Fanfics Brasil - 1 - Dragão Vermelho e Dragão Branco Rei Arthur

Fanfic: Rei Arthur | Tema: Rei Arthur, clássicos, época, magia, guerra,


Capítulo: 1 - Dragão Vermelho e Dragão Branco

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  Enquanto Arthur crescia e estudava magia e outras artes com Merlim, seu tutor, o perverso Vortigerno tramava planos com duas tribos germânicas, os anglos e os saxões, chamados de conjunto de anglo-saxões. Vortigerno tinha convidado essa gente para se instalar na Bretanha, para que o ajudassem a lutar contra os bretões e outras tribos.
  Com o passar do tempo, no entanto, os invasores bárbaros quiseram se apoderar da região. E, tendo se tornado fortes e repelido os bretões, eles se voltaram contra Vortigerno, pois ele já tinha deixado de lhes ser útil.
  Temendo por sua vida, Vortigerno convocou seus conselheiros. O que deveria fazer? Disseram-lhe, sem rodeios:
  — Leve seu exército para o recanto mais longíquo do reino e erga uma fortaleza sólida o bastante para resistir a assaltos. Pois seus inimigos tentarão matar você e ocupar suas terras.
  Assim, Vortigerno fugiu com seus seguidores, tomando o rumo do norte de Gales. Lá encontrou um lugar nas montanhas. Uma grande elevação rochosa, que parecia ser um reduto inexpugnável contra os anglo-saxões.
  Contudo, quando seus operários tinham reunido pedra e madeira para a fortaleza, uma coisa estranha aconteceu. Cada vez que assentavam as fundações, viam seu trabalho incessantemente reduzido a escombros. Por mais que vedassem a base sobre a montanha rochosa, a água se infiltrava toda noite e inundava o canteiro.
  E assim prosseguiu, noite após noite. Por fim, a paciência de Virtigerno se esgotou e ele se enfureceu. Convocando seus conselheiros mais uma vez, bradou:
  — O que quer dizer tudo isso? Deve haver magia por aqui. Digam-me o que tem de ser feito, senão vou mandar ferver vocês em óleo quente!
  Os homens estudaram as estrelas, investigaram as entranhas de uma ovelha e debateram os sonhos da última noite. Por fim, levaram a Vortigerno a sua conclusão.
  — Este solo é mágico, meu senhor. Os tuatha de danaan, espíritos da deusa Danu, estão raivosos e exigem um sacrifício. O senhor tem de regar a terra com o sangue de um príncipe órfão de pai. Somente assim a fortaleza poderá ser construída!
  Vortigerno coçou o queixo. Onde é que encontraria um príncipe assim?
  Imediatamente, enviou mensageiros em busca. E quando as semanas já tinham virado meses, um grupo de soldados chegou a Carmarthen.
  Ora, apesar de Merlim ser capaz de instruir Arthur nos mistérios de seus livros mágicos, isso não era o bastante. O menino precisava de arqueiros, cavaleiros e espadachins que lhe ensinassem as artes da guerra, e o jovem Arthur ansiava por brincar com crianças de sua idade. Assim, de vez em quando Merlim levava seu pupilo de 12 anos e cabelos cacheados até Carmerthen para brincar e aprender as artes da cavalaria.
  Aconteceu, então, que um dos homens de Vortigerno estava espiando um jogo de futebol quando ouviu um menino gritar com outro:
  — Você me deu uma rasteira! Vou contar para o seu pai!
  Ouvindo isso, o outro menino, alto e desengonçado, riu e disse:
  — Meu pai era um rei poderoso, mas já morreu!
  Quando o jogo terminou, Arthur tomou seu caminho de volta à caverna sobre o rio Towy. Não percebeu os soldados que o seguiam a distância. Depois que ele desapareceu gruta adentro, os soldados se esgueiraram até a entrada rochosa e espiaram seu interior. Levaram um tremendo susto.
  É que lá dentro estava sentada uma figura espectral, em tranquila meditação, como se estivesse encrustrada na pedra musguenta. Sua longa cabeleira e barba brancas pareciam congeladas, como se tivessem sido imobilizadas pela teia ininterrupta do tempo.
  Que magia teria transformado o menino naquele velho fóssil?
  Enquanto, atemorizados, os soldados o contemplavam, os olhos do homem, de um pálido azul-marinho, se abriram. Ele suspirou, se sacudiu e esticou a mão, de um branco cadavérico, na direção dos soldados:
  — Psssssiu — sibilou —, o que querem vocês aqui?
  O oficial deu um nervoso passo à frente e perguntou:
  — Onde está o menino?
  A essas palavras, o próprio Arthur apareceu, vindo do fundo da caverna. Antes que pudesse falar, uma chuva de perguntas caiu sobre ele:
  — Qual o seu nome? Quem é seu pai? Onde está sua mãe? Você tem sangue real?
  Merlim cortou a palavra do oficial:
  — Não daremos nenhuma resposta a não ser diretamente ao seu senhor. Mas, primeiro, temos de conhecer a intenção das perguntas.
  — Nosso rei, Vortigerno ouviu falar de um jovem esperto nessas redondezas. Ele deseja pedir-lhe conselhos, pois somente um príncipe órfão de pai pode ajudá-lo a construir sua fortaleza no monte Eryri.
  Merlim sabia a verdade: o que eles queriam era o sangue de Arthur. Mas conteve a língua. Cochichou a Arthur:
  — É a nossa chance de nos vingarmos do perverso Vortigerno. Vamos com estes homens.
  Arthur se dirigiu aos soldados:
  — Levem-me a seu rei e veremos se meu conselho será útil.
  Com Merlim e Arthur montados num cavalo, e dois soldados em outro, o grupo de homens partiu para o acampamento de Vortigerno. Mesmo cavalgando sem parar durante o dia, a jornada levou três dias completos antes que pudessem avistar as montanhas cobertas de neve.
  Do alto de um penhasco, Arthur pôde divisar os escombros de uma fortaleza semiconstruída: os muros de pedra branca tinham rachado e desabado, o mastro que sustentava a bandeira do dragão vermelho tinha se partido ao meio e a bandeira jazia, amarrotada, no solo. Um ar de destruição enchia o local.
  Enquanto cavalgavam por uma cidade de tendas, Arthur notou as figuras encurvadas de homens e mulheres, e os rostos abatidos e famintos de criancinhas. Evidentemente, aquele acampamento maltrapilho era tudo o que restava do outrora poderoso exército de Vortigerno.
  O que surpreendeu Arthur foram os olhares de curiosidade, e até de dó que a multidão lhe dirigia. O que queriam dizer?
  Cavalgando até um grande pavilhão, os homens desmontaram e fizeram entrar o velho e o menino. Vortigerno recostado numa poltrona, rodeado por seus assistentes.
  — Bem-vindos ao meu domínio — disse ele, tentando dar um sorriso tranquilizador. — É apenas um acampamento temporário, enquanto meu novo palácio está sendo construído.
  Voltando-se para Arthur, disse:
  — Eu trouxe você aqui, rapaz, para pedir sua ajuda. Meus conselheiros dizem que você me pode ser útil.
  Dizendo isso, piscou para seus homens.
  — Por que eu? — perguntou Arthur. — Seus sábios são ignorantes demais para lhe dar conselhos?
  — Às vezes, um rapaz imberbe é mais sábio que um astrólogo — replicou o rei, mal-humorado.
  — Será que o grande e poderoso Vortigerno confia na inteligência de um rapaz imberbe? — perguntou Arthur, em tom atrevido.
  Os olhos de Vortigerno se imflamaram:
  — Bem, se você quer mesmo saber — rosnou ele —, eu preciso do seu sangue, não do seu cérebro. A sua morte vai apaziguar os tuatha de danaan.
  — Você é tão estúpido quanto cruel, Vortigerno — irrompeu Merlim. — Há séculos os reis e sacerdotes vêm sacrificando seres humanos aos deuses, mas isso nunca trouxe nenhum benefício, nem vai trazer agora.
  Arthur acrescentou:
  — Mate-me, regue o solo com meu sangue, mais isso só vai contribuir com a inundação. Pergunte a seus conselheiros o que existe embaixo desta montanha. Assim você descobrirá o que está arruinando a obra.
  Vortigerno se enfureceu com a insolência do garoto. Mas se conteve, imaginando como poderia tirar melhor proveito daquilo. Murmurou consigo mesmo: "Se esse fedelho é tão esperto, vou deixar que me diga o que fazer. De todo modo, posso me livrar dele e do velhote mais tarde".
  Assim, convocou seus conselheiros à sua tenda.
  Enquanto isso, Arthur e Merlim cochicharam por alguns minutos. Logo, o rapaz deu um passo adiante e perguntou aos sábios do rei:
  — Digam-me: o que existe embaixo das fundações da fortaleza?
  Os homens admitiram:
  — Não sabemos.
  — Pois eu lhes direi — prosseguiu Arthur. — Mandem os operários cavar fundo até encontrarem um lago subterrâneo. Façam com que removam a camada de terra que cobre o lago e drenem suas águas.
  Arthur parou de falar, enquanto os homens se mexiam, incomodados. Em seguida, perguntou:
  — Digam-me: o que existe no lago?
  Os conselheiros permaneceram mudos, encolhendo os ombros.
  — Pois eu lhes direi — retomou Arthur. — No leito do lago encontrarão duas grandes urnas de pedra.
  Os homens ficaram perturbados.
  — Digam-me — continuou Arthur —, o que há dentro das urnas?
  De novo, os sábios ficaram em silêncio.
  — Pois eu lhes direi. Dentro de cada urna está um lençol dobrado. E vocês sabem o que há dentro do lençol?
  Eles negaram com um gesto de cabeça.
  — Pois eu lhes direi. Dentro dos lençóis estão dois dragões adormecidos: um branco e um vermelho.
  A essas palavras, os conselheiros se voltaram para Vortigerno, como que dizendo: "Quantos absurdos diz este menino!".
  Mas Arthur sorriu, matreiro, e continuou:
  — O resto vocês descobrirão por si mesmos. Mas fiquem certos de uma coisa: a fortaleza se erguerá, alta e forte.
  Vortigerno não sabia bem em quem acreditar. Mas não tinha o que perder se aceitasse o conselho do garoto.
  — Muito bem, rapaz, mostre aos meus pedreiros onde cavar — disse, por fim. — Se o que você diz for verdade, pouparei sua vida. Do contrário, você e o velho serão as pedras de fundação do meu novo palácio.
  Logo as picaretas e os martelos de uma centena de homens se abateram contra os flancos da montanha. Partiram o rochedo, cavaram o solo, fazendo pedras e pedregulhos rolarem escarpa abaixo. Passaram-se horas, até que alguém lançou um grito exausto:
  — Atravessamos!
  Os cavadores todos se amontoaram no local, espiando pelo buraco através do qual se via o grande espaço aberto mais abaixo. Ali, sob o solo estava a superfície opaca de um lago.
  Os homens levaram três dias para remover a crosta de terra que cobria o lençol de água. Em seguida, os engenheiros se encarregaram do resto: drenaram as águas limpas do lago, fazendo-as precipitar pela motanha e cair num riacho serpenteante que corria vale abaixo.
  Quando toda a água foi drenada, os homens viram duas estranhas urnas de pedra sobre a lama cinzenta da depressão.
  Nesse exato momento, um estrondo como o de um trovão se ergueu do leito do lago, e as duas urnas começaram a rachar como ovos gigantescos, revelando dois lençóis dobrados. De dentro dos lençóis emergiram patas e membros escamosos. Línguas bífidas reluzentes se esticaram para fora, como se provassem o ar. Então, bolas de fogo brilharam em meio à neblina.
  Em poucos instantes, dois dragões haviam rastejado para fora: um branco, e um vermelho. Ambos lançavam chamas e chiavam no ar pesado. Quando se viram um ao outro, deixaram escapar um rugido e se agacharam, prontos para saltar, soltando bafos de fumaça roxa e labaredas alaranjadas.
  Então, tudo se transformou numa confusão de garras e mandíbulas dilacerantes, golpes de caudas, patadas retumbantes. Logo o Dragão Branco abateu o outro e lhe rasgou a garganta. A cauda do dragão moribundo vibrou, alucinada, na lama, até que, num estremecimento assustador, ele se imobilizou, caído sobre o dorso, morto como pedra, vertendo torrentes de sangue.
  Com um rugido de triunfo, o Dragão Branco bateu as asas como címbalos estrondosos e se ergueu no céu. Voou acima da montanha e logo bateu em retirada, cuspindo fogo, rumo ao sol.
  No silêncio que se seguiu, a voz de Merlim soou como um dobre fúnebre:
  — A profecia está se cumprindo.
  Seus olhos ficaram de um vermelho-rubi.
  Vortigerno, que tudo presenciou, estava paralisado, boquiaberto, enquanto olhava para o céu. Finalmente, ele se virou para Arthur e perguntou, com voz trêmula:
  — O que significa tudo isso?
  — Você não vai gostar de saber a verdade — disse Arthur.
  — Mas eu preciso saber.
  — Muito bem, então. Este lago simboliza o mundo. A urna e o lençol com o Dragão Branco representam a Bretanha. O Dragão Vermelho são os invadores. Quando o Dragão Branco se levanta e destrói o Vermelho, quer dizer que os bretões expulsaram seus inimigos e os traidores que se aliaram a eles. Assim a profecia se realizará!
  — Mas que profecia? — perguntou Vortigerno.
  Arthur falou bem alto, para que todos ouvissem:
  — Quando lutam os dragões e o Branco vence o Vermelho, o traidor cai de joelhos, frente à glória dos bretões. Vive em paz o povo inteiro que Arthur é rei verdadeiro!
  A voz grave de Vortigerno tremeu de medo ao perguntar ainda:
  — Mas quem é você? Como pode saber o que está por vir? E quem é esse Arthur, o rei verdadeiro?
  O menino sorriu para Merlim, antes de responder:
  — Eu sou Arthur, filho do Uther Pendragon, o rei que você envenenou para roubar sua coroa. Você, Vertigerno, é um traidor de seu povo. Mandou vir os anglo-saxões para lutarem em suas guerras e teve de fugir quando eles se voltaram contra você. Tudo o que você trouxe para o nosso reino foi guerra e miséria.
  Merlim se adiantou, tomou o braço de Arthur e apontou um dedo ossudo para o trêmulo Vortigerno:
  — Fui eu, Merlim, o bardo de Pendragon, quem ensinou a Arthur os segredos da Visão. Tudo o que ele diz é verdade. Parta, agora, enquanto ainda há tempo. Vá embora destas praias, para jamais retornar!
  Depois de tudo o que tinha presenciado, Vortigerno sabia que sua única escapatória era fazer o que Merlim dizia. Não queria compartilhar o destino do Dragão Vermelho.
  Levando alguns soldados de confiança, ele se foi de Gales e nunca mais foi visto. Uns dizem que morreu pouco depois, num castelo que os saxões arrasaram num incêndio. Outros contam que fugiu para o outro lado do mundo e se fixou no que hoje é chamado de Pantagônia.
  Quanto a Arthur e Merlim, retornaram á caverna perto de Carmarthen.
  — De volta aos estudos, Arthur — disse Merlim, em tom severo. — Ainda tem muito o que aprender se quiser ser o maior rei que esta terra já conheceu.
  Uma ruga de preocupação anuviou o rosto sardento do menino, e ele engoliu um suspiro antes de se sentar diante de seus livros bolorentos, do astrólábio de Merlim e da bola de cristal.
  Era muito mais divertido jogar futebol.



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Autor(a): biiviegas

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 9



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  • grandeshistorias Postado em 24/07/2017 - 18:03:57

    Lido o epílogo. Linda história e um belo final, apesar de um tanto triste! Parabéns! Gostei muito dessa história e texto tão bonitos. Que venham mais histórias com textos tão bons assim, sejam eles originais ou adaptações. Abraço e boa sorte! Deus abençoe!

  • grandeshistorias Postado em 24/07/2017 - 17:48:29

    Muito triste o capítulo 8, mas também com mais um admirável desfecho. Os três provaram sua honra até o fim. Muito digno!

  • grandeshistorias Postado em 24/07/2017 - 17:03:56

    Lancelote provou realmente ser um honrado cavaleiro. Outro desfecho surpreendente de mais um episódio.

  • grandeshistorias Postado em 24/07/2017 - 14:50:02

    Essa feiticeira Morgana é muito cruel mesmo. Lamentei a morte de sir Accolon, fruto dessa vingança de Morgana de seu meio-irmão Artur. Artur é um cavaleiro muito nobre e piedoso, quase morre dessa vez pelas mãos da irmã através desse manto enfeitiçado. Agora que Artur viu de fato quem realmente é Morgana, resta saber quais serão as próximas armações de dela e como Artur fará para detê-la. A história está muito boa.

  • grandeshistorias Postado em 24/07/2017 - 14:48:51

    Foi incrível a aventura de Artur naquele reino desconhecido e na Capela Verde, fiquei muito surpreso com o desfecho desse episódio.

  • grandeshistorias Postado em 20/07/2017 - 15:51:27

    Sacanagem Merlim não alertar o rei Artur da futura traição de Guinevere que preveu em sua bola de cristal, cuja traição vai destruir o reinado de Artur... Vamos ver o que acontece agora.

  • grandeshistorias Postado em 15/07/2017 - 14:50:16

    Li o capítulo 1... Curioso para saber o q vai ser de Arthur agora... Garoto inteligente demais, e sábio. Os sábios de Vortigerno são mesmo muito ignorantes, era óbvio q tendo uma fundação como aquela, nunca iriam erguer um palácio ali. Mas esperar o q também daquela época de tão escassas informações e até mesmo nula tecnologia. Gostei de ver Vortigerno fugindo, e espero q não volte tramando outra. Adaptação muito boa e texto maravilhoso.

  • grandeshistorias Postado em 06/02/2017 - 21:27:35

    Adicionei aos meus favoritos. Me interessou muito a história! Já li o prólogo e vou continuar lendo os capítulos. Me lembro na sétima série a professora lendo para nós o livro Rei Arthur e a Távola Redonda. Ela o leu até o final ao longo de muitas aulas. Isso foi na época em que era exibida na tv a novela Pé na Jaca, do qual o enredo e os nomes dos personagens tinham uma livre inspiração na história do Rei Arthur. Boas lembranças!

  • fernandocordeiro93 Postado em 27/12/2016 - 13:10:13

    Posta mais


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