Fanfic: Minhas Razões De Viver AyD | Tema: Portinon, AyD

Depois de eu estar tratada e de me terem vestido uma bata ridícula do hospital, eles me transferiram para um quarto.

-Porque é que não posso ir embora? – perguntei. – As meninas precisam de mim! E desde ontem que Clara não mama!

-Dulce, querida, eles estão apenas tentando fazer o melhor para ti.

-E então Clara?! E Sophia?! Anahí, elas precisam de mim!

-Eu sei. Mas se o problema é Clara não mamar desde ontem, isso se resolve facilmente. Vou à farmácia e compro uma daquelas coisinhas que tiram teu leite. Depois, eu levo a Marichelo e ela dá a Clara!

-Candy! Sua danadinha! Garota, não devia ter feito isso! Está louca, ou alguma coisa do gênero?! – ouvi a voz de Tómas.

Sorri ao ouvir sua voz. Meu sorriso não era como das outras vezes. Eu estava feliz por ver meu irmão, isso nem sequer se contesta, mas eu não tinha vontade de sorrir, por isso, meu sorriso não era muito feliz.

Anahí se arrumou na cama de hospital que ambos partilhávamos para ela poder ver a porta.

-Idiota! Isso são balões para quando nasce um bebê! – Ucker falou.

-São?

-E aí, gente bonita! – Ucker entrou no quarto, com uma caixinha na mão. Depois, veio Tómas com balões em forma de ursinhos castanhos.

Sim, eram balões de quando nasce um bebê. Obviamente que ele sabia que aqueles balões eram para aquilo. Mas ele estava tentando fazer eu ficar contente. O que quer dizer que eles já sabem.

-Para ti! – Ele falou, apontando para os balões.

-Own, obrigada. – agradeci, sorrindo.

Ele atou os balões na cama do hospital e Ucker pousou a caixinha no criado mudo.

-Para ti! São rosquinhas de chocolate! – ele falou. Ucker sabia que as roquinhas de chocolate eram as minhas favoritas.

-Obrigada. – observei a caixa.

-Agora, é melhor irmos embora, antes que a mamãe nos mate! – Ele falou

-Boas melhoras, maninha. – Tómas desejou – Espero que aquele filho da puta tenha o que merece! Que morra sozinho no meio da estrada, enforcado com as mãos da garota que ele violentou, com aquela coisa a que ele chama de membro partidinho ao meio… Sim, seria uma excelente forma de morrer de um desgraçado como ele!

Arregalei os olhos ouvindo a morte que Tómas desejou a ele.

-Não. Apenas isso? Não! Isso é pouco! Ele tratou a Dulce como um ser inferior! Ele merecia morrer sozinho…

-Anahí, não continue, por favor. – sussurrei

-Inalando químicos que queimam seu organismo pouco a pouco… - ela me ignorou

-Anahí, cala a boca.

-Depois, enforcado pelo cara da garota que ele violentou, com aquela coisa a que ele chama de membro partidinho ao meio…

-Vocês os dois têm que ir embora! Eu quero ver a Blanca! – ordenei, apontando para a porta.

Meus irmãos saíram.

-E tu, Anahí Giovanna Portilla… ah, Deus, é feio desejar a morte a uma pessoa.

-Mesmo que ele tenha machucado a mulher que amamos?

-Mesmo que ele tenha machucado a mulher que amamos. – concordei.

Blanca entrou. Seu rosto estava vermelho e lágrimas caíam por ele. Seu cabelo estava apanhado.

-Candy, minha querida! O que se passou? Como está? Não diga que está bem! Ah, droga, que pergunta boba! Obviamente que está mal, não é? Mas, o amor que a tua família nutre por ti, querida, ajudará para que você se recupere e volte a ser a garotinha de antes, ok?

-Ah… quem me dera que fosse assim…

Blanca ficou comigo até que Fernando praticamente a expulsou dali. Anahí apenas saiu de meu quarto para ir à farmácia comprar aquela coisa para entregar à Marichelo. Depois, ela voltou para dormir comigo, apesar de eu ter dito que era melhor para as meninas irem dormir a casa.

-Temos que conversar. – Any informou, quando voltou.

Arfei. Será que era agora que ela me iria dizer que não queria uma garota que já tinha sido tocada por outro cara?

-Calma. Apenas tenho que te fazer uma pergunta e uma afirmação. Aliás, duas perguntas e uma afirmação.

-Ok. – estava mais aliviada.

-Primeira pergunta: ele chegou a… bom… ejacular dentro de ti?

Balancei a cabeça.

-Um carro da polícia passou e ele foi embora.

-A afirmação: está despedida.

-O quê?! Não! Não! Isso está fora de questão! Eu quero trabalhar! Anahí, por favor! Me deixa trabalhar! Eu ficava feliz ali! E, além disso, eu preciso de dinheiro!

-Dulce, eu trabalho e ganho o suficiente para nos sustentar. Não precisa trabalhar. E, assim, poderia passar o dia com as meninas em casa.

-Estás dizendo que eu não vou ser aceita em nenhuma Faculdade? – meus olhos se encheram de lágrimas.

-Não, amor, não! Jamais! Apenas… eu acho que é melhor ficar com as meninas em casa.

-Ok… - suspirei – Mas se eu quiser posso ir para lá?

-Pode… - ela cedeu – Agora, segunda pergunta: Reconheceste quem te estuprou?

Eu sabia que me fariam esta pergunta mais cedo ou mais tarde. Mas nunca pensei que fosse tão cedo e de uma maneira tão fria e tão direta.

-Diz a verdade. Se não o conhece, tem que dar o maior número de características possíveis. Assim, eles podem fazer um desenho dele. Se o conheces, diz o nome.

-Eu o conheço. – murmurei.

Anahí arfou.

-Qual o nome… dele?!

-Não. Ele irá machucar as meninas!

-Anahí… - ela praticamente rosnou

-Any… tenho sono. – murmurei. Eu tinha sono, realmente. Mas era suportável. Eu fiz esta afirmação para que ela não pensasse muito no assunto.

Ela sorriu, percebendo o porquê da minha afirmação.

-OK. Dorme bem, Vida.

-Dorme bem, amor.

-Eu vou cuidar de ti. Nunca, jamais, deixarei que alguém te toque a ti ou nas nossas filhas. – ela prometeu, me beijando a testa e me aninhando contra seu peito com cuidado por causa de meus pontos.

A noite no hospital foi desagradável. A cama era muito pequena para nós os dois. E também era desconfortável. E os pensamentos e as memórias enchiam minha mente. Apesar do cheiro e a presença de Anahí me acalmar, era um pouco complicado adormecer.

 Gente comentem se estão gostando ...