Fanfic: Minhas Razões De Viver AyD | Tema: Portinon, AyD

Annie me puxou para me sentar no seu colo.

Ela colocou suas mãos em meu rosto e me beijou.

–Hum… Annie, temos que contar à Sophia de nós. – falei, quando ficámos sem ar.

–Eu sei. O mais depressa possível. As notícias correm depressa, em Risouwood. Quando eu chegar falamos nisso com ela, mas vai já preparando terreno, é melhor.

–Sim, é.

Lhe dei um selinho e saí do seu colo.

–Quer alguma coisa em especial para o jantar? – perguntei, quando estava quase saindo do consultório.

–Não. Pergunta à Sophia o que ela quer. O que ela quiser, por mim está bom.

Assenti.

–Tenho que ir buscar as meninas.

–Leva meu carro. – ela me mandou suas chaves.

–Então e você, como vai para casa?

–A pé. – ela deu de ombros.

- De salto ? – Perguntei

- Sim – Ela deu de ombros

–Ok! Até já. Te amo! – falei, saindo da sala.

–Te amo, amor! – ela falou.

Sorri e fui até ao Volvo.

–Vamos lá ver se consigo mexer nesta coisa. – murmurei.

Conduzi devagar até à escolinha de Sophia: não queria causar mais danos ao Volvo dela.

Sophia já estava à porta da escolinha, sentada no banco, com a face apoiada nas mãos. Seus cotovelos estavam nos joelhos. Ela tinha um biquinho fofo nos lábios.

Saí do carro e fui até ela.

–Oi, meu amor – anunciei, me sentando ao lado dela. Eu sabia que se passava alguma coisa com ela. Minha filha, sempre que me via, gritava um “Mamãe” todo contente e energético, mas hoje nem deu pela minha presença.

–Oi, mamãe. – ela falou, sem mexer um dedo.

–O que se aconteceu, princesa?

–Nada, mamãe.

–Sophi, eu sou sua mãe, sei que se passa alguma coisa contigo, amor. – falei, acariciando seus cabelos.

–Ah, mamãe. – ela choramingou, pousando sua cabeça em minhas pernas.

–O que tem, anjo?

–Foi… foi a Katelynn, a Mackayla e a Caly.

–O que elas fizeram, filha?

–Elas… disselam mal de ti e disselam que meu pai num gosta de mim. Mas eu sei que num gosta, po isso, disse que tinha duas mamães e que não precisava  de um papai! E elas disselam: teu papai te abandonou, teu papai num gosta de ti, ninguém gosta de ti! Mas, mamãe, você me mentiu! Disse que gostavam de mim! E isso é mentila! Ninguém gosta de mim! – arfei com o que ela disse.

Neste momento, o rosto delicado de minha filha já estava molhado pelas lágrimas dela.

–Tenha calma, princesa… o importante não é quantas pessoas te amam, mas sim que pessoas te amam. Eu te amo. O vovô Fernando te ama. A vovó Blanca te ama, e a vovó Marichelo também. A tia May, até o tio Poncho, o namorado da May te ama, e apenas te viu uma vez! E também o Tio Chris e a tia Angel também. Os titios te amam. A Annie te ama. E, te vou contar um segredo, se pedir a Annie para ser tua Mamãe também, ela irá logo quer!

–É selio, mamãe? – ela perguntou, limpando as lágrimas.

Peguei nela e me levantei.

–Claro que é, princesa! – exclamei. – Ela te ama como se fosse filha dela!

A coloquei na cadeirinha e beijei sua testa.

–Mamãe, podemos i à da Tia Any?

–Claro. – tentei sorrir e limpei suas lágrimas.

Voltei para o lugar de condutor e conduzi até à creche de Clara.

Depois de pegar ela, conduzi novamente até à clínica de Annie. Tirei o bebê conforto de Clara do carro, a malinha dela, ajudei Sophia a sair e voltei a entrar na clínica de Annie. Felizmente, o carro dela se fecha com o botãozinho. Assim é mais fácil para mim.

Bati à porta da sala de Annie.

Ouvi os passos dela até à porta.

–A clínica já fechou. – ela falou, enquanto abria a porta.

–Nos sabemos. Mas tem aqui uma garotinha a querer falar com a Tia Any. – falei, sorrindo para ela.

Ok, eram duas delas. A Sophia e eu. Mas, neste momento – assim como no resto dos momentos – , não era eu que importava, mas sim minha filha. Minha Sophia.

–Oh, minhas garotas vieram me ver, porque uma delas quer falar comigo? – Annie perguntou, cruzando os braços.

Minhas garotas. Ela nos considerou as suas garotas. Sorri com isso.

–Basicamente.

–E qual delas é? – ela perguntou, apesar de saber qual de nós é. Ela sabe que, se fosse eu, esperaria por ela chegar a casa.

–Sou eu! – Sophia falou, saltando.

–Oh, é? – Annie a pegou

–Uhum!

Annie entrou na sala. Entrei atrás dela e pousei o bebê conforto de Clara no chão, ao lado da sua mesa dela. Peguei a bebê, e a coloquei em pé em minhas pernas.

Clara deu seu melhor sorriso sem dentinhos e tentou saltar em minhas pernas. Mas minha bebê ainda não tinha força suficiente para suportar seu peso, então, apenas curvava as pernas, como se saltasse.

Annie se sentou na sua cadeira e sentou Sophia na mesa.

–E o que a menininha mais linda quer falar? – Ela perguntou.

Sophia olhou para mim. Sorri, lhe dando forças.

Annie franziu a testa, curioso pelo que Sophia lhe iria dar e pelo sorriso que mandei para Sophia.

–Any… Queles sê minha Mommy? – ela perguntou, num tom quase inaudível.

Annie olhou para mim. Sorri.

Ela estava sem reação. Ora olhava para mim, ora para Sophia.

–Sophia, sabe que não deve brincar com isso, certo? – deve ter sido a única coisa que ela conseguiu raciocinar.

–Hein? Blicá? Eu não estou blincando. Eu quelo que sejas minha mamãe também… - ela falou.

–Sua Mamãe? Mas você já tem mamãe

Vi Sophia balançar a cabeça.

–Minha mamãe, ploque não quelo um papai que não me ame, mas sim uma mamãe que também me ame.

–Own… - Annie abraçou Sophia com força, até ela soltar um ip. – É claro que quero ser sua Mommy, princesa. – ela sorriu para mim. Seus olhos estavam marejados.

Nunca pensei que Anahí quisesse assim tanto ter filhos. Ou talvez ter Sophia como filha.

–Assim já posso dizê à Katelynn, à Mackayla e à Caly que não pleciso de um papai! – ela exclamou, passando os bracinhos pelo pescoço de Annie. Torci os lábios.

Aquelas meninas não têm educação em casa, não?! Não sabem que não devem falar isso para as outras pessoas?! Tudo bem que têm quatro anos, ou alguma coisa do gênero, mas já deviam saber que aquilo não se faz!

–Quem são elas? – Annie perguntou, apenas movendo os lábios para mim.

–Depois conto – respondi, da mesma forma. Ela assentiu, a contra gosto.

–Agola, tu tens de namolá com minha mamãe! – minha filha falou, se sentando melhor na mesa, de maneira a que via as duaa.

–Ow…

Direta, hein?

–Bom, meu anjo… - Annie iniciou – Está vendo isto? – ela estendeu sua mão esquerda.

–É uma aliança? – ela perguntou.

–É.

–Oh… então já num pode namolá com minha mamãe… - ela fez biquinho. Agora, Sophia já estava mais calma

Annie se levantou e foi para trás de mim. Eu sentia seu cheiro bem pertinho de mim.

–Olha aqui. – Ela puxou minha mão esquerda, me dando tempo para perceber o que ela iria fazer e segurar melhor a Clara.

–Oh… mamãe também tem uma aliança. – Sophia olhava atentamente para minha mão – Então já num podem namolá!

–Não, meu anjo. Mamãe e a Annie estamos juntas. Nós namoramos, querida. – falei.

–Oh… então nós os quatlo somos uma família? Tipo a da Claie?

–Exatamente!

–Quem porra é a Claire! Mas eu não sei nada sobre a vida dela!? – Annie resmungou, bem baixinho.

–Depois conto tudo.

–EBA! – Sophia tinha os olhinhos brilhando e um lindo sorriso nos lábios. Eu gostava de ver minha filha assim. Depois, ela desmanchou seu sorriso – Agola, só falta o beijo!