Fanfic: Perdida, Encontrada - (Vondy) [TERMINADA] | Tema: Vondy (Adaptada)
Tudo bem, eu não pretendia fazer compras. Mas Maite estava tão para baixo que foi a única coisa que me ocorreu no momento. O século dezenove limitava muito as minhas opções.
Isaac acomodou o cesto com os frascos de condicionador no teto da carruagem, bem escondido, e instruí o garoto a entregá-lo discretamente na botica assim que chegássemos à vila. Entreguei-lhe também um bilhete destinado a Suelen e coloquei meia dúzia de vidros na bolsa de crochê, caso ela me procurasse.
A vila estava bastante movimentada, e o ânimo de Maite melhorou um pouco quando passamos pelas bancas do comércio local. Ela parou em diversas delas, tocando numa fita ou num bordado. Acabou não comprando nada, mas já não estava mais tão abatida. E por isso eu me apressei em arrastá-la até a joalheria.
Seu Estevão pareceu encantado em nos ver em seu estabelecimento.
— Vim pagar parte da minha dívida, seu Estevão — anunciei orgulhosa.
— Tão depressa, senhora Uckermann?
— É! — falei entusiasmada, pegando as moedas no bolso do vestido. As que recebi como parte do pagamento pela remessa de condicionador e as três que eu recebi das garotas. Eu as esparramei no balcão. Maite se distraía com a vitrine.
O homem fitou a pequena pilha brilhante com a testa franzida.
— É muito dinheiro, senhora Clarke — espantou-se ele, e se pôs a contar as moedas. Em seguida, pegou um caderninho para se certificar do valor devido. — Isso liquida sua dívida. — Ele puxou um terço do montante para si.
— Sério? Ela toda? — Uau!
— Asseguro-lhe que não roubo nas contas, senhora Uckermann. — Ele se empertigou, bastante ofendido. E eu me dei conta tarde demais. — Pode conferir, se desejar.
— Não é nada disso, seu Estevão! É que eu achei que não dava pra pagar nem a metade.
Caramba! Meu condicionador tinha rendido muito mais do que eu imaginara. E ainda tinha a segunda parte do pagamento!
E eu não havia contado nada disso a Christopher. Um segredo terminava exatamente naquele instante, porém outro muito maior continuaria me assombrando. Eu precisava falar com ele. Mas como é que eu ia fazer isso, se não tínhamos um minuto de sossego? Por culpa do baile desastroso não tive tempo de conversar com meu marido. E naquela manhã, por causa do
pesadelo e da discussão com a Cassandra, também não. Não era, tipo, como se eu estivesse procurando desculpas para não contar a ele nem nada.
— Senhorita Maite, senhora Uckermann! — saudou alguém ao entrar na loja.
William, com o chapéu debaixo do braço, sorria, feliz em nos ver.
Tá legal, em ver a Maite.
— Senhor Levy — ela retribuiu o cumprimento.
— Oi, William — falei.
— Eu estava a caminho da igreja quando as vi entrando aqui. Então, resolvi parar para cumprimentá-las — explicou, um pouco sem jeito.
— Viemos à vila para um curto passeio — Maite se forçou a dizer, sem olhar para ele.
— Ah, entendo. — E os dois ficaram ali, sem saber o que dizer, para onde olhar, corando sem motivo aparente.
Lutei para não revirar os olhos. William também não contribuía muito para me ajudar a colocar Maite de volta na trilha do seu destino. Tive de intervir:
— Maite, por que vocês não vão indo na frente? Só vou juntar minha bagunça aqui e alcanço vocês.
— Será um prazer acompanhá-la, senhorita Maite. — O rapaz ofereceu-lhe o braço.
Bastante encabulada, a menina aceitou e me lançou um olhar perturbado, que preferi ignorar. Os dois saíram. Eu estava recolhendo as moedas que sobraram quando de repente me detive.
— Seu Estevão, de quantas moedas eu preciso para comprar aquilo ali? — Apontei para a vitrine.
— Excelente escolha, minha senhora! E garanto que é uma peça de extremo bom gosto e... — É, eu sei. Vendedores são ótimos em monólogos.
Esperei pacientemente ele chegar ao que interessava: o valor. E nem era muito caro! Acabei comprando e lhe pedi que embrulhasse. Depois guardei o dinheiro que tinha sobrado — metade mais ou menos — e corri para a rua.
Maite e William andavam de braços dados, sem pressa, um bom tanto à frente, a caminho da igreja. Eu diminuí o ritmo para lhes dar ainda mais espaço.
— Senhora Uckermann! — alguém chamou à meia-voz.
Suelen e Najla estavam na esquina, acenando freneticamente para mim.
Fiz um aceno de cabeça, olhei para os lados e atravessei a rua.
— Recebemos seu recado — Suelen se apressou em dizer. — Trouxe o que precisamos?
Assenti de novo, observando os arredores para me certificar de que nenhum curioso nos ouvia. Não havia ninguém por perto.
— Trouxeram a grana? — perguntei de canto de boca.
— Que grana? — Suelen se espantou.
— O dinheiro, Suelen — corrigiu Najla. — A senhora Uckermann usa essa palavra quando quer dizer dinheiro.
— Ah! Claro. Está aqui.
— Não! — Eu a detive quando ela fez menção de pegar as moedas na bolsa. — Aqui não. Vamos mais pra lá.
Saindo da rua principal, eu as levei a um beco mais afastado, com uns barris cheios de restos de comida que fediam muito.
Olhei para os lados de novo, abri a bolsa e, discretamente, entreguei os vidros a elas.
— Oh, como eu preciso disso! — Suelen os escondeu depressa e logo me passou a grana.
— Se alguém perguntar, nunca estivemos aqui, ok? — Encarei ambas com firmeza.
Duas cabeças balançaram em concordância.
Voltei a passos largos para a rua principal. As garotas vieram logo em seguida e foram para o lado oposto. Negociar com a Najla e a Suelen não era tão ruim quanto com o boticário. Quer dizer, eu não estava fazendo algo errado nem nada. Estava só salvando a vida social daquelas garotas!
Porque, se alguém me oferecesse qualquer coisa que deixasse meus cabelos mais bonitos, eu não mediria esforços para adquiri-la. Se eu era capaz de fazer com que as garotas se sentissem mais bonitas, que mal tinha nisso?
Eu estava fazendo um bem à humanidade, certo? Christopher entenderia. Talvez eu não precisasse desistir de tudo e pudesse ter uma pequena fonte de renda, lidando somente com as amigas de Maite.
Avistei minha nova irmã perto da igreja, acompanhada de William e mais uma pessoa. Padre Antônio.
— Merda.
Eu já estava prestes a dar meia-volta quando a menina me avistou e acenou para que eu me aproximasse.
Sentindo-me tão animada quanto um gato prestes a tomar banho, me juntei a eles, tirando do rosto alguns fios que se soltaram do meu rabo de cavalo.
— Boa tarde, senhora Uckermann. — O padre fez uma reverência.
— Oi, padre. Belez... hã... Tudo bem com o senhor?
— Fico feliz que nossa conversa de ontem tenha rendido frutos e que finalmente tenha resolvido me fazer uma visita.
Reprimi uma careta ao me lembrar de sua sugestão de me enfiar de novo dentro do confessionário.
— Ah, bom... eu adoraria, mas...
— Dulce veio me acompanhar, padre Antônio — interveio Maite ao notar meu desconforto. — Fiquei deprimida com as notícias a respeito da jovem Domitila. O senhor se lembra dela?
Padre Antônio assentiu, pressionando os lábios até se tornarem uma linha fina.
— Claro que sim. É muito triste ouvir notícias como essa, mas Deus sabe o que faz. Temos de confiar em sua sabedoria. A jovem Domitila está em um lugar melhor agora.
— Creio que sim — concordou Maite, um tanto abatida. — Dulce me disse que somos todos pequenas partes da alma do criador e que, vez ou outra, ele precisa desses pedaços e os toma de volta. Isso apaziguou um pouco meu coração.
— Ora, é mesmo? — Surpreso (e isso não devia ter me ofendido tanto), o padre me avaliou com um sorriso torto na boca. — Há esperanças para ela, afinal.
Um cavalo trotou ali perto e o som dos cascos me fez virar a cabeça. O mestre de obras tinha problemas em dominar sua montaria e suava em bicas sob o casaco e o chapéu. Ele conseguiu fazer o animal parar assim que nos viu.
— Boa tarde, cavalheiros. Adoráveis jovens damas. — Ele fez um aceno de cabeça. — Estou indo até a propriedade de seu marido — disse-me Domingos. — Creio que finalmente compreendi o que ele deseja para a reforma da casa. Fiz um esboço. E espero que o senhor Uckermann aprecie.
— Legal! — falei, animada. — Mas o senhor pode mostrar pra mim. Sou eu quem está no comando da construção do banheiro.
O homem gargalhou com certa indulgência, como se risse de uma criança de seis anos que afirmasse ser capaz de realizar uma cirurgia cardíaca.
O padre se juntou a ele.
— Que senso de humor a senhora tem. Seu marido é um felizardo. — A papada de seu Domingos tremulava, me fazendo pensar no Jabba the Hutt, aquele monte gosmento do filme Guerra nas estrelas. — Imagine só, padre, uma mulher a cargo de uma reforma!
Gostaria de ter algo em mãos — um bom espeto de churrasco, por exemplo — para ajudar aquele homem a entender como eu abomino atitudes sexistas.
— Cuidado, senhor Domingos — alertou William, bastante sério. — Pelo que pude notar, o senhor Uckermann não apenas estima muito a opinião da esposa como lhe dá liberdade total para agir em nome dele.
— Ora, senhor Guimarães, nenhum homem de bom senso faria o contrário... Na frente da esposa! — Deu uma piscadela ao rapaz. — O que falamos quando as damas não estão presentes é diferente.
— O que quer dizer com isso? — exigi saber. — Você e o Christopher andam conversando pelas minhas costas?
Aquela história de me deixar no comando de tudo era só fachada, um jeito de eu não aborrecer Christopher com a conversa de ajudá-lo nos negócios? Ele estava me enganando? Estava me deixando brincar de comandar a reforma?
Não. Eu não podia acreditar numa coisa dessa.
— De maneira alguma, senhora Uckermann — afirmou seu Domingos
sorrindo zombeteiro, e eu rezei muito para encontrar um espeto ali perto.
Será que o padre me emprestaria um objeto de bronze? Um bem pesado.
— Preciso ir. Até mais ver. — O mestre de obras tocou o chapéu, inclinando a cabeça, e cutucou as costelas do cavalo.
Um turbilhão frenético de pensamentos dominou minha cabeça, e me peguei de punhos cerrados e apertando o maxilar com tanta força que ele chegou a estalar.
— Bem, creio que já nos demoramos demais — disse Maite, um pouco desanimada. — Precisamos voltar antes que anoiteça.
— Eu as acompanharei até a carruagem — William se ofereceu.
— Até mais ver, padre — ela se despediu.
— Tchau, padre. — E segui o casal. Não prestei atenção no que conversavam. Estava preocupada demais com as insinuações do seu Domingos para me importar com qualquer outra coisa. William e Maite se detiveram por um momento, e eu entrei na carruagem para deixá-los mais à vontade.
— Psiu.
Olhei pela janela direita onde o topo da cabeça de Isaac surgiu.
— O que tá fazendo aí? — perguntei.
— A senhora me disse para ser discreto. — Ele se ergueu um pouco mais, até seus olhos ficarem visíveis. — Estou sendo sigiloso como gostaria?
Eu ri.
— Está ótimo, Isaac.
— Fico feliz em agradá-la. — Ele se esticou para dentro da carruagem e derrubou, no assento ao meu lado, uma bolsinha de couro amarrada por uma fina corda marrom. Estava repleta de moedas douradas. — O boticário enviou-lhe isso com um agradecimento.
Não dava para acreditar. Eu estava mesmo ganhando a vida no século dezenove! Quem poderia imaginar? Uma satisfação violenta me dominou.
Eu ainda era capaz de me virar, onde quer que fosse.
Não preciso que ninguém finja nem me deixe brincar de ser útil, pensei com amargura.
— O senhor Plínio pediu ainda para avisá-la que espera um novo carregamento para logo. E que ficou muito impressionando com sua rapidez em cumprir o combinado e... hã... a senhorita Maite está vindo. — E desapareceu.
Maite entrou e se acomodou de frente para mim. William fechou a porta depois de um firme aceno de cabeça. A carruagem partiu em seguida.
Sacolejamos dentro dela, mas eu já estava me habituando ao movimento e não me incomodava mais.
— Você parece melhor — apontei, examinando as adoráveis covinhas que não deixavam seu rosto.
— Sim, creio que estou. A caminhada me fez bem.
— E a companhia também.
Ela corou.
Eu pretendia fazer perguntas sobre Alfonso para saber o que ela sentia por ele, mas aquele sorriso dizia muita coisa sobre as sensações que William despertava nela, certo?
— Ainda não creio que você não deve mais nada ao joalheiro sem ter usado um único vintém das economias da casa — ela comentou.
— E ainda sobrou dinheiro, então... — Levei a mão ao bolso e em seguida a estiquei para ela. — Quero que aceite isso.
Ela fitou minha palma por um instante.
— Oh, Dulce, querida, eu agradeço muito a gentileza, mas não posso aceitar suas moedas.
Olhei para os círculos reluzentes em minha mão.
— Ah, não era isso. Errei o bolso. — Tratei de guardar a grana que recebera de Suelen e Najla e alcancei o pacotinho certo no bolso esquerdo.
Depois de se livrar do papel pardo que o envolvia, Maite abriu a caixinha e seus olhos se iluminaram.
— Dulce, é belíssimo! Como sabia que eu tinha gostado tanto dele? — Ela retirou o broche da almofada de veludo azul e imediatamente o prendeu em seu vestido verde-água. A pérola se destacava e parecia ainda mais cintilante ali.
— Eu vi o jeito que olhou pra ele — dei de ombros. — Você e seu irmão já me deram tantos presentes, e eu nunca pude retribuir, mas agora...
Ela atravessou a cabine, curvada para não bater a cabeça no teto, e se acomodou ao meu lado para me abraçar.
— Obrigada, querida irmã. Sempre que eu usar esta joia me lembrarei de quanto a amo e de como é bom tê-la por perto. Para sempre.
— Fico feliz que pense assim, porque você sabe o que dizem das irmãs, né? São amigas que nunca precisam se separar.
— Isso é perfeito! Porque eu não desejo ficar longe de você nem um dia sequer. Com exceção de sua viagem de lua de mel, claro.
A viagem que eu tanto aguardava. Suspirei. Tanta coisa andava acontecendo que meu conto de fadas tinha ficado meio à margem de tudo.
Duvidava que Christopher me levaria a qualquer lugar antes de encontrar uma explicação razoável para a suposta maldição.
E por mim tudo bem, pois no momento eu estava muito zangada com ele. Sim, eu queria um banheiro — desesperadamente —, mas não tinha certeza se queria que Christopher me enganasse para ter um.
Estava quase certa de que não.
Maite, assim como o irmão, parecia capaz de ler meus pensamentos — ou meu rosto, não sei bem — e disse:
— Não dê ouvidos ao que o senhor Domingos falou. — Ela tocou meu braço de leve. — Meu irmão nunca a enganaria!
Vinte e quatro horas antes eu teria concordado com Maite sem pestanejar, mas naquele momento eu já não sabia mais o que pensar. Christopher escondera toda a história das noivas, me fizera pensar que ele estava em dificuldades... Quer dizer, mais ou menos. Fingir que me deixava no comando da reforma não parecia tão ridículo assim.
Fechei os olhos, recostando a cabeça na madeira da cabine. Detestava duvidar dele, de suas ações. E me odiava ainda mais por mentir para ele e, com isso, permitir que suspeitas se interpusessem entre nós. Ele só tentara me proteger. Do jeito errado, admito, mas não fizera por mal. Já eu... Bom, a princípio também não. Naquele momento, no entanto, ciente de que suas finanças iam muito bem e ainda assim negociando com as garotas da vila, colocava todos os meus atos anteriores sob outra óptica.
Se eu continuasse comercializando o condicionador depois de saber a verdade, Christopher jamais acreditaria que tudo tinha começado por acaso, que eu havia aceitado a proposta do seu Plínio na tentativa de ajudar meu marido a sair do buraco. Eu queria continuar ajudando as mulheres a ter um visual melhor, mas não desejava ser o tipo de garota que mente e engana para conseguir o que quer.
E eu não seria!
Mantive essa resolução em mente durante todo o trajeto para casa, e, assim que chegamos, entrei rapidamente para deixar o dinheiro no quarto e saí à procura do meu marido.
— Ele está no estábulo — avisou Gomes, prestativo como sempre. — Seguiu para lá assim que o senhor Domingos partiu.
— Humm... — Então eles tiveram uma reunião. Será que Christopher pretendia me contar a respeito?
Só tinha um jeito de descobrir.
Desci para o estábulo inquieta e nem me importei quando passei pela sala e Cassandra, desafiadora, ergueu os olhos do livro apenas para estreitá-los para mim, deixando claro que não pretendia partir tão cedo.
Apesar das palavras duras, eu sabia que Christopher não conseguiria se obrigar a jogar a tia na rua, de modo que a estada de Cassandra podia durar para sempre.
Avistei meu marido de longe. Ele estava no centro do estábulo montado em um cavalo cinzento, dando ordens ao animal, que lhe obedecia prontamente. Eu parei na cerca, admirando a cena. Sobre um daqueles bichos, Christopher era sempre um espetáculo à parte. Era meu príncipe encantado de conto de fadas. De perto, reparei que o cavalo não era cinza, mas branco com ranhuras pretas, feito mármore.
— Ei, cavaleiro! — gritei, acenando.
Christopher girou a cabeça e um sorriso suavizou sua expressão concentrada.
Com precisão cirúrgica, ele guiou a montaria até onde eu estava, parando a poucos metros de distância.
— Acabei de chegar da vila. Levei Maite comigo.
— Eu soube. O senhor Domingos partiu ainda agora e comentou que as viu em frente à igreja. — Ele desmontou e passou as rédeas pela cabeça do animal para poder segurá-las do chão.
— Ah, ele veio aqui, é? — perguntei, fingindo surpresa.
— Sim, mas, como você não estava em casa, pedi que voltasse mais tarde. Ele não gostou muito da ideia.
Um alívio instantâneo varreu todo o meu corpo, me deixando tonta. Christopher não me enganara de novo. Como pude pensar uma coisa dessas?
Ah, sim. Porque eu escondia coisas importantes dele.
Em um movimento ágil, Christopher se equilibrou em uma das tábuas da cerca, passou um braço em minha cintura, me obrigando a subir também, e se curvou sobre mim. Seus lábios se colaram aos meus, cheios de saudade.
— Quero que conheça alguém — ele disse, sem desgrudar a boca da minha.
— Se continuar me beijando assim, pode me apresentar a todas as pessoas do planeta.
Ele deixou uma gargalhada escapar e desceu da cerca, para logo em seguida me ajudar a transpô-la e pular para dentro da arena.
— Esta é a Lua. — Ele apontou para o animal. Não era um cavalo afinal, mas uma égua. Era meio difícil saber quem era o que sem dar uma olhada em certas áreas.
— Ela é linda. — Acariciei a cabeça do animal.
Lua era muito mais baixa que Storm, e eu não tive de me esticar toda para alcançar seu dorso, como precisava fazer com o garanhão. Também tive a impressão de que a égua era muito menor que os cavalos que Christopher montava. Mas era elegante e meio altiva, e, para falar a verdade, eu a adorei.
— Fico feliz que tenha gostado dela, pois é sua.
Parei de acariciá-la para olhar para Christopher.
— O quê? Você tá me dando a Lua?
Aquele sorriso esplêndido ainda estava lá.
— Você disse que quer aprender a montar. Então precisará ter sua própria montaria. Tomei a liberdade de escolher o animal mais dócil que possuo.
Atordoada, pisquei algumas vezes.
— Eu podia aprender com Meia-Noite ou Storm... — balbuciei.
— Não permitirei que suba em Storm sozinha, Dulce — disse com firmeza. — E você morre de medo de cair dele.
Isso era verdade.
— Sim, mas, se você me der a Lua, não vai poder vendê-la.
— Essa é a intenção — Christopher riu. — É a égua mais mansa que já treinei. E é muito obediente, não vai lhe causar problemas.
Eu joguei os braços ao redor do pescoço dele, enterrando a cabeça em seu pescoço. Meus olhos ficaram úmidos e uma enxurrada de palavras lutava para sair. Eu não sabia nem por onde começar. Se pedia desculpas por ter duvidado da integridade dele, ainda que só por um instante, ou se contava logo a falta da minha. Eu não merecia um cara como o Christopher.
Porém, antes que eu pudesse falar, ele disse:
— Estou igualmente ansioso e apavorado com a ideia de vê-la sozinha sobre Lua. Mas, se pretende mesmo aprender a montar, serei seu instrutor.
Eu me afastei dele apenas o suficiente para encará-lo. Christopher estava contente; meio aterrorizado, é verdade, mas feliz.
Assim como eu o examinava, ele também me estudava atentamente, e não demorou para notar que alguma coisa não estava bem. Entretanto ele acabou interpretando minha aflição de um jeito errado.
— Não é tão difícil quanto parece — assegurou. — Estarei com você a todo instante. Não precisa ter medo. Deixe-me apenas trocar a sela antes e lhe explicarei os comandos básicos.
Apenas assenti uma vez, já que não confiava na firmeza da minha voz.
Christopher me passou as rédeas de Lua e entrou numa das baias.
Não dava para arruinar aquele momento trazendo assuntos desagradáveis à tona.
Uma sensação muito ruim de déjà-vu revirou meu estômago e fez meus pelos se arrepiarem. Mas interpretei aquilo como resposta ao medo de estar prestes a montar sozinha pela primeira vez, e não por me sentir aliviada com o adiamento da conversa.
GrazihUckermann: Ela só vai casar com o William no livro dela, então... ela meio que vai kk bjss S2
Comentem!!!!
Autor(a): Fer Linhares
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+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Querida Nina,Christopher me deu a Lua! É uma égua linda e tem esse nome por causa da pelagem, que lembra mesmo nosso satélite natural. Estou aprendendo a montar há uma semana! E, quando digo montar, estou sendo literal, pois é tudo que aprendi a fazer até agora.Subir na égua e não cair. Ainda n&atild ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 90
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kaillany Postado em 17/01/2017 - 15:34:52
Parabéns amei do começo ao fim!!!!s2
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tahhvondy Postado em 16/01/2017 - 17:33:32
amei q lindo super amei e m ansiosa pro proximo livro
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Captain Swan Postado em 16/01/2017 - 14:45:03
Já ta postado o proximo livro o link ta nos agradecimentos bjss S2
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GrazihUckermann Postado em 16/01/2017 - 14:38:38
Ameii! estou muito ansiosa pelo próximo livro s2 posta logo PFV
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GrazihUckermann Postado em 15/01/2017 - 22:04:26
Sumi mas estou de volta! 10 capitulos novo e li tudo rapidinho. tá, talvez demorei tipo uma hora e meia, quase duas. amei de mais! Estou apaixonada por esse dois s2 continua logo
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Postado em 15/01/2017 - 20:30:45
ah ta acabando q triste mas to amando e o q o futuro deles??se for o q to pensando e mt legal continua
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tahhvondy Postado em 15/01/2017 - 17:27:14
ai o cometario abaixo e meu não vir q não tava longada
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Postado em 15/01/2017 - 17:24:53
amei e uma menina e amei q colocaram o nome dela de nina
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tahhvondy Postado em 15/01/2017 - 16:54:46
owts bebe vondy a caminho amando
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tahhvondy Postado em 15/01/2017 - 00:35:26
Ossa odiando essa tia do Christopher cm ela teve coragem de sequestrar a Maite sorte q acharam ela mas essa tia vai continuar causando problemas? ?e o Anfonso vai casar cm a Anahí??