Fanfics Brasil - Capítulo 25 (2ª Temporada) Perdida, Encontrada - (Vondy) [TERMINADA]

Fanfic: Perdida, Encontrada - (Vondy) [TERMINADA] | Tema: Vondy (Adaptada)


Capítulo: Capítulo 25 (2ª Temporada)

1316 visualizações Denunciar


— Ai, meu Deus! — gemi, e me aproximei de uma lady Catarina coberta de purê. — Caramba, foi sem querer! Eu só me levantei e... Deixa eu te ajudar com...
— Você já fez o suficiente. — A mulher se esquivou de minhas mãos apatetadas, e uma comoção tardia se abateu sobre a sala.
Todo mundo se apressou para junto da anfitriã, mesmo os que tinham sido atingidos pelo purê explosivo, tentando ajudá-la como podiam. Fui empurrada para trás e desejei com todas as forças que o chão se abrisse e me engolisse. Não era pedir muito.
— Lady Catarina, oh, por Deus, seu vestido está arruinado! — alguém arfou.
— Que tragédia! A seda era tão adorável — lamentou uma mulher.
— Deixe-me acompanhá-la até a sala das damas. Pedirei à sua criada que prepare outro traje.
— Oh, querida Cecília, você é um conforto para mim — disse Catarina.
— Vamos antes que mais alguma comida seja arremessada.
A mulher me lançou um olhar mortal por entre as cabeças sujas. Eu corei e quis explicar que na verdade a culpa tinha sido do filho dela, que me tocara onde não devia, e não pude fazer outra coisa além de reagir como se esperava. Ao menos no século vinte e um. Mas me dei conta de que ela estava irritada demais e isso só pioraria tudo.
— É isso o que acontece quando se convida a plebe para o banquete — Cassandra comentou ao meu lado, alto o bastante para que todos ouvissem.
Ela tinha purê nos cabelos.
Não tive coragem de olhar para onde estava Christopher. Não queria ver o constrangimento em seus olhos.
— Oh, querida, não chore. — O padre, muito gentil, me pegou com todo o cuidado pela cintura e me levou para longe da muvuca. — Venha, vamos tomar um pouco de ar.
Eu não via muita coisa à minha frente, mas, com purê grudado na sobrancelha esquerda, isso até era compreensível. Não tinha nada a ver com lágrimas como ele sugerira. Nada mesmo!
Não nos afastamos muito no entanto, apenas até o salão onde aconteceria o baile.
— Dulce! — Christopher chamou da sala ao lado tentando se livrar do mar de gente que o rodeava, se esticando para me ver.
— Pronto, pronto. Agora tudo vai ficar bem. — O padre tentou me acalmar retirando um lenço da batina decorada por bolotas gosmentas.
— Valeu, padre. — Eu esfreguei o tecido no rosto, me livrando da comida, e o devolvi a ele.
O homem olhou para o lenço e fez uma careta.
— Pode ficar. Ainda tem um pouco de... — E apontou para minha têmpora.
— Eu pensei que o senhor fosse me odiar pra sempre. Tipo, porque eu meio que forcei a barra e te obriguei a me casar em português.
Ele riu de leve.
— E foi justamente o que me fez reconsiderar. Uma dama que se dispõe a mentir tão fervorosamente a um sacerdote deve amar muito seu noivo.
— Eu não estava mentindo.
— Eu sei — ele anuiu com a cabeça uma vez, e os lábios se curvaram para cima de um jeito inesperado.
— Dulce! — Christopher atravessou a porta e não parou até me envolver em seus braços. Não havia constrangimento em seu semblante, e sim uma preocupação genuína. — Você está bem?
— Ah, Christopher, eu sinto muito. Muito mesmo! Não queria te envergonhar, mas eu não pude fazer nada. A cadeira...
— Shhhhh... — Ele acariciou meu cabelo, afundando minha cabeça em seu peito forte. Isso sempre fazia eu me sentir melhor. Sempre. Não foi diferente naquele momento. — Você não me envergonhou, foi um acidente. Todos sabem disso. — Nem todos, eu quis dizer, mas fiquei quieta. — Não é mesmo, padre Antônio?
— Certamente! O criado foi muito desastrado.
— Não acredito que joguei comida numa mulher! — gemi. — Não faço isso desde os cinco anos!
Christopher riu, tocando meu rosto com o indicador e me obrigando a olhar para ele. A diversão em seu rosto desapareceu, dando lugar a outra coisa.
Uma perigosa.
— O que causou o sobressalto? Eu estava olhando, Dulce, e a vi saltar da cadeira pouco antes de tudo acontecer. Como se alguém a tivesse ofendido.
Gravemente. — Uma nuvem obscura de fúria encobriu suas íris.
— Ah! — Merda. A promessa que fizera, de ensinar Dimitri a manter os olhos longe de mim, ecoou dentro da minha cabeça. O que Ian faria se tivesse de ensiná-lo a manter as mãos também? — Foi... hã...
As imagens do rosto inchado de Santiago se misturaram à conversa com o padre sobre os duelos, à visão do ciúme de Christopher logo que chegamos e embaralharam meus pensamentos. De modo que, pela primeira vez, menti para Christopher de maneira descarada.
Certo, tinha a coisa do condicionador também. Mas isso não era mentir.
Era omitir informações, e tinha prazo para terminar. Aquilo ali não — ou eu mentia, ou pagava para ver. E suspeitava de que, se não fizesse algo, Christopher terminaria contando sete passos ao amanhecer. Ou ao entardecer. Pouco importava o horário dos duelos. Eu não queria Christopher num desses e ponto-final.
— Hã... uma... abelha me picou — acabei dizendo.
Christopher me fitou desconcertado e friccionou o polegar em minha testa, provavelmente para limpá-la.
— É mesmo? — perguntou numa voz desconfiada.
— É sim, bem... humm... aqui, tá vendo? — e apontei para o meu ombro.
Suas sobrancelhas quase se uniram quando ele disse, sem entonação alguma:
— Isso é uma pinta, Dulce.
— Parece, né? Mas não é. É uma picada de abelha. Sou alérgica e fica assim, meio marrom, na minha pele. — Achei que era uma explicação boa o bastante, mas resolvi adicionar, caso ele voltasse ao assunto no futuro: — E... hã... a marca não desaparece nunca mais! É permanente. Tipo, daqui uns cinco anos ela ainda vai estar aqui.
— Como uma pinta — ele insistiu.
— É, só que é uma picada. — Pressionei os lábios e fixei o olhar no pequeno V que se formara entre as suas sobrancelhas. Se eu olhasse em seus olhos, estaria perdida.
— E todas essas pequenas marcas. — Ele correu o dedo pelo meu ombro seguindo para o meu pescoço. — Foram picadas de abelha também?
— Ãrrã — engoli em seco. — Poucas são pintas mesmo. Na verdade, acho que são só picadas. Todas elas.
Ele bufou, cravando os olhos no padre.
— O senhor também vai me dizer que foi uma abelha, padre?
— Um velho como eu não enxerga muito bem, caro Christopher. Se sua esposa diz que foi um inseto, devia acreditar. Agora, se me derem licença, vou me livrar desse purê. — Ele fez uma mesura, à qual Christopher respondeu com elegância, e se retirou.
Christopher me conduziu até um pequeno sofá de madeira forrado com um tecido em tons que iam do amarelo ao dourado e me fez sentar. Retirou um lenço do bolso e começou a limpar meu rosto com uma delicadeza comovente.
— Desculpa mesmo, Christopher. Juro, eu não sabia que estavam passando atrás de mim com a comida. Alguém devia ter dito a eles que esse tipo de coisa é perigosa.
Christopher desatou a rir, mesmo tendo se esforçado para se manter sério.
— Não tem graça — reclamei.
— Discordo. Havia purê por toda a cabeça de tia Cassandra. Até agora, sem dúvida, foi a melhor parte da festa.
Eu escrutinei sua expressão e percebi que ele realmente se divertia.
Acabei rindo também, e Christopher se inclinou para me beijar de leve. Nesse momento,
Maite cruzou a porta, escoltada por Alfonso e Anahí.
— Ah, querida Dulce! — A menina se ajoelhou diante de mim, colocando minhas mãos entre as suas. — Lamento tanto!
— Um terrível trabalho da criadagem. Não se culpe — Anahí se apressou em acrescentar.
— Eu até que gostei — comentou Alfonso com um meio sorriso. — Esse jantar estava tão animado quanto um velório.
— Foi o que acabei de dizer a ela — Christopher disse divertido.
— Não espirrou nada em vocês? — Examinei os três. Eles tinham sobrevivido.
— Não, mas você precisava ter visto como a tia Cassandra ficou — Maite brincou, exibindo suas covinhas, então parou de sorrir. — Desculpe-me, Alfonso.
— Não se desculpe, prima. Achei que a adição de purê lhe caiu muito bem.
— Não precisa se constranger, querida Dulce. — Anahí tocou meu cabelo e se pôs a ajeitar alguma coisa por ali. — Todas já passamos por isso em algum momento.
— Verdade, Anahí? — olhei para ela, esperançosa.
Seu rosto se contorceu um pouco.
— Bem, sim. Talvez fôssemos mais jovens...
— Tipo uns quinze anos mais jovens — completei, e Christopher riu.
— Por que está tão preocupada? — ele exigiu saber. — Você me disse certa vez que não se importava com o que os outros pensavam a seu respeito.
— É, mas isso foi antes de você se casar comigo e as pessoas ficarem me chamando de senhora Uckermann. Aliás, acho que você vai ter que falar de novo com os empregados, porque ninguém anda cumprindo o que prometeu.
— Falarei, prometo. Agora, por favor, esqueça o ocorrido e vamos nos divertir.
Como se isso fosse possível com aqueles sapatos não anatômicos idiotas. Mesmo assim me levantei e aceitei seu braço.
Subitamente a sala se encheu. Instrumentos começaram a ser tocados, talvez para distrair os convidados. Lady Catarina retornou, limpa e linda, em um vestido fúcsia, rodeada de gente, conversando e rindo como se nada tivesse acontecido. Pelo menos até ela cravar os olhos em mim. O desagrado em seu rosto chegava a ser cômico, e não foi surpresa alguma ver Cassandra se inclinar no ouvido da mulher e dizer alguma coisa que a fez franzir a testa.
Nunca pensei que um dia diria isso, mas fiquei aliviada quando Christopher se dirigiu para perto do dr. Almeida e de sua família. Os Portilla fizeram o mesmo.
— Minha cara senhora Uckermann — saudou o senhor Moura, fazendo seu bigode dançar. — Que bom vê-la recuperada do susto. Os criados de hoje em dia já não são como os de antes.
Eu não queria colocar a culpa nos empregados, porque na verdade a culpa era do Dimitri, mas não podia dizer isso com Christopher ali. Então, eu apenas sorri para o pai de Anahí e esperei que ele aceitasse aquilo como sinal de embaraço e deixasse o assunto para lá.
E funcionou. Graças a Christopher e ao médico, que mudaram de assunto. Júlio e William se juntaram a Anahí, Maite e Alfonsi, um pouco mais atrás. Reparei no jeito como William olhava para Alfonso, ainda de braços dados com Anahí e Maite, como se o sujeito fosse desprezível e digno de repulsa.
— E ando sentindo uma dor na lombar que me mata! — dizia o senhor Portilla.
— Ora, mas quanta lamentação! — zombou a senhora Portilla, uma mulher magra de traços elegantes e os mesmos cachos avermelhados da filha.
— O senhor esteve indisposto por um dia apenas!
— Para um homem da minha idade, querida Bernadete, um dia pode ser tudo o que lhe resta.
— Na verdade, para qualquer um de nós, senhor Portilla — acrescentou o médico. — Um dia pode mudar tudo.
— Sim, de fato, Almeida — concordou o bigodudo.
— Especialmente para as jovens. Os ventos não andam soprando a favor delas — a senhora Portilla suspirou, se abanando com um leque preto de renda. — As recém-casadas devem estar aflitas.
Seu comentário chamou minha atenção. Isso e o fato de Christopher ter se enrijecido da cabeça aos pés, devo ressaltar. Eu me voltei para a mulher.
— E por quê, dona Bernadete?
— Por causa da maldição.
— Que maldição?
A mulher se benzeu, os olhos arregalados como pires.
— A maldição das recém-casadas. Jovens damas estão morrendo logo após o casamento!




Ta ai pq o Cristopher não quis viajar na lua de mel 


 


 


Comentem!!!


 



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): Fer Linhares

Este autor(a) escreve mais 10 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

— Senhora Portilla! — repreendeu Christopher, fechando os olhos e esfregando a testa, visivelmente abalado.O clima ao nosso redor ficou tenso, e todos se calaram. Confusa, Bernadete trocou olhares com o marido e o médico. Então dá para imaginar como eu me senti naquele momento.— Que maldição? — insisti ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 90



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • kaillany Postado em 17/01/2017 - 15:34:52

    Parabéns amei do começo ao fim!!!!s2

  • tahhvondy Postado em 16/01/2017 - 17:33:32

    amei q lindo super amei e m ansiosa pro proximo livro

  • Captain Swan Postado em 16/01/2017 - 14:45:03

    Já ta postado o proximo livro o link ta nos agradecimentos bjss S2

  • GrazihUckermann Postado em 16/01/2017 - 14:38:38

    Ameii! estou muito ansiosa pelo próximo livro s2 posta logo PFV

  • GrazihUckermann Postado em 15/01/2017 - 22:04:26

    Sumi mas estou de volta! 10 capitulos novo e li tudo rapidinho. tá, talvez demorei tipo uma hora e meia, quase duas. amei de mais! Estou apaixonada por esse dois s2 continua logo

  • Postado em 15/01/2017 - 20:30:45

    ah ta acabando q triste mas to amando e o q o futuro deles??se for o q to pensando e mt legal continua

  • tahhvondy Postado em 15/01/2017 - 17:27:14

    ai o cometario abaixo e meu não vir q não tava longada

  • Postado em 15/01/2017 - 17:24:53

    amei e uma menina e amei q colocaram o nome dela de nina

  • tahhvondy Postado em 15/01/2017 - 16:54:46

    owts bebe vondy a caminho amando

  • tahhvondy Postado em 15/01/2017 - 00:35:26

    Ossa odiando essa tia do Christopher cm ela teve coragem de sequestrar a Maite sorte q acharam ela mas essa tia vai continuar causando problemas? ?e o Anfonso vai casar cm a Anahí??


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais