Fanfics Brasil - Capítulo 19 Perdida, Encontrada - (Vondy) [TERMINADA]

Fanfic: Perdida, Encontrada - (Vondy) [TERMINADA] | Tema: Vondy (Adaptada)


Capítulo: Capítulo 19

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Eu não tinha intenção de sair do quarto, mas meu estômago se contorcia desconfortavelmente e me vi sem alternativas. Fiquei surpresa ao encontrar Christopher na sala, pensei que fosse me evitar depois do incidente embaraçoso em meu quarto — e na estrada. Fiquei ainda mais surpresa quando vi que havia mais cinco pessoas na sala de estar: Maite, Anahí, um casal mais velho e a garota que conheci no primeiro dia que fui à vila. Valentina sei-la-do-que.
— Senhorita Dulce, que imenso prazer em revê-la! — Valentina veio a meu encontro, piscando muito.
Sério, a garota tinha algum problema nos olhos?
— Estava agora mesmo perguntando para a senhorita Maite se nos daria o prazer de sua companhia. — completou, parando bem ao meu lado. Inclinou-se ligeiramente e sorriu.
— Hã... Me desculpe, Valentina. Eu estava...
— Eu estava explicando à senhorita Valentina que você não estava se sentindo bem esta noite. — Christopher interveio... — Está melhor agora, senhorita Dulce?
Não pude encará-lo. Ainda estava muito constrangida com os eventos daquele dia desastroso.
— Estou. — respondi fracamente. — Obrigada, estou bem.
— Fico feliz em ouvir isso. — Maite colocou suas mãos no meu braço. — Estava sentindo sua falta, Dulce.
Maravilha! Mais uma pessoa que ficaria magoada quando eu fosse embora!
Valentina se aproximou do casal e se dirigiu a mim.
— Senhorita Dulce, quero apresentar-lhe meu pai, Senhor Walter de Albuquerque, e minha mãe, Senhora Adelaide de Albuquerque.
— Prazer em revê-la, senhorita. Vejo que encontrarmo-nos numa ocasião mais agradável desta vez. Parece estar muito melhor do que quando nos conhecemos. — Sabia que já tinha visto aquele bigode antes! Era o homem de cartola na carruagem. — E Valentina estava demasiadamente ansiosa para revê-la. Parece que causou boa impressão, minha jovem.
— O prazer é meu, senhor. E causar é minha especialidade. Nina sempre diz isso. — Dulce causou geral! ela dizia com frequência, sempre que eu dava um ataque.
Mais ou menos uma vez por semana.
Sorri ao pensar nela. Estava com uma saudade louca da minha amiga.
Apenas eu ri, mais ninguém entendeu meu trocadilho, revirei os olhos e suspirei.
— Bem... — Elisa percebendo o embaraço geral, tentou mudar de assunto. — Espero que seu vestido já esteja pronto, senhorita Valentina. Certamente virá ao baile no sábado!
— Mas é claro, senhorita Maite. Já o encomendei. Deve, ficar pronto amanhã. Estou muito animada com este baile. O ultimo ao qual fui convidada ocorreu no mês passado na casa de Marquês de Bourbon!
Ainda existiam os marqueses? Que máximo!
— E não foi um baile muito agradável. — disse sua mãe. Notei de onde sua filha herdara a beleza, mesmo sendo mais velha ainda era uma mulher muito bonita. — Alguns cavalheiros se excederam no uísque e tivemos que deixar o baile apressadamente.
— Sim, mamãe, eu me lembro. Mas os amigos dos Uckermann são mais respeitosos que os do marquês. Creio que por ainda ser solteiro, sem uma boa esposa para guiá-lo no caminho certo o marquês acabou cercado de amizades inconvenientes.
— Oh, sim! — disse veementemente a Senhora Adelaide. — Um homem sem esposa acaba perdendo seu rumo. — notei o olhar que ela lançou na direção de Christopher. — Valentina será uma esposa admirável. Foi muito preparada para isso. Não concorda, Senhor Uckermann?
Que gentileza a dela! Oferecer tão sutilmente sua filha daquela maneira!
— Sim, Senhora Adelaide — disse Christopher, depois de pigarrear. Ele também notou a oferta.
— Suponho que todo homem de bem precise de uma boa esposa ao seu lado. E o homem que escolher sua filha será um homem de muita sorte, certamente.
Valentina baixou os olhos, corando, um pequeno sorriso nos lábios. Vi o constrangimento e a satisfação surgirem em seu rosto de boneca.
Aquilo ficava cada vez melhor! Por que foi que eu saí do quarto mesmo?
Os dois homens iniciaram uma animada conversa sobre caça — ainda que eu não pudesse imaginar Christopher atirando em qualquer coisa. Valentina se sentou ao meu lado. Ela não tirou os olhos de Christopher, e sua mãe, de mim. Eu não parava de pensar que aquela visita para me apresentar a seus pais era apenas uma desculpa e que, no fundo, Valentina e sua mãe queriam investigar o que eu estava fazendo ali e o que Christopher achava disso. Adelaide parecia desconfiar de alguma forma e, na verdade os instintos dela estavam quase certos.
Falei pouco para não correr o risco de dizer asneiras, mas ouvi boa parte da conversa das mulheres. Coisas sem importância para mim: a família Borges também adquiriu uma nova carruagem, o alfaiate brigou com o padeiro, e se negava a abrir a loja enquanto ele não retirasse a banca de pães da frente da sua porta. E falaram sobre fitas e vestidos — um assunto discutido muito animadamente.
Descobri que Valentina realmente estava apaixonada por Christopher. A forma como olhava para ele, com adoração, com prazer, com constrangimento, deixava claro o que sentia por ele.
Não gostei dessa parte.
Vez ou outra Christopher olhava em nossa direção e sorria. Não pude ter certeza se seus sorrisos eram destinados para a garota pequenina, delicada e inocente ao meu lado ou se para mim.
Valentina corou e baixou a cabeça toda vez que o viu sorrir. Senti meu rosto esquentar também, mas não por constrangimento.
Como ele se atrevia? Flertar com Valentina bem na minha frente? E todas as coisas que me disse naquela tarde? E aquele beijo?
No entanto, assim que consegui recuperar o bom senso, pensei que talvez fosse bom se ele se interessasse por ela. Valentina poderia ser uma ótima esposa e uma irmã muito atenciosa para Maite. Dava pra ver que as duas tinham afinidade. Se bem que eu achava difícil Maite não gostar de alguém, praticamente impossível.
Com o coração pesado, compreendi que talvez a vida dele seguisse esse curso se eu não tivesse simplesmente me transportado para aquele século e bagunçado sua vida. E eu queria que ele fosse feliz. Valentina seria perfeita para ele. Era linda apesar do seu pisca-pisca irritante, usava o vestido bufante sem parecer ter problemas, saberia como recepcionar os convidados nas festas e jantares, saberia organizar a casa e os empregados. Ensinaria Maite o que uma mulher do século dezenove precisaria saber e, quando conversasse com seus amigos, não os chocaria.
Eu era a pedra no sapato, não ela.
De repente, meu estômago se retorceu, a fome esquecida.
— Maite, se importa se eu for pro meu quarto? Estou com dor de cabeça e não serei uma companhia muito agradável para ninguém. — sussurrei.
— Ah! Que pena! — ela disse desanimada. — Quer que eu peça à Senhora Madalena para lhe fazer um chá?
— Não, obrigada. — eu só queria sair dali, o mais rápido possível!
— Espero que melhore logo, senhorita Dulce. — Valentina me disse, com os olhos sinceros. — É uma pena não termos sua companhia no jantar...
Apenas assenti com a cabeça. Não queria ficar perto dela nem mais um minuto. Por que, apesar de tudo, ela parecia ser uma boa garota. Não queria acabar gostando dela e me sentindo uma vadia por interferir no seu destino. Pois, diferente de Anahí, Valentina parecia se importar com Christopher, e eu não poderia odiá-la mesmo que tentasse. Ela era amável e gentil, a mulher certa para ele. Meu estômago revirou outra vez.
Desculpei-me com os outros convidados e disparei feito um raio para meu quarto. Não olhei para Christopher. No entanto, quando eu estava na metade do longo corredor mal iluminado, ouvi passos pesados atrás de mim e me virei para ver quem era.
Christopher, claro, vindo ao meu encontro.
Andei mais rápido, tentando chegar ao quarto antes que ele pudesse me alcançar.
—Senhorita Dulce. — ele chamou à meia voz.
Por que me arrepia o corpo todo apenas ouvir o som de sua voz? Argh!
Não parei. Continuei mais rápido até quase estar correndo. Ouvi seus passos se acelerarem também.
— Senhorita Dulce. — ele repetiu mais firme.
Eu realmente corria agora. Lancei-me para dentro do quarto como uma bola de canhão e rapidamente comecei a fechar a porta. Mas Christopher estava mais perto do que eu pensava. Ele colocou o pé entre as portas, antes que eu pudesse fechá-las. Tentei empurrar mais forte, usando todo o peso do meu corpo como apoio, esmagando seu pé, mas foi em vão. Derrotada e sem outra opção, desisti, deixando as duas partes da porta se escancararem.
— O que você quer? — perguntei friamente.
— Quero falar com você. — exigiu.
— Acho que não é nem a hora e nem o lugar ideal para isso. Pode falar comigo amanhã.
Agora volte para seus convidados e me deixe em paz!
Seus olhos ficaram tão tristes que meu coração se encolheu dentro do meu peito.
— Por que está fazendo isso? — perguntou, sua voz baixa e intensa. Calafrios subiram e desceram por minha espinha.
— Não estou fazendo nada. — respondi petulante.
— Está fingindo que nada aconteceu. Que nada mudou. — o brilho prateado em seus olhos negros me perturbava. Por que ele tinha que me olhar daquele jeito? — Por que me manda embora?
Fiquei parada apenas o encarando, sem saber bem como responder a sua pergunta.
— Dulce — ele sussurrou. — Não sei o que você quer, mas basta me dizer e eu farei.
— Quero que volte para a droga do jantar — minha voz subiu um pouco. Minhas emoções tão confusas quanto meus pensamentos. — Quero que volte e aproveite a companhia adorável da futura esposa perfeita! Quero que se divirta com os sorrisos inocentes de Valentina. Quero que fique bem longe de mim! Quero que suma da minha frente! — tentei fechar a porta para que meu recado fosse ainda mais explícito, mas Christopher não se moveu.
A última coisa que eu esperava ver em seu rosto era um sorriso, que se tornava cada vez maior conforme os segundos passavam.
— Você está com ciúme! — ele afirmou satisfeito.
— Eu? Ciúme? De você? Rá! — tentei empurrá-lo para fora com a ajuda da porta, mas ele era grande demais, forte demais.
— Pois eu penso que está. — seu sorriso enorme me irritou ainda mais. Eu queria tanto quebrar seu nariz!
— Não dou a mínima pro que você pensa. Agora, por favor, saia. Você já invadiu meu quarto hoje! Por que não pode simplesmente me deixar em paz? — usei toda minha força para fechar a maldita porta.
— Eu preciso lhe fazer uma pergunta — ele segurou facilmente a porta quando tentei fechá-la outra vez. — Depois a deixarei em paz. Prometo.
Suspirei e desisti da porta. Meus dedos doíam pelo esforço e eu não consegui mover Christopher nem um único milímetro.
— Então, comece logo, estou cansada. — bufei derrotada.
— Lembra-se sobre o que conversamos esta tarde?
— Poderia ser mais específico? Falamos sobre muitas coisas. Ele sorriu maliciosamente.
Argh!
— Certamente. Esta tarde você me disse que nunca assistiu uma ópera, não disse? — perguntou, com os olhos brilhando de entusiasmo.
— E daí? — tentei parecer indiferente, mas o assunto que ele escolheu realmente me pegou de surpresa.
— Pois mandei Isaac comprar nossas entradas para a apresentação de amanhã à noite.
Então, eu queria... Ter certeza de que não mudou de ideia depois de meu comportamento...
Grosseiro.
— Grosseiro? Acho que dizer que se comportou como um animal seria mais adequado. — minhas bochechas queimaram de vergonha com a lembrança de seu rosto abismado olhando meu corpo nu na banheira.
— Não imagina o quanto lamento por ter invadido sua privacidade daquela maneira, senhorita. — o embaraço em sua voz espelhado em seu rosto. — Não mais se repetirá, prometo.
— É mesmo? Por que tenho a impressão de que está fazendo exatamente a mesma coisa agora! — rebati cruzando os braços.
Sua boca se retorceu e sua testa se enrugou. Ele ficou constrangido. Constrangido e infeliz.
— Você está certa. — e recuou um passo, deixando o caminho livre para que eu pudesse fechar a porta.
Não a fechei, entretanto. Encarei-o por um tempo. Seu rosto triste me impedia de bater a porta e seguia dentro do quarto.
— Então, irá comigo? — indagou inseguro, depois de um tempo em silêncio. — Ao espetáculo? À ópera?
—Você e eu? — ele estava brincado comigo?
— Sim. Eu e você. — disse lentamente. — Anahí e Maite certamente também irão. É uma peça muito aclamada. La Cenerentola, de um jovem músico, Rossini. Já ouviu falar dele?
— Acho que não. Não sou muito de ópera. — ele já sabia disso.
Ele esperou. Depois de um tempo desistiu.
— Tem certeza que não prefere convidar Valentina? Ela com certeza saberá quem é esse tal Rossili.
— Rossini. — corrigiu, tentando não sorrir e não obtendo sucesso. — Apesar de suas negativas, senhorita tenho a impressão de que está com ciúmes da senhorita Valentina.
Ele ergueu a mão quando tentei protestar, dando um passo a frente para se aproximar outra vez e colocou um dedo sobre meus lábios.
— Não precisa se dar ao trabalho de negar, acho que já a conheço bastante bem para saber que jamais admitiria tal coisa. E não há motivo para se sentir enciumada, posso lhe garantir!
Meu corpo reagiu imediatamente ao seu toque. E, pelo que vi em seus olhos, o dele reagia igualmente. Totalmente sem controle.
Eu quis dizer a ele pra ir embora. Eu quis! Mas meus lábios não responderam ao comando, não porque o dedo sobre eles me impedisse — mal me tocava, exercia uma suave pressão —, mas porque eu simplesmente não era capaz de falar coisa alguma. E então pude dizer mais nada, pois uma grande parte de mim queria mandar tudo pro inferno e se agarrar a ele.
Instantes depois, Christopher delicadamente acompanhou o desenho de meu lábio inferior com o dedo. Pequenos tremores abalaram minha estrutura. E então, de repente, sem mais nem menos, se afastou novamente. Fiquei desnorteada, sem equilíbrio.
— Desculpe-me. Isso não irá se repetir. Eu prometo. — afirmou constrangido.
Eu não sabia se ria da situação ou se chorava em desespero. Ele estava me dando o que eu pedi. Estava mantendo distância.
— Ótimo! — menti, ainda ofegante.
Christopher colocou as mãos no bolso da calça e, depois de hesitar, falou novamente.
— Então, me acompanhará amanhã? — a insegurança em sua voz me desarmou completamente.
— Se mantiver suas mãos longe de mim... — dei de ombros. Que soubesse que eu não me importava que não quisesse me tocar outra vez! — Tudo bem.
— Já lhe prometi isso antes. Serei mais cuidadoso daqui em diante, lhe asseguro.
— vi seu rosto escurecer como uma nuvem de chuva através da fraca luz das velas. A obstinação que vi nele não deixava dúvidas de que cumpriria sua promessa.
Assenti, frustrada. Eu não sabia mais o que queria...
— Boa noite, então. — e peguei as maçanetas, começando a fechar a porta lentamente.
— Até amanhã, Dulce. — ele sussurrou e, enquanto eu observava sua figura desaparecer no corredor, senti que meu mundo, de pernas pro ar há alguns dias, desmoronava de vez.




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Autor(a): Fer Linhares

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 90



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  • kaillany Postado em 17/01/2017 - 15:34:52

    Parabéns amei do começo ao fim!!!!s2

  • tahhvondy Postado em 16/01/2017 - 17:33:32

    amei q lindo super amei e m ansiosa pro proximo livro

  • Captain Swan Postado em 16/01/2017 - 14:45:03

    Já ta postado o proximo livro o link ta nos agradecimentos bjss S2

  • GrazihUckermann Postado em 16/01/2017 - 14:38:38

    Ameii! estou muito ansiosa pelo próximo livro s2 posta logo PFV

  • GrazihUckermann Postado em 15/01/2017 - 22:04:26

    Sumi mas estou de volta! 10 capitulos novo e li tudo rapidinho. tá, talvez demorei tipo uma hora e meia, quase duas. amei de mais! Estou apaixonada por esse dois s2 continua logo

  • Postado em 15/01/2017 - 20:30:45

    ah ta acabando q triste mas to amando e o q o futuro deles??se for o q to pensando e mt legal continua

  • tahhvondy Postado em 15/01/2017 - 17:27:14

    ai o cometario abaixo e meu não vir q não tava longada

  • Postado em 15/01/2017 - 17:24:53

    amei e uma menina e amei q colocaram o nome dela de nina

  • tahhvondy Postado em 15/01/2017 - 16:54:46

    owts bebe vondy a caminho amando

  • tahhvondy Postado em 15/01/2017 - 00:35:26

    Ossa odiando essa tia do Christopher cm ela teve coragem de sequestrar a Maite sorte q acharam ela mas essa tia vai continuar causando problemas? ?e o Anfonso vai casar cm a Anahí??


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