Fanfic: Rei Arthur | Tema: Rei Arthur, clássicos, época, magia, guerra,
Ele se agarrou à borda do céu como uma lágrima no olho da tempestade. Logo estava caindo, e a escuridão o rodeou, envolvendo-o firmemente em suas dobras. Somente o brilho luminoso de uma espada, suspensa à sua frente como uma tocha, iluminava sua trilha. A trilha que não era trilha nenhuma, a meta que era desconhecida.
Obscutamente, palavras de seu pai ecoaram em sua mente: "Você, meu filho, deve vingar minha morte".
Logo veio a queda, a escuridão e o silêncio. Em seguida, mais à frente, ele aos poucos vislumbrou uma brecha nas trevas, como se alguém tivesse atravessado a grande cortina de veludo com um alfinete para permitir entrar uma réstia de luz.
Sons começaram a encher sua cabeça e, com eles, vieram palavras. Ele estava de pé sobre alguma coisa chamada "areia", ouvia "ondas" quebrarem numa "praia", sentiu um "borrifo" úmido tocar seu rosto e "chapinhar" contra o mar – alguém chamou isso de "chuva".
Seus outros sentidos seguiram em rápida sucessão. Primeiro veio o olfato, e com ele o amargor do ar salgado e um odor fresco que ele de imediato associou com verdura e germinação. Em seguida, o tato. Seus dedos estavam apertando uma mão tranquilizadora. Ele a agarrou como se sua vida dependesse dela.
Uma tristeza se apoderou dele, uma sensação de perda.
Em algum lugar, ele se apercebeu de uma voz calorosa que se erguia da névoa. "Venha, durma. Está a salvo agora. Vamos dormir juntos".
Imediatamente, a paz lhe veio, uma paz como jamais tinha conhecido em seus dois anos sobre a terra. Depois de uma vigília interminável, ele finalmente podia dormir. E sonhar.
Em seus sonhos, viu novamente a espada que tinha faiscado nos céus antes de ele cair, espiralando, para desaparecer, sem lançar um borrifo, dentro de uma poça d'água.
Assim começou seu sonho, que ia abarcar quatro séculos. Os acontecimentos passaram à sua frente numa alternativa de luz e sombra – a chegada dos romanos, seus soldados estacionados em fortalezas e acampamentos sobre colinas. Viu um reino racífico por estradas que ligavam cidades e aldeias. Havia lavradores cultivando trigo, criando gado e levando as colheitas para o mercado com carroças puxadas por cavalos. Havia portos e faróis por toda a costa; piscinas e teatros nas cidades; e tribos de bretões, todas com seus próprios reis, vivendo sob o governo romano.
Então, as últimas legiões partiram, e salteadores cruzaram os mares para queimar e matar e ocupar a terra. Uma vez mais o reino estava dividido entre tribos belicosas, e o povo sofredor ansiava por um rei forte que pudesse unificar a terra.
Em seu sonho, ouviu os nomes de Uther Pendragon, seu pai; de Merlim, o bardo de seu pai, que alguns chamavam de mago; e até o de Arthur – seu próprio nome; de sua mãe, Igraine, e da filha dela, sua meia-irmã Morgana, a Fada, que o amaldiçoou por ter-lhe roubado o direito de primogenitura. Ele se agitava sem descanso em seu sonho, como se sentisse o ódio que ardia no peito dela, a vingança que ela estava tramando enquanto estudava as artes ocultas.
O sonho agora tinha se transformado em pesadelo. Em febre, ele vislumbrou cenas entrecortadas de seu pai moribundo – envenenado pelo impiedoso Vortigerno; da fuga nos braços de Merlim por uma trilha secreta sob o abrigo da noite; do batel à espera e da perigosa travessia marítima em torno de Finisterra até os vales misteriosos de Powys; de seu refúgio numa caverna ao lado do rio Towy; perto de Carmathen.
Viu claramente a bandeira do Dragão Vermelho tremulando sobre o que antes tinham sido as terras de seu pai – o odiado emblema vermelho-sangue de Vortigerno.
No entanto, em meio ao sonho, vieram as palavras de Merlim:
— Um dia, Arthur, você será rei. Você unirá esta terra conturbada.
Isso lhe deu tranquilidade enquanto se deitava, entre a vigília e o sono, nos braços da terra, tentando ouvir as vozes dos outros, que entoavam o canto que ele um dia também iria cantar.
Autor(a): biiviegas
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Enquanto Arthur crescia e estudava magia e outras artes com Merlim, seu tutor, o perverso Vortigerno tramava planos com duas tribos germânicas, os anglos e os saxões, chamados de conjunto de anglo-saxões. Vortigerno tinha convidado essa gente para se instalar na Bretanha, para que o ajudassem a lutar contra os bretões e outras tribos. & ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 9
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grandeshistorias Postado em 24/07/2017 - 18:03:57
Lido o epílogo. Linda história e um belo final, apesar de um tanto triste! Parabéns! Gostei muito dessa história e texto tão bonitos. Que venham mais histórias com textos tão bons assim, sejam eles originais ou adaptações. Abraço e boa sorte! Deus abençoe!
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grandeshistorias Postado em 24/07/2017 - 17:48:29
Muito triste o capítulo 8, mas também com mais um admirável desfecho. Os três provaram sua honra até o fim. Muito digno!
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grandeshistorias Postado em 24/07/2017 - 17:03:56
Lancelote provou realmente ser um honrado cavaleiro. Outro desfecho surpreendente de mais um episódio.
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grandeshistorias Postado em 24/07/2017 - 14:50:02
Essa feiticeira Morgana é muito cruel mesmo. Lamentei a morte de sir Accolon, fruto dessa vingança de Morgana de seu meio-irmão Artur. Artur é um cavaleiro muito nobre e piedoso, quase morre dessa vez pelas mãos da irmã através desse manto enfeitiçado. Agora que Artur viu de fato quem realmente é Morgana, resta saber quais serão as próximas armações de dela e como Artur fará para detê-la. A história está muito boa.
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grandeshistorias Postado em 24/07/2017 - 14:48:51
Foi incrível a aventura de Artur naquele reino desconhecido e na Capela Verde, fiquei muito surpreso com o desfecho desse episódio.
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grandeshistorias Postado em 20/07/2017 - 15:51:27
Sacanagem Merlim não alertar o rei Artur da futura traição de Guinevere que preveu em sua bola de cristal, cuja traição vai destruir o reinado de Artur... Vamos ver o que acontece agora.
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grandeshistorias Postado em 15/07/2017 - 14:50:16
Li o capítulo 1... Curioso para saber o q vai ser de Arthur agora... Garoto inteligente demais, e sábio. Os sábios de Vortigerno são mesmo muito ignorantes, era óbvio q tendo uma fundação como aquela, nunca iriam erguer um palácio ali. Mas esperar o q também daquela época de tão escassas informações e até mesmo nula tecnologia. Gostei de ver Vortigerno fugindo, e espero q não volte tramando outra. Adaptação muito boa e texto maravilhoso.
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grandeshistorias Postado em 06/02/2017 - 21:27:35
Adicionei aos meus favoritos. Me interessou muito a história! Já li o prólogo e vou continuar lendo os capítulos. Me lembro na sétima série a professora lendo para nós o livro Rei Arthur e a Távola Redonda. Ela o leu até o final ao longo de muitas aulas. Isso foi na época em que era exibida na tv a novela Pé na Jaca, do qual o enredo e os nomes dos personagens tinham uma livre inspiração na história do Rei Arthur. Boas lembranças!
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fernandocordeiro93 Postado em 27/12/2016 - 13:10:13
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