Fanfics Brasil - Capítulo 36 (2ª Temporada) Perdida, Encontrada - (Vondy) [TERMINADA]

Fanfic: Perdida, Encontrada - (Vondy) [TERMINADA] | Tema: Vondy (Adaptada)


Capítulo: Capítulo 36 (2ª Temporada)

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O padre estava sentado no sofá maior, mas ficou de pé exatamente no instante em que nos viu chegar.
— Boa tarde, padre — eu o saudei e comecei a estender a mão, mas me detive a tempo. Fiz uma meia reverência, que ele correspondeu com diversão.
— Que alegria vê-la tão bem, senhora Uckermann — anunciou. — Senhorita Maite. — Ele sorriu para minha cunhada.
— Boa tarde, padre Antônio — Maite o cumprimentou, com a graça de sempre.
Um silêncio se instalou no ambiente. O padre ficou correndo os olhos de Maite para mim, certamente esperando alguma coisa. Eu não conseguia me lembrar do que deveria fazer primeiro. A imposição de Maite fez meu cérebro entrar em descanso de tela, em um branco total. O que eu conhecia não se aplicava ali, pois, quando eu recebia visitas em meu pequeno
apartamento, não tinha toda aquela pompa e circunstância. A pessoa entrava e se sentava caso encontrasse um espaço livre de bagunça no sofá, pedia uma cerveja e sempre se podia confiar na TV ligada para afugentar aquele silêncio constrangedor que às vezes se abatia sobre o ambiente. Mas ali eu ainda não sabia como proceder. Devia ter estudado melhor o livro. Eu devia oferecer primeiro as bebidas? Comentar sobre o tempo? Perguntar sobre sua saúde antes ou depois de dizer que a batina lhe caía muito bem?
Fitei minha cunhada em busca de ajuda, e ela, muito discretamente, apontou para o sofá com a cabeça.
Ah, é.
— O senhor não quer se sentar? — ofereci.
Ele prontamente aceitou o convite e se acomodou. Elisa seguiu para a poltrona do outro lado da sala, de modo que acabei tendo de me sentar ao lado do homem. Ninguém falou nada por um tempo, e eu não sabia bem que assunto abordar. Tamborilei os dedos nos joelhos, meio incomodada.
— Então, padre... — comecei. — O que o senhor veio fazer aq... Hã... Quer dizer, adorei que o senhor tenha resolvido dar uma passad... Que tenha nos honrado com sua visita! — Isso! Essa era a expressão correta.
O padre me estudava com as sobrancelhas franzidas, quase unidas.
— Soube pelo dr. Almeida que a senhora não passou bem dias atrás.
Fiquei preocupado.
— Ficou? — perguntei, surpresa.
Ele inclinou a cabeça para o lado, achando graça.
— Por que tanto espanto, senhora Uckermann?
— Bom, é que... Nada. — Corei. — Foi só uma queda de pressão.
— E está se sentindo melhor?
Com relação à minha saúde sim, quanto a todo o resto...
— Tô ótima!
Seus olhos ligeiros e enrugados perscrutaram meu rosto antes de ele dizer:
— A senhora não me parece a dama que conheci.
Eu me esforcei para sorrir.
— E isso é bom, certo?
— Imagino que seja. — No entanto, ele pareceu duvidar. Francamente!
Parecia que nada que eu fazia agradava aquele homem. — O senhor Uckermann ainda está fora?
Nesse instante, Gomes entrou na sala equilibrando a bandeja cheia de biscoitos, bolinhos e bebidas. O aroma do café me acalmou um pouco. O padre optou por chá, e o mordomo o serviu primeiro. Em seguida, deu o refresco a Maite e, quando se voltou para mim, questionando, eu apenas balancei a cabeça.
— Vale... humm... Obrigada, seu Gomes. Senhor Gomes! — me corrigi. — Não quero nada.
Ele não gostou da minha recusa, mas se inclinou e logo se retirou da sala.
O padre continuava me observando. Percebi que estava esperando alguma coisa. Ah, a resposta à sua pergunta.
— Christopher foi a uma fazenda buscar um cavalo. Fica meio longe, e vai levar mais ou menos uma semana para ele voltar pra casa. — Sete agonizantes e intermináveis dias. Ainda faltavam três.
— Entendo. — Ele bebericou o chá. — Perdoe-me se estiver sendo indelicado, senhora Uckermann, mas percebo que algo a aflige. Posso ajudá-la de alguma maneira?
— Só se o senhor souber como fazer o relógio correr mais depressa — murmurei.
— Ah, querida... — Surpreendendo-me mais uma vez, o padre Antônio me presenteou com um olhar cheio de compaixão.
— Padre Antônio, perdoe-me pela demora. — Cassandra entrou na sala fazendo muito barulho. — A criadagem desta casa é lamentável. Fui informada de sua presença somente agora. — Ela esticou a mão para que o padre a beijasse.
Pego de surpresa, o homem se comportou como esperado.
— Não é necessário se desculpar, senhora — ele garantiu bem-humorado.
— A senhora Uckermann tem se mostrado uma excelente anfitriã. E uma companhia adorável, devo acrescentar.
Foi a minha vez de ficar surpresa. Se havia alguém de quem eu jamais esperava ouvir um elogio, esse alguém era o padre Antônio.
— Não se deixe enganar, meu bom homem — retrucou Cassandra, passando com as saias volumosas a centímetros da minha cara para se acomodar entre mim e o sacerdote. Seu perfume adocicado e enjoativo se espalhou pela sala, ameaçando me engolir. Meu estômago reagiu de um jeito esquisito. — Um penteado aceitável e um pouco mais de silêncio é tudo que se pode esperar desta dama. Quer que eu peça ao mordomo que lhe sirva...? — Ela se deteve ao notar a bandeja sobre a mesinha.
— A senhora Uckermann já providenciou tudo — disse o padre, alcançando sua xícara. — Chá é tudo que desejo. E talvez um desses biscoitinhos de nata que somente a senhora Madalena sabe fazer. — Ele pescou um e deu uma pequena mordida.
Cassandra ergueu as finas sobrancelhas, admirada, e me estudou por um tempo. Aquele aroma enjoativo se intensificava e meu desconforto piorava quando ela se movia.
Como esperado, a tia de Maite monopolizou a conversa. É verdade que Maite e o padre tentaram participar, mas a mulher os ignorava de propósito e grasnava... quer dizer, falava sem pausas.
Não foi isso que me fez sentir sufocada, mas o sobe e desce na minha barriga causado pelo perfume de Cassandra. Se eu ficasse um segundo a mais ali, colocaria o almoço para fora. Levantei-me num pulo e inventei uma dor de cabeça para o padre. Maite me olhou preocupada, e um pouquinho decepcionada por eu não concluir o evento social como a dona da casa, e eu balbuciei um sincero “me desculpe” para ela antes de me retirar.
Atravessei a casa num pulo até alcançar os fundos e sair para o ar fresco do fim de tarde. O enjoo começou a ceder conforme eu me movimentava. Então fui caminhando meio que sem destino até encontrar a estrada de terra batida. Como me sentia melhor a cada passo, segui adiante, pois conhecia bem aquele caminho, e de repente fui tomada por uma necessidade insana de ir até lá, até o nosso lugar especial. Meu e de Christopher.
Meia hora de caminhada foi suficiente para me levar até o local onde tudo começara. Passei pela pedra e me sentei sob a copa do cedro, me recostando no tronco. Tirei os sapatos e repousei os pés no gramado, abraçando os joelhos.
Alguns raios de sol penetravam na folhagem, criando figuras abstratas na grama. O cheiro de mato e terra fresca aliviou meu desconforto de vez.
Suspirei quando diversas lembranças naquele mesmo cenário preencheram minha mente. Christopher e eu namorando ali, de bobeira, fazendo planos para o futuro. Em nenhum daqueles planos nós brigávamos. Em nenhum eu passaria meu aniversário sozinha. Tampouco Christopher me deixaria para trás. E definitivamente não pronunciava a palavra que começa com T.
Eu sentia tanta saudade que chegava a ficar sem ar. Quando escolhi ficar com Christopher, eu sabia que não seria fácil, mas não imaginei que esses duzentos anos que nos separavam seriam tão cruciais. Duas pessoas muito diferentes, com pensamentos e costumes distintos. Para o nosso relacionamento funcionar, um de nós teria que ceder. Não sabia o que se passava na cabeça dele naquele momento, mas na minha estava tudo completamente resolvido. Eu esperaria por ele o tempo que fosse, mesmo que para isso tivesse de me reinventar. Não era justamente por esse motivo que eu estava com a cabeça cheia de forquilhas, os pés decorados por bolhas e
tinha uma caderneta inteira para decorar? Eu salvaria nosso casamento, não importava como.
O som de patas pesadas se aproximando me tirou do devaneio.
Provavelmente era o dr. Almeida outra vez. Ele cumpria à risca as ordens de Christopher e vinha todos os dias, mesmo sabendo que não havia nada de errado comigo. Eu me levantei e me preparei para a bronca que ele certamente me daria por não ter obedecido à sua recomendação de não caminhar longas distâncias.
Entretanto, o cavaleiro solitário no cavalo negro selvagem que surgiu na estrada não era o médico.
Meu coração pulou uma batida, saiu de compasso para então disparar contra as costelas até retumbar alto em meus ouvidos.
Christopher.
Não consegui desgrudar os olhos dele, examinando-o, absorvendo-o como se não o visse havia anos. Seu casaco sacudia com o movimento de Storm, e reparei que os dois primeiros botões da camisa branca estavam abertos. Não sei por que me surpreendi tanto ao constatar que seus cabelos ainda eram tão escuros quanto eu me lembrava. Apenas quatro dias tinham
se passado desde sua partida, mas o fato é que fiquei maravilhada por aqueles fios negros ainda serem os mesmos. Talvez mais dele ainda estivesse igual.
Ele me avistou e manteve o olhar fixo em mim. Dominou Storm e o obrigou a diminuir o ritmo conforme se aproximava. Então, ao me alcançar, desmontou devagar, mantendo os olhos fixos nos meus, numa cena tão, tão parecida com a primeira vez em que nos encontramos naquele mesmo cenário que precisei conter um soluço.
Minha reação imediata foi correr em sua direção, mas me detive a tempo. Eu não podia ultrapassar os limites, e desconfiava de que me atirar em seus braços e me pendurar em seu pescoço seria demais. Eu teria de manter distância. Era ele quem deveria dar o primeiro passo.
No entanto, ele não fez nada além de hesitar. Sua expressão parecia perguntar tanta coisa, dizer tanto, que meu coração se encheu de esperanças. Mordendo o lábio, esperei que ele fizesse alguma coisa, qualquer coisa — me beijasse, por exemplo —, para acabar com aquela agonia.
Em vez disso, Christopher permaneceu a três passos de distância, me observando como se não me reconhecesse.
Ele limpou a garganta.
— Olá — disse num sussurro.
Um tremor suave agitou meu corpo.
— Oi. — Senti muito a sua falta.
Nesse instante, tive a impressão de que Christopher lia meus pensamentos, pois deu um passo à frente, o braço esquerdo se erguendo, procurando contato.
No entanto, algo o deteve, e ele parou e colocou as mãos nos bolsos da calça.
Ah, por favor, não chegue tão perto assim. Eu não consigo respirar.
— Pensei que você fosse demorar três dias para voltar — sussurrei, e minha voz tremeu.
Christopher desviou o olhar para a grama.
— Consegui resolver tudo bem depressa. Além disso, Storm é muito rápido.
— Ah. Fez... boa viagem?
— Dentro do possível. — Então ergueu os olhos e os fixou em mim. —
Teve mais algum episódio de desmaio?
— Não. Tô legal — dei de ombros.
— Nenhum mal-estar, nem mesmo dor de cabeça ou...
— Não. Nada.
Ele soltou uma grande lufada de ar.
— Fico aliviado por isso. — Ele assentiu uma vez. — Mas você não devia estar tão longe de casa desacompanhada. Dr. Almeida recomendou que repousasse.
— Só queria andar um pouquinho. Nem é tão longe assim — dei de ombros. — Conseguiu o cavalo de que precisava?
Christopher ainda me examinava atentamente. Temi o que ele pudesse estar vendo. Uma centelha crepitava em seu olhar.
— Dois — contou. — Já estão a caminho. Vim na frente, estava com um pouco de pressa. O que aconteceu com seus cabelos?
Toquei o coque perfeito, sem jeito.
— Só prendi direito.
— E por quê? — Ele parecia... Não sei bem. Aborrecido, ou quase isso.
Eu jurara a mim mesma que jamais mentiria para ele outra vez. Ainda que dizer a verdade fosse embaraçoso, como era o caso.
— Cansei de ser diferente, Christopher.
Sua testa se encrespou e uma sombra anuviou seu rosto, apagando aquela centelha que eu ainda não tinha conseguido desvendar. Nervosa, comecei a brincar com o anel e a aliança em minha mão esquerda. Seu olhar atento não perdeu nada.
— Você deve estar cansado. — E muito abatido, percebi. Havia suaves manchas roxas sob seus olhos. Não que eu não estivesse com olheiras também.
Ele assentiu.
— Estava ansioso para voltar para casa. — E eu para que você voltasse, eu estava pronta para dizer, mas ele continuou: — Tenho assuntos a resolver.
— Ah. Claro. — Provavelmente cuidar das éguas prestes a entrar no cio.
— Então vamos pra casa. Você deve estar com fome depois de viajar tanto.
Ele anuiu com a cabeça outra vez e eu me pus em movimento, me aproximando de Storm. Christopher me acompanhou com o olhar, mantendo as mãos nos bolsos. Eu já tinha feito aquilo tantas vezes que teria sido automático colocar o pé no estribo e subir, mas me detive. As coisas agora estavam diferentes. Tinha de ficar me lembrado disso a toda hora.
— Humm... Me dá uma carona?
Ele não respondeu, apenas tirou as mãos dos bolsos, foi até a árvore e se abaixou para pegar os sapatos que eu já nem lembrava que estavam ali.
Então, com uma calma enervante, caminhou lentamente os poucos passos que nos separavam, se abaixou, se apoiando sobre um joelho, e, com muito cuidado, buscou meu pé, acomodando-o em sua coxa. Ele deslizou os dedos pela planta, retirando pedaços de grama que haviam grudado ali, e se deteve por um segundo, acariciando a pele subitamente sensível. Tive a impressão de que muito lhe custara encaixar o sapato ali. O outro pé recebeu o mesmo tratamento, e as carícias foram um pouco mais longas, lançando ondas quentes por todo o meu corpo.
Ainda apoiado sobre um joelho, Christopher ergueu o olhar, e eu perdi completamente a noção de todo o resto. Apenas seus olhos existiam. A brisa leve agitou minhas saias e seus cabelos negros. Alguns fios se colaram à sua testa, e precisei de muito autocontrole para manter minhas mãos na sela.
Abruptamente Storm arqueou o pescoço para mordiscar a grama.
— Ahhh! — Eu me desequilibrei e acabei tombando para frente, caindo sobre Christopher.
Seu corpo amorteceu minha queda e eu fechei os olhos, absorvendo aquela proximidade, saboreando cada pedacinho de seu corpo se acomodando ao meu, num encaixe perfeito. Sei que não devia, mas naquele instante não consegui me segurar. Minha cabeça tombou em seu ombro.
Um braço circundou minha cintura, senti seu nariz tocar meus cabelos, e ele inspirou fundo.
— Sofia, eu...
Ele se interrompeu quando, tarde demais, ouviu alguém se aproximar.
O padre parou seu cavalo e nos observou caídos no chão, eu ainda sobre Christopher.
— Desculpe. — Constrangida, saí de cima dele e ajeitei os bambolês da anágua da melhor maneira que pude.
Christopher se levantou com uma expressão de puro desconforto — se devido à colisão ou ao flagrante, eu não saberia dizer.
— Fico feliz que tenha voltado, senhor Uckermann! — exclamou o homem.
— Boa tarde, padre. Também estou contente por estar em casa.
— Gostaria que me procurasse nos próximos dias. Para discutirmos... humm... — Os olhos do homem vagaram para o meu rosto depois voltaram para Christopher. — O conserto do telhado.
Christopher concordou.
— Até mais ver — o padre inclinou a cabeça de leve e cutucou as costelas de sua montaria.
Então ficamos só nós dois ali, com aquele clima desconfortável pairando sobre a nossa cabeça.
— É melhor a gente ir — eu disse. — Não avisei que pretendia sair e não quero deixar a Maite preocupada.
Ele assentiu e se levantou, batendo de leve na parte traseira da calça para se livrar da grama. Encaixei o pé no estribo e me preparei para o impulso, mas Christopher foi mais rápido e me empurrou para cima com uma delicada precisão, se acomodando atrás de mim.
Seus braços se enrolaram em minha cintura mais uma vez, e foi tão
maravilhoso sentir seu calor me envolvendo que tive de reprimir um suspiro. Eu tinha muito a lhe dizer, mas não sabia como começar. Apesar de naquele instante ele estar me abraçando tão forte que era difícil respirar, eu sabia que não podia interpretar de forma romântica seu medo de que eu caísse de Storm. Christopherjamais me deixaria montar aquele cavalo sem se certificar de que eu estivesse em segurança.
O silêncio no trajeto para casa era interrompido apenas pelo trote de Storm. Ao chegarmos, Christopher me ajudou a desmontar, e Isaac, como se pressentisse, apareceu na porta da cozinha.
— Patrão! Que bom que voltou! — exclamou, descendo os degraus e tomando as rédeas de Christopher.
— É bom estar em casa, Isaac.
O rapaz já estava a postos para levar o cavalo até o estábulo, mas Christopher pediu que esperasse. Ele se virou para a sela, abriu um compartimento de couro e retirou dali um pacote do tamanho de uma caixa de sapatos. E só então liberou o garoto.
— Quer que eu peça pra Madalena preparar um banho pra você? — ofereci.
— Eu ficaria muito grato. — Ele acomodou o pacote embaixo do braço e começamos a subir a escada. — Estou todo empoeirado.
— Belez... hã... Tudo bem, então. Vou fazer um lanche pra você enquanto isso.
Ele arqueou as sobrancelhas.
— Você vai cozinhar?
— Ei! Eu sei fatiar um pão muito bem! — falei, ofendida. — E queijo também.
Ele esboçou um sorriso. Torci para que se concretizasse. Mas não chegou a tanto.
— Pão e queijo parecem ótimos para mim.
— É bom você gostar mesmo, porque não sei fazer muito mais além de fatiar coisas.
Aquele que antes fora apenas um esboço agora se tornou um sorriso completo, atingindo os olhos de Christopher, com os lábios se esticando por inteiro.
Meu coração reagiu no mesmo instante, acelerando o passo, e eu queria tanto sentir aquela boca na minha...
Nossos olhares se encontraram e aquela onda, aquela força quase magnética que sempre me impelia para ele reapareceu. Acho que ele também foi afetado por ela, pois sua postura mudou, o sorriso sumiu, os olhos se fixaram em minha boca com tanta intensidade que eu os senti formigando em expectativa. Ele ergueu o olhar, passeando-o por todo o meu rosto, como se estivesse memorizando meus traços. Ou me acariciando a distância. No entanto, se deteve em meus cabelos. E sua expressão se alterou.
— Você caminhou muito hoje, venha se sentar um pouco — disse, num tom educado, porém distante. Fiquei esperando que a atmosfera mágica se restabelecesse, mas, assim como o olhar quente de Christopher, ela desaparecera.
Ele quis me beijar, não quis? Não imaginei aquilo, certo?
Parando na entrada da casa, Christopher indicou com o braço para que eu fosse à frente. Ele soltou um suspiro cansado conforme entrávamos, e, enquanto eu o observava pelo canto do olho, entendi que, ao contrário do que diziam os contos de fadas, um beijo não faria tudo se acertar.
Àquela altura, eu já não tinha tanta certeza se alguma coisa faria.



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Autor(a): Fer Linhares

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Ao cair da noite eu me remexia inquieta na cadeira, tamborilando os dedos na mesa de jantar e olhando de esguelha para Christopher, sentado à cabeceira.Desde que entramos em casa, ele não falara comigo. Elisa o recebera com alegria, e Madalena se apressou em lhe preparar o banho. Gomes e ele se trancafiaram no escritório por meia hora, e d ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 90



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  • kaillany Postado em 17/01/2017 - 15:34:52

    Parabéns amei do começo ao fim!!!!s2

  • tahhvondy Postado em 16/01/2017 - 17:33:32

    amei q lindo super amei e m ansiosa pro proximo livro

  • Captain Swan Postado em 16/01/2017 - 14:45:03

    Já ta postado o proximo livro o link ta nos agradecimentos bjss S2

  • GrazihUckermann Postado em 16/01/2017 - 14:38:38

    Ameii! estou muito ansiosa pelo próximo livro s2 posta logo PFV

  • GrazihUckermann Postado em 15/01/2017 - 22:04:26

    Sumi mas estou de volta! 10 capitulos novo e li tudo rapidinho. tá, talvez demorei tipo uma hora e meia, quase duas. amei de mais! Estou apaixonada por esse dois s2 continua logo

  • Postado em 15/01/2017 - 20:30:45

    ah ta acabando q triste mas to amando e o q o futuro deles??se for o q to pensando e mt legal continua

  • tahhvondy Postado em 15/01/2017 - 17:27:14

    ai o cometario abaixo e meu não vir q não tava longada

  • Postado em 15/01/2017 - 17:24:53

    amei e uma menina e amei q colocaram o nome dela de nina

  • tahhvondy Postado em 15/01/2017 - 16:54:46

    owts bebe vondy a caminho amando

  • tahhvondy Postado em 15/01/2017 - 00:35:26

    Ossa odiando essa tia do Christopher cm ela teve coragem de sequestrar a Maite sorte q acharam ela mas essa tia vai continuar causando problemas? ?e o Anfonso vai casar cm a Anahí??


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