Os fins não justificam os meios, jovem. – explicou enquanto tentava ficar em pé, mantendo a calma. –  Se acalme ou terei que usar a força!



 — Não! Você não merece a vida boa que tem, deveria se sentir culpado por tudo que fez a ele e a mim!!



 — Pode até não parecer, mas eu não tenho uma vida boa! Não há um dia sequer que eu não me arrependa do que fiz ao seu irmão!!



 — Suas palavras não são nada pra mim! Morra, Santo de Prata!! Garras Cortantes de Ventania!!



  O ataque foi direto para Alceu, que logo se viu envolvido por uma estranha energia dourada. Depois que ela se dissipou, ele reapareceu no mesmo lugar. Não havia movido um músculo, embora o ataque tenha sido direto e efetivo.



 — Recebeu meu ataque sem tentar evitá-lo... Mas... Por quê? – a menina ficou surpresa.



 — Eu já disse que me arrependo! Se essa é sua forma de justiça, irei aceitar sem a menor hesitação... Não viu que não lhe ataquei até agora? Sou melhor do que isso, não vou lutar contra você. Está certa em me punir, aceito a sua decisão!



 — Pare de tentar me confundir! – ela balançou a cabeça. – Você não... Os adultos não são assim... Eles mentem... Eles te abandonam quando se mais precisa deles... Assim como minha mãe fez comigo, pouco antes de morrer, igual meu pai desmerecia minhas atitudes depois da morte de meu irmão... Não era pra ser assim! Por quê?!



  O ex Santo de Ofiúco se aproximou amazona, que estava ajoelhada, provavelmente chorando, e tentou olhar através da máscara e encontrar seus olhos.



 — Você está certa. Os adultos mentem... Eles tomam decisões ruins, assim como seus pais tomaram, por que não há ninguém ali para dizer o que eles devem fazer... Eles agem sem pensar nas consequências que as coisas trazem para os outros, como foi o seu caso. Seus pais te amaram até o final de suas vidas, disso eu tenho certeza. Eles só não estavam preparados para aquela situação... Eu também fiz uma escolha ruim. Tirei a vida de seu irmão e junto com ele a de toda sua família, inclusive a sua... Não sou uma pessoa melhor por isso, assim como você também não será se me matar agora... Mas vá em frente, não me importo. – disse, virando as costas.



 — Não... eu não posso... Meu irmão procurava por você, mas não entendo o motivo... Me parece uma pessoa boa... Eu... não sei o que dizer... Muito menos o que fazer... Me ajude, por favor! – implorou, agarrando as roupas do outro.



  Pela primeira vez em todos esses anos, Alceu finalmente pensou numa razão para aquilo tudo ter lhe acontecido... Finalmente ele havia entendido o recado.



 — Linus, preste atenção. Seu irmão não fez esta escolha por si mesmo. Ele não era culpado... Estava sobre a influência de algo ou de alguém... Tente se lembrar, Linus! Ele comentou algo a respeito com você? – perguntou enquanto chacoalhava a garota apressadamente.



 — Ele... Ele não... A única coisa que me disse foi que deveria ir atrás de um Santo e convencê-lo a aceitar o destino... Nunca entendi o que isso significava, mas não parecia que ele pretendia matá-lo.



 — É isso... Agora tudo faz sentido... Seu irmão não pretendia me matar, mas sim me mostrar a verdade por trás das estrelas. Diga-me Santa de Bronze, como era o nome do mestre de seu irmão?



 — Octavian, senhor... Mas o que isso tem a ver com ele?



 — Linus, seu irmão seguia ordens de cima. Ele certamente teve de me mostrar que nem tudo na vida é fácil de se superar, que sacrifícios são necessários... Eu deixei de acreditar no poder das estrelas durante esses anos. Sempre achei que elas só serviam para levar mais tristeza e dor às pessoas, mas eu estava errado! E foi Octavian... foi seu irmão... foi você, Linus, que me fez voltar a acreditar nelas! Como o mestre dele dizia, o destino nem sempre é agradável, mas pode ser pior quando se sabe algo sobre ele... – disse, como se tudo aquilo fizesse o maior sentido do mundo.



 — Então quer dizer que ele... – Linus tentou acompanhar o raciocínio. – Sabia que este dia chegaria, e por isso fez passarmos por tudo isso? Ele queria que nos encontrássemos hoje?



 — É mais do que isso... Ele queria que nossas mágoas se dissipassem!



 — Até que faz sentido... Me desculpe Alceu, não era minha intenção... As vezes eu simplesmente mudo de personalidade... Não entendo o porquê.



 — Tudo bem pequena, não se preocupe... Eu aceito suas desculpas... Venha cá.



  Eles se acolheram nos braços um do outro, mas Alceu arquejou de dor no mesmo segundo, caindo no chão devido aos múltiplos ferimentos.



 — Alceu... Você já perdeu muito sangue e está bastante ferido! Vamos até a vila, eu te ajudo.. – disse enquanto o apoiava no ombro esquerdo.



 — O-obrigado Linus.



  Apoiados nos ombros um do outro e mancando, ambos se encaminharam de volta ao Santuário. Linus não sabia o motivo, mas viu uma família em Alceu, uma que não teve. Por trás da máscara, seus olhos cor-de-mel brilhavam e derramavam lágrimas em segredo. Ela finalmente sentia que podia confiar nos outros novamente.



  Ao mesmo tempo, Alceu deixava a dor de lado e pensava no futuro daquela menina. Ela era tão jovem – uns onze, doze anos? – e já era uma amazona. Não tinha ninguém, nem mesmo teve um mestre, e foi movida pelo ódio durante anos... Ele não podia deixá-la assim. Depois que essa correria acabasse ele faria algo a respeito... E Octavian? Ele tinha sido um ótimo amigo – era óbvio que ele não pretendia que Melinda e Bianor fossem mortos, foi um engano, claro – e queria agradecer, porém sabia que provavelmente não o veria tão cedo.



  Ele iria dar um jeito. Aquela garota não ficaria sozinha de novo... Em nome de Octavian. Em nome de Melinda. Em nome das estrelas. Em nome da harmonia ascendente que havia criado com Linus!



 




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Autor(a): rc2099

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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