Fanfics Brasil - Capítulo 45 (2ª Temporada) Perdida, Encontrada - (Vondy) [TERMINADA]

Fanfic: Perdida, Encontrada - (Vondy) [TERMINADA] | Tema: Vondy (Adaptada)


Capítulo: Capítulo 45 (2ª Temporada)

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Querida Nina,
Preciso dormir. Eu amo a minha filha, a Marina é tudo para mim, não me entenda mal. Eu só gostaria que ela dormisse de vez em quando. Ela é meio boêmia, segundo o dr. Almeida. Christopher adora brincar com ela de madrugada, mas até ele está exausto.
Nina já tem quatro meses, não devia adormecer um pouquinho vez ou outra?
Ah, e a Bic que dei a Christpoher acabou. Escrevi tantas cartas para você que a tinta já era. Ele está tentando encher o refil, mas até agora só fez sujeira.
Eu contei que Nina vai ganhar um priminho?
Anahí descobriu que está gravida. Cassandra não cabe em si de tanta felicidade. Ela se mudou para a casa nova de Alfonso e Anahí, que fica só a vinte quilômetros daqui. A mulher ainda é desagradável às vezes, mas parece que a felicidade do filho (e,segundo Madalena, as visitas frequentes de um certo viúvo da região) tem feito maravilhas por ela. Christopher ainda não a perdoou, porém tem se esforçado para ser cortês. Então, quem sabe?
E, por falar em Madalena, ela e Gomes andam se acertando. Christopher acha que eles finalmente vão ficar juntos, porque a tal mulher por quem o mordomo está apaixonado é a Madalena. Ela ainda não sabe disso. Vive reclamando que Gomes só atrapalha seu
serviço e diz que ele está ficando gagá. Mas dia desses eu os flagrei na cozinha ralando coco, e ohomem “sem querer” deixou a mão tocar a dela.
Madalena deu um gritinho, mas deixou sua mão sob a dele. Ao menos até Nina começar a berrar e denunciar a nossa presença.
Aos poucos, fui entrando na pele da senhora Uckermann, e, quando decidi esquecer de vez aquelas regras malucas, tudo ficou muito mais fácil. Gomes e Madalena parecem satisfeitos com meu jeito de governar a casa, não tão perfeito como na época da senhora Uckermann mãe ou na de Maite, mas funciona, e é isso o que importa. Até o padre Antônio me elogiou durante um almoço, e isso é muito raro. Ele fazer elogios, quero dizer. Todo domingo, depois da missa, ele vem filar a boia aqui em casa.
Maite está mais feliz do que nunca. William e ela se corresponderam nos últimos meses, sem Christopher saber de nada, claro. Desde que o garoto voltou, tem visitado minha cunhada todos os dias. Christopher não gosta muito disso, mas deixou Madalena encarregada do assunto, então, quando o rapaz aparece aqui...
— Dulce! — Maite entrou no meu novo escritório. Nina berrava em seus braços. — Ajude-me, não sei o que ela quer.
Eu me levantei, e, assim que me viu, Nina gritou ainda mais, tremendo o lábio inferior e fazendo um furinho adorável aparecer em seu queixo.
— Ei, mocinha, o que foi? Está com fome de novo? — perguntei, pegando-a no colo. Ela estava mais pesada agora, e muito, muito parecida com o pai. Os cabelos tinham a mesma cor, mas aqueles cachos indomados, infelizmente, eram meus.
— Não creio que seja fome — contou Maite, aflita. — Ela mamou não tem nem meia hora! Já troquei as fraldas, tentei fazê-la dormir, mas nada adiantou. Será que está doente?
Comprimi os lábios na testa macia de Marina.
— Não, acho que ela quer outra coisa.
— E o que é?
Estava pronta para lhe dar a resposta quando a coisa apareceu. Christopher atravessou a sala, a preocupação marcando seu belo rosto. Seus olhos pousaram em mim, depois em Nina.
— Eu a ouvi chorar. — E era sempre assim. Ele parava o que quer que estivesse fazendo para acudir a nossa filha.
— Adivinha o que ela quer? — zombei.
— Humm... — Ele se inclinou para pegá-la e aproveitou para sapecar um beijo não tão rápido em meus lábios. — O que quer, meu amorzinho? Conte para o papai.
Assim que se encontrou nos braços dele, Nina se aquietou e eu tive de rir. Christopher era o único que conseguia fazê-la parar de chorar. Ela agitou os bracinhos roliços e bateu a pequena palma em seu peito, como se respondesse: papai, papai, papai! Então enfiou a mão na boca e começou a chupar os dedos cheios de furinhos.
— Ela é tão esperta! — falei, acariciando sua cabeça.
— E manhosa. Sempre consegue o que quer. Lembra-me alguém... — brincou Christopher, com um sorriso nos lábios e me olhando cheio de ternura.
— Meu irmão — começou Maite. — Talvez o senhor Levy venha me visitar esta tarde. Ele tentou falar com você ontem, mas você demorou tanto que ele precisou ir embora.
Christopher franziu a testa.
— Outra vez, Maite?
— Christopher... — censurei. — Eles só querem bater papo. São da mesma idade. — Bom, mais ou menos — Não vai dar uma de irmão mais velho chato e fazer Maite passar vergonha. Ela sabe o que deve e o que não deve fazer.
— Sim, sei mesmo. Dulce me explicou tudo! — ela se apressou, juntando as mãos na altura da cintura.
Ele revirou os olhos.
— Como se isso me deixasse mais tranquilo.
Maite e eu rimos. Ele acabou cedendo, e acomodou Nina melhor em seu colo.
— Tudo bem, Maite . — Christopher segurou Nina com apenas um braço e procurou o relógio. Nossa filha se agarrou à corrente. — Conhece as regras.
Duas horas no máximo. E a senhora Madalena estará presente o tempo todo, caso eu ou Dulce estejamos ocupados tentando domar esta pequena senhorita exigente. — Ele brincou com a mão de Nina agarrada ao relógio.
— Obrigada, Christopher — Maite respondeu e saiu apressada, certamente para se arrumar.
— Não acha que ainda é muito pequena para querer um desses? — Christopher perguntou a Nina, que levava o relógio à boca e babava no visor. — Nem pense que será fácil. Primeiro terá de vencer o papai numa corrida de cavalos. Aposto que será a melhor amazona das redondezas.
Ela respondeu com uma porção de barulhinhos divertidos. Por fim se cansou do relógio, meio sonolenta, seus olhos negros e enormes tinham dificuldade para permanecer abertos. Christopher e eu ficamos assistindo à luta da bebezinha contra o sono. Por fim ela perdeu a briga e adormeceu.
— Se ela fizesse isso à noite eu ficaria tão feliz — comentei, sonhadora.
— Ela chegará lá. Por falar nisso, os ingressos chegaram. Já combinei com
Maite sobre amanhã à noite. Está tudo resolvido.
— Não acredito que já vai fazer um ano que a gente casou. Parece que foi ontem.
Christopher me levaria à ópera e depois a um restaurante que, segundo ele, era o melhor do país, para um jantar romântico. Ele tinha mais planos, mas se recusava a dividi-los. Consegui extrair algumas informações de Maite, que ficaria com Nina durante a noite toda. Imaginei que dormiríamos fora.
Ou não dormiríamos nada, melhor dizendo.
— Ah, quase me esqueço. Tem algo que quero lhe mostrar. — Christopher me entregou Nina com todo o cuidado do mundo. — Venho trabalhando nisso há certo tempo e queria sua opinião.
— É mesmo? — perguntei surpresa. — Trabalhando no quê?
— Apenas uma ideia que tive um dia desses. Espere aqui, volto logo.
— Tá bom.
Acomodei Nina no berço — havia um em praticamente todos os cômodos da casa agora — e fiquei olhando para ela por um longo tempo. Eu adorava fazer isso. E vê-la brincar com a papinha de frutas. Mal podia esperar para que ela entendesse que devia comer em vez de cuspir tudo em mim.
Voltei para a escrivaninha e molhei a ponta da pena no potinho de tinta, me preparando para voltar à minha melhor amiga.
— Tentando quebrar as regras, Dulce?
Eu girei na cadeira com o coração aos pulos. Aquela voz melodiosa, parecida com a de um anjo, era inconfundível.
E era a última coisa que eu esperava ouvir na vida.
Saltei um metro longe da mesa, mantendo os olhos fixos na mulher de cabelos e olhos cinza diante da janela.
— Não! — falei firme. — Não vou a lugar nenhum. Você não pode me mandar de volta. Meu lugar é aqui! Você disse que era definitivo!
O rosto sereno não esboçou nenhuma reação.
— Acalme-se, Dulce. É apenas uma visita. Nada mais.
— Ah! — Fiquei um pouco menos tensa. Não muito. Eu era grata àquela mulher. Graças a ela encontrara Christopher, mas isso não significava que eu confiava nela.
— Vim conhecer Marina. Só isso. Trouxe alguns presentes.
De repente, eu queria voar porta afora com a minha filha nos braços.
— Não fique com medo — suplicou, com aquela voz calma e doce. — É apenas uma visita rápida. Nina anda dando muito trabalho para dormir, não?
Fiz uma careta.
— Ela não curte muito essa coisa de dormir. Não à noite.
A mulher se aproximou do berço, e eu imediatamente me coloquei à sua frente. Estava pronta para, ao menor sinal de um celular, agarrar Nina e saltar pela janela. A mulher me ignorou e se inclinou para o lado. Um sorriso imenso se espalhou em seu rosto delicado de fada.
— Tão linda quanto eu havia imaginado. — Então esticou a mão fina e a descansou na testa da minha filha. — Você será saudável, terá beleza, compaixão e tudo o que seu coração desejar.
Aquilo me pareceu familiar. Só não consegui me lembrar de onde conhecia aquela fala.
— Você... tem visto a Nina e o Rafa? Eles estão bem? — perguntei como quem não quer nada.
A mulher fixou a atenção em mim. Os olhos cinzentos se estreitaram, desconfiados.
— Não posso interferir,Dulce, você sabe disso. E você devia fazer o mesmo. — E apontou com a cabeça para as cartas sobre a mesa.
Soltei um longo suspiro.
— Não poderia interferir nem se quisesse. Não tenho como enviá-las, a menos... — Eu parei de falar. E de pensar. Concentrei-me com muita força em coisas banais.
Minha fada madrinha analisou meu rosto com cuidado, unindo as sobrancelhas.
— Por que está pensando em pêssegos, laranjas e... — seus olhos se arregalaram — fitas de cetim, Dulce? Sério?
— Entrei totalmente no clima deste século — falei, pensando em diversos tons de azul.
Ela me estudou, desconfiada, e eu me esforcei ainda mais. Fitas amarelas. Casas verdes...
— Seja lá o que estiver tramando, não vai funcionar.
— Não tô tramando nada. — Cavalos azuis. Com bolinhas roxas e brancas, crinas cor-de-rosa e um chifre prateado no meio da testa. Humm, Nina adoraria babar num desses...
— Ouça, não posso me demorar — ela suspirou, olhando para a porta pela qual Christopher saíra pouco antes. — Trouxe alguns presentes para a sua nova família, mas, no fundo, acho que fui eu que saí ganhando. Estou tão orgulhosa de você! Sua descoberta pode mudar o destino de algumas mulheres, Dulce. E o projeto com os cosméticos foi tão inesperado, mas foi muito gratificante acompanhar sua luta para manter sua essência. Espero ter acertado. — Ela indicou a mesa, onde antes não havia nada além de papéis e cadernos, e que agora exibia três caixas.
Tudo bem, a mulher era uma fada. Devia ser moleza fazer objetos aparecerem do nada.
— Então é aqui que a gente se separa? — perguntei, meio triste. — Não vou te ver de novo?
— Bem, sou sua fada madrinha... — Abruptamente os olhos dela perderam o foco e se tornaram opacos, como se ela não estivesse ali ou como se visse algo que eu não era capaz de enxergar. Então sacudiu a cabeça e os cantos de seus lábios se curvaram para cima. — Mas vamos torcer para que eu não tenha de interferir outra vez.
— Vai dar tudo certo, né? Entre mim e o Christopher? Você não pode adiantar só uma coisinha ou duas do nosso futuro?
— Não é preciso. Você já o viu. Até brigou um bocado com ele.
Eu a fitei sem entender.
— O que quer dizer?
Ela abriu a boca, mas então virou a cabeça em direção à porta e sorriu.
— Você já vai descobrir. Cuide-se, Dulce. — Ela beijou minha testa e, com um piscar de luz incandescente, desapareceu.
Contemplei Nina no berço e suspirei aliviada ao constatar que ela nem ao menos havia se movido. Como assim briguei com o nosso futuro? , eu me perguntei. Como é que eu poderia fazer uma coisa dessas?
Desisti de tentar entender e, intrigada com o conteúdo das caixas sobre a mesa, me apressei em investigar. Ao menos aquele mistério eu podia resolver rapidamente. Abri a maior delas, cor-de-rosa com o nome Marina escrito em roxo, numa letra elegante. Ali dentro havia... o unicórnio de pelúcia que eu acabara de imaginar! E era tão grande que Nina teria de crescer um pouco mais para poder brincar com ele. Uma caixa retangular e comprida estava amarrada às patas macias, como se fizesse uma oferta.
Desatei a fita que a prendia ao brinquedo, abri caixinha e arfei.
— Ai, meu Deus!
Remexi nas duas dúzias ou mais de chupetas multicoloridas no mesmo instante em que Nina resmungava no berço. Ela gemeu e se preparou para berrar. Antes disso, escolhi uma delas, a lilás de abas largas — para combinar com a roupinha verde-água que ela usava — e a aproximei de sua boca. Seus olhos se arregalaram um pouco, a testa franzida de leve como se não entendesse, então experimentou sugar e pareceu gostar. Ou decidiu que não valia a pena pensar muito sobre o assunto e milagrosamente voltou a dormir.
— Ai, meu Deus! — sussurrei. — Valeu, fada madrinha!
Corri para a caixa na esperança de que ela tivesse trazido mais alguma coisa útil — tipo um notebook recarregável a luz solar, quem sabe? Ou um suprimento de absorventes descartáveis para a vida toda, talvez. Mas não havia mais nada. O pacote seguinte, menor e comprido, era destinado a Christopher.
Eu o coloquei de lado e peguei o último. Esse trazia o meu nome. Hesitei antes de abri-lo.
Eu precisava de mais alguma coisa?
Tinha um marido dedicado, o amor da minha vida, minha alma gêmea, meu melhor amigo. Uma filha linda e saudável que teria tudo que seu coração desejasse. Uma família que incluía uma irmã caçula e avós.
Tornara-me independente ao dar segmento ao meu próprio negócio, fizera novos amigos e havia bolado um jeito de manter os antigos (ao menos eu assim esperava, se meu plano funcionasse).
Minha vida estava plena, completa, até mais do que isso. Eu era feliz como nunca tinha sido. Realmente precisava do que quer estivesse ali dentro?
— Não, não preciso — eu me ouvi dizendo, com um sorriso no rosto, ao empurrar a caixa.
— Não precisa de quê, meu amor?
Olhei por sobre o ombro para ver Christopher entrar no escritório. Ele trazia alguns papéis nas mãos.
— Disso. Recebi uma visita bastante incomum.
Contei a ele sobre a fada e os presentes, e sua primeira reação foi me pegar pela mão e checar Nina. Um suspiro lhe escapou dos lábios quando ele viu que estávamos bem, mas franziu a testa ao analisar o rosto da nossa filha.
— Ah, é uma chupeta. Ela gostou — expliquei. — A fada madrinha deixou presentes. Aquele ali é pra você. Não sei o que pode ser, não abri.
Surpreso, ele foi até a mesa e pegou o pacote, virando-o nas mãos.
— Arrisco dizer que, mesmo depois de abri-lo, corro o risco de não saber do que se trata.
Eu ri enquanto ele abria o pacote com cuidado. Um sorriso de menino que o deixava tão irresistível esticou seus lábios. Uma caixa de canetas Bic surtiria mesmo esse efeito nele.
— É maravilhoso, Dulce. Gostaria de poder agradecer — ele comentou, fixando em mim o olhar, que subitamente se tornara intenso. — E não estou me referindo às canetas.
Eu me aproximei dele e passei os braços em seu pescoço. Ele me abraçou pela cintura.
— Acho que ela sabe que somos gratos.
— O que você ganhou?
Dei de ombros.
— Não sei, não abri.
— E por que não?
— Já tenho tudo que quero ou preciso.
Ele fechou os olhos e enterrou a cabeça em meu pescoço. Sua boca quente trilhou um caminho de beijos que seguiu até a minha orelha.
— É mesmo, minha bela esposa? — sussurrou.
— É sim. Você me deu tudo, Christopher, e não estou falando de bens materiais.
Ele ergueu a cabeça para me encarar.
— Você também me deu o mundo, Dulce. — E seu olhar se inflamou. — Você é o meu mundo!
Abraçando-o com mais força, enrosquei os dedos em seus cabelos encorpados e macios e trouxe sua boca até a minha. No entanto, ele me deteve com delicadeza.
— Espere, preciso lhe mostrar uma coisa. — Christopher me entregou o papel.
Havia um desenho oval formado por flores e folhas intrincadas, o oito deitado ao centro com os dizeres “Creme de beleza para os cabelos Infinito”.
Minha boca se abriu e eu pisquei algumas vezes.
— Christopher, de onde tirou esse nome?
Ele colocou a mão no bolso da calça e me mostrou o verso do relógio que eu lhe dera.
— Não gostou?
Levei um minuto inteiro para responder. Eu conhecia aquele logotipo.
Já o vira milhares de vezes. Já usara o produto milhares de vezes. Cortesia do Rafa.
Eu já tinha visto o meu futuro, dissera minha fada madrinha. Já brigara com ele inúmeras vezes.
Não! Não podia ser! Não o Rafa...
— Dulce? — chamou Ian, preocupado.
— Ai, meu Deus, Christopher! Você não vai acreditar no que eu acho que acabei de descobrir! É a coisa mais maluca do mundo e, mesmo assim... Ai, meu Deus! — Empolgada demais, pulei sobre ele e, por conta do impulso, acabei jogando-o para trás. Esbarramos na mesa e algumas coisas caíram, entre elas os presentes. A caixa de canetas se abriu e elas se espalharam pelo chão com um plic-plic-plic. Nina suspirou no berço, mas não acordou.
— Ai, desculpa. Eu preciso parar de te atacar desse jeito ou vou acabar destruindo a mobília um dia desses. — Eu me agachei para recolher as canetas.
— Devo discordar. Adoro quando você tenta destruir a mobília comigo.
— Christopher se ajoelhou para me ajudar.
No meio da bagunça, a tampa do meu presente se abriu, mas, por sorte, estava de costas para mim. Christopher, porém, deu uma boa olhada no conteúdo.
— Humm... Dulce — Ele começou a rir de leve. — Creio que você deveria aceitar o presente.
— Não quero, Christopher. Não quero seja lá o que tenha aí dentro.
— Você quer. E muito! Confie em mim.
— Você sabe o que é? — perguntei, surpresa.
Aquela explosão de faíscas prateadas chispou em suas íris de ônix.
— Jamais poderia me esquecer deles. — Um sorriso malicioso cheio de significados surgiu.
— Deles?
Virei a caixa abruptamente, e o que vi foi lona vermelha, borracha encardida pelo uso contínuo, o cadarço meio desfiado...
— Meu All Star! — Apertei um deles contra o peito. Imediatamente me livrei das botas para calçá-los, mas Christopher foi mais rápido e me deteve.
— Permita-me. — Ele se ajoelhou ao meu lado e pegou um dos tênis.
Escorregou o calçado pelo meu pé, fazendo o laço com muita dedicação.
Então deslizou o outro, e um meio sorriso encantador surgiu tímido em seu rosto.
Como se eu precisasse daquilo para saber que ele era o meu príncipe encantado...
A luz do sol incidia sobre nós, e ali, com Christopher agachado ao meu lado, não pude deixar de pensar que fora numa posição muito semelhante que nos vimos pela primeira vez. Só que, na época, nós hesitamos.
Não havia hesitação, dúvidas ou segredos entre nós agora. Ao contrário, existia a maior sintonia, a ponto de eu achar que pensamentos podiam ser lidos quando se amava alguém como Christopher e eu nos amávamos. E, depois de tudo que passamos, de enfrentarmos juntos duzentos anos de diferenças, eu sabia que seria assim para sempre.
Como se lesse meus pensamentos, Christopher empurrou as canetas para o lado, passou um braço pela minha cintura, me içando enquanto sua outra mão se prendia à minha nuca, nossas testas se unindo.
— Amo você, Christopher. Vou te amar pra sempre.
Ele fechou os olhos por um momento, saboreando as palavras. Então voltou a abri-los, e eu fiquei abismada com o amor profundo e imutável que refletiam.
— “Meu passado, meu presente, meu futuro...” — Seus dedos cálidos acariciaram minha bochecha enquanto ele proferia a inscrição que eu mandara gravar em seu relógio de bolso. — “Minha vida.”
Ele tocou meu queixo, elevando meu rosto para que seus lábios encontrassem os meus, e a mão em minha cintura se contraiu minimamente, me levando para ainda mais perto. Apoiei as mãos em seus ombros e mais uma vez me perdi naqueles olhos profundos, munida da certeza de que o que quer que o futuro tivesse nos reservado terminaria com “e viveram felizes para sempre”.




O proximo capitulo é o ultimo #triste :( 


 


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Autor(a): Fer Linhares

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 90



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  • kaillany Postado em 17/01/2017 - 15:34:52

    Parabéns amei do começo ao fim!!!!s2

  • tahhvondy Postado em 16/01/2017 - 17:33:32

    amei q lindo super amei e m ansiosa pro proximo livro

  • Captain Swan Postado em 16/01/2017 - 14:45:03

    Já ta postado o proximo livro o link ta nos agradecimentos bjss S2

  • GrazihUckermann Postado em 16/01/2017 - 14:38:38

    Ameii! estou muito ansiosa pelo próximo livro s2 posta logo PFV

  • GrazihUckermann Postado em 15/01/2017 - 22:04:26

    Sumi mas estou de volta! 10 capitulos novo e li tudo rapidinho. tá, talvez demorei tipo uma hora e meia, quase duas. amei de mais! Estou apaixonada por esse dois s2 continua logo

  • Postado em 15/01/2017 - 20:30:45

    ah ta acabando q triste mas to amando e o q o futuro deles??se for o q to pensando e mt legal continua

  • tahhvondy Postado em 15/01/2017 - 17:27:14

    ai o cometario abaixo e meu não vir q não tava longada

  • Postado em 15/01/2017 - 17:24:53

    amei e uma menina e amei q colocaram o nome dela de nina

  • tahhvondy Postado em 15/01/2017 - 16:54:46

    owts bebe vondy a caminho amando

  • tahhvondy Postado em 15/01/2017 - 00:35:26

    Ossa odiando essa tia do Christopher cm ela teve coragem de sequestrar a Maite sorte q acharam ela mas essa tia vai continuar causando problemas? ?e o Anfonso vai casar cm a Anahí??


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