Fanfics Brasil - Capítulo 11 (2ª Temporada) Perdida, Encontrada - (Vondy) [TERMINADA]

Fanfic: Perdida, Encontrada - (Vondy) [TERMINADA] | Tema: Vondy (Adaptada)


Capítulo: Capítulo 11 (2ª Temporada)

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— Isso é inadmissível! Um insulto! — vociferou o padre Antônio, andando de um lado para o outro na pequena sacristia de paredes rústicas, pouco mobiliada. — A senhorita não consegue acompanhar nada?
— Não. Desculpa, mas... — Levei a mão à barra do tecido que cobria meu rosto para poder vê-lo melhor.
— Não ouse levantar esse véu, minha jovem! — gritou ele, furioso.
Eu me detive no meio do movimento, deixando o véu exatamente como estava. Era irritante ter uma conversa com a cara coberta, mas achei que o padre já estava zangado o bastante. Comigo.
— Como pode não saber latim? — insistiu ele.
— Latim tá meio fora de moda tem uns... tempos.
— Por que não me contou antes? — Christopher correu a mão pelos cabelos, soltando um longo suspiro.
— Como eu ia saber que os casamentos são realizados em latim?
Ele sacudiu a cabeça.
— Não me ocorreu que não soubesse. Embora eu devesse ter adivinhado — murmurou abatido.
— Não fica chateado comigo — implorei.
Ele pegou minha mão e a levou aos lábios.
— Não estou aborrecido com você, meu amor. Estou furioso comigo, por não ter deduzido que algumas coisas pudessem ter mudado ao longo do... — ele baixou a voz para um sussurro — você sabe.
O padre continuava indo e vindo, soltando fogo pelas ventas.
— Nunca, em quarenta anos de devoção, me deparei com uma situação como esta. Não saber latim! A senhorita ao menos é cristã?
— Sou! Mas é que lá onde eu morava a missa é realizada em português.
Os casamentos também. Ninguém mais reza nada em latim... Bom, talvez o papa — adicionei.
— Não ouse fazer pouco caso de mim, senhorita! — ele ergueu um dedo imperioso.
— Mas eu não estou fazendo! E acho que não precisa desse estardalhaço todo só porque não sei latim. É só o senhor usar o bom e velho português e tá tudo resolvido.
O rosto do padre assumiu um tom arroxeado bastante preocupante, e me perguntei se não seria melhor chamar o dr. Almeida.
— Isso está fora de questão! Quem já ouviu um sacrilégio desses?
— Mas é assim que as coisas são no meu tempo! — gemi.
— Que tempo? — ele perguntou alterado, se detendo no vai e vem.
— Padre Antônio — Christopher interveio, com a voz segura. — Entendo que o senhor nunca se deparou com uma situação assim antes, mas Dulce vivia em um lugar um pouco... diferente daqui. Ela não fez por mal, posso lhe garantir. Ela não pode ser culpada pelo fato de os costumes terem se modificado lá onde vivia.
— Decerto que não, mas enviarei uma carta a Roma, exigindo que façam algo para deter essa... esse... disparate. Imediatamente! — Ele se plantou à minha frente. — Exijo que me diga o nome de seu vilarejo!
— Ih! Isso vai ser meio complicado... — murmurei.
— Creio que o senhor tem razão — começou Christopher, cauteloso. — Mas isso levará certo tempo e, no momento, estamos no meio do nosso casamento, uma centena de convidados nos aguarda. Será que não poderia abrir uma exceção e realizar a cerimônia em português, até que Roma se pronuncie?
O homem empinou o queixo.
— O que me pede é inaceitável, senhor Uckermann! Eu não posso ir contra as ordens de Roma!
— Mas não seria ir contra as ordens — comentei. — Seria mais como... fazer uma adaptação.
— Senhorita Dulce! — O sujeito trincou os dentes. — Estou a um passo de excomungá-la!
— Padre Antônio, por favor! — Christopher me puxou um pouco para trás, para longe da ira do sacerdote.
— Sinto muito, senhor Uckermann, mas não haverá casamento hoje. — E, com isso, retirou a echarpe branca (ou o que quer que fosse aquilo) e a colocou sobre uma cadeira velha.
Christopher olhou apavorado para mim, e eu tive certeza de que ele queria dizer um palavrão. Eu queria.
Em desespero de causa, Christopher se virou para o padre e soltou a primeira coisa que lhe ocorreu. Ao menos achei que foi isso que aconteceu depois de ouvir o que ele disse:
— E se... eu mandasse consertar o telhado? O senhor sempre reclama das goteiras.
Não foi uma boa ideia, levando em conta o tom arroxeado do rosto do padre.
— Senhor Uckermann! Não se envergonha?
Ian balançou a cabeça, apressado.
— Neste momento não, padre.
Então uma ideia me ocorreu. Uma não muito boa nem muito digna, mas eu me casaria naquele dia, quisesse o padre ou não. Só esperava que funcionasse. Christopher e Nina insistiam que eu não sabia mentir. O véu serviria para alguma coisa, afinal.
E, quer saber, não era exatamente mentira.
— Tá tudo bem, Christopher — soltei.
— Tudo bem? — ele e o padre perguntaram em uníssono, ambos me fitando. Christopher, confuso; o padre, surpreso.
— Tá sim — dei de ombros. — O padre Antônio tem razão. Ele não deve mudar a cerimônia só porque ninguém nunca me ensinou latim.
— Mas, Dulce... — Ele buscou minha mão e a apertou contra o peito. Seu
coração batia forte, rápido, magoado. — Meu amor, e quanto ao nosso futuro?
— Continua igual — assegurei a ele. — Nada vai mudar nesse sentido.
— Não vai? — Ian franziu o cenho. Já o padre gritou:
— O quê?!
Encarei Christopher sob o véu.
— Você me quer na sua vida, mesmo se o padre não casar a gente hoje, não quer?
— Você é a minha vida, Dulce — ele disse simplesmente, me fazendo suspirar.
— Então é isso — ergui os ombros. — Vamos morar juntos. Não me interessa se estaremos casados conforme manda o figurino. Desde que você esteja comigo, nada mais importa.
— A senhorita não teria coragem! — se intrometeu o padre.
Virei a cabeça para ele.
— Teria sim, padre. Eu disse pro senhor outro dia que passei por muita coisa para poder voltar pro Christopher. Viver com ele não seria nada de mais pra mim. Eu moro com ele, lembra? A gente só não divide o mesmo quarto.
Mas... bom, isso vai mudar hoje à noite.
Christopher me olhou transtornado, torturado. Não era o final feliz que ele previra. Nem de longe! No entanto, eu sabia que ele não hesitaria um segundo sequer se essa fosse a única alternativa. Mesmo que o arranjo o destruísse.
— Abriria mão até de ser uma mulher honrada? — perguntou o padre.
— Teria de andar pelas ruas de cabeça baixa, seria apontada como uma... uma...
— Amante? — ajudei.
— Não use essa palavra em minha sacristia!
Revirei os olhos.
— Tudo bem, mas eu seria uma o-senhor-sabe-o-quê sem nem pensar duas vezes. E, se esse for o único jeito de o Christopher ficar comigo, acho que ele também não vai se importar.
Christopher esfregou a testa e suspirou.
— Sentirei muito, Dulce. Quero-a sob a proteção de meu nome. Não foi esse o futuro que planejei lhe oferecer, mas, se for a única maneira...
— E a clemência divina? — o padre berrou, interrompendo-o. — Não temem a ira de Deus?
Christopher se encolheu, mas eu neguei com a cabeça.
— Na verdade, não, porque eu estou aqui — expliquei. — O Christopher está aqui. É o senhor que não quer nos casar. É o senhor quem nos condenará a uma vida de pecado. E a ter filhos bastardos. Um montão deles. — Tudo bem, eu não estava falando sério nessa parte. — E aposto que Maite também vai ficar falada. Talvez até a Madalena, pobrezinha. Mas, se o senhor diz que não tem casamento, então não tem. Entendo perfeitamente sua posição.
Foi aí que eu vi a compreensão invadir Christopher. Seus olhos de repente ganharam vida, sua postura mudou, ficando mais imponente.
— Sim, Dulce está certa — ele concordou depressa. — Não podemos pedir que altere as regras por nossa causa. Mas também não vejo como mudar o que sinto por minha Dulce. Viveremos à margem da sociedade, mas será um preço pequeno a pagar pela nossa felicidade. Sinto muito por ter tomado seu tempo esta manhã, padre. Agradeço por tudo. — Christopher enlaçou os dedos aos meus. — Vamos para casa, meu amor. Não há mais nada que possamos fazer além de dar início à nossa vida conjugal. — E começou a me puxar em direção à portinha que dava para a rua.
— Esperem! — ordenou o padre.
Nós nos viramos. Ele nos fitou por um longo instante, os olhos faiscando de raiva.
— Dirijam-se para aquele altar agora mesmo. E não digam uma só palavra a menos que lhes seja solicitado. Voltaremos a conversar em uma ocasião mais oportuna.
Eu lutei para não gritar de alegria. O padre pegou a echarpe na cadeira e a jogou de qualquer jeito pelo pescoço, se dirigindo para a porta que levava à igreja, mas, antes de sair, ele nos olhou por sobre o ombro.
— Que Deus tenha piedade de sua alma, senhor Uckermann, pois essa dama manipuladora não terá. — Então deu dois passos, porém se deteve mais uma vez. — Eu lhe enviarei a conta depois da reforma do telhado. — E saiu pisando duro.
— Ai, meu Deus, deu certo! — Eu pulei em Christopher, abraçando-o pelo pescoço. — Achei que ele não fosse cair nessa.
— Não posso acreditar que você mentiu para um padre! Dentro de uma igreja — ele riu ao meu ouvido.
— Eu não menti! — Afastei-me um pouco para observá-lo através do véu, apoiando as mãos em seus ombros fortes e largos. — A gente ia viver junto sim, no que dependesse de mim. Eu só quis dramatizar um pouco a situação para tentar convencê-lo a nos casar. E deu certo!
— Você me deixa embasbacado, Dulce — sussurrou, apoiando as mãos na minha cintura. — Constantemente.
— O que estão esperando? — berrou o padre do corredor, e eu e Christopher nos apressamos.
Os convidados permaneceram em silêncio enquanto retomávamos nosso lugar no altar. Muitos notaram a irritação do padre Antônio, embora eu duvidasse que desconfiassem do motivo.
O padre deu andamento à cerimônia, dessa vez em alto e claro português. Muitos Ohs! soaram pela capela e fizeram o homem corar.
O padre retomou de onde havíamos parado, eu acho.
— Está aqui por livre escolha? — ele me perguntou.
— Estou... Quer dizer, sim. — E o ritual seguiu em frente.
No momento dos votos, Christopher lentamente alcançou a barra do véu e o ergueu. Seus olhos brilharam intensamente quando encontraram os meus, e ele exibiu aquele sorriso que quase fazia meu coração parar de bater. Em seguida, murmurou:
— Estenda a mão direita. — E eu obedeci.
O padre a tomou, pousando-a sobre a de Christopher, já estendida, e enrolou nossas mãos com a echarpe.
O olhar de Christopher buscou o meu.
— Eu, Christopher Uckermann, te recebo, Dulce Saviñón, como minha legítima esposa e te prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te por todos os dias de nossas vidas.
— Eu, Dulce Saviñón, te recebo, Christopher, como meu legítimo esposo e te prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te por todos os dias de nossas vidas.
Um instante depois, estávamos recebendo as bênçãos e trocando as alianças. Quando foi a minha vez de dar o anel a Christopher, ele franziu o cenho.
Tanta coisa passou pela minha cabeça naquele instante: a tortura a que fomos submetidos quando ficamos afastados um do outro, minha busca incansável para voltar para aquele século — para Christopher —, as histórias que ouvi em sua casa quando estava no século vinte e um, seu desespero, sua dor, sua tristeza... Eu compreendia a expressão em seu rosto. Ao admirar sua mão, o elo dourado e definitivo em seu dedo anelar, minha visão ficou
turva.
Ergui a cabeça e encontrei um leve sorriso em seu rosto, mas seus olhos estavam úmidos, ainda que não transbordassem feito os meus.
Ego conjugo vos in matrimonium, in nomine Patris, et Filii, et Spiritus Sancti.
Amem.
O padre Antônio nos declarou marido e mulher para os convidados e permitiu que Christopher beijasse a noiva. Finalmente!
Seus lábios doces e delicados me tocaram de leve, como pedia o decoro, mas os meus não foram tão decorosos assim, de modo que o agarrei pelo pescoço e aprofundei o beijo. Risadas e lamentações ecoaram pela nave, e Christopher — muito a contragosto — se obrigou a me soltar. A esse ponto, meu coração dava cambalhotas dentro do peito. Estávamos casados! Éramos um só!
Reparei que Maite tentava esconder as lágrimas atrás do meu buquê. A esposa do médico, dona Letícia, também parecia emocionada. O dr. Almeida apenas sorria. Madalena e Gomes estavam lado a lado na primeira fileira.
Ela tinha o rosto vermelho e tentava engolir a emoção. Gomes nem se dava o trabalho de tentar. Anahí estava com os pais e me lançou um breve aceno de cabeça, seguido de um sorriso. Madame Georgette estava mais ao fundo, e também a dona da pensão, o padeiro, os Albuquerque,Willian Levy. Toda a vila estava ali.
Maite me passou o buquê e me abraçou com força.
— Bem-vinda à família, minha queridíssima irmã! Você quase me matou de susto — sussurrou ao devolver minhas flores.
— Desculpa. Mas eu não sei falar latim! — sussurrei de volta, e ela riu.
Christopher apertou a minha mão. Virei-me e encontrei seu sorriso estonteante.
Com gentileza, ele levou meus dedos até a dobra de seu cotovelo e começou a me conduzir pelo corredor central. Nosso primeiro gesto casados. Nosso primeiro passo em direção ao futuro.
Atravessamos a igreja sem pressa, recebendo os cumprimentos dos amigos. Mas acabei captando uma conversa entre duas senhoras que certamente não devia. Uma delas era a Cara de Cavalo.
— Entrar sozinha na igreja! A dama de honra na frente!
— Realizada em português! Não deve ter validade, Ofélia.
— Que espécie de sapatos eram aqueles?
— E o vestido! Sem brilho, apagado. Parecia uma simples criadinha...
— Oh, agora só nos resta esperar para saber se haverá um escândalo ou um funeral muito em breve.
Ótimo! Os mexericos não só ganhariam força agora, como também era esperado que eu matasse o Christopher? Sacudi a cabeça e tentei ignorar os comentários da melhor forma possível.
Quando deixamos a capela, os convidados se amontoaram na calçada e entravam em carruagens, prontos para se fartarem no almoço que levara três dias para ficar pronto.
— Vou na carruagem dos Moura — disse Maite, apressada. — Preciso estar lá para receber os convidados. — Os noivos eram sempre os últimos no cortejo, ela me explicara dias antes. — Você está linda, minha irmã! — E me abraçou apertado de novo. Depois foi a vez de Christopher. — Que presente maravilhoso você me deu, meu irmão. Dulce é a melhor coisa que já aconteceu em nossa vida.
— Sim, Maite. — Ele a beijou na bochecha, sorrindo orgulhoso para mim. — Ela é.
Minha nova irmã se juntou a Anahí, mas notei Willian perto da porta a observando de longe.
Christopher me puxou em direção à nossa carruagem e me ajudou a entrar nela.
Assim que nos acomodamos e a porta foi fechada, ele abaixou a cortina na janela. Então se virou para mim, escrutinando meu rosto. Seus olhos reluziram.
— Você está tão linda que meu coração quase não suporta. — Ele tocou meu rosto com a ponta dos dedos, deixando uma trilha ardente de minha têmpora ao queixo.
Eu pretendia lhe dizer algo, mas então seu polegar deslizou sobre o meu lábio inferior e seus olhos acompanharam o desenho, de modo que perdi o raciocínio.
Christopher se inclinou para me beijar, segurando meu rosto entre as mãos, e foi terno e
suave, o tipo de beijo que faz o coração de uma garota dobrar de tamanho e querer saltar do peito. Mas, assim que enrosquei os dedos em seus cabelos e ele escorregou no assento para ficarmos ainda mais próximos, algo selvagem tomou conta dele, e foi com muito esforço que Christopher se obrigou a me soltar instantes depois. Não que eu estivesse de acordo.
— Foram tão longos os minutos longe de você — arfou ele.
— Nem me fale. Pensei que nunca chegaríamos a essa parte. — Deitei a cabeça em seu ombro e suspirei contente. — A gente tá casado. Nem acredito que deu tudo certo.
Ele riu, beijou o topo da minha cabeça e encostou a bochecha na minha testa.
— Eu não diria que deu tudo certo. Fiquei apavorado quando percebi que você não conhecia a cerimônia em latim. Vi todos os meus medos expostos bem ali diante de mim. Desde que marcamos a data, dezenas de pensamentos sombrios me atormentam. Temi que descobrissem que seus documentos não são legítimos, que fosse levada para longe outra vez, mas nunca imaginei que por pouco não nos casaríamos porque me esqueci de perguntar se você estava familiarizada com os costumes.
Ergui a cabeça e encontrei seu olhar.
— Ah, Christopher, desculpa. Agora você vai ter que pagar o telhado da igreja porque eu não sei latim.
— Ou italiano — ele brincou, trazendo de volta a lembrança da noite incrível que tivemos na ópera, tempos atrás. — Não se preocupe. Posso lhe ensinar as duas línguas, se for esse o seu desejo. Teremos tempo, graças à sua... persuasão — concluiu, não encontrando palavra melhor. — Fiquei impressionado com seu poder de convencimento.
— Que bom que pensa assim, mas desconfio de que o padre Antônio discorde disso.
Christopher exibiu um meio sorriso. Aquele malicioso que eu amava.
— Certamente discorda. Mas não importa, você estava certa, ou ele jamais teria aceitado nos casar. Estaremos juntos por toda a vida agora. —
Ele me abraçou, e minha saia chiou contra o estofado. — Prometo que a farei feliz todos os dias de nossa vida.
— Se eu for mais feliz do que sou agora, vou acabar quebrando alguma regra — ri, girando a aliança no dedo e sentindo como ela se encaixava perfeitamente, como parecia tão certo tê-la ali.
— Ah, mas eu ainda nem comecei a executar meu plano de fazê-la feliz, minha linda e amada esposa.
Um ploc suave me fez baixar os olhos até a minha mão. A aliança se partira ao meio.
— Ai, meu Deus, eu quebrei! — Estava casada há menos de cinco minutos e já tinha quebrado a aliança. Aquilo só podia ser um sinal. Um péssimo sinal!
Christopher se divertiu com meu pânico.
— Não está quebrada, apenas desencaixou. Deixe-me mostrar. — E alcançou a minha mão para retirar as duas metades da minha aliança.
Entretanto, uma peça não se desprendeu da outra. Estavam entrelaçadas, formando um ∞. Com um movimento delicado e ágil, os longos dedos de Ian uniram as duas partes.
— Ah! — exclamei maravilhada.
Ele a depositou em minha palma. Havia um desenho, um friso contínuo em todo o aro. Eu a examinei de todos os ângulos e, com um pouquinho de pressão, consegui fazer com que se abrisse de novo. Do lado de dentro de umas metades entrelaçadas, estavam as iniciais IC e a data daquela manhã de maio. Na outra parte, lia-se a inscrição Para toda a vida.
— Ah, Christopher! — arfei. — É linda! É a aliança mais especial que eu já vi!
— Que bom que gostou. Chegou ontem enquanto o dr. Almeida cuidava de seu braço — contou ele, unindo as peças para que se tornassem uma só outra vez e a recolocando em meu dedo.
— Você sempre me surpreende com essas coisas — suspirei.
— Eu tento. — Ele envolveu minha cintura com as mãos e me beijou com ternura. — É difícil para um homem como eu impressionar uma mulher que tem a mente duzentos anos à frente.
Pela primeira vez desde que conhecera Christopher, senti uma pontada de insegurança em sua voz. Mas ele se recompôs antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa, se afastando e me segurando pelos ombros.
— Agora me deixe admirá-la um pouco mais. — Seus olhos percorreram meu rosto, meu vestido, e um sorriso orgulhoso se abriu em seus lábios. — Ah, Dulce...
— Espera! — eu o interrompi, colocando as mãos em seu peito. — Não diga nada ainda. Você não viu a melhor parte!
Eu me inclinei — com dificuldade já que as barbatanas do espartilho insistiam
em querer perfurar meu fígado — e alcancei a barra do vestido.
Christopher arqueou as sobrancelhas, corando, mas parecia mais do que ansioso para dar uma espiada.
Acabei gargalhando.
— Não acredito que você tá pensando nisso, Christopher!
— Não estou pensando em nada — ele pressionou os lábios, o embaraço duelando com a diversão.
— O que quero te mostrar é isso aqui. — Suspendi a barra da saia até as canelas, exibindo as botas vermelhas com cadarço branco feitas por encomenda. — E aí, o que acha delas?
Christopher as examinou por um momento e então voltou os olhos para os meus. Ardentes. Profundos. Apaixonados. E respirar se tornou complicado.
— São perfeitas — disse ele com aquela voz rouca que inflamava meu íntimo. — Só não tanto quanto você.
Ele inclinou a cabeça para me beijar, mas, antes que aqueles lábios suculentos me tocassem, algo o fez hesitar. Christopher deixou escapar um suspiro e me soltou, ajeitando, um tanto a contragosto, meu véu.
— O que foi? — eu quis saber.
— A carruagem parou — ele se lamentou. — Chegamos.
— Ah... A ideia da festa foi sua — acusei.
— Agora me dou conta de que deveria ter ouvido sua sugestão — ele bufou resignado, e eu ri.
Ajudei Christopher a arrumar os cabelos e desentortei o cravo vermelho em seu paletó.
— A gente combina — eu disse, alisando uma das pétalas.
— Essa cor sempre me faz pensar em você. — Ele aproveitou a nossa proximidade e me beijou de leve. — Achei que seria apropriado.
Alcançando a maçaneta, ele voltou a atenção para mim. Apesar de desejar um pouco mais de tempo comigo, Christopher resplandecia de contentamento, e parte dele queria me exibir diante dos amigos e conhecidos.
— Bem, pronta para sua primeira recepção, minha esposa? — Ele quase brilhava de felicidade.
Pensei nas rolhas voando pela despensa, na bagunça que seria meu quarto se Madalena não fosse tão competente, nas centenas de vezes em que dei bola fora e os conhecidos dele me olharam como se eu fosse de outro planeta. Ainda assim, Christopher fazia tudo valer a pena.
Tomei fôlego, sorri para ele, para o homem que eu amava com loucura, entrelacei nossos dedos e simplesmente respondi:
— É, eu tô pronta.




 kaillany: Ai o cap pode acabar sua ansiedade  kk bjss{#emotions_dlg.kiss} S2


 


GrazihUckermann: Continuandoooooo kkk bjss {#emotions_dlg.kiss} S2 


 


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Autor(a): Fer Linhares

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 90



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  • kaillany Postado em 17/01/2017 - 15:34:52

    Parabéns amei do começo ao fim!!!!s2

  • tahhvondy Postado em 16/01/2017 - 17:33:32

    amei q lindo super amei e m ansiosa pro proximo livro

  • Captain Swan Postado em 16/01/2017 - 14:45:03

    Já ta postado o proximo livro o link ta nos agradecimentos bjss S2

  • GrazihUckermann Postado em 16/01/2017 - 14:38:38

    Ameii! estou muito ansiosa pelo próximo livro s2 posta logo PFV

  • GrazihUckermann Postado em 15/01/2017 - 22:04:26

    Sumi mas estou de volta! 10 capitulos novo e li tudo rapidinho. tá, talvez demorei tipo uma hora e meia, quase duas. amei de mais! Estou apaixonada por esse dois s2 continua logo

  • Postado em 15/01/2017 - 20:30:45

    ah ta acabando q triste mas to amando e o q o futuro deles??se for o q to pensando e mt legal continua

  • tahhvondy Postado em 15/01/2017 - 17:27:14

    ai o cometario abaixo e meu não vir q não tava longada

  • Postado em 15/01/2017 - 17:24:53

    amei e uma menina e amei q colocaram o nome dela de nina

  • tahhvondy Postado em 15/01/2017 - 16:54:46

    owts bebe vondy a caminho amando

  • tahhvondy Postado em 15/01/2017 - 00:35:26

    Ossa odiando essa tia do Christopher cm ela teve coragem de sequestrar a Maite sorte q acharam ela mas essa tia vai continuar causando problemas? ?e o Anfonso vai casar cm a Anahí??


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