Fanfics Brasil - Capítulo 13 Perdida, Encontrada - (Vondy) [TERMINADA]

Fanfic: Perdida, Encontrada - (Vondy) [TERMINADA] | Tema: Vondy (Adaptada)


Capítulo: Capítulo 13

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Christopher já havia partido para seu compromisso quando encontrei as garotas na sala de jantar prontas para o compromisso com a costureira.
Fiz um rabo de cavalo dessa vez, prendendo todo o cabelo para trás. Recusei a oferta de usar um dos vários chapéus de Maite. Precisei de muita persuasão para convencê-la que eu não queria e não usaria aquilo na cabeça.
Decidi deixar o celular no quarto. Se a costureira fosse tomar minhas medidas e encontrasse um retângulo duro e prateado que nunca viu na vida no decote do vestido poderia começar a fazer perguntas. E eu não queria perguntas.
Queria respostas!
Ao chegamos na vila, notei que o movimento era bem maior do que o que eu tinha visto no dia anterior. Os prédios de paredes e portas igualmente altas estavam abertos. Fiquei surpresa com o tipo de comércio que vi. Na verdade, não achei que realmente se tratasse de comércio, era mais uma feira livre ou coisa assim. Diversas carroças se amontoavam na rua de pedras, com os mais variados produtos: galinhas e porcos vivos, verduras e legumes, artigos de decoração, um tiozinho esquisito vendia o elixir da vida por apenas uma moeda.
Maite me mostrou o que pensei ser a padaria nem de perto se parecia com uma, apenas uma banca na calçada estreita, repleta de pães variados. Vi o tal boticário, um senhor idoso, mas de uma vitalidade impressionante: Teodora me contou que ele fazia algumas poções que podiam curar doenças tipo um remédio homeopático, imaginei. Um dos comércios que passamos em frente tinha aparentemente tudo que dava para se ter ali, de sabonete a sacos de farinha, talvez fosse o precursor do supermercado. Fiquei atenta a qualquer pessoa suspeita
ou, de repente, um objeto que pudesse ser o que eu estava procurando.
Imaginei que, num lugar tão enfadonho, qualquer notícia nova devia correr como pólvora.
Tive essa suspeita confirmada quando madame Georgette — não tinha a menor ideia do porquê todo mundo se referia a ela como madame — me cumprimentou.
— Então esta é mademoiselle Dulce Saviñón, — ela disse, com seu sotaque francês. — Fiquei curriosa a seu respeito. É encantadorra, chérrie!
— Err... Mérci? — arrisquei.
— Oh! Chérrie! — ela juntou as mãos sobre o colo farto. — Quanta delicadeza! Não me admirra que mademoiselle Valentina tenha dito que o Senhor Uckerrmann parrecesse tão encantado com você, minha carra!
Ah! Que ótimo! Agora a família dele era a fofoca do dia!
— Mas este seu vestido! — ela fez uma careta, desaprovando. —Não está lhe favorrecendo, chérrie. Veja! Está frrouxo e curto demais! Uma beleza como a sua prrecisa ser
valorrizada. — papo de vendedora, tão antigo quanto a vaidade feminina.
Ela me mostrou diversos vestidos quase prontos. Não me empolguei muito, não era meu estilo, mas Elisa ficou esfuziante.
— Me ajude a escolher um, Maite. — pedi. Por mim, não levaria nada.
Ela separou diversos deles para que eu provasse. Gostou muito de um branco, mas consegui convencê-la de que, para quem tinha poucos vestidos — ou nem um —, cores escuras seriam mais práticas, por não mancharem com tanta facilidade.
Acabei ficando com um vestido verde escuro e outro vinho — Maite não permitiu que eu ficasse com apenas um, disse que o compraria de uma forma ou de outra, não me deu outra escolha. A costureira era muito hábil, apenas uma assistente a ajudava. A grande sala de seu atelier de costura estava escura, entulhada de tecidos e papéis por toda parte. Parecia que acabara de acontecer um terremoto. E eu pensei que meu apartamento se parecesse com uma zona de guerra...
Enquanto fazia alguns ajustes nos dois vestidos, madame Georgette me lançava um olhar reprovador toda vez que tocava minha cintura. Puxou a saia do vestido para que aumentasse o volume e sua testa se enrugou.
— Humm... — resmungou —... seus sapatos são muito interresantes, chérrie.
Maite escolheu seu vestido rapidamente — marfim, mangas curtas, com alguns bordados delicados e ampla saia. Pelo desenho, achei a cara dela. Teodora, porém, deu mais trabalho.
Disse diversas vezes que o vestido tinha que ser especial, digno de uma rainha!
Madame Georgette devia conhecer muito bem suas clientes, pois pegou um rolo de tecido dourado e encorpado e o abriu sobre a mesa.
— Que tal este, mademoiselle Anahí? Não há tecido mais nobrre nem mesmo na Eurropa!
Depois de meia hora, depois de muitos: este não está à altura de uma rainha, Teodora escolheu um modelo cheio de detalhes, com muitos bordados e de mangas bufantes.
— Não vai escolher o seu, chérrie? — me perguntou madame Georgette, piscando várias vezes seus cílios longos.
— Ah, não. Não sei se estarei aqui no sábado e, se por acaso ainda estiver, posso usar um destes dois aqui.
As três se entreolharam e depois olharam de volta para mim.
— Você deve escolher um vestido de baile, Dulce. — me disse Maite. Adorei a forma casual que usou para dizer meu nome. Sem frescuras, como fazia seu irmão, — Estes são para os dias normais. Já lhe disse que muitos amigos da família estarão lá. Quero que lhe admirem, e não que sintam pena. Além disso, Ian foi muito explícito esta manhã, quando me pediu para que lhe ajudasse a escolher o vestido, já que você não está familiarizada com a moda local. — ela se aproximou. — Eu lhe ajudo!
Maite colocou suas mãos em meu braço e me guiou gentilmente até a mesa onde estavam os desenhos de madame Georgette.
— Este ficaria muito bem em você, o que acha?
Dei uma olhadela no desenho. Tinha detalhes demais.
— Ainda acho que não é necessário, Maite. Eu agradeço sua preocupação, mas realmente...
— Dulce, eu vou escolher sozinha se continuar sendo intransigente. — e sorriu calmamente.
Suspirei.
— Preferia algo menos elaborado então. — fiz uma careta involuntária para o desenho. —
Não quero chamar muita atenção. — sussurrei.
Maite sorriu e continuou a virar as folhas grandes de papel amarelado.
— Já souberram da novidade? Ontem à tarde um chevalier se hospedou na penson de dame Herbert. A pobrre viúva ficou assustada quando o homem bateu em sua porta, todo sujo, sem bagagem e sem crriados! Mon Dieu!
Opa!
Virei-me para poder ver melhor o rosto da costureira, mas acabei esbarrando sem querer numa bacia cheia de botõezinhos que estava sobre a mesa. Milhares de bolinhas se esparramaram pelo chão.
— Caramba! Desculpa, madame. — me abaixei para recolher os pequenos botões enquanto sua assistente vinha a meu socorro.
— Não se preocupe, chérrie. Anelize cuidarrá disso. — disse a costureira, me levantando do chão.
— Foi sem querer, eu juro! — meu rosto ardia.
—Já disse parra não se prreocupar com isso! O que estava dizendo? Oh! Sim, sobrre o forrasteirro. Parrece que foi assaltado, pobrre homem! Mas, felizmente, não foi ferrido! — ela balançou a cabeça, fazendo seus cachos louros sacudirem.
— Onde disse que ele está, madame Georgette? — perguntei aflita.
— Na penson Herbert.
— Que coincidência! Parece-me que a história desse cavalheiro e a sua são parecidas...
— Anahí começou e foi interrompida por Maite rapidamente.
— Anahí, veja aquela fita! Acho que é perfeita para seu novo chapéu.
Maite não queria que a costureira soubesse que eu também tinha uma história muito parecida. Pelo menos era o que ela e Christopher pensavam, mesmo eu tendo dito diversas vezes que não havia sido assaltada.
— Onde, senhorita Maite? Oh! É perfeita! Ficará linda em meu novo chapéu. — completamente distraída pela fita, Teodora se levantou da cadeira e foi até um bolo de fitas coloridas penduradas num varal. O assunto esquecido.
— Qual é o nome dele? A senhora o conheceu? — não pude me segurar. Eu precisava saber mais sobre ele.
— Não o conheci ainda, mas o vi hoje de manhã alugando um cavalo. Crreio que está forra da vila no momento. Você o conhece? — suas sobrancelhas finas arquearam, a curiosidade crescer em seu rosto pálido.
— Ah, não! — dei de ombros torcendo para que minha expressão não demonstrasse a frustração que sentia por não obter mais detalhes. — Apenas... Fiquei curiosa. Aqui parece ser um lugar tão tranquilo!
— Oh! Há muito tempo que já não é assim, chérrie. Os tempos moderrnos estão trrazendo muitas coisas desagradáveis.
Tempos muito modernos, realmente.
Não fiz mais perguntas. Não queria colocar Maite numa situação constrangedora. Já era ruim saber que toda a vila estava falando da família dela por culpa minha, não queria complicar as coisas ainda mais. Esperaria até poder falar com Christopher e pediria sua ajuda. Outra vez!
Maite escolheu o modelo do meu vestido de baile e eu mal prestei atenção quando ela me mostrou o tecido — branco, ela insistiu.
Minha cabeça girava violentamente. Eu estava certa. Tinha mais alguém ali. Alguém que no momento não estava exatamente ali — não no vilarejo, onde eu poderia facilmente abordálo
— e que, provavelmente, estava em algum outro lugar procurando como sair daquele pesadelo.
— Notei que não usa sua crrinoline, chérrie. — madame Georgette sussurrou quando estávamos de saída.
Crinoline?
—Você está falando daquela coisa que se parece com uma gaiola? — de todos os objetos que Madalena me entregou junto com o vestido, a gaiola era a única que eu não sabia o nome.
Ela assentiu, gargalhando.
— E nem vou usar! Não conseguiria nem me sentar usando aquele troço. Não consigo acreditar que vocês usem de verdade!
Madame Georgette explodiu uma estrondosa gargalhada. Seu rosto vermelho de tanto rir.
Aos poucos, conseguiu se controlar o suficiente para me dizer:
— Manterrei isso em mente quando estiver trrabalhando no seu vestido.
— Ah! Valeu, madame Georgette seria muito bacana! — quem sabe, se minha saia fosse tão imensa quanto às das outras mulheres, as pessoas parariam de me olhar de forma estranha.
Da mesma forma estranha que me olhava a madame agora.
— Dulce tem uma forma de falar um pouco diferente da nossa, madame Georgette. Ela é de longe! — esclareceu Maite, sorrindo para mim.
— Muito diferrente! — olha quem está falando! — Au revour, mademoiselles Vemo-nos em brreve.
— Até. — Disse Anahí.
— Até logo. — cumprimentou Elisa.
Eu não disse mais nada. Apenas acenei um tchauzinho bem rápido e sai.
Obriguei Maite e Anahí a andarem pela vila até chegar perto da tal pensão. Um prédio antigo que precisava de uma mão tinta com urgência. Ficava numa esquina, uma placa de madeira, com o nome da pensão entalhada nela, pendia sobre a porta estreita e alta. Observei atentamente as pessoas que vi, especialmente os homens — já que agora sabia pelo menos que era um homem — mas, obviamente, ele não estava ali. Ninguém diferente das pessoas que eu conheci até então. Ninguém que se comportasse como eu.
Fui obrigada a suportar o percurso de quinze minutos dentro da carruagem. Anahí não calou a boca um único minuto.
— Que coisa estranha, não é? Duas pessoas assaltadas e praticamente no mesmo dia! Oh!
O que a guarda está esperando? Por que não capturam esses bandoleiros de uma vez? Não posso acreditar que estejam muito longe. Não acha que tenho razão, senhorita Dulce? — ela agora olhava para mim. — Se conseguisse se lembrar ao menos de como eram os rostos dos agressores e relatasse aos guardas, talvez os encontrassem mais depressa. — ela não me deu chance de explicar que eu não poderia ajudar. Que não vi rostos porque não havia rostos.
Apenas um rosto, e eu tinha certeza que ela estava em algum lugar em 2010, curtindo com a minha cara e fazendo vodu para algum outro otário desavisado. — Vou pedir ao meu pai que contrate mais criados. Deus sabe se não estão atrás de...
Seu tagarelar continuou e tentei me desligar dele. De fato, não ouvia o que ela estava dizendo, mas aquele zumbido irritante ao fundo me impediu de pensar claramente.
Assim que chegamos, corri até o quarto e, com desânimo, vi meu celular desligado como sempre. Pensei que haveria alguma coisa ali, uma mensagem ou outra coisa. Afinal, eu estive na vila. Na mesma vila em que estive na manhã anterior. Então, por que agora não havia nada?
— Maite, se importa se eu for visitar Storm? Eu queria vê-lo outra vez. — na verdade, queria ficar sozinha e pensar.
— É claro que não, senhorita Dulce. Estaremos na sala de leitura. Poderá nos encontrar lá mais tarde.
— Beleza. — concordei tentando sorrir.
Desci até os estábulos, distraída. Eu ainda não entendia o que estava acontecendo. E precisaria da ajuda de Christopher, mais uma vez. Precisaria que me levasse até a vila no dia seguinte para confirmar se o tal cara já tinha voltado e se tivesse, tentar descobrir o que sabia.
Storm estava solto no estábulo, parecendo feliz com a liberdade. Aproximei-me da cerca e fiquei observando o cavalo correr mais rápido quanto corriam os meus pensamentos.
Por que eu estava ali afinal? Qual o motivo real daquela brincadeira de mau gosto? Esse homem também tinha comprado um celular da mesma vendedora? Também tinha que encontrar algo? Procurava pela mesma coisa que eu procurava? Seria uma caça ao tesouro e quem o encontrasse primeiro voltaria pra casa? Ele fazia alguma ideia do que seria “essa coisa” pelo menos?
Storm interrompeu minha concentração quando se aproximou. Chegou tão perto que eu podia tocá-lo.
— E aí cavalinho, curtindo a liberdade? — Claro que ele não respondeu. Só estava faltando isso: cavalos começarem a falar. Estiquei meu braço e toquei pelo brilhante. Ele bufou, mas achei que foi de contentamento.
— Por acaso, você não viu por aí uma máquina do tempo, viu? —sussurrei. — Imaginei que não. Mas, se de repente você encontrar uma, não esquece de me avisar!
Continuei a acariciá-lo e sorri. Eu estava contando meus problemas a um cavalo!
— A vida aqui é bem diferente, não é? Se bem que talvez vida de cavalo seja igual em todo lugar. Você é um cavalo de sorte. Não tem que puxar carroças, nem leva chicotadas.
Aposto que até deve ter muitas éguas de olho em você...
— Parece que já são bastante íntimos. — uma voz ao fundo respondeu. Virei-me bem a tempo de ver Christopher se aproximando, antes que eu pudesse fantasiar que tinha sido o cavalo que me respondera. — Se já estão falando sobre relacionamentos amorosos. — ele sorria.
— Storm é um amigo muito bom. — brinquei. — Fala quase nada e me escuta sem reclamar. Um amigo muito compreensivo.
Ele parou ao meu lado e também acariciou o cavalo.
— Storm, creio que você tenha uma . — falou, me observando, com certeza para ver minha expressão ao ouvi-lo usar a palavra que eu havia ensinado a ele. E realmente fiquei surpresa. Meu rosto não escondeu isso.
Christopher riu.
— Como foi na vila? Conseguiu encontrar algum vestido? — perguntou, ainda alisando o
pelo de Storm.
— Encontrei. Valeu, Christopher. Não precisava fazer isso. — eu disse, um pouco desconfortável.
— Não precisava! Eu quis fazer. — ele parecia muito satisfeito por eu ter aceitado seu presente.
— Como foram seus negócios? —inquiri tentando puxar conversa.
— Excelentes. Entendemo-nos rapidamente.
Parei de alisar o pescoço do cavalo por um instante. Storm sacudiu um pouco a crina quando parei, como se dissesse: Continue, não pare!
— Encontrei mais coisa lá na vila. — voltei a acariciar Storm, mas olhava para Ian de esguelha.
— Não me diga que encontrou a tal pessoa que está procurando! — ele não gostou da notícia.
— Mais ou menos. — sussurrei. — Tem um cara que diz ter sido assaltado e está numa pensão. Ele não estava lá hoje, saiu cedo para fazer alguma coisa importante.
— arqueei uma sobrancelha sugestivamente.
— Que coisa é essa? — ele também sussurrou.
— Não sei. Mas acho que talvez esteja tentando encontrar uma forma de voltar pra casa.
— Acredita que ele saiba como fazer isso, senhorita? — seus olhos intensos me observaram atentamente.
— Talvez sim, talvez não. Mas ele deve estar tentando. É o que eu estou fazendo, não é?
Tentando encontrar um jeito de voltar.
— Certamente. — depois de alguns segundos acrescentou: — Posso perguntar por que estamos sussurrando?
Endireitei-me na cerca.
— Não sei! — eu ri, Christopher também. — Pretendo ir até lá amanhã para ver se ele já voltou de viagem.
— Irei até a vila amanhã, se quiser me acompanhar será...
— Eu quero! — interrompi, tirando as mãos do cavalo e agarrando seus braços numa euforia desenfreada.
Nossa! Quem poderia imaginar que IChristopher teria os braços tão definidos e fortes e...
Tirei as mãos dele rapidamente e recuei. Fiquei constrangida por tê-lo tocado daquela maneira e ainda mais constrangida por ficar fantasiando sobre seus bíceps expostos numa camisa de mangas curtas.
— Desculpa, Ian. Eu me empolguei. — não consegui olhar para ele, fitei o chão.
— Não se desculpe, senhorita. — sua voz estava mais alta que o normal. — Já percebi que seus costumes são diferentes. Não há razão para se desculpar.
Não pude ver sua reação, mas sua voz parecia perturbada. Tive medo que ele pensasse que eu estava me insinuando para ele. Ainda mais depois da conversa que tivemos sobre casamento.
Tentei me recompor, afinal, eu era uma garota do século vinte e um, pelo amor de Deus!
— Você... hã... Tem muitos arrendatários? — perguntei a primeira coisa que me veio à cabeça.
— Não muitos, — sua voz mais composta agora. — Apenas alguns em pequenas propriedades
— É disso que você vive? Sua renda, quero dizer.
— Disso também. Meu pai nos deixou um patrimônio bastante generoso. Mas me dedico mais aos cavalos. É o que eu gosto de fazer.
—Você vende os cavalos?
— A maioria deles. Criamos cavalos muito bons aqui. A família real já comprou diversos deles, aliás, — disse orgulhoso, cruzando os braços sobre o peito e atraindo meus olhos novamente para seus bíceps. Mesmo sob o casaco, eram bastante generosos. Como não notei isso antes?
— Então é por isso que tem tantos deles. Eu fiquei pensando o porquê de tantos músculos. err... cavalos se você só tem uma carruagem... — meu rosto ardeu.
— Nós criamos e treinamos até que eles estejam prontos, depois os vendemos. É um ramo muito lucrativo e extremamente prazeroso
— Eu imagino que sim, — espiei pelo canto do olho e vi que ele tentava não olhar em minha direção, sem muito sucesso. Fiquei ainda mais nervosa. Minhas mãos começaram a suar.
O que estava acontecendo com meu corpo?
— Eu gosto disso, senhorita Sofia. Gosto de criar animais. É muito mais gratificante que uma plantação de café. — Ian se aproximou mais de onde eu estava. — Não imagina como fico feliz em poder dizer que meu estábulo está cheio de potrinhos e que logo se transformarão em garanhões puro sangue que servirão a muitas famílias.
— Ga-garanhões? — gaguejei estupidamente, recuando, um passo. A palavra não tinha a mesma conotação para ele que para minha mente suja.
— É claro que também criamos éguas, não dá para escolher — e sorriu. Seu sorriso tão lindo me deixou sem equilíbrio. — Mas os garanhões são os mais procurados.
— Ah! São mesmo! — concordei.
Tentei me acalmar e continuar conversando com ele normalmente. O problema era que eu não conseguia me concentrar em nada. A rigidez de seus braços não me permitia pensar em mais nada que não fosse arrancar sua camisa, deslizar meus dedos nas curvas de seus músculos...
— Acho que vou entrar, Christopher, se não se importar. Elisa está me esperando na sala de leitura. — eu disse apressada.
— Eu a acompanho até lá. — ofereceu educadamente.
— Não! — gritei. — Não precisa. Eu sei chegar lá. Fica aí com Storm, ele deve estar precisando de... de... alguma coisa de cavalo.
Ótimo. Meu cérebro virou geléia!
— Tudo bem. — respondeu lentamente. — Me permite lhe fazer uma pergunta?
— Manda. — eu estava perturbada. Minha cabeça girava com a confusão de sentimentos que eu sentia. Christopher ficou confuso também. — Faz a tal pergunta. — expliquei.
Já estava ficando cansativo ter que explicar todas as palavras que saiam de minha boca.
— Fiz alguma coisa que lhe desagradou? — perguntou ansioso.
— Não. — assegurei a ele, nervosa.
— Então, por que está fugindo? Ai, droga!
— Eu? Fugindo? Que ideia! — ele tinha notado. Claro que tinha notado. Será que notou meu constrangimento depois que o toquei?
Pior! Será que notou a... curiosidade que surgiu em meu rosto quando o toquei?
Ainda pior! Será que as fantasias em minha cabeça estavam nítidas também em meus olhos?
ARGH!
— Eu mal cheguei aqui e você se apressa em voltar para a casa. Pareceu-me que estava se divertindo com Storm e, de repente, ficou tão nervosa! Por que não fica um pouco mais?
Podemos conhecer o resto da propriedade. Acredito que irá gostar muito e o passeio nem é tão longo...
— Não dá. Eu tenho mesmo que voltar. Prometi a Maite. Quem sabe outra hora?
— e sai apressada, sem me importar com o que ele iria pensar disso.
Que pensasse que eu era covarde! Melhor assim. Bem melhor que pensar que eu estava interessada nele ou naqueles braços rígidos e fortes que pareciam feitos de granito. E eu realmente não estava interessada!
Definitivamente não estava!




GrazihUckermann: Continuando!! S2


 


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Autor(a): Fer Linhares

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 90



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  • kaillany Postado em 17/01/2017 - 15:34:52

    Parabéns amei do começo ao fim!!!!s2

  • tahhvondy Postado em 16/01/2017 - 17:33:32

    amei q lindo super amei e m ansiosa pro proximo livro

  • Captain Swan Postado em 16/01/2017 - 14:45:03

    Já ta postado o proximo livro o link ta nos agradecimentos bjss S2

  • GrazihUckermann Postado em 16/01/2017 - 14:38:38

    Ameii! estou muito ansiosa pelo próximo livro s2 posta logo PFV

  • GrazihUckermann Postado em 15/01/2017 - 22:04:26

    Sumi mas estou de volta! 10 capitulos novo e li tudo rapidinho. tá, talvez demorei tipo uma hora e meia, quase duas. amei de mais! Estou apaixonada por esse dois s2 continua logo

  • Postado em 15/01/2017 - 20:30:45

    ah ta acabando q triste mas to amando e o q o futuro deles??se for o q to pensando e mt legal continua

  • tahhvondy Postado em 15/01/2017 - 17:27:14

    ai o cometario abaixo e meu não vir q não tava longada

  • Postado em 15/01/2017 - 17:24:53

    amei e uma menina e amei q colocaram o nome dela de nina

  • tahhvondy Postado em 15/01/2017 - 16:54:46

    owts bebe vondy a caminho amando

  • tahhvondy Postado em 15/01/2017 - 00:35:26

    Ossa odiando essa tia do Christopher cm ela teve coragem de sequestrar a Maite sorte q acharam ela mas essa tia vai continuar causando problemas? ?e o Anfonso vai casar cm a Anahí??


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