Fanfics Brasil - Capítulo 16 (2ª Temporada) Perdida, Encontrada - (Vondy) [TERMINADA]

Fanfic: Perdida, Encontrada - (Vondy) [TERMINADA] | Tema: Vondy (Adaptada)


Capítulo: Capítulo 16 (2ª Temporada)

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Quando chegamos à sala de jantar, ouvi um suspiro mal-educado. De Cassandra, claro. Maite também estava por ali, sentada ao lado de Alfonso.
Eles conversavam animadamente, e o rapaz parecia achar graça em tudo o que ela dizia, ao contrário de Cassandra — mas, até aí, o que é que divertia aquela mulher?
Minha cunhada notou nossa chegada e exibiu as covinhas para o irmão.
Alfonso se colocou de pé, fazendo uma mesura galante para mim.
Cassandra, à cabeceira da mesa, o lugar que sempre pertencera a Christopher, se manteve sentada, examinando com desprezo as delicadas xícaras de porcelana pintadas à mão.
— Bom dia — nos saudou Maite, com um imenso sorriso no rosto perfeito. — Espero que estejam famintos. A senhora Madalena nos preparou um verdadeiro banquete.
— Bom dia, senhor Uckermann. Senhora Uckermann — cumprimentou Alfonso, todo educado. Examinando-o com mais atenção, notei algumas semelhanças entre ele e Ian. A altura, os traços angulosos, no entanto, seus cabelos eram claros, quase loiros, e os olhos exibiam um pálido azul. — Espero que não se incomodem, mas mamãe ordenou que o café fosse servido ainda há pouco.
— Espera-se que os anfitriões estejam à mesa para receber os convidados — cuspiu Cassandra.
Eu estava prestes a soltar um “e a culpa do atraso é de quem?”, quandoChristopher notou que provavelmente eu diria alguma besteira e decidiu intervir.
— Sinto muito pela demora. A culpa foi toda minha. — Ele puxou a cadeira em frente à irmã para que eu me sentasse. — Distraí-me com Dulce.
— É perdoável — Alfonso abafou a risada. — Haja vista o quão adorável é sua esposa.
— Que comentário mais inapropriado, Alfonso — recriminou-o Cassandra, exibindo uma carranca. — Ainda mais com Maite à mesa.
— Mas eu concordo com o primo Alfonso, tia Cassandra. Minha nova irmã é fascinante.
Christopher me lançou um olhar cheio de significado conforme se sentava ao meu lado.
— Dulce é única, Alfonso. E até hoje não encontrei uma única alma que resistisse a seus encantos. — Então ele refletiu melhor, fitando a tia de esguelha. — Bem, talvez uma.
Eu revirei os olhos evitando grunhir. Christopher era tão exagerado quando o assunto era... bom, eu. A senhora Albuquerque definitivamente não me tinha entre suas pessoas favoritas. Nem o padre Antônio, me lembrei depressa.
— Você está estonteante esta manhã — murmurou Christopher, para que apenas eu ouvisse.
— Valeu. — Senti minhas bochechas esquentarem. — Tive uma noite muito boa.
Foi a vez dele de corar, mas um brilho orgulhoso fez seus olhos reluzirem e os ombros ficarem mais largos e eretos.
— Teve muita sorte, Christopher. — Alfonso partiu um pãozinho doce, mas me encarava com curiosidade. — É raro encontrar uma dama com quem se possa manter uma conversa interessante.
— Thomas! Chega de tanta bobagem! — repreendeu sua mãe, ruborizando. — Há jovens incrivelmente agradáveis em nosso círculo social. Conhecemos as damas mais bem-educadas deste país, não há como qualquer uma delas ser entediante.
— A senhora ficaria surpresa... — resmungou, passando manteiga no pãozinho.
— Já sabem que os Portilla pretendem oferecer um baile para tia Cassandra e Alfonso? — contou Maite, animada. — Estão todos muito empolgados com a ideia.
— Aposto que sim. Anahí adora um baile. Ela vai se amarrar. — Mordi uma rosquinha.
— Perdoe-me, senhora Uckermann, mas não entendi sua colocação — disse o rapaz que parecia um bocado com Christopher, mas sem todo o borogodó do meu marido. Ian era meu marido. Eu ainda não conseguia acreditar nisso. — A senhorita Anahí será amarrada?
Eu ri, assim como fez Christopher. Foi ele quem respondeu ao primo:
— Minha esposa quis dizer que a senhorita Anahí ficará feliz em oferecer um baile a você e à sua mãe.
— Uma pena que não poderão comparecer por causa da viagem — lamentou Maite. — Seria tão mais divertido se Sofia estivesse presente.
E perigoso, eu quis acrescentar.
— Decidimos adiar a viagem, Maite — Ian contou a ela, me passando uma xícara de café fumegante.
— Valeu — agradeci.
— Ora, meu irmão, mas por quê? Já está tudo preparado, os baús, a comida...
Não me diga que adiaram por minha causa! — exclamou Maite, sem graça.
— Não foi esse o motivo, Maite — Christopher lhe garantiu. — Surgiu um problema no estábulo.
— Mas eu pensei que estivesse tudo em ordem.
— Eu também — suspirei.
Christopher voltou a atenção para mim e, no mesmo instante, me arrependi de não ter mantido a boca fechada. Ele também não estava contente com o adiamento.
— Sinto muito se a desapontei. Mas eu preciso fazer o que é necessário.
— Ele desviou o olhar para a xícara de café à sua frente.
— Christopher, eu não quis...
Então Anahí entrou na sala sem aviso, o rosto afogueado, os cabelos ligeiramente desalinhados. Christopher e Alfonso se levantaram, fazendo uma mesura. Ela retribuiu o gesto com menos graça que o habitual.
— Desculpem-me por interrompê-los desta maneira — disse ela. — Mas recebi seu recado, senhorita Maite, e vim o mais rápido que pude!
— Ah, Anahí, não pretendia alarmá-la. Imagino que não tenha sido clara o bastante em meu bilhete. Queria apenas sua companhia. Não era preciso vir tão depressa. Sente-se, por favor, e coma conosco.
Anahí assentiu com a cabeça e se sentou de frente para mim. Então ergueu os olhos em minha direção e sorriu, corando um pouco, como se tivesse feito algo embaraçoso. Ou como se eu tivesse feito, o que era bem mais provável.
— O que foi, Anahí?
— Não parece estar sofrendo — sussurrou ela.
— E por que eu estaria? Acabei de me cas... — Então me lembrei da reação de Valentina com relação à noite de núpcias e tive que rir. — Ah, Anahí, a gente precisa ter uma conversinha um dia desses.
— O que tanto resmunga, senhorita Anahí? — berrou Cassandra.
— Oh, estava apenas elogiando a aparência da senhora Uckermann, senhora.
Christopher pousou a mão sobre a minha e seu polegar acariciou a parte de dentro do meu pulso, fazendo meus batimentos cardíacos voarem. Aquele sorriso especial, que ele dedicava só a mim, iluminou seu rosto.
— Se me permite a ousadia, senhorita Anahí — Alfonso a observava com certo fascínio. — Sua aparência também é muito agradável neste momento.
— Saí às pressas — Anahí respondeu a Alfonso, corando de leve. — Creio que meu penteado tenha se desfeito no caminho.
O rapaz avaliou a cabeça da garota com um brilho no olhar.
— Seus cabelos são encantadores — murmurou ele antes de desviar os olhos.
— O senhor é muito gentil, senhor Uckermann — ela piscou algumas vezes, ajeitando, toda coquete, um cacho que lhe escapava do coque.
Eu agarrei a faca de manteiga e a apertei com força.
— O outro senhor Uckermann — Maite fez com os lábios. — Alfonso.
— Ah! — Eu não conseguia entender por que o pessoal do século dezenove gostava tanto de complicar as coisas. Sério.
Cassandra pousou a xícara sobre o pires sem nenhuma delicadeza, atraindo a atenção de todos.
— Acredito que a negligência não deva ser enaltecida, e sim punida — falou ela.
Anahí se encolheu na cadeira, abaixando os olhos, e eu quis matar a Cassandra. Os cabelos de Anahí, apesar de ligeiramente despenteados, estavam mais arrumados do que os meus jamais estiveram — exceto no casamento, graças à mágica de Maite
— Claro que acredita — resmunguei, pegando a xícara à minha frente.
— Muxoxos deselegantes deveriam receber o mesmo tratamento — alfinetou a mulher.
Tomei um gole de café.
— Eu disse que é claro que a senhora acredita. Ainda bem que é a única. Porque Anahí está linda. Acho até que está mais bonita agora do que quando todos os fios estão em seu devido lugar.
Os olhos da mulher se estreitaram e faiscaram de irritação.
— Não me surpreende que pense assim. É o que nos difere, senhora Uckermann. Sempre busquei a perfeição! — O que sem dúvida era um caso perdido, dada a forma como se maquiava, mas achei melhor não comentar.
— Não há desculpas para uma dama aparecer em público com os cabelos em desalinho. — E obviamente era para meu rabo de cavalo malfeito que a mulher olhava.
Christopher se empertigou ao meu lado.
— Assim como não há desculpas para uma dama apontar supostas falhas alheias diante de uma plateia — disse ele, aborrecido. E, para pôr um ponto-final na conversa, dirigiu-se ao primo: — Como vão os negócios, Alfonso? Soube que as sacas de café tiveram um aumento bastante significativo.
Os dois começaram a falar sobre as plantações de Alfonso enquanto Maite e Anahí trocavam olhares.
Madalena entrou na sala, fez uma reverência rápida e nervosa, secando as mãos no avental verde preso à larga cintura. Imaginei que ela quisesse falar com Christopher, mas estava enganada.
— Senhora Uckermann, perdoe-me por interromper, mas há uma visita à sua espera.
— Dulce — corrigi. — Visita pra mim?
Ela fez que sim.
— Pedi para que aguardasse na sala.
Christopher interrompeu a conversa com o primo e me lançou um olhar interrogativo, provavelmente ponderando o mesmo que eu. Quem desejaria me ver no século dezenove se eu não conhecia quase ninguém?
— Bom, é melhor ir ver quem é. — Eu fiquei de pé. — Já volto — avisei a Christopher.
Ele assentiu uma vez e, com a testa franzida, ficou me observando deixar a sala.
— Quem é, Madalena? — perguntei quando estávamos no corredor.
— A jovem diz ser amiga da família Albuquerque. Não a conheço, mas a vi ontem na festa.
Não que essa informação fosse de alguma ajuda, já que a vila toda estivera presente.
Quando cheguei à sala, a garota de pouco mais de vinte anos se levantou, e eu tive uma súbita vontade de correr e abraçá-la com força. Ela tinha o mesmo formato do rosto de Nina, ainda que os olhos e a cor da pele fossem diferentes.
— Senhora Uckermann — ela fez uma mesura delicada. — Lamento incomodá-la, mas não pude esperar. Tinha de falar com a senhora o quanto antes e temi que partisse em viagem de lua de mel.
— Tudo bem, sem problemas. Mas, por favor, me chame só de Dulce. E você é...
Ela deixou um risinho escapar.
— Perdoe-me. Sou Najla Richa, estou hospedada na casa de meus tios.
O senhor Jeremias Estevão, da joalheria? Nós nos vimos brevemente ontem na festa.
Fiz uma careta. Não prestei muita atenção ao redor quando o seu Estevão se aproximou para nos cumprimentar. Estava focada demais no homem, com medo de que ele contasse a Christopher sobre a nossa transação. No fim das contas, a preocupação se provou desnecessária. O joalheiro cumpriu nosso acordo e ficou de boca fechada.
— Me perdoa, Najla. Ontem foi muito... tumultuado.
— Não se desculpe, entendo perfeitamente. — Ela juntou as mãos e se pôs a enrolar o que eu pensei ser um par de luvas rendadas. — Falei com a senhorita Suelen ainda agora, na saída da missa e... eu quase não a reconheci, senhora... Dulce. Os cabelos dela estavam lindos como eu nunca os vira antes!
— Ah! — Bastou dar uma rápida olhada na cabeleira de Najla para entender o motivo de sua visita.
— Eu também não tive muita sorte com os cabelos — ela apontou para a longa trança castanha no topo de sua cabeça. Alguns fios rebeldes já começavam a se eriçar. — Então pensei que... se a senhora pudesse...
Eu ri.
— Já entendi. Não precisa ficar tão constrangida. Vou pegar um pouco do condicionador pra você.
O rosto delicado da garota se iluminou como uma noite de Réveillon.
— Oh, eu lhe serei eternamente grata por isso.
Deixei Najla na sala e corri para o quarto. Eu precisava saber a durabilidade da nova fórmula, com os óleos. Madalena havia me ajudado com isso, recolhendo frascos vazios de xampu esquecidos pela casa, e enchi todos eles com o novo creme. Peguei um dos meus vidrinhos experimentais e voltei apressada para a sala. Najla me esperava retorcendo os dedos, mas
sorriu extasiada ao fitar o que eu tinha nas mãos.
— Muito obrigada, senhora Uckermann! — ela o pegou e abriu a bolsinha, acomodando-o ali dentro. Então retirou uma moeda acobreada e estendeu a mão.
Eu recuei, as mãos erguidas na altura dos ombros.
— Ah, não, Najla. Foi um mal-entendido. A Suelen achou que eu...
— Por favor, não me rechace — implorou, dando um passo à frente, os grandes olhos castanhos suplicantes. — Por favor, senhora Uckermann, desejo tanto ter este produto que meus dedos estão tremendo. Se isso fizer milagres, a senhora me verá muito aqui e não terei coragem de voltar se não puder pagar.
Não quero lhe causar prejuízos.
— Mas, Najla, não é um cosmético de verd...
— Por favor! Já estou envergonhada o bastante por visitá-la um dia após seu casamento — ela esticou o braço, prestes a se debulhar em lágrimas.
Muito constrangida, aceitei a moeda, fazendo uma careta.
— Eu lhe sou muitíssimo grata! Nem pode imaginar quanto. A senhora é uma verdadeira dama. Agora vou deixá-la em paz. Aceite meus mais sinceros votos de felicidade. — Ela se inclinou de leve, e antes que eu pudesse mudar de ideia ou explicar alguma coisa, Najla passou correndo pela porta e desapareceu de vista.
Observei a moeda em minha palma. Não era o que eu pretendia, mas até que viera a calhar. Revirei a saia até encontrar o bolso e a guardei com a que Maite me entregara mais cedo. Podia usar as duas para pagar uma pequena parte da dívida com seu Estevão. Já era um começo.
Voltei para a sala de jantar, mas encontrei apenas as mulheres. Uma atmosfera tensa se formara. Maite estava inquieta. Meu coração deu um salto.
— O que aconteceu? Cadê o Christopher? — perguntei preocupada.
— Ele e Alfonso foram ao estábulo — disse Mate. — Houve uma complicação com uma das éguas prenhas. Isaac veio avisar. O potro morrerá se não nascer logo!
Saí apressada pela porta da cozinha e desci até o estábulo com a saia do vestido levantada. A cada impacto de meus pés contra o solo duro, eu me amaldiçoava por não ter usado tênis no casamento da Nina, conservando assim meu precioso All Star surrado quando consegui voltar para Christopher.
Os empregados amontoavam-se ao redor do cercado, enquanto Alfonso olhava a certa distância. Os animais nas baias pareciam sentir que alguma coisa estava errada. Storm era o mais agitado de todos.
Eu me espremi entre eles até conseguir vislumbrar Christopher ao lado da égua.
Seu casaco havia sumido, e as mangas da camisa estavam enroladas até os cotovelos. Ele mantinha uma distância pouco segura para o meu gosto, dando comandos tranquilizadores ao animal. De repente a égua dourada se deitou de lado, sua imensa barriga subia e descia, em contração, enquanto ela tentava girar as patas para que ficassem para cima. Christopher não perdeu tempo e se colocou às costas dela. Dei um passo à frente, preocupada.
Uma mão pesada pousou em meu ombro. Girei a cabeça, e Alfonso sacudia a sua.
— Ele sabe o que está fazendo.
Assenti uma vez e tornei a observar a cena. Aquele animal estava tão fraco que dificilmente teria forças para ferir Christopher. E, além disso, Alfonso tinha razão, Christopher sabia o que estava fazendo.
— Vamos lá, Princesa — disse meu marido, alisando a barriga inchada com as duas mãos de um jeito tão aflito, que fez meu coração doer também.
Como se o compreendesse, Princesa deu tudo o que tinha de si, e então uma coisa branca surgiu no... bem...
— Perfeito! — comemorou Alfonso, baixinho.
Sem perder um segundo, Christopher se reposicionou, fincando um dos pés sob a coxa traseira do animal para alcançar duas patas magras e um focinho que saíam do... humm...
Tudo bem, eu devia ter achado aquilo tudo nojento, sei que devia, mas não pude. Christopher estava concentrado, tão seguro de seus movimentos, que só pude observar, fascinada, ele puxar as patinhas finas, ajudando aquela nova vida a superar seu primeiro obstáculo.
O recém-nascido caiu no chão, e Isaac gritou um “Isso, patrão!”. Então Christopher imediatamente rasgou a bexiga esbranquiçada que envolvia o animalzinho. Uma meleca estranha se espalhou pela terra, mas meu marido nem deu importância. Continuou espremendo o focinho do potro até ele sacudir a cabeça e resfolegar de leve.
Vi um sorriso deslumbrante, presunçoso, brotar no rosto de Christopher enquanto ele contemplava o potrinho, mas então ele rapidamente voltou sua atenção para a égua ainda deitada, procurando a pulsação em seu enorme pescoço. Um suspiro de alívio fez seu peito se expandir. Dando alguns passos para trás, Christopher  ficou observando a égua cheirar o filhote, como se estivesse dando espaço e privacidade àquela nova família. Contudo, por
sua postura, eu podia dizer que estaria pronto para ajudar ao menor sinal de problemas.
— Christopher sempre teve talento para cuidar dos animais — falou Alfonso, impressionado. — É incrível como ele parece saber o que sentem. É como se falassem a mesma língua.
Meu queixo caiu e meus olhos se arregalaram conforme a compreensão me atingia.
Christopher não era apenas um criador, um treinador e amante dos equinos. Ele também cuidava dos cavalos! Como foi que não percebi isso antes?
Sentindo que era observado, Christopher girou a cabeça, e nossos olhos se encontraram. Ele ficou admirado ao me ver ali, mas, por algum motivo, estava aborrecido. Com passos firmes, cruzei o espaço que nos separava.
Ele se adiantou e, sem me tocar, me levou para o lado.
— Não a vi chegar. Não devia estar aqui.
— Fiquei preocupada. E você tinha coisas mais importantes pra fazer.
Você foi maravilhoso, Christopher! Tão incrível! Nunca tinha visto um animal nascer. —
Até onde eu sabia, eles já vinham prontos de pet shops. — Por que nunca me disse que é veterinário? — Ele franziu a testa daquele jeito que eu conhecia tão bem. — Um médico de animais — me apressei em consertar.
— Eu não sou. Soube que há tais médicos na Europa, mas infelizmente não sou um deles.
— Então você engana muito bem.
Eu tentei tocá-lo, mas Christopher se afastou.
— Estou todo sujo — explicou, exibindo as mãos cobertas de gosma. — Aprendi a lidar com os cavalos muito cedo, meu amor. Creio que já vi quase tudo, e acabei ganhando experiência para contornar as dificuldades. Na maioria das vezes, ao menos. E a sua visita? — ele quis saber.
— Era a sobrinha do seu Estevão da joalheria. Najla. Ela só queria... — Se eu lhe contasse o que a sobrinha do joalheiro queria, teria de mencionar Suelen e as duas moedas que tilintavam levemente em meu bolso. E, por consequência, acabaria falando da dívida com seu Estevão. Eu não queria que ele soubesse que me recusei a usar seu dinheiro. De novo. — Nos desejar boa viagem.
— Por que você desviou o olhar? — murmurou ele, em um tom doce e preocupado ao mesmo tempo.
Reprimi um sobressalto, mas não pude fazer nada quanto à gagueira.
Droga, eu era péssima em esconder as coisas dele.
— Por na-nada! Só... fiquei impressionada com o nascimento do cavalinho. Eu nunca tinha visto um antes. É bem mais gosmento do que eu tinha imaginado.
Fiz força para manter contato visual e tentei não retorcer as mãos. Ele me examinou com atenção por um instante. Pareceu acreditar.
— Bastante gosmento — concordou, olhando para suas roupas sujas.
— E estou coberto dessa gosma. Preciso de um banho.
— Tudo bem, mas seja rápido. Tenho planos.
— Que espécie de planos? — um dos cantos de sua boca se elevou.
— Um que envolve apenas você e eu longe daqui. Sua casa anda muito cheia.
A diversão em seu rosto desapareceu lentamente, sendo substituída por alarme. Ele ergueu a vista para o céu, como se procurasse algo ou pedisse ajuda. E foi ali que eu soube. Alguma coisa ia mal, e ele não pretendia dividir suas preocupações comigo. Christopher escondia algo importante de mim.




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Autor(a): Fer Linhares

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Enquanto Christopher se arrumava, vasculhei a memória à procura de sinais, ou ao menos de uma pista do que pudesse estar preocupando Christopher daquele jeito.Exceto meu quase atropelamento, não encontrei mais nada. Por isso decidi que arrancaria dele o que quer que fosse durante o piquenique que eu havia planejado, nem que para isso eu ti ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 90



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  • kaillany Postado em 17/01/2017 - 15:34:52

    Parabéns amei do começo ao fim!!!!s2

  • tahhvondy Postado em 16/01/2017 - 17:33:32

    amei q lindo super amei e m ansiosa pro proximo livro

  • Captain Swan Postado em 16/01/2017 - 14:45:03

    Já ta postado o proximo livro o link ta nos agradecimentos bjss S2

  • GrazihUckermann Postado em 16/01/2017 - 14:38:38

    Ameii! estou muito ansiosa pelo próximo livro s2 posta logo PFV

  • GrazihUckermann Postado em 15/01/2017 - 22:04:26

    Sumi mas estou de volta! 10 capitulos novo e li tudo rapidinho. tá, talvez demorei tipo uma hora e meia, quase duas. amei de mais! Estou apaixonada por esse dois s2 continua logo

  • Postado em 15/01/2017 - 20:30:45

    ah ta acabando q triste mas to amando e o q o futuro deles??se for o q to pensando e mt legal continua

  • tahhvondy Postado em 15/01/2017 - 17:27:14

    ai o cometario abaixo e meu não vir q não tava longada

  • Postado em 15/01/2017 - 17:24:53

    amei e uma menina e amei q colocaram o nome dela de nina

  • tahhvondy Postado em 15/01/2017 - 16:54:46

    owts bebe vondy a caminho amando

  • tahhvondy Postado em 15/01/2017 - 00:35:26

    Ossa odiando essa tia do Christopher cm ela teve coragem de sequestrar a Maite sorte q acharam ela mas essa tia vai continuar causando problemas? ?e o Anfonso vai casar cm a Anahí??


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