Fanfic: Rei Arthur | Tema: Rei Arthur, clássicos, época, magia, guerra,
Três anos depois de se tornar rei, Artur tinha derrotado os saxões em seis grandes batalhas. Os invasores fugiam em seus navios ou então juravam lealdade ao rei. Assim, a paz finalmente reinou em toda a Bretanha e havia de durar muitos anos.
É claro que o povo ainda sofria com as tramas malignas de magos e bruxas escondidos nas florestas, com duendes e gigantes e com as hostilidades entre barões rivais. Mas o reino, em geral, gozava de uma época de paz. E quando irrompia algum distúrbio, os cavaleiros do rei Artur logo o eliminavam.
Certa vez, precisamente quando regressava de uma dessas disputas, aconteceu de Artur passar por Camelarde e pernoitar no castelo de um velho amigo de seu pai, o rei Leodegrance.
Este rei tinha uma linda filha, a dama Guinevere. E Artur se apaixonou no exato instante em que pôs os olhos nela. Sem nada dizer ao rei Leodegrance na ocasião, ele esperou até chegar de volta a Camelote, onde comentou, em tom casual, com Merlim:
— Agora que o reino está em paz, talvez seja um bom momento para me casar. Meus barões não param de me pressionar para que eu encontre uma esposa. O que você acha?
Para todas as questões importantes, Artur sempre confiava no conselho sensato de Merlim.
— De fato, um homem com seu espírito nobre precisa de uma esposa — disse Merlim —, e o reino seguramente precisa de uma rainha. Diga-me, existe alguma dama que você já tenha em mente ou eu devo procurar-lhe uma noiva?
Enrubescendo, Artur confessou:
— Estou apaixonado por Guinevere, filha do rei Leodegrance. É a mais bonita, mais gentil, mais pura e mais nobre mulher em todo o mundo. Não me casaria com nenhuma outra.
Merlim coçou o queixo, pensativo, e ficou em silêncio por algum tempo. Como poderia dizer a Artur o que tinha visto em sua bola de cristal? Que um dia Guinevere o trairia e causaria sua morte... e também o fim de uma Bretanha unida. Merlim dizia a se mesmo: "De fato, ela é muito bonita; mas como eu gostaria que ele amasse uma outra. Aquela beleza vai derrotá-lo. Pois um devotado cavaleiro de sua corte se apaixonará por ela e lançará a todos na vergonha. Haverá guerra entre ele e Artur, o que permitirá que um traidor se apodere do trono... Mas não há nada que eu possa fazer: quando o coração de um homem está fixo numa mulher, nada mudará isso".
Assim, a pedido de Artur, ele foi até o rei Leodegrance e lhe disse que Artur desejava desposar sua filha. O rei se encheu de alegria.
— Esta é a melhor notícia que jamais tive — disse ele, com lágrimas a descer pelo rosto. — Que grande honra um rei tão nobre e corajoso se casar com minha filha. Mas o que posso oferecer como dote? De bom grado, eu lhe daria todas as minhas terras e meus cavaleiros, mas ele já tem tudo isso em abundância. Já sei... vou lhe enviar um presente que lhe agradará mais que tudo: a Távola Redonda. Ela foi feita para o pai dele muitos anos atrás. Depois que ele morreu, foi confiada a mim, para que a guardasse a salvo. Agora posso devolvê-la ao filho de Uther.
À Távola Redonda podiam se sentar cento e cinquenta cavaleiros, e tinha igual número de cadeiras esculpidas na madeira. Seria enviada para o casamento, que se realizaria no Pentecostes.
Nesse ínterim, poucas semanas antes do casamento, o rei Artur ofereceu uma festa de Páscoa para todos os cavaleiros da corte. Ora, quando foram tomar assento junto à longa mesa de carvalho, cada um tentou se sentar o mais perto possível da cabeceira, pois os lugares mais próximos do rei gozavam de maior prestígio. Houve rixas.
Artur, entristecido, comentou com Merlim:
— Quando eu estiver casado, ninguém terá motivos para brigar. Não existe cabeceira numa mesa redonda.
Artur pediu a Merlim que escolhesse os cavaleiros mais dignos de servir na corte. O sábio feiticeiro selecionou apenas os mais valentes, e trouxe o arcebispo para abençoar a Távola Redonda e cada uma das cadeiras.
No dia do casamento, o arcebispo estava presente para unir as mãos de Artur e Guinevere. Quatro reis ergueram bem alto suas espadas de ouro para formar um arco reluzente enquanto o alegre casal saía da igreja de Santo Estêvão, em Camelote. Quando o rei Artur e a rainha Guinevere apareceram às vistas da multidão que os aguardava, foram aclamados por todo o caminho até o salão do banquete, onde Merlim estava à espera.
Ele apontou para a Távola Redonda que ocupava todo o salão.
— Bem-vindos, Artur e Guinevere! Salve, nosso rei e nossa rainha! A esta mesa se sentam cento e cinquenta cavaleiros, e cada cavaleiro aqui encontrará seu nome gravado em letras de ouro numa cadeira.
Com isso, o banquete começou. Perto do fim, Merlim se levantatou novamente. Após ter proposto em último brinde ao rei Artur e à rainha Guinevere, ele limpou a garganta e assim falou, em tom solene:
— Hoje é o primeiro dia dos Cavaleiros da Távola Redonda. Todos vocês têm uma cadeira designada. E quando um cavaleiro morrer, outro tomará seu lugar, e o nome no assento mudará por si mesmo. Mesmo assim, os nomes de todos os cavaleiros que se sentarem a esta mesa perdurarão para sempre. E nos anos por vir todos vocês terão aventuras estranhas e maravilhosas.
Merlim fez uma pausa. Em seguida, disse:
— Infelizmente, eu não estarei aqui para testemunhá-las. Deixo vocês agora aos conselhos sensatos de seu rei. A ele ensinei toda a sabedoria que conheço. Deus os abençoe a todos.
Com isso, Merlim atravessou lentamente o salão e desapareceu na noite. Ninguém nunca mais o viu, embora se conte a história de que Nimue, a Dama do Lago, o guiou para uma gruta rochosa junto ao lago de Avalon, onde ele ficará dormindo até o Dia do Juízo.
Depois que Merlim partiu, Artur se levantou e pediu silêncio.
— Nobres cavaleiros — disse ele —, temos de viver sem Merlim agora, mas não podemos jamais esquecer seus ensinamentos. Cada um de vocês deve fazer um juramento sagrado de que será um cavaleiro digno e leal. Nunca ajam insensatamente. Nunca sejam injustos. E mostrem sempre misericórdia àqueles que a implorarem. Se vierem a romper esses votos, perderão seu assento a esta mesa. Além disso, Cavaleiros da Távola Redonda, vocês jamais deverão guerrear sem justa causa, nem lutar por bens terrenos.
Cada homem se levantou e fez seus votos. E, a partir de então, todos repetiam o juramento a cada ano, na festa de Pnetecostes.
Autor(a): biiviegas
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Era a primeira época de Natal desde o casamento, e havia muita celebração na corte do rei Artur. Muitos nobres cavaleiros estavam presentes, sentados à Távola Redonda como verdadeiros irmãos, aproveitando a festa, cantando e conversando alegremente. Guinevere, a adorável rainha dos olhos verdes, e ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 9
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grandeshistorias Postado em 24/07/2017 - 18:03:57
Lido o epílogo. Linda história e um belo final, apesar de um tanto triste! Parabéns! Gostei muito dessa história e texto tão bonitos. Que venham mais histórias com textos tão bons assim, sejam eles originais ou adaptações. Abraço e boa sorte! Deus abençoe!
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grandeshistorias Postado em 24/07/2017 - 17:48:29
Muito triste o capítulo 8, mas também com mais um admirável desfecho. Os três provaram sua honra até o fim. Muito digno!
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grandeshistorias Postado em 24/07/2017 - 17:03:56
Lancelote provou realmente ser um honrado cavaleiro. Outro desfecho surpreendente de mais um episódio.
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grandeshistorias Postado em 24/07/2017 - 14:50:02
Essa feiticeira Morgana é muito cruel mesmo. Lamentei a morte de sir Accolon, fruto dessa vingança de Morgana de seu meio-irmão Artur. Artur é um cavaleiro muito nobre e piedoso, quase morre dessa vez pelas mãos da irmã através desse manto enfeitiçado. Agora que Artur viu de fato quem realmente é Morgana, resta saber quais serão as próximas armações de dela e como Artur fará para detê-la. A história está muito boa.
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grandeshistorias Postado em 24/07/2017 - 14:48:51
Foi incrível a aventura de Artur naquele reino desconhecido e na Capela Verde, fiquei muito surpreso com o desfecho desse episódio.
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grandeshistorias Postado em 20/07/2017 - 15:51:27
Sacanagem Merlim não alertar o rei Artur da futura traição de Guinevere que preveu em sua bola de cristal, cuja traição vai destruir o reinado de Artur... Vamos ver o que acontece agora.
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grandeshistorias Postado em 15/07/2017 - 14:50:16
Li o capítulo 1... Curioso para saber o q vai ser de Arthur agora... Garoto inteligente demais, e sábio. Os sábios de Vortigerno são mesmo muito ignorantes, era óbvio q tendo uma fundação como aquela, nunca iriam erguer um palácio ali. Mas esperar o q também daquela época de tão escassas informações e até mesmo nula tecnologia. Gostei de ver Vortigerno fugindo, e espero q não volte tramando outra. Adaptação muito boa e texto maravilhoso.
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grandeshistorias Postado em 06/02/2017 - 21:27:35
Adicionei aos meus favoritos. Me interessou muito a história! Já li o prólogo e vou continuar lendo os capítulos. Me lembro na sétima série a professora lendo para nós o livro Rei Arthur e a Távola Redonda. Ela o leu até o final ao longo de muitas aulas. Isso foi na época em que era exibida na tv a novela Pé na Jaca, do qual o enredo e os nomes dos personagens tinham uma livre inspiração na história do Rei Arthur. Boas lembranças!
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fernandocordeiro93 Postado em 27/12/2016 - 13:10:13
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