Fanfic: Minhas Razões De Viver AyD | Tema: Portinon, AyD

Hoje acordei mais cedo. Aliás, me acordaram mais cedo.

Maite chegou aqui às 4:30 da manhã, com uma caixa que percebi ser maquilhagem e coisas do cabelo e segurando uma espécie de sacola preta, onde devia estar seu vestido. Seu cabelo estava preso num coque no topo da cabeça, ela estava sem maquilhagem e uma roupa prática.

Eu não sei qual foi a ideia dela de vir aqui àquela hora da manhã. Aliás, sei: me maquilhar, vestir e pentear.

Obviamente, eu e Annie estávamos dormindo a essa hora. E as meninas também. Mas ambas acordámos assustadas com a campainha estridente. Nosso quarto é o mais próximo da porta da rua.

Sim, nosso quarto.

Praticamente uma semana depois de começarmos a namorar, Annie me convidou oficialmente para ir dormir com ela. Normalmente, eu ia para lá ao início da noite, na hora em que ela ainda estava acordada, lendo um livro ou passando o tempo em seu notebook ou então ia para lá a meio da noite, na hora em que já estava dormindo, mas, mesmo assim, ela passava seus braços em redor de meu corpo e me aninhava nela.

Então, o meu antigo quarto virou o quarto de hóspedes (mais conhecido como quarto da May/brinquedoteca, já que a maioria dos brinquedos de minha primogênita está ali, desde o dia em que eu e Annie a vimos brincando, a meio da noite, sentada no chão de seu quarto. Ok, se ela quiser, poderá também ir brincar à noite, mas é mais difícil.

Annie, que tem andado um pouco mal-humorada nos últimos dias chegou quase brigar com a irmã, porque ela não tinha o direito de vir aqui tão cedo, nos acordar. Mas eu consegui fazer com que ela ficasse mais calma dizendo que, se ela continuasse, acordaria as meninas, e ela se foi deitar novamente.

–Ai, Dulcinha, depois de hoje, estaremos livres! – May falou, depois de ambas tomarmos banho. Neste momento, eu estava sentada numa cadeira que ela foi buscar na cozinha, de frente para o espelho (que está tampado), no banheiro principal, vestindo roupa prática e sendo maquilhada por na.

–Livres? – perguntei, baralhada.

–Uhum! Vamos acabar o ensino médio! Não é ótimo?

Suspirei. O fim do ensino médio.

Desde o primeiro dia do primeiro ano de escola que sonhamos com este dia tão especial para nossa vida. O dia que recordaremos para sempre. Mas, neste momento, eu não quero que o dia de hoje chegue.

Meu futuro se tornou incerto. Eu e Annie falámos mais algumas vezes sobre a Faculdade e eu também falei com meu pai sobre isso.

Os dois me incentivam a estudar, continuar os estudos, que seria melhor para mim. Ao menos, seria formada.

Realmente, seria melhor para mim.

Mas e Sophia? Clara? Anahí? E Fernando?

Sophia e Clara iriam comigo, se eu fosse embora da cidade. Não seria difícil mudar elas de escolha e creche. O pior, no caso delas, seria as separar dos avós, dos tios. E da mama.

Sim, da mama, porque Anahí teria de largar tudo – a família, o emprego – para vir comigo e com as meninas, para continuar com sua própria família, aquela que, segundo ela, Annie construiu.

E seria pior para Fernando porque ele precisa de todos aqui. Ele saiu do hospital dez dias depois de entrar. Agora, está tudo bem com ele. Felizmente, foi só um susto. Mas, mesmo assim, precisa de todos nós.

E depois, do que viveria lá? Eu não queria que meu pai pagasse tudo (faculdade, casa, comida, etc.). Teria de trabalhar.

E ficaria longe de May.

Ela vai estudar psicologia.

E, caso eu seja aceite – o que acho muito difícil –, seria numa Faculdade não muito boa, ao contrário de May, que irá para uma das melhores do país. Ela espera ir para a mesma em que Poncho está, Harvard, em Cambridge, Massachusetts.

Mas, se eu não tentar ir para nenhum curso superior, ficarei apenas com o ensino médio. E, caso Annie decida me despedir por algum motivo, ninguém me aceitará, pela pouca escolaridade. A não ser que eu seja último recurso.

A última hipótese seria melhor para Sophia e Clara, para Annie, para meu pai. Para todo mundo menos eu.

E esta situação é horrível, me aflige.

–Oh… não chora, Dul. – ela falou, passando sua mão por minha bochecha – Tem um futuro brilhante pela sua frente! – ela tentou me alegrar – Se não conseguir entrar em nenhuma, ficará com as meninas e com minha irmã.

Suspirei novamente.

–Hey, sabe quem vai ser o orador?! – ela perguntou, com os olhinhos brilhando, tentando fazer com que eu esquecesse o assunto Faculdade.

É claro que eu sabia! Desde que ela foi escolhida, ainda não se calou!

Ela começou a falar do discurso. Que, segundo ela, seria épico.

May estava escondendo alguma coisa de mim. Eu conseguia ver, em seus olhos e em seu sorriso. Acredito que vá descobrir daqui a algumas horas.

–Mamãe! Tia May! – minha filha falou.

–Sophia? O que está fazendo acordada, filha? – perguntei, estendendo a mão para ela.

– Mama me acordou.

–Ah, ok. – falei

–Amor, onde está a roupa dela? – Annie perguntou, entrando no banheiro. Ela veio até mim e pegou na pequena, depois de me beijar.

–Está no closet dela… é um vestidinho azul claro, com um lacinhos azul escuro. Os sapatos são uns azul claro também, que estão mesmo debaixo do vestido e não esquece as meias brancas .

–E a de Clara?

–Também no closet dela. É o vestidinho azul escuro com um laço no meio e os sapatinhos, também azul escuro.

–Ok, vamos, pequena. – ela falou, pegando em Sophia.

–Ela continua? – May perguntou, olhando para a porta, por onde Annie saiu.

–Sim. – falei, num suspiro.

Anahí, como me referi há pouco, nos últimos dias tem andado rabugenta, com pouca paciência e mal-humorada. Tudo isto se deve à idade dela. Ela acha que está muito velha para namorar comigo. Acha que eu mereço alguém da minha idade. Que tenha a mesma energia que eu. E isso a faz ficar mal-humorada.

–Sabe, Dul, bem que podia mostrar que a desejas e que ela tem energia e força para ti. – May falou, agora mexendo em meu cabelo. Aliás, o penteando.

–Como?

–Bom, diz que a ama… a seduz… e depois fazem amor! – ela falou.

–Hum… - a ideia parecia boa. Quer dizer, entre nós, ainda não aconteceu nada. E… acho que May tinha razão. Isso lhe demonstraria que eu gostava dele, que a desejava e que tem energia suficiente para mim.

Depois de estar quase pronta, May se maquilhou e pediu para eu arrumar seu cabelo.

Ok, ficou muito bom, apenas o cachei.

–Ok, vamos comer. – ela me puxou para fora do banheiro.

May ainda não tinha comido?!

–Eu tenho de ir amamentar Clara e tenho que ir arrumar dela! – falei, apontando para o quarto de minha bebê.

–Ela já está pronta. – Annie falou, séria. – Lhe dei mamadeira com o leite em pó.

–Oh…

–Já dei banho e já a vesti. Também dei banho e vesti a Sophia. E ela está comendo. Eu já comi. Temos que ir. São quase sete e meia. E ainda temos de ir a casa de Fernando. – Ela falou.

Estava esperando um sorriso dela. Mas ele não veio. Suspirei e fui até à cozinha.

–Não se preocupe Dul, Ela melhorará. – ela informou.

–Mamãe! – Sophia quase gritou. Ela tinha a boca suja de chocolate que cobria as panquecas que Annie agora faz em quase todos os cafés da manhã.

Sorri e me sentei à mesa. May se sentou ao meu lado. Ambas comemos e, depois de terminámos, nos levantámos. Sophia se levantou ao mesmo tempo que nós. Ela usava o vestidinho azul com dois lacinhos, os sapatinhos azul claro e o cabelo estava com um laço branco.

~*~

Sophia:  http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=216563189  ~*~

–Own, meu amor, está tão linda! – falei, a apertando. Ela corou e sorriu.

–Vou lá com a mama! – ela falou, indo embora, saltitando.

Eu e May fomos até meu quarto/quarto de Annie, onde estava a sacola preta em cima da cama já feita.

–Já escolheu teu vestido?

–Hum… não. – murmurei, envergonhada.

–Ótimo! – ela guinchou, batendo palminhas.

Ótimo? Ela ficou contente por eu ainda não ter escolhido o vestido?!

–Olha o que eu trouxe! – ela falou, abrindo uma das sacolas. Que, afinal, eram duas.

Depois, tirou de lá um vestido. Vestido este que, Deus do céu, era lindo!

Vermelho, até aos pés, apenas com um ombro.

Era realmente lindo.

Sorri para o vestido.

–Sim, garota, é para ti! – May falou.

Minha boca, quase de certeza, se abriu num O perfeito. Aquilo era para mim?

–Maite… - murmurei. – Eu tenho vestidos.

–Eu sei, mas eu comprei este pensando em ti! – ela falou, olhando e sorrindo para o vestido.

–Mas…

–Seduzir a minha irmã… - ela cantarolou.

Suspirei. Será que aquilo ajudaria? Será que ela sentiria desejo, por mim, ao me ver num vestido daqueles?

–Veste! Quero saber se acertei no tamanho! – ela falou, me passando o vestido.

May me ajudou a ajustar o vestido em meu corpo. Pelo que conseguia ver, ficava perfeito em mim. Não conseguia ver o corpo todo. May também tampou os espelhos no quarto.

                                                 Continua...

Olá Meus Amores Sentiram minha falta ? kkk