Fanfics Brasil - Capítulo 8 (2ª Temporada) Perdida, Encontrada - (Vondy) [TERMINADA]

Fanfic: Perdida, Encontrada - (Vondy) [TERMINADA] | Tema: Vondy (Adaptada)


Capítulo: Capítulo 8 (2ª Temporada)

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Estava um verdadeiro inferno ali. Rolhas voavam como balas perdidas, ricocheteando nas paredes e no teto. O champanhe dourado escorria como chafariz das garrafas que explodiam sem motivo. O líquido empoçava no chão e lambia sacos de farinha, açúcar e o que mais encontrasse pela frente.
Christopher cuspiu um palavrão.
— Ai! — gemi quando uma rolha acertou a minha testa.
Ele se colocou na minha frente, me abraçando. E várias rolhas lhe atingiram as costas.
— Para o chão! — gritou Christopher. — Depressa!
Agindo rápido, ele me puxou para baixo até que eu me deitasse, e o champanhe ensopou a frente do meu vestido. Christopher usava o próprio corpo para me proteger do tiroteio, se deitando meio de lado, meio sobre mim.
— O que está acontecendo? — Maite gritou ali perto.
— Não entre aqui, Maite! Chame o Gomes! — Christopher ordenou, cobrindo minha cabeça com uma das mãos.
Po-po-po-po-po-po-po-po-po-po-po-po-pooooooooop!
— Por que elas estão explodindo? — perguntei, com a cara colada ao chão molhado.
— Porque a parede em que as caixas estão apoiadas é a mesma do fogão. Imagino que a alta temperatura tenha aumentado a pressão dentro das garrafas.
Merda. Merda. Merda.
O entregador sabia que isso ia acontecer e não disse nada, aquele cretino.
— A gente tem que fazer alguma coisa! — falei. — Vamos perder toda a bebida do casamento!
Christopher se contorceu para tirar o paletó e ainda continuar me protegendo das rolhas.
Ele me entregou o casaco.
— Cubra a cabeça com isso.
Em seguida, puxou a camisa pela gola.
Eu sei, eu não devia prestar atenção nisso no meio daquele tiroteio, mas Christopher sem camisa era uma visão e tanto, de modo que meus olhos se demoraram só um pouquinho naquela trilha de pelos tão sexy que desaparecia no cós da calça.
Ele colocou a camisa sobre a cabeça, criando uma tenda. As garrafas continuavam explodindo.
— Vou afastar as caixas da parede. Quero que saia daqui assim que achar seguro! — Ele me beijou com fúria antes de se levantar.
Rastejei pela despensa enquanto Christropher se aproximava com seu escudocamisa, praguejando baixo toda vez que era atingido. Ergui a cabeça e avistei a grande tina de madeira cheia de água do outro lado da cozinha.
Escapei do quartinho e corri em direção a ela, com um plano já se formando em minha mente, mas movê-la se mostrou impossível. Teria sido mais fácil se eu tivesse tentado inventar o refrigerador.
Christopher gemeu dentro da saleta, e eu disparei para junto dele. Ele tinha conseguido mover duas caixas para perto da porta. Metade das garrafas estava aberta. As outras se sacudiam, procurando a liberação. Perderíamos todo o lote se não fizéssemos algo depressa.
— Dulce, saia daqui ou vai se ferir! — ele gritou, carregando mais duas caixas.
— Tive uma ideia. — Eu me abaixei para apanhar três garrafas e corri até a tina. Imergi o champanhe ali; uma das garrafas estourou mesmo dentro da água, mas as outras duas, depois de algumas convulsões, se aquietaram. Voltei para a despensa para pegar mais. Quando Christopher percebeu que meu plano funcionava, se juntou a mim. Bom, na verdade ele pegou as garrafas que eu segurava e ordenou que eu ficasse longe, por causa dos pontos
no meu braço e tal. Não que eu tenha obedecido, claro.
Quinze minutos mais tarde estávamos sem fôlego, ensopados de champanhe e suor. Entramos novamente na despensa para nos certificar de que todas as bebidas fechadas tinham sido resgatadas. Eu me recostei em Christopher, tentando levar ar aos pulmões. Havia incontáveis garrafas abertas, jogadas no chão ou ainda cascateando. O assoalho se transformara numa piscina onde rolhas flutuavam.
— De quem diabos foi a ideia de armazenar as bebidas na despensa? — ele passou a mão pelos cabelos e jogou a camisa sobre o ombro.
— Bom... foi... humm... minha — alisei a frente do vestido encharcado. A atadura estava ainda pior. Limpei a garganta, mirando o lago espumante.
Christopher soltou um longo suspiro exasperado.
— Eu não sabia onde você estava — continuei, sem olhar para ele —, e ninguém apareceu para atender a porta. E você nunca me levou para conhecer a adega, eu não sei onde fica, então... Desculpa, Christopher. Eu não sabia que não podia colocar as bebidas aqui. Só quis ajudar. Não imaginei que causaria uma guerra. — E prejuízos, me dei conta.
— Tudo bem. Foi um acidente. Podia acontecer com qualquer um. Mas sugiro que da próxima vez pergunte antes.
Eu gemi.
— Isso não vai dar certo.
— Claro que vai. Você pode dizer: “Christopher, onde fica a parada da adega”. — Um dos cantos de sua boca se ergueu para enfatizar a gíria que vez ou outra eu usava para me referir a coisas cujo nome eu desconhecia. — Ao que eu responderei: “Venha, vou lhe mostrar onde fica”.
Sacudi a cabeça.
— Tô falando de me tornar a responsável pela vida doméstica. Não vou conseguir organizar uma casa do século dezenove sem mandá-la pelos ares.
— Sua ideia de resfriar as garrafas foi muito boa — ele me consolou.
— O que a gente vai fazer agora? Com as bebidas? Sobraram só... — Pop! — Acho que não quero saber quantas sobraram.
— Vou pedir para o Isaac ir até a vila encomendar mais, em caráter de urgência. Não se preocupe com isso. Agora me deixe ver sua testa. — Afastando com os dedos os fios de cabelo que se grudavam à minha têmpora, ele procurou um galo ou coisa assim, me obrigando a olhar para ele.
— Desculpa mesmo, Christopher. Eu não sabia e ainda não sei onde fica a parada da adega.
Ele exibiu um meio sorriso.
— Eu a levarei até lá qualquer hora. Até que isso foi divertido.
Baixei os olhos sem graça. Círculos vermelhos decoravam a pele clara de seu tórax. Contornei vários deles com a ponta do indicador.
— Você tá todo estropiado.
Ele riu e me abraçou pela cintura. Sua pele estava quente, e foi uma sensação e tanto quando se grudou ao meu vestido ensopado.
— E você está encharcada. — Ele me beijou de leve.
— Virgem Santíssima! O que aconteceu aqui? — Gomes apareceu com dois empregados, observando as rolhas nadarem no lago de champanhe.
Christopher me soltou, mas não por completo. Manteve uma das mãos nas minhas costas.
— Um pequeno incidente, senhor Gomes — respondeu Christopher, evasivo.
— Chamado Dulce — completei com um gemido.
— Vou levar minha noiva para o quarto e volto em seguida para ajudá-los — Christopher avisou.
— Não se incomode, patrão. Colocaremos tudo em ordem. Creio que vá precisar de mais bebidas.
Christopher fez que sim com a cabeça e começou a dar instruções, mas eu parei de ouvir enquanto assistia a um dos empregados virando uma caixa para cima e sacudindo a cabeça. Meu primeiro trabalho como administradora da casa, e eu arruinara cento e trinta e seis...
Pop.
Cento e trinta e sete garrafas de champanhe. Típico.
Aproveitei para pegar o paletó esquecido sobre a mesa e o devolvi a meu noivo.
Christopher tirou a camisa do ombro e a jogou dentro da tina, vestindo o paletó em seguida. Ele me conduziu ao quarto e tudo parecia igual a todos os dias, exceto pelo fato de que, quando alcançamos a porta, paramos um de frente para o outro e ficamos ali no corredor nos encarando — um perigo, devido à nossa história. Quase sempre terminávamos os dois do lado de dentro.
Mas não naquela noite.
— Então é aqui que eu fico — apontei com o polegar para a porta atrás de mim.
Ele a observou por um instante, e uma aflição inquietante reluziu em seus olhos.
— E eu tenho que voltar. — Ele agarrou minha mão com certa urgência e beijou o dorso. Ah, certo. A coisa de manter os pensamentos longe de certos assuntos. — Boa noite, meu amor. Até amanhã.
Ele já se virava para voltar à adega quando o chamei de volta.
— Então você não mudou de ideia? Ainda vai se casar comigo mesmo vendo em primeira mão que desastre de esposa serei?
O sorriso sedutor que surgiu em seus lábios fez meu pulso disparar e meus joelhos tremerem. Com duas passadas largas, ele estava praticamente colado a mim.
— Duvido que qualquer cavalheiro que eu conheço tenha a sorte de se casar com alguém que dá novo sentido à palavra “monotonia”. E é preciso muito mais que uma simples guerra de rolhas para que eu desista de você, senhorita. — E me envolveu com seus braços fortes antes que eu pudesse piscar. — Na verdade, posso lhe garantir que nada me faria desistir. Seja neste século ou em qualquer outro.
Peguei-me sorrido.
— Você diz isso porque não sabe o que é uma Ferrari — brinquei.
— Nem mesmo por dez Ferraris. Seja lá o que for isso. Esperei a vida toda por você, Dulce. Não vou deixá-la escapar. — Faíscas prateadas reluziram em seu olhar quando ele abaixou a cabeça, buscando minha boca.
O beijo começou doce, apenas um beijo de boa-noite sem nenhuma outra intenção. Mas, ao se afastar, Christopher umedeceu os lábios, provando, e arqueouuma sobrancelha. Então se inclinou de novo e deslizou a pontinha da língua por meu lábio inferior. Eu estremeci.
— Humm... Estou pensando seriamente em deixá-la a cargo das entregas das bebidas de agora em diante. — E voltou a me beijar.
Foi assim que perdemos o controle. Aquela boca tinha gosto de Christopher e de algo pecaminoso, sobretudo quando as investidas de sua língua se tornaram mais precisas, determinadas. Meu coração acelerou a tal ponto que temi um ataque cardíaco. O braço em minha cintura se estreitou, colando-me ainda mais a ele, e eu tinha certeza de que àquela altura a história de manter os pensamentos afastados da tentação tinha ido para o
vinagre. Ou para o champanhe.
Enrosquei os dedos em seus cabelos encorpados ao mesmo tempo em que ele me abraçou mais forte, a ponto de meus pés saírem do chão. Eu sabia o que viria a seguir. Ele me prensaria contra a porta e nos beijaríamos como se o mundo estivesse acabando. Então um de nós — eu, pois ele sempre deixava claro que a decisão era minha — procuraria pela maçaneta, e durante o resto da noite aquele quarto se tornaria um pequeno pedaço do paraíso.
Era o que teria acontecido, se Madalena não tivesse nos surpreendido.
— Senhor Uckermann! Solte-a agora mesmo!
Christopher interrompeu o beijo, olhou por sobre o ombro e fez uma careta.
— Maldição — murmurou baixinho, me colocando no chão com cuidado. — Eu tinha certeza de que ela estaria ocupada esta noite.
— O que pensa que está fazendo? — Madalena nos alcançou e me puxou para longe dele, se colocando entre nós. — Quantas vezes terei de recriminá-lo para que entenda que não deve se portar de maneira tão impudente com a mulher que em poucas horas será sua esposa? — Ela girou sobre os calcanhares. — E você, senhorita, por que permite que ele a trate de maneira tão desrespeitosa?
— Porque o amo — dei de ombros.
O rosto dela assumiu um tom arroxeado.
— Senhorita Dulce! Já para o seu quarto! — A mulher abriu a porta.
— A culpa foi toda minha, senhora Madalena — começou Christopher, passando a mão pelos cabelos úmidos. — Eu persuadi a senhorita Dulce. Ela tentou me deter.
— Ah, eu notei quanto ela estava tentando se livrar do senhor! Notei mesmo. Agora venha, senhorita, vou ajudá-la a trocar de roupa. Boa noite, senhor Uckermann! — Ela me empurrou para dentro do quarto, batendo a porta na cara de Christopher. Porém, antes que o painel de madeira nos separasse, vi os lábios dele se moverem sem emitir som algum. “Sonhe comigo”, pedira, para em seguida enfiar as mãos nos bolsos da calça. E eu podia apostar que sonharia. Exatamente como naquela cena: enquadrado pelo batente, os cabelos uma bagunça só, o paletó escuro entreaberto criando um contraste enlouquecedor com a pele clara, os gomos marcados em seu abdome.
— Madalena! Não precisava fazer todo esse escândalo! — Tentei alcançar a porta, mas ela me impediu.
— Não quero ouvir suas súplicas, senhorita Dulce. Tudo que peço é um pouco de decoro. O que há com vocês dois que se comportam como dois libertinos? Ande logo com isso. — Madalena literalmente teve de me arrastar para longe da porta. Caramba, eu nem me despedi direito.
— Poxa, Madalena. Amanhã ele será meu marido. Estava só me dando um beijinho de boa-noite.
— Sei bem o que pretendiam. Não tente me enganar, minha jovem. — Ela atirou meu pijama preferido sobre a cama (a camisa velha manchada de tinta de Christopher) e me ajudou a desabotoar o vestido molhado. Então pegou a toalha e a esfregou pelo meu corpo. Assim que vesti a camisa velha, ela já estava mais calma, se prontificando a soltar minha trança, que
milagrosamente escapara ilesa da confusão.
— Quer que penteie seus cabelos? — ofereceu.
— Você deve estar muito ocupada. Posso fazer isso sozinha.
— É sempre um prazer ajudá-la, senhorita Dulce. — E me guiou até a penteadeira.
Com delicadeza, Madalena começou a desembaraçar as mechas dos meus cabelos, escovando-os metodicamente. Meu cabelo dobrara de volume, mas, quanto mais armado, mais contente Madalena ficava, de modo que eu sempre permitia que ela brincasse com ele até eu ficar parecida com o Slash, do Guns N’ Roses.
— Você já teve namorado, Madalena? — puxei conversa.
Pelo espelho, vi seu rosto se iluminar, corando, e, relutante, ela assentiu.
— E o que aconteceu? — quis saber.
— Ele adoeceu pouco antes de nossos pais acertarem o casamento. Febre amarela, pobrezinho.
— Sinto muito. Mas depois disso você nunca mais se apaixonou?
— Paixão é para os jovens, senhorita.
— Para com isso, Madalena! — Então, abruptamente, ela soltou os meus cabelos. As pessoas do século dezenove eram tão literais! — Não estou falando do cabelo. Pode continuar. Gosto quando você me penteia. Eu quis dizer é que você está enganada quanto a se apaixonar. Paixão não tem idade. Qualquer um com um coração batendo pode se apaixonar.
Ela bufou.
— Humpf! Pois sim! É tão ridículo alguém da minha idade se apaixonar que não há nem nome para isso. Veja o senhor Gomes, que se presta a um papel desses.
— Ele tá apaixonado?
— Foi o que Isaac me confidenciou. — As escovadas então se tornaram mais bruscas. — Veja se tem cabimento, senhorita. Um homem daquela idade se dar ao desfrute de ter sentimentos como se fosse um jovenzinho?
Aposto que essa senhora por quem ele se encantou deve ser uma daquelas damas de má reputação.
— Você não sabe quem ela é?
— Não, e nem quero! Ele que faça bom proveito da companhia dessa dama.
Soltei uma gargalhada.
— Você tá parecendo eu, quando percebi que a Valentina... — me detive.
Oh!
— O que tem a senhorita Valentina? — ela quis saber.
— Humm... Nada. Deixa pra lá.
Madalena assentiu uma vez, ainda com a cara amarrada e os pensamentos distantes. Por fim terminou com o meu cabelo, me desejou boanoite e passou pela porta, quase trombando em Maite.
— O que fizeram com seu cabelo? — perguntou a menina, com sua camisola longa, folgada e cheia de babados, tentando conter a gargalhada.
Deslizei os dedos sobre a massa eriçada.
— Madalena andou brincando com ele outra vez.
— Eu a procurei justamente por isso. O que pretende fazer nos cabelos amanhã? — Ela se sentou aos pés da cama.
— Não faço ideia — confessei.
A questão era que meu cabelo sempre fora um problema. Não havia muito o que fazer, e, sendo bem honesta, eu não sabia fazer muita coisa.
— Acho que queria deixá-lo solto. Pega mal? — Segundo madame Georgette, meu vestido já daria o que falar. — As pessoas ficarão chocadas?
— Penso que deve fazer o que quiser no dia de seu casamento — afirmou ela, exibindo as covinhas.
— Gostaria de ter alguma coisa para moldá-lo. Fazer uns cachos bonitos ou coisa assim.
Apesar de o meu condicionador caseiro ter virado febre no casarão — até Maite, com seus cabelos escorridos, aderiu —, era a única sofisticação que se podia esperar. Nada de gel, spray ou até um simples creme para me socorrer.
— Eu tenho exatamente o que você precisa! — A garota saltou do colchão. — Vamos fazer grandes caracóis e soltá-los pela manhã. Espere um minuto. Volto logo. — E, rápida como uma gata, saiu do quarto.
Alguns minutos depois ela retornou com uma caixinha de madeira decorada.
— São de Anahí, mas sei que ela não vai se importar. — Maite abriu a tampa e me mostrou uma centena de retalhos de tecido branco.
— Humm... Vai moldar meu cabelo com isso aí?
— Sim. E amanhã você será a noiva mais esplendorosa de que já se teve notícia. Posso? — e indicou as tirinhas com um olhar esperançoso.
— Tudo bem, mas nada de cachos pequenos. Fico parecendo um poodle.
— Grandes cachos dourados é o que terá, então.
Maite começou a enrolar as mechas nos dedos, colocou um bolo de retalhos estreitos no meu colo, escolheu um e fez alguma coisa com ele.
Doeu. Não pude me mover até que ela tivesse terminado com todo o cabelo.
Com a cabeça latejando, e assim que ela permitiu, olhei-me no espelho do toucador — enfim alguém me disse o nome da mesinha com a bacia, o jarro de água e o espelho — e quase caí para trás. Elisa usara os retalhos para amarrar os caracóis. Havia centenas de pontas brancas tremulando em minha cabeleira, como se milhares de plumas tivessem sido espetadas. Eu
era praticamente uma drag queen.
— Espero que você saiba o que tá fazendo. Se seu irmão me vir assim, vai fugir do país.
Ela riu em deleite.
— Engana-se aquele que não crê no sofrimento existente na beleza.
Paciente, ela guardou os retalhos restantes de volta na caixa, colocou-a sobre a mesa de cabeceira e se deitou de bruços na cama.
Juntei-me a ela.
— Está nervosa? — perguntou.
— Um pouco. Ainda mais depois do incidente com as bebidas. Juro que não sei onde fica a adega.
— Eu logo imaginei. Fica no porão, a entrada é por fora, na lateral da casa. Eu a levo até lá um dia desses. Estou muito agitada, e creio que passarei a noite em claro se ficar sozinha. Anahí me faz tanta falta! Se incomodaria se eu dormisse com você?
— Claro que não, Maite. Pode ficar.
— Mal posso acreditar na sorte que tenho — ela suspirou contente. — Christopher não poderia ter escolhido uma irmã melhor para mim. — E pulou para debaixo das cobertas.
— Maite... — Tentei encontrar as palavras certas para abordar o assunto enquanto me sentava na beirada do colchão. Eu não queria que Maite me odiasse. O que era quase inevitável, caso minha suspeita se confirmasse. — Aqueles boatos que a Madalena mencionou mais cedo... Não sei do que se tratam, mas são sobre mim. E, se estão falando a meu respeito, é possível que o nome da sua família esteja na boca do povo também.
— Nossa família. Você já é parte dela há muito tempo — corrigiu. — Os meses em que esteve ausente foram terríveis, Dulce. Senti muito a sua falta, mas pior ainda foi ver meu irmão praticamente enlouquecer. Nada do que as pessoas digam a seu respeito pode ser pior do que aquilo que enfrentamos. Não me importo com o que dizem, e sei que Christopher também não.
Meus olhos ficaram úmidos. Devia ser por conta da TCP.
— Você é o máximo, Maite. Sabe disso, não sabe?
Ela corou, baixando os olhos.
— Sua opinião e apreço significam tudo para mim. Agora vamos dormir. Amanhã é o grande dia!
Eu me enfiei sob os lençóis, e Maite se esticou para soprar a chama da vela, nos deixando na penumbra. Pouco depois, ouvi um estrondo do lado de fora, seguido de uma luz prateada, e gordas gotas de chuva começaram a açoitar a janela. A tempestade caiu com violência, e achei bastante apropriado.
Era muito parecido com o que ocorria dentro de mim.
Porcaria de tpc.
Peguei-me pensando se todas as mulheres sentiam aquele alvoroço todo no estômago, o zumbido no ouvido e o tremor que me atingia os ossos às vésperas do casamento. Nina sentira. Eu sabia disso porque ela passara boa parte da véspera do casamento vomitando as tequilas que ingerira em sua despedida de solteira. Desejei — e não pela primeira vez — que Nina estivesse ali, que pudesse me abraçar e me encher de tequila até meus temores ficarem borrados e fora de prumo. Mas estremeci ao pensar que Christopher me faria beber mais gemada depois do porre.
Christopher, suspirei na escuridão, virando para o lado, o olhar perdido na janela, os
pensamentos rodopiando com a chuva furiosa. No fundo, eu sabia que era ele quem eu queria por perto naquele momento. Desejava ir ao seu encontro, me enterrar em seu peito, sentir seus braços fortes ao meu redor e sua voz rouca em meu ouvido, espantando meus medos. Mas eu não podia. Se fizesse isso, sabia bem como as coisas terminariam. Como quase terminaram, se Madalena não nos tivesse surpreendido pouco antes. Eu não podia permitir que ele subisse ao altar se sentindo culpado. Eu o amava demais para isso. A próxima vez em que eu o encontrasse, seria diante de um padre.
Era isso. Estava acontecendo. No dia seguinte, uma nova etapa da minha vida teria início. Dulce Saviñón e tudo o que ela representava ficariam para trás, dando lugar a Dulce Saviñón Uckermann.
A tal senhora Uckermann.
E eu não fazia ideia de quem ela era.




GrazihUckermann: Continuando Bjss {#emotions_dlg.kiss} S2


 


kaillany: Continuando bjss{#emotions_dlg.kiss} S2


 


tahhvondy: Continuando, e como prometem em bjss {#emotions_dlg.kiss}


 


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Autor(a): Fer Linhares

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Prévia do próximo capítulo

Eu estava sentada no sofá da sala, conversando com Maite e Anahí. Eu me sentia feliz, mas algo parecia fora do lugar. Inesperadamente, Christopher entrou na casa, atravessando o cômodo sem olhar para mim.— Christopher? — chamei.Ele não respondeu. Nem ao menos se virou. Fui atrás dele pelo longo corredor, mas, por m ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 90



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  • kaillany Postado em 17/01/2017 - 15:34:52

    Parabéns amei do começo ao fim!!!!s2

  • tahhvondy Postado em 16/01/2017 - 17:33:32

    amei q lindo super amei e m ansiosa pro proximo livro

  • Captain Swan Postado em 16/01/2017 - 14:45:03

    Já ta postado o proximo livro o link ta nos agradecimentos bjss S2

  • GrazihUckermann Postado em 16/01/2017 - 14:38:38

    Ameii! estou muito ansiosa pelo próximo livro s2 posta logo PFV

  • GrazihUckermann Postado em 15/01/2017 - 22:04:26

    Sumi mas estou de volta! 10 capitulos novo e li tudo rapidinho. tá, talvez demorei tipo uma hora e meia, quase duas. amei de mais! Estou apaixonada por esse dois s2 continua logo

  • Postado em 15/01/2017 - 20:30:45

    ah ta acabando q triste mas to amando e o q o futuro deles??se for o q to pensando e mt legal continua

  • tahhvondy Postado em 15/01/2017 - 17:27:14

    ai o cometario abaixo e meu não vir q não tava longada

  • Postado em 15/01/2017 - 17:24:53

    amei e uma menina e amei q colocaram o nome dela de nina

  • tahhvondy Postado em 15/01/2017 - 16:54:46

    owts bebe vondy a caminho amando

  • tahhvondy Postado em 15/01/2017 - 00:35:26

    Ossa odiando essa tia do Christopher cm ela teve coragem de sequestrar a Maite sorte q acharam ela mas essa tia vai continuar causando problemas? ?e o Anfonso vai casar cm a Anahí??


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